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Durante trinta dias, dois jovens cruzarão o Chile, a Argentina e o Uruguai a bordo de um Defender, modelo da década de 40, com duas bicicletas e muita disposição.

ara montar uma barraca em um camping após dirigir mais de 1300 km de estrada de terra, com cascalho e muito buraco, tem que ter disposição e espírito de aventura. Imagine ainda, ter que contar o lixo produzido, pesar, separar, depositar em local apropriado, anotar o consumo de energia elétrica e de combustível durante a viagem, só andar de bicicleta para explorar as cidades, se preocupar com a comida local, e, ainda por cima, se divertir. É o que dois jovens de 25 e 28 anos, André del Gaudio e Cassiano Freitas, respectivamente, farão durante as suas próxima férias em direção à Patagônia, extremo sul do continente americano. Trata-se da primeira Expedição Sustentável à Patagônia, intitulada “Projeto Sou da Estrada” e que terá início em janeiro de 2011.

A bordo de um Defender, modelo 4×4 desenvolvido durante a década de 40, a empreitada terá início por São Paulo e passará por países como Chile, Argentina e Uruguai. O objetivo dos jovens, pessoas comuns que poderiam planejar uma viagem para qualquer destino badalado é justamente promover a consciência ambiental, sobretudo entre os brasileiros, para que comecem a preservar, de fato, o meio em que vivem. Para Cassiano Freitas, “muitos reclamam, mas poucos fazem algo para mudar a realidade, a começar pela própria atitude”, diz o jovem executivo que será responsável por fotografar todo o percurso. “Em casa, sempre fizemos a coleta seletiva, por exemplo. Isso está incorporado na maneira como a minha família vive e interage com a natureza”, completa. Del Gaudio, que além de dirigir também será o mecânico oficial durante a viagem, concorda com o amigo de infância e reforça: “consciência sustentável começa em casa. Você não pode acreditar verdadeiramente no que você não aplica”, diz.

No Itinerário dos viajantes, a Carretera Austral, também conhecida como Camino Austral, cujo cenário variado era até pouco tempo inacessível. Repleta de despenhadeiros densos é comum avistar por lá árvores no centro de uma terra cercada de vulcões, geleiras, rios límpidos e até uma floresta tropical. Na extremidade sul da Patagônia, no chamado “fim do mundo”, os viajantes percorrerão a Terra do Fogo, metade chilena e metade argentina, com fazendas de ovinocultura, algumas lagunas e o Ushuaia, na ponta dos Andes, com o Cape Horn e a Antártida mais abaixo. Ao todo, serão mais de 20 cidades percorridas. Para apoiar a exploração local, os viajantes terão duas bicicletas a bordo. “Temos que minimizar os impactos de todas as formas e andar de bicicleta foi a melhor solução que encontramos, pois tem baixa interferência na natureza, não polui, possibilita acesso a lugares onde o carro não alcança e ainda favorece a nossa saúde”, brinca André.

Em parceria com o projeto, está o Instituto Brasileiro de Defesa da Natureza (IBDN), que dará o respaldo necessário à empreitada para calcular os impactos da viagem no Meio Ambiente e aferir quantas árvores serão necessárias para neutralizar o carbono emitido. Todas as árvores serão plantadas no parque Ecológico do Tietê, o maior parque linear do mundo, cujo projeto de proteção e recuperação de sua mata ciliar é muito importante para a cidade de São Paulo e seu entorno.

Para se comunicar com o restante do mundo durante a expedição, os viajantes criaram o blog – www.soudaestrada.com.br -, onde as pessoas poderão acompanhar toda a experiência 4×4 dos jovens aventureiros e compartilhar mensagens, fotos e vídeos. Ao final da cruzada haverá uma exposição das melhores imagens com a presença dos viajantes e do carro, o Rocinante, cujo nome inspirado no cavalo de dom Quixote de la Mancha, em uma visão mais moderna, também terá andado mundo afora colecionando lembranças e aventuras, sustentáveis, é claro.

Sobre o Projeto Sou da Estrada – Criado por dois jovens brasileiros, é a primeira expedição sustentável à Patagônia, desenvolvida em parceria com o IBDN – Instituto Brasileiro de Defesa da Natureza, responsável por calcular os impactos da viagem no Meio Ambiente. Com duração de um mês, o projeto tem como objetivo despertar a consciência ecológica, de forma que a sustentabilidade seja promovida em função desse despertar. A viagem parte de São Paulo e incluirá regiões da Argentina, Chile e Uruguai.

Gabriela Catropa Polycarpo
B4T Assessoria+Comunicação