Inspiração

As mulheres já foram chamadas de “sexo frágil”, mas a verdade é que em toda a história as mulheres já suportaram muitas dificuldades e provaram que são fortes para aguentar qualquer perrengue. Ao decidir viajar sozinha, uma mulher se depara com uma série de desafios e dos mais diversos tipos. Nem sempre a experiência será um “mar de rosas”, mas, mesmo nas piores circunstâncias, ela vai ajudar a comprovar a força e a garra que as mulheres têm!

Foi assim que aconteceu com a bancária Aline Keyko Sanefuji (@aksanefuji). Em 2018 ela decidiu embarcar sozinha para um trekking no Peru. Nem tudo saiu como planejado. Ao invés de desanimar, ela voltou com uma certeza: ela aguenta muito perrengue e vai continuar desbravando esse mundão.

Foto: Aline Keyko Sanefuji/@aksanefuji

“Eu já tive medo de viajar sozinha. E quando se trata de uma mulher falando, o medo envolve uma lista enorme de preocupações e inseguranças que nenhum homem entenderia. Mas, como nunca gostei da ideia de depender de alguém para viajar e minha lista de destinos sempre foi ampla, decidi que esperar pela companhia certa ou datas que se conciliassem não era uma opção.

Fui atrás de empresas de aventura que guiassem trilhas em grupo tanto no Brasil quanto fora. Mas, em julho de 2018 resolvi fazer uma trilha sozinha (apenas com o guia e o cozinheiro), a Huayhuash no Peru, considerada uma das mais bonitas do mundo.

Os primeiros dias foram tranquilos, mas no terceiro dia de trekking, chegando em um acampamento que ficava acima dos 3.500m de altitude, comecei a ter uma tosse chiada. Como já havia tido essa tosse no ano anterior quando fiz a escada do Kilimanjaro, já sabia que estava com sintomas de um edema pulmonar. A diferença é que no ano anterior, eu tinha guias brasileiros que cuidaram de mim, tinham remédios e cilindro de oxigênio. Dessa vez eu estava sozinha. Meu guia não tinha cilindro de oxigênio e falou que teríamos que esperar amanhecer para sair da trilha em direção à cidade mais próxima. Foi a noite mais longa da minha vida. Foram 10 horas de agonia, sentada sozinha dentro da barraca. Deitar e dormir não era uma opção com o pulmão carregado de água, qualquer inclinação já me fazia tossir e cuspir água. Quando finalmente amanheceu, fui levada de cavalo até a cidadezinha mais próxima, mas como ela não tinha estrutura, fui de ambulância até Huaraz, onde fiquei internada por dois dias. Quando você é a sua própria companhia e passa por uma situação dessas você descobre que é mais forte do que pensava.

Foto: Aline Keyko Sanefuji/@aksanefuji

Somos feitos de histórias, sejam elas boas ou ruins. Essa experiência só me mostrou que eu aguento muito perrengue e me deu a certeza de que posso continuar explorando as belezas naturais desse mundo.” – Aline Keyko Sanefuji

Foto: Aline Keyko Sanefuji/@aksanefuji

Escrito por

Thaís Teisen

Jornalista, formada pela FIAM-FAAM, com especialização em Mídias Digitais pela Universidade Metodista de São Paulo. É apaixonada por esportes, natureza, música e faz parte do time The North Face de Conteúdo Digital.