O ano era 2019 e o Everest ganhava as páginas de jornais e sites do mundo inteiro após uma foto viralizar, mostrando uma fila de montanhistas aguardando para tentar atacar o cume. Um ano se passou e devido à pandemia do Covid-19, 2020 foi totalmente diferente. Às vésperas do início da temporada de montanha, quando, inclusive, os brasileiros já estavam praticamente de malas prontas rumo ao Everest, o Nepal fechou as fronteiras e cancelou todas as expedições. O Everest ficou vazio!
Foi necessário ter muita paciência e, mesmo em meio a algumas incertezas, a temporada de 2021 foi confirmada e os brasileiros que estavam sonhando com esse dia há mais de um ano, finalmente puderam embarcar em uma viagem rumo ao topo do mundo.
Aretha Duarte no Acampamento Base do Everest. | Foto: Gabriel Tarso
4 dos nossos parceiros estão neste exato momento no Acampamento Base, fazendo ciclos de aclimatação e se preparando para uma janela de ataque ao cume: @CarlosSantalena, @Aretha_Duarte, Gustavo Ziller (@gziller) e Gabriel Tarso (gtarso_). Eu conversei individualmente com cada um desses 4 montanhistas e trouxe os detalhes dessa expedição aqui pra vocês.
Se segure aí, porque esse Podcast vai te levar em uma viagem, na verdade em uma conexão direta entre o Brasil e o Everest.
Apertem os cintos e bora para o Acampamento Base!
Dizem que depois que uma mulher se torna mãe, a vida muda. Com certeza é isso mesmo que acontece com todas as mulheres. Após gerar uma criança o seu universo inteiro passa a ser aquele pequeno “serhumaninho” que está sob sua responsabilidade.
Mas, essa mudança não precisa ser negativa. Nenhuma mulher precisa deixar os seus próprios sonhos de lado a partir do momento em que se torna mãe. Também ninguém aqui está dizendo que esse processo é fácil, mas com uma ou outra adaptação, é possível seguir vivendo grandes aventuras e continuar correndo atrás dos sonhos, por maiores ou mais doidos que eles possam parecer.
Para contar um pouco dessa rotina e dessa vida de mães que viajam com filhos e que encontraram na maternidade mais uma forma de realização, eu vou conversar com duas mulheres incríveis: Gabriela Rosinato, que é mãe da Vitória, e @maatenorio, que é mãe da Gabi. Vocês podem não acreditar, mas essas duas mães já foram com os filhos para alguns dos lugares mais incríveis e remotos da Terra.
É possível ser mãe e continuar a viver muitas aventuras. | Foto: Marcela Tenório/Arquivo Pessoal
Se você quer uma dose de inspiração neste Dia das Mães, dá um play, porque essa conversa está cheia de histórias boas, dicas e alguns perrengues que as câmeras e o instagram às vezes não mostram.
A escalada começou a ganhar notoriedade no Brasil lá pelos anos de 1900 e pouquinho, quando o Dedo de Deus foi conquistado pela primeira vez. De lá pra cá muita coisa mudou e, apesar de ainda estar engatinhando no Brasil, esse esporte ganha cada vez mais praticantes. A escalada é um esporte completo e complexo. Além de proporcionar uma série de benefícios ao corpo e à mente, dependendo da modalidade escolhida, é possível mergulhar totalmente na natureza, mas se você quiser, também pode praticar o esporte dentro de um ginásio ou de uma academia. Não importa qual seja o seu tipo de escalada, uma coisa é certa: dificilmente você estará sozinho! A escalada conecta pessoas e cria uma comunidade de apaixonados pelo esporte e pela natureza. Se você tem vontade de conhecer mais sobre esse assunto ou quer começar a praticar mas não sabe muito como ou para onde ir, esse Podcast é pra você!
Foto: Vinicius Popoh / Arquivo Pessoal
No papo dessa semana os convidados são o @lukssato, que é guia e instrutor de escalada, além de ser um super parceiro nosso, e o @marcospaluci, que é engenheiro e escalador amador, iniciado no esporte há seis anos.
A escalada começou a ganhar notoriedade no Brasil lá pelos anos de 1900 e pouquinho, quando o Dedo de Deus foi conquistado pela primeira vez. De lá pra cá muita coisa mudou e, apesar de ainda estar engatinhando no Brasil, esse esporte ganha cada vez mais praticantes.
A escalada é um esporte completo e complexo. Além de proporcionar uma série de benefícios ao corpo e à mente, dependendo da modalidade escolhida, é possível mergulhar totalmente na natureza, mas se você quiser, também pode praticar o esporte dentro de um ginásio ou de uma academia. Não importa qual seja o seu tipo de escalada, uma coisa é certa: dificilmente você estará sozinho!
Foto: Vinicius Popoh / Arquivo Pessoal
A escalada conecta pessoas e cria uma comunidade de apaixonados pelo esporte e pela natureza. Se você tem vontade de conhecer mais sobre esse assunto ou quer começar a praticar mas não sabe muito como ou para onde ir, fique por aí, porque esse Podcast é pra você!
Neste papo os convidados são o Lucas Sato, que é guia e instrutor de escalada, além de ser um super parceiro nosso, e o Marcos Paluci, que é engenheiro e escalador amador, iniciado no esporte há seis anos.
O
aeroporto de Lukla é famoso mundialmente por dois motivos, primeiro por ser a
porta de entrada para quem sonha em conhecer o Everest, segundo porque este aeroporto
é considerado um dos mais perigosos do mundo. A realidade é que sua beleza é
encantadora e a sua história cheia de curiosidades. Nós separamos algumas delas
aqui para vocês.
Aeroporto Tenzing-Hillary
O
aeroporto de Lukla na verdade se chama Tenzing-Hillary, em homenagem aos primeiros
escaladores a conquistarem o Everest, no ano de 1953: Tenzing Norgay e Edmung
Hillary. Além do nome, o próprio Hillary foi um dos principais responsáveis
pela existência do aeroporto, sendo que ele mesmo comprou as terras em que a
estrutura foi construída.
Alta
temporada cheia
Apesar
de receber apenas aviões de pequeno porte, capazes de pousarem em pistas
curtas, durante a alta temporada a movimentação no aeroporto é enorme. A principal
rota de aviação é a ligação entre Catmandu e Lukla, em voos que duram, em
média, 30 minutos. No período que vai de abril a maio e entre setembro e
outubro o aeroporto chega a receber uma média de 100 voos diários.
Pista
inclinada
Com pouco mais de 500 metros de comprimento e localizado entre as montanhas, em uma área com alta variação climática e muito vento, a saída encontrada para deixar os pousos mais seguros foi construir a pista com inclinação de 12%. Esse formato facilita a frenagem e também auxilia na aceleração na hora em que os aviões precisam levantar voo.
Pouso no aeroporo de Lukla. | Foto: Siddharth Jadhav / Unsplash – Creative Commons
Sherpas
foram essenciais
O
local em que o aeroporto está construído não era a primeira opção de Hillary,
mas como foi a área disponível para compra, tudo teve que ser adaptado. Até
hoje os sherpas são os grandes responsáveis em viabilizar as expedições
nepalesas. Não seria diferente durante a construção do aeroporto. Dizem que o
solo era tão ruim, que Hillary pagou para a comunidade local de sherpas passar
meses pisoteando o solo, para que se tornasse mais compacto e resistente para
suportar a pista de pouso.
Você já parou para pensar que todos os seus hábitos impactam o planeta de alguma forma? Cada uma das nossas escolhas e atitudes pode colaborar para transformar a Terra em um lugar melhor. Pode até parecer pequeno, mas quanto mais pessoas trabalhando com o mesmo propósito, maior será o impacto positivo no planeta!
Falando nisso, todo aventureiro que se preze sabe bem que é nossa responsabilidade cuidar da natureza hoje para que as próximas gerações também possam aproveitar todas as maravilhas que esse mundão tem a oferecer. Por isso, durante o mês de abril nós vamos falar bastante sobre sustentabilidade nas nossas redes para que você se inspire e também para que pegue algumas dicas práticas de como você pode ajudar a transformar o mundo em um lugar melhor.
Foto: Gabriel Tarso
Para começarmos com o pé direito, no podcast dessa semana nós recebemos a apresentadora, @marianabritto.oficial, e o empresário e ambientalista @caitoqueiroz. Essa dupla, pra quem não sabe, acabou de lançar o “Guia de Comportamento Responsável na Montanha”, que foi feito a partir da experiência que eles tiveram no trekking que leva ao acampamento base do Everest. E, apesar de ter sido desenvolvido com foco em um local específico, esse material traz uma série de dicas que podem ser aplicadas em qualquer lugar do mundo.
Bora repensar nossas atitudes para transformar o mundo em um lugar melhor?
O
Everest é a montanha mais alta da Terra, com 8.848 metros de altitude. Todos os
anos, durante a temporada de escalada, alpinistas de diversos países vão até o
Nepal em busca do sonho de chegar ao topo do mundo. No entanto, nem todos que vão
até lá têm o preparo necessário para alcançar o cume, o que acaba sendo
extremamente perigoso para a própria pessoa e também para os outros
montanhistas que estão ao redor.
Após uma temporada que contabilizou a morte de 11 pessoas, em 2019, e que contou com um verdadeiro congestionamento no ataque ao cume, o governo do Nepal estudou criar regras mais rígidas para evitar que pessoas inexperientes fizessem parte das expedições no Everest. Até 2019, qualquer pessoa que pagasse o valor de US$ 11 mil dólares, poderia tentar escalar a montanha. No entanto, uma comissão que inclui integrantes do governo, especialistas e agências, quer dificultar a liberação das licenças, para que apenas pessoas preparadas recebam a autorização para subir o Everest.
O Everest tem muitos desafios físicos e mentais. | Foto: Carlos Santalena/Arquivo Pessoal
Para entender melhor como funciona esse processo de preparação para participar de uma expedição tão técnica como essa, nós conversamos com o guia Carlos Santalena, que por muitos anos foi o brasileiro mais jovem a alcançar o cume do Everest, aos 24 anos.
Caminho rumo ao cume do Everest. | Foto: Carlos Santalena/Arquivo Pessoal
De acordo com Carlos Santalena, guia da Grade 6 Expedições, para começar o projeto, não é necessário ter experiência, mas quem quer começar do zero precisa percorrer um longo caminho até estar apto o suficiente para encarar o Everest. Esse processo é dividido em cinco etapas:
Preparação Física
Carlos Santalena: “O processo de
preparação física para quem pretende escalar o Everest começando do zero
necessita primeiro, obviamente, de uma avaliação física inicial para que
possamos ter parâmetros reais da condição dessa pessoa e aí, sim, quantificar e
qualificar o tipo de treinamento, falando especificamente da parte física. Isso
evoluindo, constituiria em sua parte final dessa pessoa ter condição plena de
realizar de 6 a 7x por semana treinamentos por, pelo menos, 1h30, sabendo
dividir de acordo com as suas especificidades a parte aeróbia e anaeróbia.
Lembrando que ambas têm a sua importância na preparação física. Uma é
interdependente da outra também. Este seria um trabalho focado especificamente
no preparo físico.”
Técnica
de montanhismo e escalada em rocha
Carlos Santalena: “A segunda etapa já
entraria no quesito técnico. Então, a pessoa entraria em um curso de escalada
básico. Neste curso ela tem introdução ao montanhismo, aprende os procedimentos
de segurança, as especificidades de cada equipamento, entende os cuidados com os
equipamentos, entre outros conhecimentos, como montagem de ancoragens,
equalizações de paradas, técnicas de escalada em rocha, utilização de
equipamentos técnicos etc.”
Escalada em gelo
Carlos Santalena: “O terceiro passo também é técnico, transferindo o conhecimento da rocha para o gelo, com um curso de escalada em gelo, em que a pessoa tem a oportunidade de traduzir o conhecimento da rocha para um ambiente de altitude, neve e gelo.”
Escalada em gelo. | Foto: Carlos Santalena/Arquivo Pessoal
Iniciando
em alta montanha
Carlos Santalena: “O quarto passo é o que
chamamos de experimental. Nós escolhemos o Equador, por ter uma diversidade de
terrenos, que você pode percorrer em um curto período de tempo. Então, no
Equador você percorre o terreno rochoso, glaciares, grandes paredes de gelo,
montanhas de trekking ou longas caminhadas. Essa viagem é uma ótima experiência
em diferentes terrenos e também em altitude. É possível fazer 3 ou 4 montanhas
de mais de 5 mil metros de altitude em apenas 10 dias de viagem, perfeito para
ganhar experiência.”
Teste
de altitude
Carlos Santalena: “O quinto e último passo dessa cartilha de treinamento seria o que nós chamamos de psicológico e teste de altitude. Nós escolhemos o Aconcágua para essa etapa. Nós usamos a rota 360, que é mais selvagem. É necessário montar e desmontar acampamento todos os dias da expedição, tem menos estrutura, é necessário dividir barraca e conviver com outros parceiros de expedição, o que obviamente traz para a pessoa maior desconforto psicológico. Em nenhum momento é possível dormir em uma cama muito confortável, nunca tem uma comida pronta. Então, psicologicamente, o Aconcágua proporciona vários testes. Outro ponto psicológico bem afetado no Aconcágua é em relação ao clima. Pois é uma montanha que sofre forte influência dos ventos do Pacífico e que oferece uma instabilidade climática que também estressa o lado mental das expedições. Também é um teste de altitude, por estar em uma região de extremo ar rarefeito, que é o principal fator de dificuldade nas grandes montanhas. Então, no Aconcágua, mesmo tendo 6.961 metros de altitude, a pressão aferida em seu campo base é a mesma do campo base do Everest, que está praticamente mil metros acima. Por esse motivo, de ter uma zona de baixa pressão no Aconcágua que ele seria como um ‘baixo 8 mil’ e que a pessoa, chegando ao cume do Aconcágua com destreza e tranquilidade, dentro dos parâmetros aceitáveis, vai ter condições plenas de chegar na zona da morte do Everest, que seria o acampamento 3, a 7 mil metros, onde começa a suplementar oxigênio. O Aconcágua serve como 5 e último passo, sendo um teste psicológico e de altitude antes de partir para o Everest, onde o fator altitude pode ser um dos principais bloqueios, caso a pessoa não tenha se testado.”
Para encarar o Everest é preciso conhecer bem as técnicas de montanhismo e cordas fixas. | Foto: Carlos Santalena/Arquivo Pessoal
Quanto tempo leva esse preparo?
Seguir todos esses passos e estar realmente preparado para encarar e conquistar o Everest leva tempo e custa muito dinheiro. Santalena explica que se a pessoa já tem um bom preparo físico, tempo e condições financeiras para fazer as viagens preparatórias e todos os treinamentos em um curto período de tempo, seria necessário apenas um ano para estar apto ao Everest. Em geral, alguém que não tem tanto tempo ou dinheiro para as viagens e também precisa melhorar a parte física leva, em média, três anos para se preparar adequadamente para este desafio.
Registro no cume do Everest. | Foto: Carlos Santalena/Arquivo Pessoal
O Caminho da Fé é um roteiro brasileiro que liga a cidade de Águas da Prata, em SP, a Aparecida do Norte. São mais de 300km separando as duas cidades e uma rota que mescla serras com estradas vicinais, trilhas, bosques, asfalto e, como não poderia ser diferente, uma boa dose de fé.
O roteiro nacional foi inspirado no famoso Caminho de Santiago da Compostela, na Espanha, e existe oficialmente desde 2003. Nos dias que antecedem o feriado de Nossa Senhora Aparecida, em 12 de outubro, o movimento pela rota é maior. Mas, durante todo o ano, peregrinos, aventureiros e ciclistas percorrem o trajeto buscando uma maior conexão com a natureza e com si mesmos.
Assim como ocorre no Caminho de Santiago, ao longo do Caminho da Fé os viajantes também são guiados por sinais um tanto rústicos. Na versão brasileira, foram escolhidas setas amarelas dispostas a cada dois quilômetros e que às vezes são apenas pintadas em um poste ou tronco. Ao passarem pelas pequenas cidades, os aventureiros podem conhecer diferentes culturas, interagir com as comunidades locais e vivenciarem uma imersão total com o próprio corpo e com o ambiente que o cerca.
Como um dos grandes intuitos desta viagem é proporcionar reflexões e reforçar a fé dos peregrinos, a indicação é completar o roteiro da maneira mais simples possível. O mapa completo tem 990 km de extensão e é possível se aventurar em versões diferentes da viagem, partindo de um dos 6 pontos iniciais, localizados nas cidades de: Águas da Prata, Sertãozinho, Mococa, São Carlos, Aguaí, Tambaú e Caconde. Independente do ponto inicial, o destino é sempre o mesmo.
Um dos maiores desafios deste roteiro é a altimetria. No trecho entre as cidades de Luminosa e Campos do Jordão, por exemplo, os viajantes chegam a 1.800 metros de altitude, caminhando entre serras. Depois disso, os próximos 50 km até Pindamonhangaba são muito mais baixos, a pouco mais de 500 metros do nível do mar. Daí até o fim, em Aparecida do Norte, são apenas mais 22 quilômetros praticamente em uma reta.
Toda a diversidade do Caminho da Fé faz com que esta rota seja desejada, não apenas por seus fins religiosos, mas também pela experiência que ela possibilita. Por isso, ela é uma ótima opção para viagens de aventura feitas a pé ou de bicicleta.
No site da Associação dos Amigos do Caminho da Fé é possível encontrar todos os detalhes sobre o roteiro da viagem, dicas de hospedagem, pontos turísticos, desafios do caminho e o mapa completo da rota. Clique aquipara acessar todas as informações.
Você já sonhou em pegar um carro e sair pelo mundo? Ou viver
viajando e nem ter um endereço fixo?
Esse estilo nômade de vida tem ganhado muita força e diferentes caras nos últimos anos. Mas, a verdade é que o nomadismo é uma das práticas mais antigas que existem! Se você prestou só um pouquinho de atenção às aulas de história, vai se lembrar que as primeiras civilizações viviam justamente assim. Com o passar do tempo (e isso levou muito tempo mesmo), os seres humanos começaram a dominar o fogo, as técnicas de agricultura e pecuária e o resultado disso foi que nós não apenas passamos a plantar os nossos próprios alimentos, mas nós também começamos a criar raízes e ficamos cada vez mais fixos em um lugar só.
Foto: Patricia Schussel / @patchinpixels
Mas, tem muita gente que não quer estar limitado às quatro paredes ou a um CEP. São pessoas que querem ter o mundo inteiro como quintal de casa! Se você está se identificando com isso, então, fique por aí, porque esse Podcast pode ser o incentivo que você precisa para tirar alguns sonhos do papel.
Para compartilhar os detalhes da vida real nômade, os convidados são os 3 queridos: Ale e a Duda, do @getoutsidebr, e Patricial Schussel, do @patchinpixels. Segura aí, que o papo promete…
Além de ser a montanha mais alta do mundo, o Everest também é objeto de desejo de muitos aventureiros. Mesmo quem não tem a pretensão de chegar ao cume do planeta, já pensou em fazer o trekking que leva ao base camp do Everest, uma trilha magnífica e cheia de história. No entanto, a pouca estrutura local, aliada à baixa conscientização dos turistas que visitam Kathmandu e a região do Sagarmatha National Park, acabam gerando impactos ambientais que ficam para sempre. Para minimizar esse problema e evitar que ele se prolongue pelos anos futuros, a apresentadora Mariana Britto, junto com o empresário e ambientalista Caio Queiroz, criaram um Guia de Comportamento Responsável na Montanha.
O material foi desenvolvido a partir da experiência que a dupla, juntamente com o guia Carlos Santalena, tiveram neste trekking na temporada de 2019. No entanto, apesar de trazer dados relevantes sobre a região, cultura e uma série de dicas, o guia também levanta assuntos que podem ser replicados em trilhas de qualquer lugar do mundo, inclusive no Brasil.
Na
hora de arrumar as malas para uma viagem de aventura é preciso ter sempre em
mente que nós somos os visitantes na natureza e tudo o que existe ali merece
respeito. Portanto, faz parta da nossa responsabilidade causar o menor impacto
possível antes, durante e depois de qualquer trekking ou aventura.
A ideia da dupla Caio e Mariana é que o guia alcance o maior número possível de pessoas que se interessam pelas trilhas do Nepal e por outras pelo mundo, além das próprias agências responsáveis pelos turistas que visitam a região.
Foto: Mariana Britto
“Nosso intuito é alcançar o maior número de pessoas possível para conseguirmos ajudar a promover realmente uma transformação no local e reduzir esse grande volume de lixo. E isso só vai melhorar realmente se os turistas e os trekkers ajudarem não deixando nenhum impacto negativo para trás”, explica Mariana Britto.
Foto: Mariana Britto
Clique aquie baixe gratuitamente o seu Guia de Comportamento Responsável na Montanha.
O Brasil está cheio de travessias incríveis esperando para serem exploradas. A Serra da Mantiqueira, entre SP. RJ e MG, tem diversas opções, entre elas está a Travessia Marins x Itaguaré, considerada uma das mais técnicas do país. Este é um roteiro desafiador e recomendado aos montanhistas que já possuem experiências em trekkings e travessias.
Não contente em apenas realizar a travessia tradicional, o montanhista Caique Fiali, junto com um grupo de amigos e guias locais, decidiu fazer um “bate-volta” ou uma dupla travessia, transformando esse roteiro na travessia: Marins x Itaguaré x Marins.
O desafio foi enorme e ele contou todos os detalhes pra gente, junto com algumas dicas para quem quer desbravar essa região. Confira:
A Serra da Mantiqueira é uma cadeia de montanhas que se estende por três estados do Brasil: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas gerais. | Foto: Caique Fiali
“Está aqui uma forma de aumentar a dificuldade e elevar
os desafios nas montanhas brasileiras!
Eu e mais 3 amigos resolvemos fazer a travessia mais
técnica do Brasil ida e volta! Conseguimos completar a façanha em 4 dias indo
de estacionamento a estacionamento, percorrendo 32km em 16h30 ganhando 4.500m
de elevação!
A travessia Marins x Itaguaré, que percorre um trecho da
Serra da Mantiqueira entre os estados de São Paulo e Minas Gerais, é realizada
pela maioria das pessoas em 3 dias, exigindo um considerável nível técnico,
ganhando 4 cumes principais: Pico dos Marins, Pedra Redonda, Marinzinho e Itaguaré.
Ir e voltar em 4 dias, conquistando todos esses cumes (entre outros menores) não foi uma tarefa fácil. Exigiu muito de todos nós, tanto física quanto psicologicamente e, também, dos nossos equipamentos.
A expedição contou com o ataque a 4 cumes. | Foto: Caique Fiali
Mas, terminar essa dupla travessia em consideravelmente
poucos dias foi realizador.
O contato com a montanha foi absoluto, o contato com
nosso corpo e mente se intensificou, descobrimos o que pode ser melhorado e o
que pode ser descartado para encarar situações desse tipo, em que cada grama na
mochila conta muito.
Foi exigido planejamento, boa logística, passo apertado e
principalmente: parceria e trabalho em equipe.
Um grupo alinhado com o mesmo foco e objetivo, prontos
para ajudar uns aos outros em qualquer situação é primordial para o sucesso de
uma empreitada dessas.
Encarar uma aventura desse tipo enriquece o espírito de
equipe e te faz encarar seus limites e os limites da natureza.
Nós saímos de lá conhecendo melhor a nós mesmos e carregando uma bagagem importantíssima para os próximos desafios que virão pelas montanhas brasileiras e do mundo.
O grupo que encarou a missão: @gabriel.burani, @caiquefiali, @joaopedro_sc, @eduardodelducca. | Foto: Caique Fiali
E, para quem tem vontade de fazer essa travessia, mesmo
que o trajeto normal (Marins x Itaguaré), aqui vão 5 dicas fundamentais para
ter sucesso nessa empreitada:
Condicionamento físico é primordial
A travessia exige muito, não só das pernas, mas lembre-se
de que você estará carregando uma cargueira de, pelo menos 10kg (no nosso caso
foram mais de 20kg para ir e voltar). Ter os ombros e a lombar bem fortalecidos
é muito importante para um bom desempenho e para evitar possíveis lesões. Em
alguns trechos é necessário transpor a mochila fora das costas, pois existem
espaços apertados, onde passamos primeiro a cargueira e depois atravessamos.
Então treine também seus braços.
Contrate uma agência especializada ou um guia local
Em muitos trechos a trilha não está bem demarcada,
dificultando a navegação. E na neblina, o que é comum em regiões montanhosas, a
orientação é extremamente comprometida. Se você não estiver com alguém que
conheça muito bem o trajeto, as chances de se perder são altíssimas.
Outro detalhe também é que essa não é considerada a travessia mais técnica do Brasil à toa. A maior parte do caminho exige a famosa “escalaminhada” por rochas íngremes e degraus altos, envolvendo um trecho de corda, onde um descuido pode causar um acidente grave. Estar acompanhado com profissionais prontos para te atender em uma emergência, com meios de comunicação para solicitar um resgate, é importantíssimo.
A travessia Marins x Itaguaré é uma das mais técnicas do país. | Foto: Caique Fiali
Atenção aos pontos de abastecimento
Considerando que a melhor época para essa atividade é no
inverno, quando chove menos, a maioria dos pontos de água estão secos ou com
pouquíssima água parada. Durante um bom tempo da caminhada é interessante
carregar na mochila uma capacidade de, pelo menos, 4 litros de água (lembre-se
de que terá de cozinhar no acampamento). Reforço que se perde muito líquido
durante essa pernada e não repor a água perdida pode comprometer sua travessia.
Alguns pontos de água estão bem escondidos (e é
importante que fiquem assim) acredite ou não, algumas pessoas acham que curso
d’água é banheiro, infelizmente. Por isso é importante estar acompanhado de
alguém que conheça esses pontos, pois a água é o item mais importante para se
ter êxito em uma travessia como essa!
Para manter sua hidratação, leve meios de purificar a
água: pode ser Tintura de Iodo 2%, pastilhas de cloro ou filtros portáteis, mas
NUNCA beba água direto da fonte. Você pode contrair bactérias presentes na água
que causarão disenteria, te desidratando ao ponto de precisar de atendimento
médico urgente.
Leve equipamento adequado
Aqui está um checklist de itens indispensáveis para essa
travessia:
– Um bom calçado que tenha boa aderência em rocha.
– Meias de material respirável e que não acumulem
umidade.
– Uma mochila cargueira de, pelo menos, 55L.
– Roupas leves e respiráveis (evite roupas de algodão).
– Casacos que sejam leves, compactos, resistentes ao frio
e a abrasão (sugestão: fleeces e Themoball.
– Saco estanque para guardar itens que não podem molhar
de jeito nenhum (isso envolve as roupas para dormir).
– Jaqueta impermeável para você e capa de chuva para a
sua mochila.
– Uma barraca com sobreteto.
– Saco de dormir que resista a temperaturas baixas,
idealmente de 0 até temperaturas negativas.
– Um isolante térmico.
– Fogareiro, cartucho de gás e um kit prático se cozinha.
– Um kit de primeiros socorros completo com itens para
curativo e remédios para quaisquer eventualidades.
– Um kit de sobrevivência contendo manta térmica
aluminizada e itens para produzir fogo como pederneira e uma isca com algodão e
álcool em gel, por exemplo.
– Lanterna e pilhas reserva. As headlamps são as mais
versáteis.
– Um canivete multifuncional.
– Chinelo ou sandalha para os acampamentos.
– Uma mochila de ataque (que seria uma mochila bem menor
para carregar itens essenciais como água e lanches quando for somente atacar um
cume e voltar).
– Alimentos não perecíveis e de preparo prático, como
macarrão, arroz, grão de bico, ervilha, lentilha, atum enlatado e por aí vai.
– E, por último, um dos itens mais importantes: o
shittube, para trazer com você todos os seus dejetos e não deixar nada na
montanha!
Não se esqueça de fazer o seu próprio check list com todos os materiais que precisa levar!
Ter um checklist é essencial para a sua segurança. | Foto: Caique Fiali
Busque experiência em outras trilhas
Não recomendo a travessia Marins x Itaguaré como sua
primeira travessia ou seu primeiro contato com a montanha. Eu acredito que em
alguns casos, a primeira impressão é realmente a que fica e no trekking e
montanhismo não é diferente.
Se logo de cara você fizer algo muito desafiador, que exige esforço, peso, equipamento técnico, resiliência mental e preparação, talvez você se assuste e nunca mais queria pisar na montanha de novo. Então, comece aos poucos. Faça trilhas mais curtas, depois comece a ganhar alguns cumes de acesso mais fácil (talvez acampar no Marins seja uma boa ideia!) e aos poucos vá conhecendo suas limitações e dificuldades, descobrindo as necessidades para que sua travessia seja o mais prazerosa possível. Claro que os perrengues não escolhem quem atacar, mas você já vai estar preparado(a)!
“Terminar essa dupla travessia em consideravelmente poucos dias foi realizador”. | Foto: Caique Fiali
Espero que essa publicação tenha te inspirado e te
ajudado a se preparar para seu próximo desafio na montanha!
Não se esqueça: sempre entre na montanha com muito respeito e agradeça cada presente que ela proporcionar. Você vai saber quais são!” – Por Caique Fiali
O Brasil é um país incrível. Além de toda a diversidade natural que nós temos aqui, os brasileiros ainda contam com um clima favorável que nos permite viver aventuras ao ar livre durante praticamente todo o ano. Mas, é no outono que começa a temporada de montanha em território nacional. Não existe uma data oficial, mas os trilheiros e escaladores consideram que o período que vai de abril a setembro é o ideal para a prática de esportes de montanha.
Para dar as boas-vindas, então, a essa temporada tão especial, o assunto do episódio 6 do Podcast da The North Face não poderia ser mais certeiro: travessias. E, para falar sobre esse tema, os convidados são dois trilheiros de respeito que estão cheios de experiências pra contar: @CaiqueFiali e @FaysonMerege.
É só dar o play e curtir esse papo que está cheio de dicas e histórias!