Dicas Inspiração

É impossível ir para a montanha e não voltar diferente. A experiência que o Matheus Kager viveu mostra bem isso. Ele é um dos nossos colaboradores e, apesar de curtir muito aventura, ainda não era muito familiarizado com o montanhismo em si. Tudo mudou depois que ele decidiu aceitar o convite de um grupo de amigos e ir conhecer a Serra da Mantiqueira.

Foi necessário apenas uma viagem e alguns perrengues, para que ele se apaixonasse por esse universo e decidisse repetir o feito. Se na primeira vez ele era apenas um iniciante, agora ele já tem muita experiência e dicas para compartilhar.

Foto: Matheus Kager

Veja abaixo o relato dele na íntegra e se inspire nessa história!

“Quarta feira, 10 de maio de 2017: Aprendizado!

O Pico dos Marins, na Serra da Mantiqueira, é uma das primeiras montanhas da grande maioria dos aventureiros da região sudeste do país. Muitos subestimam esse destino, mas a trilha que leva ao cume é bem puxada e vai pôr à prova a sua vontade de ser montanhista, comigo não foi diferente.

Aproximadamente um ano atrás fiz a trilha pela primeira vez, totalmente despreparado. Não tinha muito conhecimento sobre o que levar, não tinha preparo físico, fui no embalo da galera e nossa… foi sofrido! A subida foi muito mais desafiadora do que eu esperava, levamos mais tempo do que o planejado para chegar ao cume e tivemos que terminar a trilha à noite (nem lanterna eu tinha). Ao chegarmos ao cume, surpresa! O tempo virou e, ao contrário do que a previsão do tempo dizia, começou a chover. A barraca que eu tinha era inapropriada para montanha, era uma barraca de camping que não possuía aerodinâmica alguma e era muito grande, não consegui esticá-la como deveria, pois os nichos do cume onde é possível acampar são estreitos. Resultado, eu que nunca havia dormido numa barraca antes, passei a noite praticamente em claro de tanto que a barraca tremia. No dia seguinte, dei graças a Deus quando amanheceu e descemos a montanha. A descida foi exaustiva e a noite mal dormida contribuiu para o cansaço acumulado.

Fiquei com aquele dia na cabeça desde então, e depois de me recuperar fisicamente, decidi que um dia voltaria mais bem preparado.

Um ano depois…

Foto: Matheus Kager

Quarta-feira, 15 de agosto de 2018: A Revanche.

Dessa vez fui mais preparado do que nunca, após adquirir algum conhecimento e um pouco de prática em outras montanhas que eu conheci de lá pra cá. Investi em equipamentos de qualidade e, como o esperado, não me resta dúvidas de que estar bem equipado faz total diferença!

Subi o Pico dos Marins equipado de uma barraca Triarch 2, os bolsos internos facilitam muito na hora de organizar o acampamento, aerodinâmica sem igual, segurou super o vento! Muito fácil de montar e muito leve de carregar. Usei uma mochila cargueira Fovero 85 mega prática, cheia de compartimentos e uma das mais leves da categoria (pesquisei bastante).

Foto: Matheus Kager

O espaço extra veio super a calhar quando minha parceira de aventuras e companheira de vida começou a sentir cólicas durante a subida, eu e um amigo dividimos os equipamentos que ela carregava para aliviar o peso de sua mochila. Tudo certo, seguimos em direção ao cume! Dessa vez eu havia me preparado para encarar aquela subida que, como eu bem lembrava, é exigente. Todo o tempo gasto na academia foi recompensado nesse momento.

Chegando ao cume, montamos acampamento e nos preparamos para o que quer que fosse vir durante a noite, mas dessa vez, a previsão do tempo não podia estar mais certa! Céu aberto, um visual deslumbrante sem igual, bastante frio (não pode faltar) e nessa hora meu sleeping bag Green Kazoo fez toda a diferença. Eu, que sempre passei frio durante as noites nas montanhas, dessa vez passei calor! Incrível! Já fiz tudo que foi tática pra não passar frio dentro do sleeping, mas nada surtiu tanto efeito quanto comprar um bom sleeping bag.

Dormi como uma pedra a noite toda, acordamos bem cedo na expectativa de vislumbrar o nascer do Sol do mais esplêndido ponto de vista: o cume de uma montanha. Pontualmente, lá estava ele, majestoso! E, para completar o espetáculo, formou-se um tapete de nuvens abaixo do cume onde acampamos (o mais alto da cadeia, com incríveis 2430m de altitude). Glorioso! Incrível! Espetacular! Indescritível!

Foto: Matheus Kager

Convido a todos os aventureiros de plantão a conhecerem o Pico dos Marins. Se prepare, equipe-se com materiais de qualidade, vale a pena! Apesar de a trilha ser bem demarcada, não é fácil chegar ao cume, mas posso te garantir que a vista lá de cima é tão exaustiva quanto mágica!”

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