Curiosidades

O Everest não é apenas a montanha mais alta do mundo, ela é também um dos maiores símbolos do Homem desafiando a natureza. Ao longo de décadas, escaladores e montanhistas das mais diversas partes do mundo têm enfrentado o frio, o ar rarefeito e vários outros desafios para alcançar o cume do Everest. Para entender como esse esforço e essas condições influenciam o corpo humano, o geneticista Christopher Mason, do centro de medicina de Weill Cornell, em Nova York, está fazendo uma análise genética detalhada em dois montanhistas experientes.

Para o estudo, o especialista contou com o trabalho voluntário da dupla de escaladores Matt Moniz e Willie Benegas e seus respectivos irmãos gêmeos. O intuito da pesquisa é entender como as células são afetadas e se adaptam às condições extremas a que os atletas são expostos quando escalam altas montanhas.

A notícia sobre a pesquisa foi publicada na revista científica Science Mag e, mais recentemente, na revista Outside. Nas publicações o médico geneticista explica que as análises são bastante semelhantes a outro experimento feito por ele com astronautas da Nasa. A escolha de voluntários que tenham irmãos gêmeos não é à toa. Essa é uma das formas de conseguir acompanhar como os organismos com cargas genéticas praticamente idênticas reagem a situações tão diversas.

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Karina Oliani e Pemba Sherpa no cume do Everest. – Foto: Arquivo Pessoal/Karina Oliani

A coleta dos dados para o estudo foi realizada em maio deste ano, quando Moniz e Benegas estavam escalando o Everest. Ao mesmo tempo, seus respectivos irmãos gêmeos também passavam por coletas genéticas diárias enquanto estavam tocando suas vidas normalmente na altura do nível do mar. Com os dados sanguíneos, raspagem de pele e também coletas de fezes, a equipe médica pretende fazer um censo microbiológico e mapear quais são as mudanças genéticas sentidas no organismo em circunstâncias extremas.

Além de já ter realizado um estudo semelhante com astronautas, o Dr. Christopher Mason, espera que os resultados ajudem a decifrar e entender melhor a própria capacidade dos Sherpas, que, segundo ele, vai muito além da fisiologia do esporte. “Os Sherpas têm um genoma otimizado que evoluiu ao longo de milhares de anos, criando mais células vermelhas para melhorar a metabolização do oxigênio em altitudes extremamente elevadas”. O pesquisador acredita que, cruzando as informações dos montanhistas com as obtidas junto aos seus irmãos gêmeos, seja possível começar a desenhar alternativas e planejar novas estratégias para ajudar os montanhistas a evoluírem no que diz respeito à adaptação e sobrevivência em grandes altitudes.

Os resultados do estudo ainda não foram revelados.

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O Everest é a montanha mais alta do mundo, são 8.844 metros de altitude. Foto: Karina Oliani

 


Escrito por

Thaís Teisen

Jornalista, formada pela FIAM-FAAM, com especialização em Mídias Digitais pela Universidade Metodista de São Paulo. É apaixonada por esportes, natureza, música e faz parte do time The North Face de Conteúdo Digital.