O
Kilimanjaro é um dos sete cumes, sendo a montanha mais alta do continente
Africano. Seu cume está localizado a 5.891 metros de altitude no coração da
savana africana, no norte da Tanzânia. Mesmo com números expressivos, essa é
uma montanha pouco técnica, portanto, é usada como uma primeira experiência
para quem está começando em alta montanha.
O Eduardo Sartor, da Grade 6, acabou de voltar de uma expedição ao Kilimanjaro e contou alguns detalhes dessa montanha, falou sobre o preparo físico e também sobre os resíduos encontrados na montanha.
The North Face Brasil: Apesar de ser um
dos 7 cumes, o Kilimanjaro não é uma montanha que exige muita técnica. Quais são
as maiores dificuldades que os montanhistas encontram por lá?
Eduardo Sartor: A maior dificuldade que os montanhistas encontram no Kilimanjaro, que é uma montanha não técnica, é a questão da altitude. Porque, por se tratar de uma montanha isolada, qualquer ascensão em qualquer rota, começa em uma altitude mais ou menos de 1.800 metros e chega-se rápido ao cume, que tem 5.891 metros de altitude. Então, a maior preocupação e dificuldade seria no quesito fisiológico por atingir uma altitude grande em poucos dias.
The North Face Brasil: Qual é o melhor
período do ano para subir o Kilimanjaro?
Eduardo Sartor: Como o Kilimanjaro está localizado na África e perto da linha do Equador, é uma montanha que não tem uma temporada muito definida. Você consegue fazer cume lá durante quase todo o ano, por isso ela está entre as montanhas de altitude mais escaladas do mundo, junto o Cotopaxi e o Mont-Blanc.
The North Face Brasil: Existe algum
pré-requisito para participar de uma expedição ao Kilimanjaro? Como é o preparo
para essa viagem?
Eduardo Sartor: O Kilimanjaro não tem nenhum pré-requisito técnico. A pessoa precisa estar, pelo menos, em uma boa condição física, com bom condicionamento. Então, para essa viagem, como é uma montanha que não tem nenhuma parte técnica de escalada, seria uma caminhada até o cume, a preparação é basicamente concentrada em exercícios aeróbios e de força, principalmente para membros inferiores e core, que inclui abdominal e costas. Isso porque durante a expedição é preciso carregar a mochila nas costas durante boa parte do percurso e por períodos longos durante o dia. São, em média, 11 quilômetros de trekking por dia.
A
expedição total leva, em média 10 dias desde a saída do Brasil. Mas, em
montanha são sete dias e seis noites.
The North Face Brasil: Neste ano vocês se
depararam com uma montanha muito gelada. O cenário estava muito diferente das
outras expedições?
Eduardo Sartor: Sim, estava bem diferente porque tinha nevado muito nos dias anteriores, então, a neve ficou acumulada em nosso caminho ao cume. Isso não deixou a expedição mais difícil, mas exigiu mais atenção, justamente porque, com a neve compactada, o terreno estava bem mais escorregadio.
Diferente de outras temporadas, em fevereiro de 2020 o cume do Kilimanjaro estava cheio de neve. | Foto: Eduardo Sartor/Grade 6
The North Face Brasil: Qual rota vocês
fizeram?
Eduardo Sartor: A rota que a gente escolhe no Kilimanjaro chama-se Marangu, conhecida também como Coca-Cola. É a rota mais acessível. Lá é possível chegar carro de resgate até o segundo acampamento, portanto tem um diferencial de segurança. Além disso, essa é a única rota que a gente dorme em “cabanas”, o que possibilita mais conforto, é possível ficar em pé dentro do abrigo. Então, para uma primeira experiência em alta montanha, a gente usa essa rota por conta de todas essas facilidades.
The North Face Brasil: Na expedição desse
ano vocês tiveram uma outra missão até de alcançar o cume: retirar os lixos
deixados na trilha. O que vocês encontraram por lá? Qual foi o saldo dessa
experiência?
Eduardo Sartor: Nesse ano a gente levou uma série de ecobags, que nós já tínhamos levado também para o Everest. No caminho nós recolhemos os lixos que foram descartados inadequadamente na trilha e também os resíduos produzidos por nós mesmos. Nós encontramos bastante bitucas de cigarro, garrafas plásticas, papéis, lenços umedecidos, papel de bala… parte disso é de estrangeiros e parte dos próprios locais.
A
experiência de ter começado esse trabalho em nossos trekkings, com mais consciência,
menor consumo de plástico e recolhendo o lixo que outras pessoas deixaram para
trás, torna o ambiente mais agradável e ajuda a manter a trilha saudável para
que as gerações futuras também possam desfrutar desses locais. No Kilimanjaro
foi uma experiência muito boa, apesar de termos encontrado bastante lixo, mas,
de uma forma geral, a gente acredita que mantendo essa linha de raciocínio, a
gente consiga só pelo gesto conscientizar outras pessoas que veem isso e
participam de expedições em montanhas ao redor do mundo.
O início da
subida do trekking que me levaria ao primeiro destino do percurso Cusco – Vale
Sagrado, já me fez sentir a oxigenação reduzida no sangue. A cabeça quase
explodiu e logo pensei: “Este é o só o começo, ainda tenho 5 dias!”.
Kusi, uma teadora que morava num povoado perto dali, com seu quíchua afiado, foi logo me dando 3 folhas de coca na mão, gesticulando para que eu colocasse na boca. Foram 10 minutos para o corpo voltar ao normal e entender que estávamos a quatro mil metros de altitude, e que assim seria até o fim da viagem. Cinco dias.
A trilha Lares é uma opção alternativa para chegar caminhando até o Vale Sagrado dos Incas. Ela é fantástica! Um verdadeiro mergulho pela história do Peru, passando por comunidades escondidas que permaneceram inalteradas durante séculos ao norte de Cusco. Os habitantes locais, com suas roupas coloridíssimas e seus rebanhos de alpacas e de lhamas, esperando ansiosamente por um turista aventureiro que lhe traga frutas ou pães de presente.
Foto: Flavia Vitorino/Arquivo Pessoal
O incrível de
expedições como esta é que elas lhe permitem vivenciar a sensação primitiva do
local. São inúmeros sítios arqueológicos que nos colocam em contato com uma
história muito antiga, mas tão viva, que é quase uma sessão de regressão aos
tempos andinos.
Todos os dias nós
víamos o sol nascer entre as montanhas, andando em direção a Machu Picchu sob
sol, frio e chuva. Isso porque, durante o percurso diário que leva, em média, 9
horas, o sobe e desce é rotina. Ora você anda a 2 mil metros do nível do mar e
ora está andando a passos de tartaruga, a quase 6 mil metros de altitude. A
cada dia é uma conquista: cordilheiras, picos nevados, lagos com água azul
turquesa e ruínas com histórias sagradas.
Ollantaytambo, a cidade de onde sai o trem para o Vale Sagrado, é uma obra monumental. Confesso que fiquei tão impressionada com ela quanto com o Vale Sagrado. Foi lá que descobri que os Incas montavam guias de rappel com cipós para desenhar seus deuses nas pedras, e que estão lá, intactos até hoje. Descobri também que já tinha ouvido o dialeto local em algum lugar. O hutês – língua ficcional do filme Star Wars, falado pelo personagem Jabba, se baseia no quíchua deles.
Foto: Flavia Vitorino/Arquivo Pessoal
É inexplicável, depois de tantos dias caminhando, a sensação de chegar em Machu Picchu. Lá embaixo, uma selva molhada e montanhas intermináveis até o céu. Lá em cima, uma cidade escondida com uma energia que te deixa sem palavras. Depois de passar um dia inteiro em Machu Picchu, cheguei no vilarejo de Urubamba muda.
Foto: Flavia Vitorino/Arquivo Pessoal
Só consegui abrir a boca quando cheguei na base de uma montanha e comecei a me preparar para escalar 300 metros de altura, com o intuito de alcançar uma cápsula flutuante de alumínio com oito metros de largura, pendurada em meio a um vale – meu aposento para a próxima noite. Essa cápsula é um refúgio que só se chega escalando. Haja braço e atenção, porque, depois que o guia descobre que você tem a técnica, você continua o resto do percurso sozinho. Era uma mistura de tensão e prazer, porque a cada metro que eu subia, a vista ficava mais deslumbrante. E, assim cheguei, numa cápsula transparente que me permitiu assistir o sol partir e chegar de uma altura incrível.
Foto: Flavia Vitorino/Arquivo Pessoal
Fui embora deslizando pelas tirolesas, pensando em como Peru é um país tão especial. Acho que uma viagem assim, ao remoto, desconectada do meu mundo e conectada ao mundo deles, a gente entende mais sobre tudo que é desconhecido no mundo e em nós mesmos. Conseguimos enxergar certas áreas do planeta e da alma mais cheias de vida e descobrir que ainda há muito a ser feito e visto. A única coisa importante, afinal, é estar vivo!
Foto: Flavia Vitorino/Arquivo Pessoal
O Caminho de Santiago da Compostela é um dos roteiros mais famosos do mundo. Durante todo o ano, andarilhos, ciclistas e os mais diversos tipos de aventureiros percorrem as trilhas que cortam parte da Europa com o intuito de se conectar com a natureza e consigo mesmo.
Apesar de ser uma rota inicialmente religiosa e ter como ponto final a famosa catedral de Santiago da Compostela, o trajeto é percorrido por viajantes das mais diversas crenças, abertos a conhecerem novas culturas, tradições e paisagens maravilhosas.
Os meses de abril, maio e junho são os mais indicados para quem quer se aventurar neste caminho. Esta é a estação da primavera no hemisfério norte, então, as temperaturas já estão mais amenas e agradáveis e as flores dão um toque colorido extra por diversos trechos e paisagens. Mas, o Caminho pode ser feito em qualquer época do ano. No entanto, antes de arrumar as malas, é preciso estar muito bem preparado para esta viagem, que pode durar mais de um mês, dependendo do roteiro e cronograma.
Veja algumas dicas para quem quer embarcar neste caminho:
Prepare-se fisicamente
Mesmo antes de escolher qual das rotas será percorrida ou a duração da viagem, comece a se preparar fisicamente, pois uma coisa é certa: você vai andar ou pedalar muito! Comece a se preocupar com isso, pelo menos, 4 meses antes de viajar. Caminhadas diárias com alguns treinos mais longos aos finais de semana já é um bom jeito de acostumar o corpo para o que virá. Além disso, faça treinos usando a bota que será usada na caminha oficial. Assim, o calçado já se ajusta ao seu pé, você evita desconfortos posteriores e já sente como a bota pode influenciar no seu desempenho físico. Ah, se possível, faça um check-up médico antes de embarcar. Ser prevenido nunca é demais 😉
Pesquise muito antes de ir
Existem muitas opções de roteiros para quem quer fazer o Caminho de Compostela. Os mais populares são: Caminho Francês, Caminho Português, Caminho do Norte e Caminho Finisterra – Múxia. Cada um deles tem as suas particularidades, tanto em distância e dificuldade, como em história. Portanto, pesquise o máximo que puder antes de escolher um dos trajetos. Conhecer os contextos históricos e a cultura local são coisas essenciais para que esta viagem cumpra o propósito de promover conhecimento, indo muito além das belas paisagens e exploração.
Independente de qual seja a rota escolhida, lembre-se de fazer um cronograma e um planejamento considerando o trajeto a ser percorrido diariamente. Nessas viagens longas é muito comum começar o percurso muito empolgado e acabar ultrapassando os limites nos primeiros dias, prejudicando as condições físicas e comprometendo todo o resto do cronograma. Portanto, considere o seu preparo físico e faça a sua programação dentro da sua limitação. Aproveite o planejamento para incluir os locais que não podem ser ignorados no caminho, assim você não deixa nada para trás.
Esteja bem equipado
Na hora de preparar as malas tenha sempre em mente quais serão as condições climáticas da região durante a viagem. Isso influenciará diretamente a escolha das suas roupas e acessórios. Em todos os casos, você precisará de alguns itens básicos, como: uma mochila cargueira confortável, roupas respiráveis, botas desenhadas para longas caminhadas, uma capa de chuva respirável e meias próprias para trekking, que maximizam a evaporação do suor, para evitar bolhas e outros problemas.
Aproveite cada detalhe do caminho
Essa viagem pode ser uma enorme imersão cultural e pessoal. Portanto, aproveite cada detalhe e oportunidade. Esteja aberto às novidades e tire alguns trechos para caminhar sozinho. A natureza e o clima do Caminho são perfeitos para reflexões.
Presenciar a explosão de luzes
e a dança de cores no céu ocasionadas pela Aurora Boreal é o sonho de muitas
pessoas. Vivenciar esse fenômeno natural incrível é uma experiência única e que
fica para sempre na memória. Mas, melhor ainda se for possível registrar esse
momento em um clique perfeito e tê-lo pela eternidade.
O casal Leo e Rachel Spencer, do @viajologoexisto está nessa missão. Os dois estão na Noruega em uma expedição de caçada à aurora boreal. Nós conversamos com eles para pegar algumas dicas sobre as escolhas da viagem e também sobre fotografia, para que você já tenha uma ideia de como tornar as luzes do norte ainda mais especiais.
Dica
1: Planejamento
The North Face Brasil: Como
vocês escolheram o país e como têm monitorado o clima para estar no lugar certo
no momento em que a aurora boreal está bem visível e ativa?
Leo Spencer (Viajo Logo Existo): São poucos países no mundo em que você pode ver o fenômeno da Aurora Boreal. Como já havíamos ido para o Alasca e Islândia, optamos por visitar o norte da Noruega. A verdade mesmo é que durante o inverno no hemisfério norte, praticamente em qualquer lugar próximo do Círculo Polar Ártico é possível ver o fenômeno. Viemos para a Noruega simplesmente porque não conhecíamos ainda o norte do país. Em relação ao dia a dia, temos usado uma combinação de aplicativos, uns para monitorar atividade solar, bastante importante para acontecer a Aurora, e muitos aplicativos de clima, principalmente imagens de satélites com a previsão do movimento das nuvens. Tendo céu limpo e atividade, você vai ver a Aurora Boreal.
Às vezes é necessário dirigir por horas e esperar muito tempo até poder presenciar a Aurora Boreal. | Foto: Leo Spencer/Viajo logo Existo
Dica 2: Fotografia
The North Face Brasil: O mais
recomendado não é usar o próprio celular para fazer os registros da aurora
boreal pela dificuldade em conseguir imagens de boa qualidade. Quais
equipamentos vocês têm usado? É preciso ter muita técnica ou tendo
conhecimentos básicos e entendendo um pouco de ISO e exposição já é possível
fazer imagens boas?
Leo Spencer (Viajo Logo Existo): Por mais que a tecnologia esteja evoluindo muito rápido e os celulares ofereçam excelentes câmeras, ainda faltam alguns anos para conseguir fotos com boa qualidade do fenômeno. Nós estamos usando uma câmera Sony A7r III, que proporciona tirar boas fotos com pouca luminosidade. A Aurora não é complicada de fotografar, desde que você entenda o básico de fotografia. Nossa recomendação é que as pessoas testem fotos noturnas de sua casa antes, porque a hora que chega lá, é tudo mais complicado. Muito frio, ansiedade, escuro… é preciso chegar com o plano já pronto.
The North Face Brasil: Uma das
maiores dificuldades nessa aventura é, com certeza, passar tanto tempo parado
exposto ao frio. Quais itens vocês consideram essenciais para proteger o corpo
durante essa trajetória?
Leo Spencer (Viajo Logo Existo): Realmente este é o maior desafio, o frio. Esses dias nós pegamos temperaturas próximas de -20 graus, e aí é complicado demais se manter aquecido por muito tempo. Nós recomendamos o uso de diversas camadas, de uma boa roupa térmica, luvas, gorro, meias de merino e uma coisa indispensável: uma boa proteção para o pescoço. Além disso tudo, vai bem uma boa garrafa térmica com um chazinho para gerar um pouco de calor. No limite, nossa saúde vale mais que a foto, portanto seja ponderado e saiba a hora de parar e se aquecer.
The North Face Brasil: Mesmo
monitorando as condições do clima constantemente, é preciso ter paciência para
aproveitar esse espetáculo. Quanto tempo, em média, vocês “gastam”/passam
admirando e fotografando a Aurora Boreal para ter essas imagens incríveis?
Leo Spencer (Viajo Logo Existo): Sim, muita paciência antes e durante a Aurora. O processo de antes é o mais complicado, você passa horas olhando a previsão de tempo, fazendo planos, carrega todos os equipamentos, verifica a previsão do frio para saber quais roupas usar, são muitos detalhes. Nossa saída é guiada pelas informações do tempo, que horas e onde estará aberto o tempo? Que horas começa a atividade mais forte? Quanto tempo temos que dirigir? Que horas chegaremos lá? Temos gasolina, comida e snacks para uma eventual emergência? Na última semana ficamos em média 6/7 horas por noite atrás da Aurora, todas com sucesso.
O
Parque Estadual da Cantareira é um verdadeiro oásis em São Paulo. Aliás, a área
do parque forma uma das maiores florestas urbanas do mundo. São mais de 7 mil
hectares de Mata Atlântica, espalhados pela região norte da capital paulista e
também pelas cidades metropolitanas de Guarulhos, Mairiporã e Caieiras. Além de
abrigar uma série de nascentes de rios e ter uma biodiversidade extremamente
rica, o parque também dispõe de uma excelente estrutura para quem quer se aventurar
sem precisar sair de São Paulo.
O Parque da Cantareira é dividido em núcleos e cada um deles têm atrações específicas e opções para os mais diferentes interesses. O núcleo mais antigo é o da Pedra Grande, aberto ao público em 1989. Apenas nessa área, o parque possui 4 trilhas. A mais curta delas é a do Bugio, que tem apenas 300 metros e leva 15 minutos para ser feita. A trilha mais complexa do núcleo é a da Pedra Grande, que possui 6.780 metros de extensão e é considerada de nível difícil. A recompensa é alcançar o topo da pedra e poder desfrutar de uma vista panorâmica da cidade de São Paulo.
São mais de 7 mil hectares de Mata Atlântica, espalhados pela região norte da capital paulista e também pelas cidades metropolitanas de Guarulhos, Mairiporã e Caieiras. | Foto: Magnesium Alloy/Creative Commons – Flickr
O
Núcleo do Engordador é concentra as cachoeiras e é uma boa opção para quem
gosta de mountain bike, afinal, existe uma trilha específica para essa prática.
São 4 quilômetros de extensão, com obstáculos e flora exuberante. O terceiro
núcleo é o das Águas Claras, com três trilhas curtas e de baixo nível de
dificuldade. Por fim, o quarto núcleo é o Cabuçu. Apesar de ter trilhas de
nível fácil e médio, é nesta área que está concentrada a maior parte de
atrativos históricos e culturais.
O
acesso ao parque pode ser feito através de qualquer um dos núcleos e a
proximidade com a região central de São Paulo o torna uma excelente opção para
quem está em busca de uma imersão com a natureza, sem precisar ir muito longe
de casa.
Quer saber mais sobre o Parque Estadual da Cantareira? Clique aqui.
O
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) é um órgão
ambiental controlado pelo governo e responsável pelo cuidado, manejo e proteção
de unidades de conservação e Parques Nacionais espalhados por todo o Brasil. Em
2017, quando comemorava dez anos de existência, a organização decidiu comemorar
sua primeira década criando um guia de trekking com detalhes de 11 travessias
incríveis no Brasil, mas que ainda não são tão populares entre os brasileiros.
O material virou um e-book (Travessias – Uma aventura pelos parques nacionais) e também um divisor de água na história do ICMBio. Conforme descrito na publicação, o intuito deste material e das estratégias desenvolvidas a partir dele é proporcionar mais estrutura e incentivar os brasileiros e os turistas a desfrutarem das trilhas de média e longa distância dentro das áreas nacionais de conservação.
Para se ter noção de como o potencial do Brasil ainda é pouco explorado, o ICMBio traz dados estrangeiros e compara a situação dos outros países com a nacional. No EUA, por exemplo, apenas no ano de 2013, 12% da população (aproximadamente 35 milhões de pessoas) saíram de suas casas para fazer alguma trilha. Desse total, 9 milhões de pessoas fizeram alguma travessia que incluiu pernoite. No mesmo ano, apenas 6,4 milhões de pessoas visitaram os parques brasileiros.
Chapada dos Veadeiros. | Foto: Geraldo Gurgel/ Ministério do Turismo
Para
que seja possível mudar essa situação, portanto, o ICMBio lançou o guia com o
detalhamento de 11 travessias nacionais, além de outras campanhas de incentivo
e parcerias privadas e com a sociedade civil. Um dos projetos contempla, por
exemplo, a padronização na demarcação das trilhas, além da meta de que todas as
unidades de conservação tenham, pelo menos, 10 km de trilhas demarcadas para
receber visitantes com segurança. Outro fator importante é a preocupação em
conectar as trilhas, tornando-as mais atrativas e próximas da população e
utilizando-as como corredores que conectam diferentes paisagens e contribuem
para a conservação.
No
e-book disponível gratuitamente estão os detalhes sobre 11 travessias
incríveis, mas pouco conhecidas do Brasil. A lista inclui: Travessia das Sete
Quedas, Travessia dos Lençóis Maranhenses, Travessia da Casa do Morro,
Travessia Alto Palácio x Serra dos Alves, Trilha Chico Mendes, Travessia Capão x
Lençóis, Travessia da Serra Negra, A Volta à Ilha, Trilha Transcarioca,
Travessia Petrópolis x Teresópolis e Trilha Sucupira.
Poder aproveitar o máximo da vida é o
desejo de quase todas as pessoas. Ter experiências intensas, conhecer novos
lugares, mergulhar em outras culturas são apenas algumas das coisas que fazem a
vida valer muito à pena. Existem diversas maneiras de fazer isso. Alguns optam
por viajar nas férias, outros tiram um ano sabático, existem até aqueles que
vendem tudo e saem pelo mundo sem data para voltar.
Alessandro De Franceschi e Maria Eduarda Cardoso formam um casal com ânsia por viver a vida intensamente. Por muito tempo eles aproveitaram todas as férias e tempo livre que tinham no trabalho para viajar. Seguindo esse esquema tradicional, assim como a maior parte das pessoas que têm um trabalho formal, eles conseguiram conhecer 35 países. A vida estava boa assim, mas eles queriam mais, muito mais.
Foi, então, que surgiu a ideia de deixar a carreira de lado por um tempo e mergulhar de cabeça em novos sonhos. Depois de muitos planos, eles chegaram ao plano ideal: viajar de motorhome do Ushuaia até o Alasca. A viagem começou em SP e o roteiro inclui paradas pelos locais mais incríveis das Américas.
Ale e Duda começaram a viagem em janeiro de 2020. | Foto: GetOutside/Arquivo Pessoal
O Ale e a Duda criaram o projeto “Get Outside” e compartilharam com a gente um pouco dessa história e das expectativas para essa grande viagem. Confira abaixo e se inspire nesses dois:
“Essa
podia ser mais uma história de pessoas que, insatisfeitas com suas profissões e
carreiras, decidiram largar tudo para viajar e viver da sua arte, mas a nossa
história não é exatamente essa.
Nós
trabalhávamos em dois grandes escritórios de advocacia do Brasil, com carreiras
promissoras e salários/bônus que nos tornavam pessoas privilegiadas. Nossos
ganhos nos permitiam seguir nossa paixão por viajar e fotografar. Foi com esses
ganhos que conhecemos mais de 35 países, investimos em equipamentos de fotografia
de primeira linha e tudo mais.
A
cada ano de trabalho vinham 30 dias de férias. A receita que todo trabalhador
conhece. E nós fazíamos esses 30 dias virarem um tanto mais com estratégias de
acoplar feriados e por aí vai. Outra receita que muita gente conhece.
Nunca fomos infelizes em nossos trabalhos. Dentre os altos e baixos de qualquer atividade, olhávamos para os nossos trabalhos e nossas carreiras com orgulho do que alcançamos até aquele momento e o que teríamos pela frente.
O casal já conhecia 35 países antes de iniciar a viagem pelas Américas. | Foto: GetOutside/Arquivo Pessoal
Porém,
sempre passava pelas nossas cabeças se a vida seria aquilo mesmo: 1 ano de
trabalho = 30 dias de férias. Teríamos 30 dias ou um pouco mais para ver o
mundo, e ver o mundo em 30 dias por ano é pouco para nós. Isso funciona para a maioria
das pessoas, mas a gente queria ver mais. Conhecer mais. Sentir mais. E a
verdade é que você só tem uma vida. Não existe outra chance. Você tem alguns
poucos anos por aqui para poder experienciar esse mundo e criar sua história. E
um questionamento sempre vinha em nossas conversas: E quando chegar no fim da
vida e olharmos para trás, do que vamos nos arrepender? Certamente nos
arrependeríamos de não ter viajado mais e experienciado o mundo ainda mais.
E
a decisão de largar carreiras promissoras e bem remuneradas não foi fácil. É
mais difícil ‘largar tudo’ quando você coloca muito em jogo. Porém, foi uma
decisão que fez muito sentido para nós dois.
Então,
decidimos conhecer o mundo em um motorhome. No final de 2018 começamos a
planejar um possível ano sabático. Foram horas e horas de pesquisas, conversas
e muito planejamento até decidirmos fazer nossa viagem de motorhome. Nesse meio
tempo fomos para a África e experimentamos viajar em uma pick-up com barraca no
teto, mas a experiência não foi algo que nos encantou para seguirmos por um
longo período. Posteriormente alugamos um motorhome em Torres del Paine, no
Chile, e aí vimos que era aquilo.
No
início de 2019 começamos a buscar o carro ideal, e lá foram muitos meses de
pesquisa até encontrarmos o veículo apropriado, definirmos o layout do nosso
motorhome e quem seria responsável pela construção. Nós mesmos desenhamos o
layout para que o carro nos desse o conforto que procurávamos e as
funcionalidades que seriam necessárias para o que queríamos fazer.
Foi no fim de 2019 que pegamos nosso motorhome e, em meados de janeiro de 2020, partimos de São Paulo. O nosso roteiro é descer até o extremo sul da América Latina, passando pelo litoral Uruguaio até chegar ao Ushuaia, no sul da Argentina. De lá subiremos explorando a Patagônia entre a Argentina e o Chile, passando pelos desertos do Atacama no norte do Chile e o de sal (Salar de Uyuni), no sul da Bolívia. Passaremos pelo Peru, explorando as montanhas, praias e a cultura Inca, seguindo pelo Equador e pela Colômbia, quando cruzaremos para a América Central, em direção ao extremo norte das Américas, no Alaska.
Duda na Patagônia. | Foto: GetOutside/Arquivo Pessoal
Nossa viagem será relatada em foto, vídeo e texto em nosso Instagram, YouTubee blog, em um projeto que já tocamos há mais de 6 anos, chamado GetOutside, que busca viagens e experiências voltadas ao mundo outdoor.
Não sabemos o que vem pela frente e muito menos quem seremos ao final dessa jornada, mas sabemos que, no fim da nossa vida, vamos olhar para trás e vermos que tomamos a decisão certa de viver a vida e ver o mundo de forma intensa.”
O
Parque Nacional do Caparó, localizado entre os estados de Minas Gerais e
Espírito Santo, está fechado por tempo indeterminado. Por consequência das
intensas chuvas que atingiram a região nos últimos meses, o órgão que administra
a unidade de conservação, o ICMBio, decidiu proibir a entrada para não colocar
os visitantes em risco.
Conforme
informado no site oficial do Parque, ocorreram deslizamentos de barreiras,
quedas de árvores, além de pontes e estradas danificadas. Diante deste cenário,
ocasionado pelas fortes chuvas, o ICMBio consideta que o parque não tem condições
de receber visitantes com a estrutura necessária para que as atividades sejam
realizadas de forma segura.
O Parna Caparaó ocupa uma área de 31,8 mil hectares e, além de ter uma grande representatividade nacional por sua riqueza natural e ser uma importante unidade de conservação da mata atlântica, o parque também abriga o Pico da Bandeira, que é o terceiro ponto mais alto do Brasil, com 2.892 metros de altitude.
O
parque possui diversas trilhas e quatro áreas para acampamentos, equipadas com
banheiros, mesas, bancos e churrasqueiras.
O
ICMBio ainda não tem previsão de quando a unidade será reaberta para visitação.
Se você também tem aventura correndo nas veias, esses filmes são perfeitos para você. Nós escolhemos as melhores opções disponíveis na Netflix para te ajudar a abastecer as energias e aumentar ainda mais aquele desejo que todo explorador tem em sair pelo mundo desbravando lugares inóspitos e desafiando os limites da natureza.
Expedition Hapiness
“Uma jornada pelo desconhecido, em busca da felicidade.” É assim que Felix e Mogli descrevem essa aventura apelidada de Expedition Happiness. O filme mostra a trajetória deste casal em sua viagem pela América, saindo do Alasca em direção à Argentina. Além de passar por diversos lugares lindos, Felix e Mogli mostram que é possível viver com muito pouco. Eles viajam em um antigo ônibus escolar adaptado por eles mesmos para servir como uma casa itinerante e aproveitam o melhor de cada dia e cada lugar.
Com a narração do ator Robert Redforf, este documentário traz as belezas e maravilhas da natureza preservada nos Parques Nacionais dos EUA. Com a ajuda e pelo o olhar de aventureiros modernos, este filme consegue nos transportar para as mais diferentes paisagens naturais e históricas que estão guardadas nessas terras abertas a todos.
Esse filme mostra os passos de cinco grandes fotógrafos de aventura que não têm medo de se entregar a missões pelos locais mais inóspitos da Terra. Ao longo de um ano, esses profissionais registraram através de suas lentes paisagens incríveis e as mais diferentes culturas. Tales by Light nos transporta do sofá para uma viagem pela imensidão da natureza.
Moeses
Fiamoncini é um nome já conhecido entre os montanhistas brasileiros. Iniciado
em alta montanha há pouco tempo, o paranaense já soma uma série de recordes em
seu currículo e planeja voos ainda mais altos. Em pouco mais de um ano, Moeses
foi de sua primeira experiência acima dos 8 mil metros de altitude, quando
escalou o Manaslu, para uma sequência de outras cinco das montanhas mais altas
do mundo, com mais 3 cumes conquistados.
O brasileiro já está entre os montanhistas com mais conquistas das 14 montanhas acima dos 8 mil metros de altitude, mas não é só isso que impressiona. O fato de fazer as expedições praticamente sem equipe, carregando boa parte dos equipamentos e com custos mínimos, mostra que Moeses segue um estilo de escalada que não é comum entre os brasileiros.
Se
2019 foi um ano de muitas conquistas e desafios, 2020 não deve ser nada
diferente. Animado com o que já fez e certo de que pode evoluir ainda mais, o alpinista
sonha com mais uma temporada vencedora e quer chegar ainda mais perto de
conquistar todas as 14 “8 mil +”.
Nós conversamos com ele para saber mais sobre a temporada passada e quais são os planos para o futuro.
Nanga Parbat 8126 metros – “A parede de Kinshofer ainda é um desafio genuíno, mesmo com as numerosas cordas antigas existentes na face vertical a quase 6000 metros de altura.” – | Foto: Moeses Fiamoncini/Arquivo Pessoal
The North Face Brasil: Como surgiu a ideia
de escalar as 14 montanhas com mais de 8 mil metros de altitude?
Moeses Fiamoncini: Muitas dessas montanhas sempre estiveram nos meus sonhos, montanhas como o Everest e o K2, o Nanga Parbat (porque eu assisti ao filme “7 anos no Tibet”), Cho Oyu… Então, quando eu tive a oportunidade de escalar o Manaslu, eu consegui testar os meus limites e consegui chegar até 7.300 metros de altitude sem oxigênio suplementar. Nessa ocasião, eu também tive a oportunidade de trabalhar com o fix rope team, que são os sherpas mais fortes, que fixam as cordas antes dos grupos tentarem escalar a montanha. Só de estar ali participando com esses sherpas, foi muito gratificante e eu acabei descobrindo uma grande força interior que eu acho que ainda não tinha tido contato. Também notei que eu era muito resistente ao frio. A partir daí o sonho de escalar o Everest, o K2 ficou ainda mais próximo e mais real. Eu acho que foi uma coisa progressiva. Depois de fazer cume no Everest, finalmente eu decidi dar continuidade e anunciar o projeto Himalayans 8 mil. Em 2019 eu tive a oportunidade de escalar cinco montanhas de 8 mil e consegui fazer cume em três delas, o que pra mim é uma grande motivação, porque numa montanha você nunca sabe se vai conseguir chegar ao cume ou não. E, de cinco tentativas, conseguir o cume de três foi muito motivante. Eu entrei de cabeça nesse projeto.
The North Face Brasil: O Manaslu foi a sua
primeira montanha acima de 8 mil em toda a vida. Na temporada seguinte você já
colocou no currículo algumas das montanhas mais famosas e difíceis do mundo,
como o K2 e o Everest, além de ter sido o primeiro brasileiro na história a
escalar o Nanga Parbat. Lá no Manaslu, você já visualizava tantas conquistas em
uma mesma temporada?
Moeses Fiamoncini: Depois que eu fiz o cume no Manaslu, eu já sabia que ia escalar outras 8 mil, mas eu não tinha bem claro que eu ia escalar tantas montanhas em uma só temporada e, realmente, começar um projeto das14 8 mil. Mas, eu sei que se eu tivesse patrocínios, eu poderia ter escalado mais montanhas em 2019. Mesmo assim, eu estou muito feliz com o meu desempenho e espero repeti-lo em 2020.
“Dia de aclimatação no Campo 2 do Dhaulaguiri, quem vê essa manhã linda nem imagina o quanto ventou a noite e quase não dormimos nada.” | Foto: Moeses Fiamoncini/Arquivo Pessoal
The North Face Brasil: Como foi lidar com
a recuperação entre uma montanha e outra, visto que você teve tão pouco tempo
entre as expedições?
Moeses Fiamoncini: Eu basicamente fazia duas coisas quando não estava na montanha: comia e dormia. Mas, sempre me sentindo bem fisicamente. Foi apenas isso. Não teve muito segredo, não. Mesmo assim, quando eu cheguei no Everest, eu estava pesando 82 kg e quando saí do K2, 62 dias depois, eu saí com 67 kg. Eu perdi 15 kg em 62 dias. Nesse período eu consegui chegar ao cume de 3 montanhas. Então, foi um bom desempenho e uma boa recuperação.
“Rumo ao Campo base do Everest, ao lado direito uma das montanhas mais lindas da região o Nuptse a 7,861 m.” | Foto: Moeses Fiamoncini/Arquivo Pessoal
The North Face Brasil: Esse intervalo
curto ajudou ou atrapalhou no desempenho?
Moeses Fiamoncini: Eu
acho que esse intervalo curto acabou me ajudando muito no desempenho por eu ter
tido uma rápida recuperação física. Eu praticamente só comia e dormia, como eu
já disse, e também um fator muito importante é que eu já estava aclimatado. Então,
quando chegava na montanha, eu já ia pra cima.
The North Face Brasil: Você se diferencia
de outros montanhistas por não ter uma equipe por trás. A maior parte das
escaladas você fez praticamente sozinho, carregando os próprios equipamentos,
ou acompanhado de amigos. Como é a dinâmica neste tipo de expedição?
Moeses Fiamoncini: Eu
acho que a minha força de vontade de dar continuidade ao projeto é o que
realmente me motiva a escalar essas montanhas dessa forma. Um jeito mais
independente, em que eu, realmente, tenho que carregar todas as coisas. Não é
fácil carregar uma mochila de 25 kg, montar barraca a mais de 7 mil metros de
altitude, derreter gelo, fazer comida e, no dia seguinte, repetir isso tudo
novamente. Esse esquema ocasiona um desgaste físico muito maior. Mas, nós temos
que manter o foco na meta e no cume. Então, você acaba realmente sentindo a
montanha de uma forma mais plena.
Para mim, o Nanga Parbat foi a montanha mais difícil de todas. Porque além de carregar tudo, ainda tinha uma parede que se chama: kinshofer wall, que está mais ou menos a 6 mil metros de altitude. Passar essa parte carregando uma mochila muito pesada e ainda ter que chegar totalmente exausto e montar barraca, fazer comida e se esquentar, faz a gente perder muito mais energia. Além disso, no campo 4, no dia de cume, não tinha corda fixa, era cada um por si e nós acabamos escalando essa montanha por uma variante técnica em uma rota muito mais difícil. Eu acho que se o acidente que eu tive no Dhaulagiri tivesse sido nessa montanha, eu não estaria aqui para contar a história.
“Entre Campo 2 e campo 3 quando estava escalando o Nanga Parbat.” | Foto: Moeses Fiamoncini/Arquivo Pessoal
The North Face Brasil: Você já se testou e
somou conquistas importantes sem o uso de oxigênio suplementar. Esse é um dos
seus objetivos dentro do projeto? Seguir buscando os cumes sem oxigênio extra?
Moeses Fiamoncini: Sim, eu vou continuar tentando sem oxigênio suplementar. Mas, se em algum momento eu precisar, eu vou utilizar. Eu fiz o Everest e o Manaslu usando oxigênio e o K2 e o Nanga Parbat, sem. Então, eu tenho duas montanhas com oxigênio e duas sem, além de 2 tentativas em que eu não consegui fazer cume, que foi o Lhotse e o Dhaulagiri. Se eu precisar usar oxigênio, eu não sou contra.
The North Face Brasil: Em 2019 você ficou
muito próximo de conquistar o Lhotse e o Dhaulagiri, mas acabou tendo que
desistir do cume em ambas. Elas estão na sua lista para 2020?
Moeses Fiamoncini: Sim,
há uma grande probabilidade de estarem na minha lista para 2020. Mas, eu ainda
não defini realmente quais serão as montanhas.
The North Face Brasil: Quais foram os
maiores desafios que você encontrou na temporada passada?
Moeses Fiamoncini: Na temporada passada eu acho que foram alguns desafios. O primeiro foi no Lhtose, onde eu estava muito perto do cume e eu tive que decidir descer a 8.300 metros de altitude, a apenas 200 metros do cume. Foi um grande desafio tomar essa decisão para não colocar a vida em risco. Outra experiência muito forte foi ter que lidar com um resgate no Lhotse. Nós acabamos nos envolvendo no resgate do Ivan Tomov, um búlgaro, e ele acabou falecendo em nossas mãos. Ter que deixar o corpo lá não foi fácil. Eu lembro que naquela noite eu não consegui dormir direito, eu saí várias vezes da barraca durante a noite e ficava olhando lá para cima. Ele ficou no campo 4 e nós descemos para o campo 2. Foi bem difícil de aceitar o que tinha acontecido. Mas, nós ainda conseguimos salvar uma russa, que também estava escalando com ele e isso, realmente, foi muito emocionante. Tinham 2 pessoas, um, infelizmente, acabou falecendo, e a outra nós conseguimos ajudar.
“Atravessando a Cascata de Gelo do Khumbu rumo ao Campo 1 do Everest.” | Foto: Moeses Fiamoncini/Arquivo Pessoal
Mas, o
maior desafio de todos foi o meu acidente no Dhaulagiri. Foi algo muito
assustador e que jamais pensei em passar na minha vida. Quando eu caí, o meu
downsuit encheu de neve. Eu ainda tentei continuar, mas, depois de 15 minutos,
eu parei para refletir e vi que a minha vida era muito mais importante do que o
cume, então, decidi abortar a missão e descer. Ainda foram mais 9 horas
caminhando até chegar ao campo 3, que eu acabei chegando só às 23h30 (mais ou
menos), completamente exausto. No caminho estava nevando muito, com ventos de
60 – 65km/h. O caminho já não existia, não dava para ver nada. Então, eu
acabava me perdendo, saindo da rota e estando sozinho ainda, com certeza foi o
maior desafio da minha vida. Ter que lutar pela própria sobrevivência. Eu quase
morri de hipotermia, porque foram 9 horas caminhando depois do acidente, com o
corpo todo tremendo. Eu me sinto como se eu tivesse nascido novamente.
The North Face Brasil: Você entrou para a
história ao se tornar o brasileiro com mais conquistas acima de 8 mil em uma
mesma temporada. Como você enxerga isso?
Moeses Fiamoncini: Eu acredito que tudo o que a gente faz com o coração e com a mente, acontece. Enfim, esses fatos históricos foram resultado de muita dedicação e amor ao que eu faço, que é o montanhismo.
The North Face Brasil: O seu grande
objetivo é conquistar as 14 montanhas com mais de 8 mil. Qual é o seu projeto
para este ano?
Moeses Fiamoncini: Eu
ainda não tenho tudo certo. Eu ainda não tenho patrocínio e as expedições são
muito caras, mas se conseguir, quero dar continuidade e ainda fazer mais do que
eu fiz em 2019.
The North Face Brasil: Para viabilizar
este sonho você tem buscado patrocínios e também está investindo em liderar
expedições. Como tem sido essa busca por aporte financeiro?
Moeses Fiamoncini: Eu
acredito que vai acabar aparecendo algum patrocínio. O Brasil tem um enorme
potencial para colocar mais nomes na elite do montanhismo mundial. O que
realmente precisa é de mais incentivo nesse esporte. Como eu ainda não tenho
patrocínio, eu comecei a organizar grupos para levar pessoas ao Campo Base do
Everest, assim eu posso levantar recursos para dar continuidade ao meu projeto.
The North Face Brasil: Hoje você já está
entre os maiores montanhistas do Brasil, ao lado de grandes nomes como Waldemar
Niclevicz e Carlos Santalena. Você tinha dimensão disso quando decidiu começar
a fazer alta montanha? Como você se sente fazendo parte da história?
Moeses Fiamoncini: Eu sempre fui apaixonado por montanha, eu sempre sonhei escalar. Então, pra mim é uma honra fazer parte da história do montanhismo brasileiro ao lado de grandes nomes. Por que não dizer também do montanhismo mundial, escalando Nanga Parbat e K2 em 22 dias sem oxigênio suplementar? Eu estou, realmente, muito surpreso com essas conquistas. Desde quando era criança, eu sempre sonhei em ir cada vez mais alto. Agora eu estou vivendo o meu sonho e isso está se tornando história.
“Depois de escalar por 7 horas a parede de gelo do Lhotse finalmente chegamos no Campo 4 a 7790 metros de altura.” | Foto: Moeses Fiamoncini/Arquivo Pessoal
Viajar o mundo é o sonho de muitas pessoas, mas, ter a coragem e o planejamento para deixar a vida corporativa para trás e se jogar em uma viagem sem data para acabar, é outra história. Apesar de ser um desejo comum, poucas pessoas acabam tendo “culhão” para trocar a segurança de um bom salário e um emprego estável pela vida sobre quatro rodas.
Foi preciso apenas um livro para que o casal Leonardo e Rachel Spencer fosse picado por essa vontade de jogar tudo para o alto. O ano era 2012 e ambos trabalhavam no mercado financeiro na maior metrópole do Brasil, São Paulo. Apesar de amarem seus empregos, eles achavam que tinha chegado a hora de encarar um projeto diferente. Eles, então, se prepararam durante um ano, leram tudo o que podiam sobre o assunto e mais um pouco, adaptaram um carro, desenharam um roteiro, fizeram o planejamento financeiro e embarcaram em uma viagem que mudaria suas vidas. E mudou!
O casal ficou na estrada por três anos e meio. Nesse tempo eles passaram por todos os continentes, viveram experiências inesquecíveis e agregaram muitas histórias e aprendizados para compartilhar com outros aventureiros através do projeto “Viajo Logo Existo”.
Leonardo e Rachel ao lado do parceiro de viagem: a Land Rover Defender. | Foto: Viajo logo Existo
Se
você também tem um sonho parecido com esse, confira a entrevista e todas as
dicas que eles deram pra gente:
The North Face Brasil:Em 2013 vocês mudaram radicalmente de vida.
Depois de um bom tempo planejando, vocês deixaram para trás o trabalho
tradicional e a vida corrida em São Paulo para mergulhar em um projeto
totalmente diferente.
Como foi o processo de convencimento e
planejamento para, enfim, pegar o carro e sair por esse mundão?
Leonardo Spencer: Pra
falar a verdade, foi tudo muito rápido. No começo de 2012 eu ganhei um livro de
um amigo sobre um casal que havia viajado o mundo todo de carro e aquilo mexeu
comigo. Eu nem sabia que aquilo era possível! No dia seguinte eu fui falar com
a Chel, na época nós namorávamos há dois anos e não tinha ideia de como ela
reagiria. Falei “amor, o que você acha de darmos a volta ao mundo de carro?” –
para minha surpresa ela gostou da ideia.
Na
época nós já estávamos há quase nove anos trabalhando no mercado financeiro. E
o mais doido disso tudo é que adorávamos o que fazíamos, éramos realizados,
ganhávamos bem, gostávamos das pessoas e do banco. Mas a hora tinha que ser
aquela…
Daí,
começaram os desafios. Nós nunca tínhamos acampado na vida e também não
sabíamos nada sobre carro. Compramos todos os livros do tema na época, entramos
em contato com mecânicos, viajantes, amigos, na verdade com qualquer pessoa que
pudesse nos ajudar com as milhões de dúvidas que tínhamos. Em três meses nós
compramos o Land Rover Defender 110 e iniciamos o processo de transformá-lo em
uma casa.
Esse começo foi muito complicado, não havia muitas pessoas que tinham feito isso no Brasil e a quantidade de informações na internet era ainda menor. O Viajo logo Existo, como projeto, nasce muito mais da nossa vontade de dividir tudo que tínhamos aprendido nos preparativos da viagem, do que com a pretensão de se tornar um negócio ou qualquer coisa do gênero.
Eu
lembro que no final de 2012, depois que já tínhamos o carro e um monte de
tralhas em casa, eu falei para a Chel – “Amor, agora não tem mais volta, já
falei para muitas pessoas da viagem, não gosto de falar e não fazer…”.
Em
fevereiro de 2012 nós pedimos demissão, nos casamos em abril e no dia 4 de maio
de 2013 nós saímos do Parque do Ibirapuera em São Paulo para viajar o mundo por
42 meses, passando por pelo menos 70 países e dirigindo algo em torno de 130mil
quilômetros.
Acampando no Parque Nacional Santa Tereza, Uruguai na primeira semana de viagem. | Foto: Viajo logo Existo
The North Face Brasil: Vocês tinham um
carro adaptado com a opção para camping. Antes de iniciar esse projeto, vocês
já tinham um estilo de vida mais aventureiro?
Leonardo Spencer: Baseado
em nossas experiências prévias, tudo indicava que essa viagem era impossível
para nós. A Chel nunca tinha entrado em uma barraca de camping, eu tinha
acampado pouquíssimas vezes em minha vida, e não tinha gostado. Eu, por ser
apaixonado por surf, já havia me metido em alguns buracos, mas nada comparado
ao que estávamos planejando.
Se
você fizesse uma pesquisa entre nossos amigos, possivelmente, nenhum deles
acreditaria que nós encararíamos um projeto de viajar o mundo de carro, morando
nele etc…
Mas, queríamos ver o mundo de verdade e o carro nos proporcionaria isso. Eu já tinha uma relação muito forte com a fotografia, a Chel com o trabalho social e sempre se interessou pelo aspecto econômico dos países. Dirigir pelo mundo nos proporcionaria estar perto das pessoas e isso era uma das coisas que buscávamos.
Nosso ponto mais ao sul do mundo, em Ushuaia na Argentina. | Foto: Viajo logo Existo
The North Face Brasil: Quais foram os
maiores impactos que vocês sentiram quando embarcaram nessa viagem,
considerando uma mudança tão radical?
Leonardo Spencer: Acho que o mais complicado é você entender a nova velocidade que você passa a viver. No banco a vida era corrida, chegávamos antes das 8h na mesa, sair para almoçar era complicado, à noite sempre tinha algo… Nós, às vezes não percebemos, mas vivemos a 220v. Quando você vai morar no carro, por mais que tenha planos, onde ir, quando ir, a velocidade é outra. Você respeita mais seu corpo, se está com sono, dorme, se está doente, descansa. Você descobre que quase tudo pode ser feito depois, que nada é tão urgente.
Acampando sem pressa, no Deserto do Atacama no Chile. | Foto: Viajo logo Existo
Já na parte mais prática do negócio, tudo é novo. Agora nós dormíamos em uma barraca no topo do carro, cozinhávamos em um fogão minúsculo, tínhamos que controlar água, comida, combustível, saber onde íamos dormir, onde iríamos… Levou uns três meses para entendermos que não precisávamos ter pressa, que não tinha mais pressão. Agora era ir com o vento, respeitar nosso orçamento de 100 dólares e curtir a vida.
Produzindo nosso primeiro livro, dentro da nossa barraca, na Croácia. | Foto: Viajo logo Existo
The North Face Brasil: Qual era o maior
receio antes de começar?
Leonardo Spencer: Sem
sobra de dúvidas, o maior receio antes da viagem era segurança. Como seria
dirigir por lugares isolados na África, na América Latina? Eram essas perguntas
que, por mais que estudássemos, as respostas nunca eram satisfatórias.
O que
nos trazia alguma paz era a nossa dedicação ao planejamento. Nós saímos de São
Paulo sabendo praticamente onde iríamos dormir nos 3 anos de viagem, onde tinha
camping, onde não tinha, quais eram os riscos de cada região, país e até
cidade. Claro que depois você vai aprendendo com a estrada e refinando algumas
decisões, mas o interessante aqui é que ficou claro para nós que o planejamento
era o nosso melhor aliado, tanto para o controle financeiro, como para não
entrarmos em roubadas.
Nós também criamos algumas regras, tipo: não dirigir à noite, ter sempre comida, água e combustível extra no carro, avisar nossos pais onde estávamos, não ir em lugares que falam para você não ir. Esse último item parece uma coisa boba, mas encontramos muitos viajantes loucos para entrar em áreas proibidas, rs.
No inverno patagônico, aprendendo a dirigir na neve. | Foto: Viajo logo Existo
The North Face Brasil: Qual foi a maior
descoberta de vocês nesse processo?
Leonardo Spencer: Pode
parecer uma coisa boba ou até mesmo clichê, mas além das experiências
maravilhosas que vivemos, dos lugares que visitamos, etc – nossa maior
descoberta é que no mundo tem mais AMOR do que imaginávamos. Que as notícias
ruins que vemos na televisão representam uma ínfima parcela do que o mundo
realmente é. Essa foi a nossa maior descoberta e nos fez mais otimistas como um
todo.
Ao longo desses anos todos que estamos viajando, nós dormimos mais de dois anos na casa de pessoas que seguem o Viajo logo Existo pelas redes sociais. Descobrimos tantas pessoas legais, tantas histórias inspiradoras, tanta gente que foi atrás de seus sonhos, isso foi muito legal… Sempre falamos, os lugares são fantásticos, mas são as pessoas que fazem a diferença.
Dividindo um pouco que aprendemos com que mais precisa, os adolescentes, na África do Sul. | Foto: Viajo logo Existo
The North Face Brasil: Com certeza vocês
recebem mensagens de muitas pessoas que acompanham vocês hoje ou acompanharam a
volta ao mundo interessada em fazer isso também, mas, talvez, sem coragem. Qual
é o conselho mais comum que vocês dão?
Leonardo Spencer: Sim,
isso acontece com bastante frequência. Geralmente perguntamos o que a pessoa já
estudou, isso é um ótimo indicativo do real interesse da pessoa. Porque muitas
pessoas querem, mas talvez nunca pensaram na lista de coisas que terão de abrir
mão. De qualquer forma, quando é um casal, sempre tentamos entender como é a
relação deles no dia a dia, porque um dos maiores desafios da viagem de carro
pelo mundo é a convivência. Eu e a Chel sempre nos demos muito bem e a viagem
acabou nos unindo ainda mais. Mas, vimos casais que voltaram divorciados antes
do planejado.
De qualquer forma sempre falamos bastante do planejamento, da pessoa sentar e desenhar os lugares que quer ir, fazer conta dos custos, alertamos sobre imprevistos que, com certeza, irão acontecer… é tanta coisa, que meio que damos algumas direções e deixamos as pessoas se envolverem.
A Chel em dois momentos diferentes, nos altiplanos bolivianos e nos templos de Bagan no Mianmar. | Foto: Viajo logo Existo
The North Face Brasil: Quanto tempo vocês
ficaram na estrada e quais foram os maiores aprendizados no caminho?
Leonardo Spencer: A viagem de carro ao todo foram 43 meses direto, entre maio de 2013 e dezembro de 2016, sem nunca voltar para o Brasil. Ao todo visitamos 78 países e rodamos 132 mil quilômetros. Agora já são mais de 125 países visitados e quase 7 anos viajando.
Ficamos mais de dez meses na África, na foto, o rei da savana no Quênia. | Foto: Viajo logo Existo
The North Face Brasil: Como foi a sensação
de voltar para casa?
Leonardo Spencer: Voltar
para o Brasil foi uma explosão de sentimentos. Rolou um evento para a nossa
chegada, então havia centenas de amigos, seguidores e familiares no dia da
chegada – pessoas que não víamos há tantos anos. Lembro que chegamos com o
carro, as pessoas nos olhando, a gente com aquela cara inchada de quem já
estava chorando no carro. Foi tudo muito maluco…. Minhas irmãs tiveram filhos,
amigos casaram, muita coisa aconteceu.
As emoções estavam tão exacerbadas que decidimos que por três meses nós não tomaríamos nenhuma grande decisão em nossa vida… Foi muito bom estar de volta com as pessoas que amamos.
De volta ao Brasil, nos Lençóis Maranhenses em 2018. | Foto: Viajo logo Existo
The North Face Brasil: Mesmo após a “volta
ao mundo”, vocês não voltaram para a vida no escritório. Por que vocês acham
que isso aconteceu? O que mudou?
Leonardo Spencer: A
verdade é que nós quase voltamos para o mercado financeiro, rolaram algumas
sondagens, mas para isso teríamos que ficar “presos” no Brasil por, pelo menos,
mais alguns anos e isso não nos agradava muito. A questão da segurança nos
incomodava e incomoda muito, e já tínhamos o plano de vir em algum momento para
Portugal (de onde escrevo essas linhas agora)…
A grande surpresa foi entender que o Viajo logo Existo era muito maior do que imaginávamos. Chegamos ao Brasil e recebemos dezenas de pedidos de entrevistas na TV, programa de rádio, os livros vendendo como nunca, palestras… Isso foi tudo muito rápido, coisa de uma semana, duas. Nós olhamos e falamos: “tem tantos lugares que ainda não conhecemos, e se continuarmos viajando?” – aí já não tinha mais volta, vendemos o carro, desenhamos algumas viagens e começou uma nova fase do Viajo logo Existo.
A Islândia foi um dos nossos primeiros destinos depois da volta ao mundo de carro. | Viajo logo Existo
The North Face Brasil: Uma coisa a gente
já sabe: vocês não devem parar tão cedo! Quais são os próximos projetos?
Leonardo Spencer: Teve
uma época em que nossa meta era visitar o maior número de países possível, mas
percebemos que isso nos tomava muito tempo e dinheiro e acabávamos vivendo
experiências que não nos completavam. Era ótimo para o lado comercial, daquela
coisa de “correr atrás de uma meta”, que algumas empresas amam, mas era vazio
para nós. Diante disso nós resolvemos mudar, nos preocupar menos com o número
de países e focar mais nas experiências que queríamos viver, não importa onde.
No topo da nossa lista estava voltar para a Escandinávia para ver a Aurora Boreal, mas não por um, dois dias, mas sim por algumas semanas. Viver no extremo norte, isolado, conhecendo novos lugares… Devemos também visitar alguns lugares do Brasil que são lindos, como Jalapão e Jericoacoara, o norte da Argentina também está na lista, além de algumas ilhas repletas de verde no sul do Japão… a lista é grande!!!
Em Asgabate, a capital do Turcomenistão, um dos países mais fechados do mundo. | Foto: Viajo logo Existo
Yosemite
é um dos parques nacionais mais famosos dos EUA. Além de oferecer uma
diversidade incrível de atrações, que vão desde os maiores picos de escalada em
rocha do mundo até trilhas lindas e desafiadoras, o parque é cheio de paisagens
de tirar o fôlego, perfeitas para os apaixonados por fotografia. Não é à toa
que este foi o destino escolhido para receber a expedição fotográfica Epic
Shots, organizada pela médica e montanhista Karina Oliani.
O Parque Nacional de Yosemite está localizado na região as Serras Nevadas, na Califórnia, e tem uma riqueza natural única. Além da grande quantidade de plantas raras, lá estão enormes falésias de granito como o Half Dome e El Capitan, e outras formações geológicas milenares, inclusive formadas por erupções vulcânicas, que resultam em uma paisagem diversa e singular.
Foto: Jordan Pulmano/Unsplash
A
ideia do projeto é proporcionar em uma mesma viagem muitas aventuras e, ao
mesmo tempo, workshops de fotografias. O grupo é acompanhado por profissionais que
dão dicas sobre os equipamentos, luz, enquadramento, cenário e todos os outros
detalhes para que as memórias da expedição sejam registradas de forma perfeita
e fiquem guardadas para sempre.
Para
entender melhor como a expedição funcionará, nós conversamos um pouco com a
Karina Oliani. Confira abaixo o que ela contou pra gente:
The North Face Brasil: Existem muitos
parques nacionais incríveis nos EUA e que são conhecidos no mundo inteiro. Por
que vocês acabaram escolhendo Yosemite para essa viagem?
Porque
o Yosemite foi votado diversas vezes como o Parque Nacional mais bonito dos
EUA. Além de ter mais de 3.000 km2 de extensão, tem o fato de ser encontrar na
Califórnia, um dos estados mais completos e legais desse país. As paisagens de
Yosemite parecem verdadeiros quadros. Para onde você aponta sua câmera tem uma
paisagem de tirar o fôlego!
The North Face Brasil: Como funciona a
expedição Epic Shots?
É uma viagem montada com todo cuidado por especialistas e pessoa que conhecem profundamente o local. A gente combina conforto e aventura. Rusticidade e charme. Fotografia e esportes. As pessoas que atraímos nessas expedições têm um astral maravilhoso. Todas interagem muito e se transformam em grandes amigos, além de fazerem um belo networking.
Foto: Casey Horner/Unsplash – Creative Commons
The North Face Brasil: Existe algum
pré-requisito? Quem pode se inscrever?
Qualquer
pessoa que curte fotografar pode e deve se inscrever. Estamos fazendo o Epic
Shots há 2 anos e já tivemos clientes super profissionais, mas também tivemos
pessoas que não sabiam nada de fotografia e saíram da viagem transformadas. A
gente limita bastante as vagas justamente para isso. Assim, damos muita atenção para cada um como se fosse
uma expedição especial para aquela pessoa.
The North Face Brasil: Apesar do foco da
viagem ser fotografia, os participantes também vão realizar outras atividades
outdoor. Quais são as modalidades e como é a programação?
Nessa viagem, especificamente, faremos um rafting no icônico Merced River. Trilhas lindas onde poderemos observar e ver a fauna local como ursos, falcões, cervos, entre outros. Teremos noites de observar o céu estrelado e fotografar estrelas e muito mais. Surpresas não faltarão: eu garanto!