Inspiração

O contato com a natureza é transformador. Chegar ao cume de uma montanha ou finalizar uma travessia geram sentimentos indescritíveis, que apenas quem já viveu consegue entender. A energia que a natureza emana é tão forte que provoca uma série de reflexões. Foi exatamente isso que aconteceu com a paulistana Adriane Ferreira (@drilify). Foram as montanhas e viagens de aventura que a fizeram reconsiderar prioridades, valores e tirar sonhos do papel.

“Ir às montanhas foi o ponto inicial de toda minha motivação para viajar solo, lá aprendi a amar e a respeitar a natureza, a encontrar amigos e levar um pouco de cada cultura e história para dentro de mim, viver o desapego me fez refletir sobre o que eu queria levar para minha vida, se viver isolada, sem sentir o mundo, ou ir atrás daquilo que acreditava ser meu ‘Refúgio Artístico’.

Busquei conhecer lugares, pessoas e registrar cada momento com o olhar da fotografia. Houve uma hora em que a vontade de ir acima dos 3 mil metros de altitude me fez desenvolver habilidades que eu não acreditava ter. Eu já estava há tempos vendo palestras e vídeos de pessoas inspiradoras, estava na hora de fazer minha própria história, se ela desse certo ou não, eu estava disposta a arriscar.

Foto: Adriane Ferreira @drilify/Arquivo Pessoal

Durante o ano de 2018, eu desenvolvi atividades intensas para o planejamento da minha viagem ao Peru. Busquei nesse meio tempo entender todo geoplanejamento da rota que gostaria de fazer, o Trek Santa Cruz, graças ao conhecimento básico em mapas topográficos eu pude construir meu mapa de percurso. Foram seis meses se preparando fisicamente para aguentar as extremas adversidades que envolviam altitude e frio. Foi nessa busca que vi muita gente me apoiando. Dias antes da viagem, eu fiz um desenho no meu capacete, aquele que eu iria usar nas montanhas, fiz algumas montanhas que gostaria de visitar e também as que já subi.

Estar envolvida em outra cultura me fez cada vez mais sentir a sensibilidade artística que comecei a desenvolver. No ano seguinte, busquei escrever e relatar a minha presença, tanto pela arte, como pelas viagens e natureza nas redes sociais. Assim eu comecei a me sentir forte e empoderada. A ficha só caiu quando pessoas de várias partes do Brasil vieram me procurar e dizer que se sentiam inspiradas pela minha arte, que gostariam de dicas sobre como iniciar em trilha, como planejar uma viagem para fora, como registrar e valorizar os lugares pelo olhar fotográfico.

Foto: Adriane Ferreira @drilify/Arquivo Pessoal

Esse é o sentido pelo qual venho buscando viver. Tive todas as oportunidades que muitas pessoas gostariam de ter. Se eu estava preparada para todas elas? Acredito que nem todas, mas não deixei elas escorrerem pelas minhas mãos, agarrei e confiei que poderia buscar conhecer da fotografia à arte, das trilhas à escalada, das travessias à acampamentos, do pôr-do-sol ao nascer do sol. Sempre tento levar aos meus seguidores todo o sentindo e poder que toda mulher precisa para buscar escrever sua proporia história.

Sou grata a uma grande rede de mulheres que também conheci nesta minha pequena jornada!

Foto: Adriane Ferreira @drilify/Arquivo Pessoal

Escrito por

Thaís Teisen

Jornalista, formada pela FIAM-FAAM, com especialização em Mídias Digitais pela Universidade Metodista de São Paulo. É apaixonada por esportes, natureza, música e faz parte do time The North Face de Conteúdo Digital.