O casal Adriano e Gabriela Rosinato viaja com a filha Vitória desde quando ela tinha apenas 2 meses de idade. Eles fazem longas viagens todos os anos e já rodaram mais de 6 mil km na mesma trip!

A chegada de um filho pode modificar muitas coisas na rotina de uma família. Ter um bebê em casa exige cuidados específicos e atenção redobrada. Mas, nada disso precisa ser um empecilho para que pais e filhos curtam muitas viagens e aventuras juntos.

Nós conhecemos recentemente a história da família Rosinato e eles são a prova viva de que é possível aproveitar intensamente a vida, seja como casal ou com a companhia de um bebezinho. Os pais, Adriano e Gabriela Rosinato, sempre gostaram de estar em contato com a natureza, de viajar e se aventurar em montanhas, praias e até no céu, em voos de paraglider. Quando receberam a notícia de que a filhota, Vitória, estava à caminho eles tomaram a decisão de continuar a viver da mesma forma e apresentar à filhinha desde bebê como a vida ao ar livre é maravilhosa.

A primeira grande viagem deles após o nascimento da Vitória aconteceu quando a filha tinha apenas 8 meses. Os três saíram de Caxias do Sul (RS) e partiram em uma caminhonete rumo a Santiago (Chile). Foram mais de 5 mil km e 65 horas de viagem. Parece muito, mas eles garantem que aproveitaram cada segundo dessa experiência.

Foto: Arquivo Pessoal/Família Rosinato
Foto: Arquivo Pessoal/Família Rosinato

Desde então eles não pararam mais e as aventuras e longas viagens de carro pela América do Sul se repetem a cada ano, com destinos diferentes e as mais diversas atrações e descobertas pelo caminho.

Para entender melhor como é a logística, as dificuldades e as alegrias em viajar com uma criança, nós conversamos com a mamãe, Gabriela, que nos contou tudo e garante que as viagens com crianças são excelentes oportunidades para fortalecer ainda mais os laços familiares. Segundo ela, nem existem dificuldades: “As dificuldades vêm das nossas crenças que nos limitam!”.

Foto: Arquivo Pessoal/Família Rosinato
Foto: Arquivo Pessoal/Família Rosinato

Confira abaixo tudo o que ela contou pra gente e inspire-se nessa história 😉

The North Face Brasil: Quando e como começou a relação de vocês com viagens longas e aventuras?

Gabriela Rosinato: O Adriano já tinha feito uma viagem longa de moto. Ele é aventureiro e amante da natureza desde sempre, é piloto de paraglider, surfa, curte stand up paddle, já competiu em enduro de moto, tem moto esportiva.

Eu sempre gostei de estar em contato com a natureza. O meu pai tem um sítio onde passei a maior parte dos meus fins de semana na infância e adolescência. Sempre adorei esportes e fui muito competitiva, mas minhas viagens longas e de aventura começaram com o Adriano.

Ainda como namorados fomos fazer snow no Vale Nevado – Chile. A vibe foi tão boa que noivamos em um destes dias de snow, ainda me emociono lembrando deste momento.

Um ano depois marcamos outra viagem para mais uma temporada de snow e o Adriano queria muito repetir a viagem de moto, agora de caminhonete comigo. Porém, veio a notícia da Vitória! Então mudamos um pouco o roteiro, porque a mamãe aqui não poderia fazer snow.

Fomos ao Valle Nevado, papai fez snow, depois fomos para Iquique, onde Adriano voou de paraglaider e por último fomos até o Atacama. Ainda na barriga da mamãe, Vitória já tinha feito uma super viagem.

TNF: Vocês já eram aventureiros antes de se conhecerem?

GR: O Adriano já! Eu curtia, mas não tinha tido oportunidade ou parceria para tais coisas.

Eu tive muita sorte de ter alguém que me colocou nestas aventuras, porque temos vários exemplos nos quais os papais viajam e as meninas ficam em casa. O Adriano sempre fez questão que as aventuras fossem para a família.

TNF: Quais são as atividades preferidas de vocês?

Vitória:  viajar, acampar, trilha, andar de moto, quadriciclo, voar, ginástica, stand up paddle, fazer mandalas com a mamãe e tirar fotos.

Adriano: Ama, ama, ama voo livre, surf, moto, quadriciclo, trilhas, fotografia e viajar.

Gabriela: Eu gosto de estar em contato com a natureza, praia, me arrisco no stand up paddle, voar (aproveito o piloto e faço alguns voos duplos com ele) e viajar.

Foto: Arquivo Pessoal/Família Rosinato
Foto: Arquivo Pessoal/Família Rosinato

TNF: Como que eram essas viagens antes da filhota? O que mudou depois dela?

GR: As viagens continuam na mesma vibe. Uma coisa que foi muito legal quando começamos a viajar com a Vitória, como ela era bebezinha e estava em fase de introdução alimentar e a alimentação é uma coisa que nunca abri mão de cuidar, começamos a frequentar apart hotéis, cabanas, hostel que tivessem uma cozinha disponível. Isso nos proporcionou vivenciar mais ainda os lugares. Adoramos ir ao supermercado local e preparar nossa comida, tentamos até receitas típicas!

TNF: Você comentou que a primeira viagem longa que fizeram foi quando ela ainda eram bebezinha. Como vocês chegaram à conclusão de que seria uma boa ir tão longe com um neném tão pequeno?

GB: Quando a Vitória fez 1 mês, fomos com ela à praia. De Caxias do Sul até a praia que fomos, foram 200km.

Foto: Arquivo Pessoal/Família Rosinato
Foto: Arquivo Pessoal/Família Rosinato

Com 2 meses e pouquinho já estávamos em Florianópolis, a 400km. Começamos com viagens curtas e fomos aumentando, mas as viagens sempre foram bem frequentes. Na primeira grande viagem, tínhamos o objetivo de chegar em Santiago, no Chile, mas íamos numa boa, íamos passeando, viajávamos um pouco, parávamos, trocava uma fralda, dava uma voltinha, mamava e ia mais um pouquinho.

TNF: Quais foram as dificuldades dessa viagem?

GR: Não tivemos dificuldades. Estávamos bem prevenidos, tínhamos preocupações com a comida, porque ela [Vitória] estava com 8 meses, mas nem nesta e nem nas outras viagens tivemos dificuldades com a Vitória ou por causa dela. É um grande erro pensar que elas são dificuldades.

As dificuldades vêm das nossas crenças que nos limitam. Tem uma frase que gosto muito: “A felicidade é o modo de viajar e não o destino”. Se você achar que seu filho passar horas dentro de um carro vendo passagens incríveis é uma “judiaria”, teríamos tido dificuldades. Entende? Você tem que fazer a criança participar da viagem. Estimule-a a sentir, olhar, escutar, fotografar. Desde o ano passado, a Vitória tem arriscado umas fotinhos!

Foto: Arquivo Pessoal/Família Rosinato
Foto: Arquivo Pessoal/Família Rosinato

TNF: Quais foram as principais descobertas que esta experiência proporcionou a vocês?

GR: Uma família dentro de uma caminhonete viajando é muito bom. A família entra em conexão! É uma terapia familiar muito boa, um autoconhecimento pessoal e familiar.

Nós tivemos a certeza do que já pensávamos: que um bebê ou uma criança não precisa de muita coisa. Ela precisa de amor, carinho, respeito e atenção. Isso, nós conseguimos longe ou perto, em casa ou fora de casa.

Agora a principal descoberta é o resgate. Quando se faz uma viagem longa existe um resgate do que é essencial. O trabalho deve ser de equipe, de família. Nós mesmo fazemos nossas coisas, nossa comida, montamos nossa barraca etc.

A Vitória teve oportunidade de brincar com meninas da Suíça, Holanda, Argentina, Chile… Como se entendiam? Se entendiam. Ela brincava em parques e em camping sem professores, monitores, sem muros. E quando falo em resgate, como seria bom se o legal hoje fosse o terreno em frente à praça e não naquele do condomínio.

Foto: Arquivo Pessoal/Família Rosinato
Foto: Arquivo Pessoal/Família Rosinato

TNF: Qual é o tipo de viagem preferido de vocês?

GR: Gostamos de viajar para vivenciar, seja perto ou longe. Gostamos de viver, sentir e experimentar o lugar, não somente o que é turístic, mas sim experimentar o que os locais fazem no cotidiano.

TNF: Quais conselhos vocês dariam para alguém que tem filhos pequenos, mas tem medo de fazer longas viagens?

GR: Medo por quê? A vida também é longa e tem que ser vivida. Quando o bebê nasce, ele deve ser inserido na família e não a família nele. Se o casal gosta de tais atividades, devem inserir a criança nela. Uma criança não é melhor do que a outra, ela só é estimulada de formas diferentes. O que quer que seu filho faça, estimule-o.

Eu não recomendo começar com uma viagem longa, mas recomendo começar. Comecem com viagens curtas. Vá estimulando as crianças, incentivando, ensinando, mostrando.

Nosso primeiro grande trajeto foi um que o Adriano já tinha feito de moto. O roteiro tem muitos recursos e ele sempre falou que cruzar a cordilheira é uma experiência única!

Foto: Arquivo Pessoal/Família Rosinato
Foto: Arquivo Pessoal/Família Rosinato
[Antes de ir] informe-se sobre o que possa precisar. Leve coisas práticas, mas confiáveis (como as roupas quentinhas da THE NORTH FACE!!), não precisa de muita coisa mas o que você precisa, você tem que confiar que seja de qualidade!

É legal manter uma alimentação saudável para toda família o ano inteiro. Afinal, não é legal viajar assim com a imunidade baixa, né?

TNF: Mas, a criança aguenta uma viagem assim?

GR: “Ah, mas ele vai cansar!”

Ninguém chega a lugar nenhum sem cansar. Na vida, no trabalho, na trilha, na viagem. Eu sempre digo: cansar de coisa boa é um privilégio!

Água parada não dá coisa boa. Bora se mexer, bora explorar este mundão!

Foto: Arquivo Pessoal/Família Rosinato
Foto: Arquivo Pessoal/Família Rosinato

Caminho de Santiago, PCT, Appalachian Trail, Trans Canada, Great Patagonia Trail, são apenas algumas trilhas famosas e desejadas por aventureiros do mundo inteiro. Se você está planejando as próximas viagens e uma trilha de longa distância está na sua lista, já comece a se preparar física e mentalmente para este desafio.

Para dar uma ajudinha, nós separamos três dicas essenciais para que as inúmeras horas de caminhada fiquem um pouco mais fácil!

  1. Prepare-se mentalmente

Controlar a cabeça pode ser mais difícil do que suportar o exercício físico extremo. Quando estamos mentalmente fortes, acabamos descobrindo que podemos ir ainda mais longe. Portanto, comece a treinar a mente muito antes de embarcar em uma trilha.

Um dos fatores primordiais nesta preparação mental é estar aberto a novas experiências o tempo todo e manter um pensamento resiliente mesmo diante dos maiores desafios. Em um treino ou mesmo na trilha, lembre-se de focar em um passo ou movimento de cada vez. Mantenha a atitude positiva e o olhar no sempre no seu objetivo final.

Para inspirar, pense nesta frase dita por um dos maiores atletas da história: “Quando eu penso que cheguei ao meu limite, eu descubro que tenho forças pra ir além.” – Ayrton Senna

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação/Smartwool
  1. Trabalhe em sua capacidade cardiovascular

Passar dias ou meses caminhando em uma trilha vai exigir muito do seu corpo. Então, invista tempo e disposição para fazer uma boa preparação física e inclua na planilha de treino os exercícios voltados para melhorar a capacidade cardiovascular.

O ideal é que os treinamentos voltados para uma trilha de longa distância comecem, em média, seis meses antes da viagem. Neste tempo também aproveite para acompanhar o seu desenvolvimento com o apoio de um médico, para garantir que você está realmente apto e saudável para prosseguir com os planos.

Os treinos aeróbicos voltados para o hiking não precisam ser exclusivos de caminhada. Aliás, quanto mais diversos, melhor será para garantir estímulos diferentes ao corpo e deixar a preparação mais completa. Algumas sugestões de exercícios aeróbicos são: ciclismo, natação e corrida.

Além de trabalhar os diferentes estímulos, é preciso garantir periodicidade nos treinos. Estabeleça uma rotina e tente aumentar a intensidade aos poucos para trabalhar o corpo sempre perto do limite. Nas semanas que antecedem a trilha, inclua também uma carga semelhante ao peso da mochila que será carregada durante a viagem, para que você vá se acostumando com os movimentos acompanhados de um peso extra.

Foto: Greg Mionske
Foto: Greg Mionske
  1. Faça musculação ou treinos funcionais focados em força

Não é necessário passar horas na academia, mas lembre-se de fazer treinos de fortalecimento muscular, pelo menos, duas vezes por semana. Em 30 minutos é possível trabalhar o fortalecimento de músculos do corpo todo com exercícios como: abdominal prancha, abdominal lateral, agachamento livre, afundo, flexão de braço. Esses são apenas alguns dos exercícios de força que podem ser feitos em qualquer lugar, sem a necessidade de equipamentos.

Uma boa opção é incluir esses treinos antes ou depois de encarar um dia de trilha ou um treino aeróbico.

Foto: Greg Mionske
Foto: Greg Mionske

“Se você pensa que a aventura é perigosa, eu sugiro que você experimente a rotina… é mortal.” – Paulo Coelho

Quantas vezes nós nos pegamos reclamando da falta de tempo, presos à uma rotina que se limita basicamente ao trabalho e às coisas relacionadas a ele? Em São Paulo, por exemplo, as pessoas passam em média 3 horas do dia presos no trânsito. Acrescente aí, pelo menos, mais 8 horas de trabalho e assim se vai quase metade das 24 horas que um dia tem. Tirando o período de sono, realmente acaba sobrando pouco tempo para aventuras.

Para não enlouquecer, às vezes é preciso se afastar desta correria, criar novos hábitos, viver outras experiências e então se reencontrar. A história de Guilherme Bromberg, um curitibano de nascimento e paulistano de coração, é uma demonstração perfeita disso.

Mesmo com uma carreira bem sucedida, aos 40 anos Guilherme começou a sentir uma inquietação. Segundo ele, foi um processo lento. Durante aproximadamente 2 anos o executivo percebeu crescimento em uma série de incômodos gerados pelo estresse profissional e seus hábitos diários, que incluíam excessos na alimentação e na bebida, falta de atividades físicas e uma constante falta de motivação.

Esta inquietação fez com que ele buscasse ajuda externa e o levou a seguir outros caminhos para se reencontrar. Após passar por uma temporada imerso em práticas budistas na Índia e no Japão, ele decidiu encarar sozinho a famosa Pacific Crest Trail, uma das trilhas mais longas e desafiadoras do continente americano, cortando praticamente toda a costa oeste dos Estados Unidos (se você quer saber mais sobre a PCT, clique aqui).

Ele compartilhou conosco muitos detalhes desta experiência e nos contou como essa aventura o ajudou a enxergar a vida de um jeito diferente.

Confira abaixo todos os detalhes deste bate-papo e inspire-se nessa história!

The North Face Brasil: Como você percebeu que a sua rotina tradicional já não lhe satisfazia por completo?

Guilherme Bromberg: Foi um processo lento, de uns 2 anos, que foi se agravando pouco a pouco e gerando incômodos profundos, mas pouco perceptíveis, tanto no relacionamento afetivo, quanto no profissional e nos hábitos diários, como a falta de esportes, os excessos de comida e bebida, o estresse profissional e a falta de motivação e indiferença ao dia a dia.

Mas, o principal gatilho foi o estress profissional mesmo, o qual me fez procurar ajuda. Eu me sentia como se estivesse atolado e quanto mais acelerava mais afundava. Em resumo, sentia que aquela fotografia profissional com todos seus elementos e possíveis desdobramentos a curto, médio e longo prazo não me correspondia.

E foi quando decidi desestagnar. Comecei focado num coaching profissional com a Thais Pegoraro (aventureira e escaladora), mas as conclusões daquele processo ainda não condiziam com meu sentimento, o que me fez vasculhar outras opções, como cursos, palestras e orientações. Em um certo momento, foi despertando um interesse e uma curiosidade de me aprofundar nos elementos mais psicológicos e filosóficos da minha formação e da minha vida, o que resultou em algumas sessões de coaching terapêutico de vida, para entender como eu poderia me reconectar verdadeiramente, afinar meus objetivos, interesses, propósitos e as estratégias mais adequadas para a direção de vida que gostaria de seguir adiante.

TNF: Como e quando foi a decisão de dar uma reviravolta e tirar um período “sabático” ou de “férias” para se dedicar a cumprir a PCT?

GB: No desenrolar deste processo introspectivo de observação, avaliação e opções de novas direções, que se encaixassem aos meus verdadeiros interesses e propósitos, fui concluindo que precisava me afastar provisoriamente do ambiente que estava inserido e reorganizar aquela fotografia de vida. Precisava voltar aos meus valores essenciais, fazer esporte, viajar, explorar, estudar, me aventurar, conhecer novos ambientes, ecossistemas, pessoas, culturas. Mas, apesar desta certeza, eu ainda estava bastante perdido, sem clareza de direção ou destino e de como iria executar tudo isso, mas principalmente ainda não tinha clareza de qual seria o propósito que validasse esse retorno aos meus ideais.

E no meio deste turbilhão introspectivo, fui praticamente obrigado a tirar 1 mês de férias consecutivas da empresa, na qual decidi fazer uma viagem com foco na minha prática Budista de Nitiren Dasihonim. Comecei por Bodigaia, na Índia, e na sequência para o Japão. Foi no Japão, escalando o Monte Fuji, que “caiu a minha ficha”, evidenciada pelas lembranças dos elementos de trilha que experimentei 10 anos antes no caminho francês à Santiago de Compostela, de que eu queria “voltar para a Natureza e me reconectar” através de uma longa aventura reflexiva, dando origem a ideia de compartilhar minha aventura pelo Instagram @Trilhas_e_conexoes. Foi apenas após começar as pesquisas, a verificar as opções de trilhas longas, e por comentários recorrentes de um amigo a respeito da PCT, que decidi mesmo pela Pacific Crest Trail. Fiquei com muita vontade de trilhar a CDT(Continental Divise Trail) no lugar, mas concluí que, para uma primeira trilha de longa distância, seria muito mais complexo.

Foto: Guilherme Bromberg/Arquivo Pessoal
Foto: Guilherme Bromberg/Arquivo Pessoal

TNF: Quais foram os cuidados que você teve no preparo para encarar essa trilha tão desafiadora?

GB: O maior cuidado foi assegurar que as informações colhidas eram as mais assertivas e corretas possíveis. Isto é, que me corresponderiam, considerando a imensa quantidade e diversidade de informações disponíveis a respeito da trilha, chegando até a serem contraditórias.  Com esse objetivo em mente, fiz contato com profissionais experientes de trilha e da PCT e renomados atletas de montanha para uma abordagem inicial no planejamento, que fosse o mais assertiva possível. Principalmente, desenvolvi um planejamento que fosse o mais adequado as minhas características pessoais específicas e meus interesses específicos, pois o mais difícil é entender o que corresponde e o que não corresponde ao estilo individual de quem faz a trilha. Acabei até mudando todo o meu planejamento de suprimentos e abastecimento na última hora, faltando apenas 1 semana para o início.

TNF: Quanto tempo levou desde que a ideia surgisse até o momento em que você embarcou com as malas prontas?

GB: Iniciei a trilha no dia 1º de maio de 2017. A ideia surgiu em agosto de 2016 e embarquei para os EUA para alinhamentos finais (logística e equipamentos) no dia 19 de abril de 2017, logo, foram 9 meses.

TNF: Quanto de dinheiro, em média, é necessário guardar para conseguir fazer a trilha sem aperto?

GB: Acho que o mais complicado não é guardar apenas, mas ficar tanto tempo “sem fazer dinheiro”, para não passar aperto depois da trilha.

A trilha pode ser feita de diversas maneiras e com grandezas financeiras bem diferentes, pois depende muito da pré-disposição de cada “hiker” em gastar mais ou menos com os equipamentos “ultralight”, que são bem mais caros, além de considerar o nível de conforto e lazer quando se faz necessário sair da trilha para abastecimento.

Foto: Guilherme Bromberg/Arquivo Pessoal
Foto: Guilherme Bromberg/Arquivo Pessoal

Em geral, a comida de trilha do dia a dia acaba sendo bem barata, mas peca por aspectos nutricionais, o que demanda uma alimentação mais cuidadosa ao sair da trilha, priorizando alimentos frescos que acabam sendo mais caros.

Os custos variam muito, principalmente entre equipamentos e suas trocas, transporte, seguros (saúde, vida, remoção), estadias antes, durante e depois da trilha, todo abastecimento de comida (prévio ou ao longo do percurso) entre outros. É muito difícil afirmar um custo médio, tudo vai depender da abordagem planejada, li e pesquisei todo tipo de média de gastos, variando entre US$ 5000 a US$ 12000, para o período.

TNF: Quais foram os maiores desafios durante a trilha?

GB: O desafio mais difícil é o mental. É manter-se motivado.

Os percursos são difíceis, mesmo sendo uma trilha bem cuidada e com manutenção constante.  As metas diárias são longas e extenuantes, pois se faz necessário as longas distâncias para conseguir chegar antes das nevascas do inverno seguinte.

Mas os desafios são inúmeros, entre acertar o planejamento, aguentar o calor, suportar as longas distâncias, carregar o mínimo possível de peso, não errar na navegação, não se machucar, se alimentar corretamente e manter-se saudável,  cruzar os rios, riachos e suas correntezas, ser assertivo e calmo na tomada das decisões, evitar problemas com animais (peçonhentos ou não), não adoecer, tolerar as dores constantes, tolerar a falta de banho e as questões higiênicas, aguentar os próprios pensamentos e a possível solitude (o que pode ser evitado), e o que vi ocorrer recorrentemente foi a angustia de muitos hikers pela distância de suas famílias e de seus entes queridos.

Foto: Guilherme Bromberg/Arquivo Pessoal
Foto: Guilherme Bromberg/Arquivo Pessoal

No meu caso, tive um canelite (periostite medial da tíbia por estresse) bem séria, que poderia ter se tornado uma fratura, tive um início de necrose por picada de aranha, quase despenquei de um desfiladeiro quanto mudei minha rota para conseguir cruzar uma encosta congelada, passei fome, passei frio com risco de hipotermia, passei muito calor no deserto e fiquei com muito medo ao escutar a respiração de um urso sem conseguir enxerga-lo.

Foto: Guilherme Bromberg/Arquivo Pessoal
Foto: Guilherme Bromberg/Arquivo Pessoal

Além de que, a temporada de 2017 foi um dos anos mais difíceis de toda a história da trilha em decorrência do nível excessivo de neve acumulada e de todos incêndios que ocorreram. No ano foram registradas 7 mortes na trilha, por motivos como, insolação, quedas de precipícios e afogamentos nas tentativas de cruzar os riachos.

TNF: Quais foram as maiores conquistas e aprendizados?

GB: A maior conquista foi ter chegado ao Canadá dentro do prazo idealizado com saúde, trilhando continuamente, sem pular etapas da trilha aberta (os incêndios selvagens fecharam oficialmente diversos trechos da trilha).

Quanto à questão dos aprendizados, diria que aprendi a precisar de muito pouco e de apreciar ainda mais a simplicidade das coisas.  Na verdade, acho que ainda não digeri suficientemente tudo que vivi para especificar todos aprendizados.

Foto: Guilherme Bromberg/Arquivo Pessoal
Foto: Guilherme Bromberg/Arquivo Pessoal

TNF: Qual é a sua melhor lembrança?

GB: Seriam LEMBRANÇAS, no plural e em caixa alta! rsrsrs

Os crepúsculos, as alvoradas são as minhas favoritas, a cultura da trilha e as pessoas, as montanhas, o infinito do horizonte, a sensação de unidade com aquele ecossistema, mas, essencialmente, o silêncio externo e interno.

Foto: Guilherme Bromberg/Arquivo Pessoal
Foto: Guilherme Bromberg/Arquivo Pessoal

TNF: O que não pode faltar na mala de quem vai para a PCT?

GB: Na mochila da PCT só deve se carregar o que não pode faltar, nada mais, nada menos!

TNF: O que você tirou de lição depois de tantos quilômetros quase solitários?

GB: Foram tantas que fica difícil começar a descrever, mas de bate pronto comento 2 que foram constantes … A Dor é inevitável, mas sofrer é uma opção, lição decorrente das constantes dores físicas, não me lembro nenhum dia sequer dos 145 dias que passei na trilha sem sentir alguma dor.

Outra lição é muito relacionada à minha pratica budista de observação da mente e da importância de controlar os próprios pensamentos, principalmente quando se entra em “looping” negativo. Eu sempre fiz questão de caminhar sem qualquer tipo de música ou podcast (super comum entre os jovens), por ser importante para a segurança e até um privilégio para escutar melhor a natureza e seus habitantes.  O diálogo interno é algo constante e pode ser algo muito incômodo dependendo do que se deixa vir, e se faz extremamente necessário controlar, frear e mudar a direção destes pensamentos negativos. O meu truque para isso foi a constante recitação do Daimoku.

Foto: Guilherme Bromberg/Arquivo Pessoal
Foto: Guilherme Bromberg/Arquivo Pessoal

TNF: Essa experiência modificou a sua vida ou o seu olhar sobre o mundo de alguma forma?

GB: Acho que corroborou muito com a minha filosofia e prática budista de vida, mas foi uma experiência e uma aventura fora de série. Eu me sinto realmente privilegiado de ter sido o 1º homem brasileiro a completar a Pacific Crest Trail continuamente numa mesma temporada e num ano completamente fora dos padrões e de condições extremas.

TNF: Quais conselhos você daria para alguém que quer fazer o mesmo?

GB: Trilhe 1 dia, 1 semana, 1 mês, vários meses, de qualquer trilha de qualquer lugar e se for de longa distância melhor ainda… Consiga tempo para recarregar-se imerso na Natureza!

Planeje com cuidado e atenção. Saiba encontrar as informações corretas que correspondam ao seu estilo/personalidade, descubra o seu propósito que valide todo o esforço para a conclusão da aventura e, principalmente, não compita com ninguém nem com nada.  Aproveite a jornada, não se prenda apenas ao objetivo de concluir, levante sempre a cabeça, olhe ao redor, sinta aquela energia toda, aquele ecossistema com todo o seu ser, não só com o seu intelecto e seus pré-conceitos, aceite o inesperado e incontrolável, divirta-se mas tenha sempre um plano de segurança, fuga ou resgate caso necessite.

 

 

A diversidade natural e a excelente estrutura turística chilena foram mais uma vez reconhecidas. Recentemente o Chile foi escolhido como o melhor destino do mundo para o turismo de aventura. A nomeação veio com a conquista do prêmio World Travel Awards, que anualmente avalia e ranqueia diversos pontos ligados ao turismo.

Esta não é a primeira vez que o nosso vizinho fatura o prêmio. Em 2016 ele também foi considerado o melhor destino do mundo para o turismo de aventura e, há três anos consecutivos, ele fatura o título entre os competidores da América Latina. As praias brasileiras, a floresta amazônica ou as estações de esqui argentinas não foram suficientes para competir com o enorme leque de opções que os turistas encontram no Chile.

Cordilheira dos Andes - Foto: Fbar/Flickr - Creative Commons
Cordilheira dos Andes – Foto: Fbar/Flickr – Creative Commons

Quem resolve se aventurar em terras chilenas consegue explorar desde as montanhas nevadas dos Andes até a aridez do Deserto do Atacama. No meio dessa viagem, ainda é possível dar uma esticada até a mística Ilha de Páscoa ou fazer uma parada para surfar nas famosas praias de Iquique.

Laguna Miscanti, Chile - Foto: Dimitry B./Flickr - Creative Commons
Laguna Miscanti, Chile – Foto: Dimitry B./Flickr – Creative Commons

Portugal também levou a melhor

Na categoria regular de turismo, o destaque ficou por conta de Portugal, eleito o melhor destino turístico do mundo. Os portugueses ainda foram escolhidos como o melhor destino de praia na Europa, superando países mais badalados, como Grécia, Espanha e Itália.

Mais resultados

O World Travel Awards avalia os mais diversos serviços ligados ao turismo. O ranking completo inclui os melhores hotéis, companhias aéreas, destinos sustentáveis e esportivos, entre outras coisas.

Para ver a lista completa, clique aqui.

Nesta semana São Paulo completa 464 anos. Para comemorar do jeito que nós mais gostamos, nós separamos algumas dicas de atividades de aventura que podem ser feitas sem precisar sair da cidade. Já adiantamos que, se você pensa que São Paulo é só asfalto, você está muito enganado!

  1. Atividades aquáticas

As Represas Billings e Guarapiranga estão localizadas na zona sul da capital. Além de serem dois dos principais reservatórios de abastecimento da cidade, elas também são perfeitas para as mais diversas atividades náuticas. Em ambas é possível velejar, andar de jet-ski, praticar wakeboard, wind surf, standup paddle e muito mais.

Foto: Vi Neves/Flickr - Creative Commons
Foto: Vi Neves/Flickr – Creative Commons
  1. Escalada

Se você quer ter o seu primeiro contato com o esporte ou simplesmente fazer um treino extra dentro da cidade, é possível visitar um dos ginásios de escalada indoor. Entre os mais famosos estão a Cada de Pedra e o 90 Graus. Em ambos é possível pagar apenas pela diária e alugar os equipamentos de segurança necessários para a prática esportiva.

  1. Pedalada na cidade

Além das ciclovias e parques, aos domingos e feriados a cidade de São Paulo ganha também o movimento das ciclofaixas de lazer. A estrutura reserva uma das faixas de ruas e avenidas par ao uso exclusivo dos ciclistas, assim crianças e adultos podem vivenciar a experiência de pedalar por São Paulo com muito mais segurança. A CicloFaixa funciona entre as 7h e 16h e interliga alguns dos principais parques, ciclovias e áreas turísticas da cidade. Veja mais informações aqui.

Foto: Reprodução/Movimento Conviva
Foto: Reprodução/Movimento Conviva
  1. Cachoeira da Usina

Localizada no extremo sul da capital, na região de Parelheiros, esta é uma das cachoeiras mais bonitas de São Paulo. Para chegar até a água, no entanto, é preciso encarar uma trilha de 9km. Mas, não desanime, porque este roteiro, que inclui passagem pelos trilhos do trem, muitas árvores e pequenas piscinas naturais é um espetáculo à parte.

Veja aqui outras cachoeiras próximas à São Paulo.

  1. Rapel Urbano

A organização VerticalNegativoSP está organizando uma maratona especial com rapel e jump para comemorar o aniversário de São Paulo. O evento acontece na Ponte Sumaré e é aberto a qualquer pessoa. Veja aqui mais informações sobre valores e reservas.

 

 

O Ultra Trail Mont-Blanc é uma das corridas de montanha mais desejada por atletas do mundo inteiro. Ter a oportunidade de correr em uma das paisagens mais bonitas e desafiadoras do mundo, no entanto, não é para qualquer um. Além de ter que alcançar um índice, a participação na prova também depende de um sorteio realizado pela organização do evento. O resultado do sorteio de 2018 saiu recentemente e o Brasil será representado por um time de peso. Depois de ter ficado de fora da edição de 2017, Rosalia Camargo está entre os nomes confirmados para este ano, na categoria 170km. Esta é a segunda vez que a carioca tem a oportunidade de disputar esta prova e, apesar de ter comemorado muito a participação, o foco agora está todo na preparação.

Sobre a prova

Não é à toa que a procura pelo Ultra Trail Mont-Blanc é alta. A prova passa por um cenário espetacular, com trilhas que passam por montanhas e contornam grandes lagos. Quem assim como Rosalia corre os 170km têm a oportunidade de passar por 18 cidades em três países: França, Itália e Suíça.

Os desafios vão além da distância, com as inúmeras subidas e descidas, que somam uma elevação de mais de 10 mil metros. Para a edição de 2018, o UTMB contará com a participação de mais de 7 mil atletas, divididos em 6 categorias, que vão desde 15km até impressionantes 300km.

Na categoria 170km, o UTMB, Rosalia contará com a companhia de outros 11 brasileiros.

Foto: Rosalia Camargo/Arquivo Pessoal
Foto: Rosalia Camargo/Arquivo Pessoal

A expectativa

Ter a pontuação necessária não garante a participação dos atletas da competição. Portanto, além de ser rápido nas trilhas, é preciso contar com a sorte e controlar a ansiedade, o que talvez seja ainda mais complicado do que encarar as subidas de Chamonix.

“Para conseguir participar do sorteio para correr os 170km do UTMB eu precisava ter 15pts acumulados em 3 provas. E em dezembro, assim que abriram as vagas eu me inscrevi. Eu estava super ansiosa, pois no ano passado não havia sido sorteada, e no dia 13 de Janeiro 2018, às 7h da manhã, tive essa surpresa super boa! Fui aceita para correr a prova de Trail Run mais desejada do mundo!”, conta Rosalia.

A preparação

Com o nome na lista, a preocupação agora é exclusivamente com a preparação que, segundo a atelta, começa no próximo mês. Os treinos continuam fortes e a atleta vai disputar duas provas específicas já visando o UTMB. A primeira delas acontece no final de fevereiro, quando Rosalia correrá 80km em Passa Quatro – MG. Logo na sequência ela embarca para um desafio ainda maior: 160km na Patagônia. Depois disso vem a parada mais esperada do ano: Chamonix.

O UTMB acontece em agosto de 2018 e nós vamos ficar na torcida pela Rosalia e por todos os brasileiros que vão nos representar nas montanhas europeias.

 

 

Se você está ansioso para curtir a programação dos XGames de inverno, fique tranquilo. A espera está quase no fim! Na próxima semana os atletas mais radicais do mundo estarão em Aspen disputando títulos em diversas modalidades radicais de inverno.

Durante quatro dias, participantes de diferentes países vão competir em categorias como snowboarding, skiing, snowmobile e snow bike. Para deixar o evento ainda melhor, os esportes são combinados com uma série de shows. Como música e aventura andam muito juntas, para quem vai acompanhar de longe, os organizadores criaram uma playlist especial no Spotify (veja aqui), para que os fãs possam ouvir enquanto conferem as imagens maravilhosas dos atletas.

O evento começa no dia 25 de janeiro e vai até o dia 28. A programação começa entre 10h e 12h do horário local de Aspen (5h a menos do que o horário de Brasília) e se estende até o final do dia.

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A transmissão é feita oficialmente pela ESPN. O canal não incluiu o evento na grade brasileira, mas os amantes dos esportes radicais podem conferir tudo pelo site ESPNPlay e também pelas redes sociais do XGames.

Se você quer saber todos os detalhes da programação, clique aqui.

 

Muitos brasileiros sonham em percorrer o Caminho de Santiago. O roteiro histórico, que passa por diferentes países europeus, atrai visitantes do mundo inteiro interessados em uma jornada de reflexão e aventura. Para quem está se organizando para fazer o Caminho de Santiago, uma opção para se preparar e começar a sentir o gostinho deste tipo de viagem é fazer primeiro o Caminho do Sol.

A caminhada

Localizado no interior de São Paulo, este caminho oferece diferentes versões, dependendo do tipo de locomoção escolhida. Para os peregrinos (pessoas que fazem a viagem caminhando) o trajeto passa por 12 cidades, somando 214 quilômetros, que, normalmente são percorridos em 11 dias.

A caminhada começa em Santana de Paranaíba, na Grande São Paulo, e o caminho segue até a cidade de Águas de São Pedro, sendo finalizada exatamente na “Casa de Santiago”, perante uma imagem do Apóstolo Tiago, inspiração para o Caminho brasileiro e para o Europeu. Nos dias mais leves, os peregrinos percorrem 14 km, enquanto nos dias mais puxados, as caminhadas somam até 28 km.

De acordo com a organização do Caminho do Sol, o trajeto está distante de áreas urbanizadas e, por isso, passa por muitas terras particulares. Por não ser, então, um caminho público, os aventureiros precisam respeitar regras e normas determinadas pelos donos das propriedades que estão no caminho. Isso, no entanto, não é nenhum impeditivo. Para garantir a segurança em todo o percurso, os peregrinos precisam respeitar as datas de saída dos grupos (que você pode consultar aqui). Além disso, é necessário se inscrever no site da organização Caminho do Sol para que seja possível fazer a reserva no grupo, as hospedagens e para que os organizadores possam informar os proprietários por onde o grupo passa sobre os integrantes que farão a caminhada.

Peregrinos fazendo o Caminho do Sol. – Foto: Divulgação.

Bicigrinos

Assim como acontece no Caminho de Santiago, muitos viajantes optam por fazer essa jornada de bicicleta. Neste caso, a versão paulista do Caminho tem quatro opções diferentes de rotas. A mais longa delas, chamada de Rota Laranja, tem 5 dias de duração e 138 quilômetros de distância. A Rota Vermelha, é a mais rápida entre todas as opções, mas isso não significa que elas seja mais fácil. São 241 km e em um dos dias, o ciclista precisa pedalar 96 km.

Diferente dos peregrinos, os bicigrinos não precisam iniciar o caminho com um grupo ou com data marcada. É possível começar a viagem em qualquer momento. No entanto, a organização Caminho do Sol pede que todos os viajantes se cadastrem antes de iniciar a viagem, para que seja possível informar os donos das propriedades por onde o roteiro passa e já fazer as reservas de hospedagem e restaurantes. Ao se inscrever, todos os participantes recebem instruções sobre os cuidados e normas a serem seguidos em todo o roteiro.

Veja abaixo o vídeo com instruções para quem vai fazer o Caminho do Sol de bike:

Clique aqui para mais informações.

 

Correr já é uma atividade física proporciona bem-estar e uma sensação de felicidade comprovada cientificamente. A liberação de endorfinas e a ativação do hormônio leptina são as explicações fisiológicas para este sentimento. Mas, quando somado a isso nós podemos contar com uma paisagem natural exuberante, esta alegria alcança níveis incalculáveis, os corredores de montanha que o digam.

Muitos atletas costumas planejar suas férias baseados em provas que desejam correr, seja dentro do próprio país ou no exterior. A lista de desejos passa pelos mais diversos estilos, paisagens e níveis de dificuldade, mas algumas maratonas são tão impressionantes que rondam os sonhos de quase todo corredor que tem o desejo por aventuras correndo nas veias.

Nós separamos 10 maratonas que todo corredor de montanha sonha em correr.

Obs: Já adiantamos que continuar essa leitura pode ser perigoso, já que é impossível não ficar fascinado por elas! 😉

  1. Maratona do Everest

Não tem como se impressionar com a corrida na montanha mais alta do mundo. Mas, essa prova não é para qualquer um. Além de ter que lidar com a neve e o vento, é preciso superar todas as dificuldades que a altitude traz, principalmente o ar rarefeito, já que a corrida começa a 5.364 metros de altitude e desce 2 mil metros até o ponto de chegada.

Distâncias: 21km, 42km e 60km.

Foto: Reprodução/Facebook
Foto: Reprodução/Facebook

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  1. Maratona da Grande Muralha

Apesar de ter partes do trajeto que passam por trilhas e pequenas ruas de terra, o grande desafio desta corrida são mesmo os 3.700 degraus que os corredores precisam subir e descer para atravessar a Grande Muralha da China. Mesmo com a dificuldade, poder correr em um dos patrimônios arquitetônicos e culturais mais importantes e antigos do mundo é uma sensação indescritível.

Distâncias: 8,5km, 21km e 42km.

Foto: Reprodução/Facebook
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  1. Maratona Rapa Nui

Rapa Nui é o nome dado ao povo nativo da Ilha de Páscoa. O destino, no meio do Oceano Pacífico, atrai corredores em busca de uma experiência mais misteriosa. O percurso passa pelas famosas estátuas moais e por belas praias.

Distâncias: 10km, 21km e 42km

Foto: Reprodução/Facebook
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  1. The Big Five Marathon

Esta maratona, que acontece na África do Sul, é um verdadeiro Safari à pé. Os participantes correm dentro da reserva de Entabeni, onde é possível avistar leões, leopardos, búfalos, rinocerontes e elefantes, entre outros animais. Para garantir a segurança, os corredores são acompanhados por guardas locais ao longo de todo o percurso.

Distâncias: 21km e 42km

Foto: Reprodeção/Facebook
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  1. Barkley Marathon

Esta prova já inspirou filmes, livros e documentários. A Barkley Marathon está entre as corrida mais difíceis do mundo e é justamente este fato que a torna tão desejada. A prova tem 160 km, desníveis que somam 18 mil metros e o pior: os participantes precisam finalizar a corrida em até 60h contando apenas com a ajuda de uma bússola e um mapa. Não é à toa que, em 30 anos de história, apenas 14 pessoas conseguiram completa-la.

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução
  1. Maratona do Sol da Meia-Noite

Parece estranho, mas esta prova acontece sob o sol, mesmo que o horário de previsto para o fim da prova seja à meia-noite. O fenômeno que acontece durante o verão do extremo hemisfério norte é uma oportunidade inigualável de ter uma experiência única. A corrida acontece na Noruega e mesmo em condições tão peculiares e com algumas montanhas ainda cobertas por neve, a temperatura durante a prova são agradáveis 15ºC.

Distâncias: 4,2km, 10km, 21km e 42km.

Foto: Reprodução/Facebook
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  1. Spartathlon

Esta prova de altíssimo nível permite que corredores revivam os históricos 246km que separar Atenas e Esparta, na Grécia, e foram percorridos por Fidípedes, no ano de 490 a.C, evento que originou o conceito de “maratona”.  A longa distância e as inúmeras subidas, no entanto, exigem um enorme preparo físico e mental.

Foto: Divulgação
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  1. Maratona de Kauai

Esta prova que acontece no Havaí é de uma beleza e diversidade únicos. A largada acontece antes mesmo do dia clarear, assim, os corredores podem apreciar um maravilhoso nascer do sol durante a corrida. Além disso, o percurso passa por praias, áreas de florestas e até mesmo vulcões.

Distâncias: 21km e 42km

Foto: Reprodução/Facebook
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  1. Maratona da Antártica

Poucos corredores se arriscam nesta prova, mas quem tem a oportunidade de viver esta experiência nunca mais a esquece. Os desafios são muitos e enormes. A começar pela temperatura, cuja sensação térmica gira em torno dos -50ºC, depois os corredores precisam lidar com ventos de até 200 km/h, somado ao reflexo impetuoso do sol, que se desprezado, pode até cegar. Correr nesta imensidão de gelo é realmente uma prova que testa todos os limites de um atleta.

Distâncias: 21km, 42mk e 100km

Foto: Marcelo Alves/Arquivo Pessoal
Foto: Marcelo Alves/Arquivo Pessoal

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  1. Jungle Marathon

Se a Barkeley Marathon assustou, a Jugle Marathon não fica muito atrás. Esta é uma verdadeira corrida pela sobrevivência, no coração da Floresta Amazônica. A prova é considerada uma das mais difíceis do mundo e os atletas que optam por este desafio têm que superar pântanos, travessias, calor, muita umidade e a preocupação constante com os animais que vivem na floresta.

Distâncias: 42km, 127km e 254km.

junglemarathon

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O Instituto Dharma acaba de publicar o segundo livro de fotografia “Dharma. Diversos olhares. Sem Fronteiras”. O lançamento oficial acontecerá em duas de nossas lojas, com a presença dos autores Karina Oliani e Andrei Polessi. O primeiro evento acontece no dia 19/01, na The North Face do Shopping Iguatemi Campinas e o segundo no dia 25/01 na The North Face do Shopping Leblon.

O livro traz 224 páginas coloridas, com quase 170 imagens. Fotos emocionantes, selecionadas entre milhares de fotos. Registros visuais que primam, não só pela beleza estética, mas principalmente pelas histórias vividas e personagens que cruzaram os caminhos dos autores nesses últimos 2 anos de trabalhos do Instituto Dharma.

Muito mais que um livro de fotografia, esta nova edição do Dharma significa, sobretudo, esperança. Traduz a vontade de um grupo de pessoas, unidas pelo ímpeto único de transformar o mundo à sua volta. Gente comum, que acredita que as mudanças ocorrem com ação, não com opinião. Profissionais talentosos que emprestaram seus olhares sensíveis e precisos, para registrar as expedições do Instituto Dharma durante dois anos. O resultado são imagens que primam não só pela beleza estética, mas principalmente pela riqueza das histórias vividas e dos personagens retratados. Registros que vão do sertão do Piauí aos vales de Patle e do Khumbu, no Nepal. Que vão da região de Zanskar, no Estado da Caxemira, na Índia, até o topo do Monte Roraima, na Venezuela. Imagens que inspiram, emocionam e levam o leitor a viajar por lugares remotos e exóticos, mostrando povos e culturas singulares, em paisagens impressionantes. Um trabalho que também teve um impacto prático de transformação social, em cada uma das comunidades visitadas.
Um exemplo de que, de fato, podemos ser a mudança que queremos ver no mundo. Afinal de contas, não é a força, mas a perseverança que realiza grandes coisas. E o Instituto Dharma não tem pressa. Tem é propósito.

dharma_capa

Além de Karina Oliani e Andrei Polessi – idealizadores e fundadores do Instituto Dharma – vários outros fotógrafos têm seus trabalhos incluídos nessa publicação. Profissionais que participaram das ações do instituto e registraram, in loco, os trabalhos realizados. São eles: Marcelo Rabelo, Henrique Mourão, Roberta Recoder, Marlise Carvalho, João Cláudio Lyra, Pemba Sherpa, Camilla Kinker e Adilon Braz do Couto Junior.

Obs: 100% da renda da venda desta publicação é revertida para as ações humanitárias do Instituto Dharma pelo mundo.

Serviço:

Lançamento do 2º livro de fotografia Dharma com sessão de autógrafos

19/01 – The North Face do Shopping Iguatemi Campinas, a partir das 19h

Av. Iguatemi, 777 – Loja 141

Vila Brandina – Campinas – SP

25/01 – The North Face do Shopping Leblon, a partir das 19h

Av. Afranio de Melo Franco, 290 – Loja 311 C/D

Leblon – Rio de Janeiro – RJ

A China é cheia de mistérios, histórias e, apesar de ser conhecida por suas enormes fábricas e pela poluição da capital, também tem algumas das paisagens mais exuberantes do mundo. Um dos destinos que mais impressionam é o Parque da Floresta Nacional de Zhangjiajae, na província de Hunan.

Repleto de cânions e com uma estrutura totalmente voltada para o turismo, o parque, que é considerado um patrimônio natural da humanidade pela Unesco, atrai visitantes do mundo inteiro e foi usado como inspiração para um dos filmes de maior sucesso de bilheteria da história: Avatar.

Apesar de ser tão distante do Brasil, o Parque de Zhangjiajae é uma opção que enche os olhos dos aventureiros e, com certeza, vale cada esforço. Para chegar até a área do parque é possível viajar de trem ou de avião, partindo da capital chinesa Pequim ou de Xangai. Na região do parque é possível se deslocar através de ônibus, vans, teleféricos e até elevadores, que levam os turistas ao topo de montanhas e plataformas suspensas.

Apesar das várias opções para locomoção nos arredores e dentro do parque, a melhor escolha é mesmo a caminhada. O ingresso para o parque permite que os turistas acessem o local por até quatro dias. Portanto, se este é um dos seus roteiros de viagem, é possível planejar trilhas de diferentes níveis, acessando cada dia uma área e uma atração diferente.

Alguns destaques

O Pilar Celestial é a montanha que inspirou o filme Avatar e que no longa ficou conhecida como Hallelujah Mountain. Em algumas edições de divulgação, esta é a paisagem usada em pôsteres e nas capas dos filmes. Mas, este não é o único ponto famoso dentro do parque. É em Zhangjiajie também que está um dos maiores, senão o maior, elevador panorâmico do mundo. O Hundred Dragon chega a 335 metros de altura e os visitantes levam 2 minutos até concluir a subida. No entanto, é preciso ter muita paciência para viver esta experiência, já que as filas podem ultrapassar 2h de espera na alta temporada.

Foto: John Philip/Flickr - Creative Commons
Foto: John Philip/Flickr – Creative Commons

Outra atração que não pode passar é a Ponte de Vidro de Zhangjiajie, simplesmente a maior do mundo. Inaugurada em 2016 esta ponte ficou famosa em todo o mundo por ter impressionantes 430 metros de comprimento e estar a 300 metros do chão. Se esta ponte de vidro ainda não foi suficiente para garantir a cota de emoção, é possível aproveitar a viagem para ir até a Tianzi Mountain, com seus 1.182 metros de altura e uma vista maravilhosa.

Ponte de Vidro - Foto: Wikimedia Commons
Ponte de Vidro – Foto: Wikimedia Commons

Quando ir

A melhor época para visitar o Parque da Floresta Nacional de Zhangjiajie é entre os meses de setembro e outubro, quando o clima está confortável e a visitação ainda não é tão intensa.

Esses são apenas alguns destaques deste destino. Mas, as opções para os aventureiros são muito além disso. Os vales, rios, montanhas e, principalmente, a biodiversidade local fazem qualquer viagem valer a pena. Aqui você pode ter mais detalhes sobre este parque, reservas, como chegar, preços e muito mais.

 

 

 

Imagine um mundo em que as árvores conseguem se comunicar… Parece ficção científica, não é? Mas, de acordo com os resultados de uma pesquisa realizada por uma cientista canadense é justamente isso o que acontece no nosso mundo (o real mesmo!). Após anos estudando o comportamento das árvores, a ecologista florestal Suzanne Simard lançou um estudo explicando que as árvores podem interagir entre si.

A descoberta de Suzanne, no entanto, não tem a ver com um tipo de comunicação baseado no som. A interação acontece através de uma rede subterrânea que liga as plantas por meio de fungos. Esta conexão proporciona a ferramenta necessária para que as árvores sejam capazes de trocar nutrientes, colaborando para o desenvolvimento e crescimento mútuo.

A base para as análises da canadense foi a observação de teias de fungos, que costumam crescer no solo das mais diversas florestas. Os cientistas, então, coletaram este material e levaram aos laboratórios, onde foi possível entender que as teias funcionam como um elo entre as árvores. Esta “rede fúngica” é usada para que as árvores troquem carbono, água e nutrientes entre si.

árvores_crianças

Suzanne explicou que, sem esta interação entre as árvores desenvolvidas e as espécies mais novas, a maior parte das plantas nem conseguiria sobreviver na floresta. As árvores mais antigas funcionam como “árvores-mães” e os pesquisadores descobriam que a conexão entre os exemplares é tão forte que, se uma dessas grandes árvores é cortada, a quantidade de membros das famílias mais jovens é drasticamente reduzida. Para visualizar melhor a importância disso, os cientistas chegaram a comparar esta relação com a sinapse que ocorre no próprio cérebro humano.

O resultado da experiência foi tão interessante que inspirou outros cientistas e virou um livro, escrito por Peter Wohlleben, que explica exatamente toda essa complexidade. Clique aqui para saber mais.