As montanhas servem de inspiração para muitas coisas. Elas nos desafiam a superar limites, renovam as nossas energias, ajudam a esvaziar a cabeça dos problemas, instigam novas ideias e também inspiram as mais diversas artes. Nós já mostramos aqui no Blog alguns exemplos de como a natureza molda a arte. Os desenhos da Luisa Mazarotto, por exemplo, trazem para o papel aquilo que ela vê em suas viagens. A Adriane Ferreira também foi buscar em suas experiências com trekking e escalada a inspiração para fazer desenhos, mas a “tela” escolhida foi mais inusitada: os próprios capacetes.
Adriane é paulistana, professora de artes e desenha desde que se conhece por gente. Mas, somente quando se preparava para subir uma alta montanha foi que surgiu a ideia de usar o seu talento para levar um pouco mais de vida e arte a um equipamento essencial nas mais diversas aventuras.
Tudo começou quando ela comprou o seu primeiro capacete de escalada. Ele era todo branco e parecia um tanto quanto sem graça. Pensando que ele seria usado em uma paisagem com neve, então ficaria totalmente misturado ao seu redor, não levou muito tempo para que Adriane pegasse suas canetas e logo transformasse um simples equipamento em uma “obra de arte”.
Adriane contou essa história pra gente e você pode conferir o relato na íntegra no depoimento abaixo:
Nasci e cresci na capital paulista, sempre rodeada por movimentos artísticos, sempre tive habilidades para desenho, mas foi quando terminei o Ensino Médio e ingressei na Faculdade de Artes Visuais que comecei a buscar incansavelmente por uma identidade visual minha. Desde então, criei o pseudônimo Drilify, que significa Dri + lify(e) de vida, a Vida da Dri, como uma viagem para meu mundo. Terminei o ensino superior em 2013 e passei a lecionar Artes nas escolas públicas do Estado de São paulo. Foi só em 2015 que comecei a expressar meu amor pelas montanhas através da fotografia (@drilify) e em 2018 senti o renascer para a arte de desenhar a natureza e as montanhas. Talvez esse interesse só tenha se consolidado com as minhas incursões à montanha e a minha descoberta por novos materiais para pintura.
Em julho de 2018 eu fiz o Circuito pelo Maciço Ibiteruçu, no Paraná. Quando voltei, eu fiz meu segundo desenho de Montanha:
Desde 2015, então, tenho caminhado cada vez mais para dentro do montanhismo através de trilhas e travessias com amigos que me ajudaram muito nessa caminhada, principalmente para realizar meu sonho de estar numa Alta Montanha. Desde a volta da minha viagem ao Peru, quando subi a minha primeira montanha de altitude, tenho desenhado em capacetes de escaladores que buscam na minha arte uma forma de eternizar alguma aventura em especial.
Como surgiram os capacetes?
Um mês antes de ir para a minha primeira viagem para trekking e escalada em alta altitude, comecei a comprar meus equipamentos. Quando chegou o meu capacete branco, pensei: por que não pintar ele? Como era branco, na neve não iria chamar tanta atenção. Então, pintei ele para ser um item de segurança bem útil em caso de queda em gretas. Quando postei a foto no meu Instagram, houve bastante incentivo e para mim a mensagem de que essa seria uma forma de usar a arte para lembrar que o capacete também faz parte do Montanhismo e é essencial para se chegar com segurança e ter o êxito na escalada!