Dizem que durante uma conferência, enquanto buscava
patrocínios para tentar escalar o Everest quando ninguém ainda tinha conseguido
realizar esse feito, o britânico George Mallory foi indagado sobre o motivo que
o levava a escalar montanhas. A resposta foi simples e direta: “Porque está
lá”.
Essa parece ser a mais pura verdade. Os montanhistas não precisam de muitos motivos para tentar conquistar as montanhas mais altas do mundo, basta saber que elas estão lá. Mas, encarar a altitude não é tão simples assim. Quanto mais alto, menos oxigênio existe e muito mais frio fica. Sobreviver acima dos 8 mil metros de altitude é praticamente impossível, tanto que essa altura é considerada a “Zona da Morte”. Escalar montanhas de altitude exige muito preparo e conhecimento, afinal, o corpo é colocado no limite e todo cuidado é pouco!
Karina Oliani em expedição ao cume do K2, uma das montanhas mais difíceis do mundo. | Foto: Karina Oliani / Arquivo Pessoal
Para falar sobre
saúde na montanha eu conto com ninguém menos do que a médica, multiesportista e
montanhista casca grossa mesmo, Karina Oliani!
Neste papo, Karina
falou sobre as suas experiências como médica em áreas remotas, relembrou o
tempo em que atuou na área de emergência do Everest, contou sobre os problemas
mais comuns em alta montanha e deu muitas dicas para quem quer encarar a
altitude.
Aperte o play e aproveite esse Podcast!
O Brasil está cheio de lugares maravilhosos que enchem os olhos e os corações dos mais diversos tipos de aventureiros. Com tamanha diversidade nacional, as opções de destinos vão muito além dos famosos. O Parque Nacional da Serra da Capivara é um desses lugares não tão conhecidos, mas incríveis e que merecem uma visita.
Localizado no Piauí, o Parque é um verdadeiro oásis no semiárido nordestino. Repleta de uma riqueza histórica e natural absurda, a Serra da Capivara é considerada pela Organização das Nações Unidas pela Educação, Ciência e Cultura (Unesco) como um Patrimônio Cultural das Humanidade.
Com mais de 135 mil hectares de área protegida, o parque reserva diferentes tipos de atrações, desde a imensidão de vegetação nativa preservada (que inclui diversas espécies da fauna e flora da Caatinga), até as formações geológicas históricas, com cânions e boqueirões. Mas, o grande destaque é mesmo o fato de o Parque da Capivara ter a maior concentração de sítios arqueológicos de toda a América. São mais de mil sítios cadastrados, abertos à visitação e com um valor histórico-cultural incalculável.
A sede do parque está localizada no município de São Raimundo Nonato (PI) e, apesar de existirem várias opções de acesso, o mais indicado é partindo de Teresina. Vale lembrar que a Serra da Capivara está a pouco mais de 600 quilômetros da capital do Piauí. As estradas estão em boas condições e o ideal é ir de carro, mas existem opções de ônibus que cobrem o trajeto.
Foto: Otávio Nogueira/Flickr – Creative Commons
O que fazer?
Para os menos aventureiros, é possível fazer visitas apenas aos sítios arqueológicos, que possuem estacionamentos próximos e acesso a cadeirantes, visitar mirantes, conhecer a produção local de cerâmica e observar aves.
Quem busca uma imersão, com mais desafios, existem os trekkings, que podem durar de 20 minutos a 6 horas, variando em níveis de dificuldade, e os passeios de cicloturismo, que também podem variar de acordo com a disponibilidade de tempo e preparo físico.
De acordo com a administração local, a visita completa aos circuitos do Parque Nacional da Serra da Capivara é feita em seis dias. Vale lembrar que a presença dos condutores é obrigatória em todos os passeios e o parque não possui áreas para hospedagem ou campings.
A entrada no parque custa apenas R$ 25 e brasileiros ainda têm 50% de desconto.
Foto: Otávio Nogueira/Flickr – Creative Commons
Clique aquipara ter mais informações oficiais sobre o Parque Nacional da Serra da Capivara.
O Brasil é um dos países com a maior biodiversidade do mundo. Além da variedade de espécies encontradas em nossas terras, o mais importante é o fato de que milhares delas existem apenas aqui e não podem ser encontradas em mais nenhum outro lugar do planeta. O estudo Flora do Brasil 2020, recentemente divulgado e coordenado pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro, mostra que existem 25 mil espécies de plantas, algas e fungos endêmicas do Brasil, ou seja, naturalmente todas essas espécies só se reproduzem aqui.
O bioma que apresenta a maior variedade é a Mata Atlântica, que concentra mais de 17 mil espécies, o que representa, 36,5% do total da flora endêmica nacional. Na sequência em destaque vêm a Amazônia (27,8%) e o Cerrado (27,3%). Outros biomas com menor biodiversidade são Caatinga, com 10% do total, Pampa (6%) e Pantanal, com 1.682 espécies endêmicas catalogadas, o equivalente a 3,6%.
Travessia Serra Fina, localizada no Parque Nacional de Itatiaia. | Foto: Gabriel Tarso
Para
que o estudo fosse concluído, foi necessária uma força-tarefa global, que
contou com a participação de mais de mil pesquisadores de 25 países diferentes.
Todos os detalhes obtidos e disponibilizados pelo estudo estão disponíveis
gratuitamente com o intuito de auxiliar botânicos, a população em geral e
também os governos no sentido de desenvolver estratégias de preservação
ambiental, levando em conta a enorme importância da conservação das espécies
endêmicas para o Planeta.
Apesar
de ser um número representativo, os dados do estudo ainda não mostram a
capacidade total do Brasil, isso porque ainda existem muitas espécies
desconhecidas e que nunca foram catalogadas ou estudadas pelos pesquisadores.
De acordo com a coordenadora do estudo, Rafaela Campostrini Forzza, nos últimos
cinco anos os pesquisadores catalogaram uma espécie por dia. Segundo ela, isso
demonstra que ainda existem muitas espécies a serem descobertas e/ou
catalogadas em território nacional.
Clique aqui para acessar o estudo e catálogo completo.
O
Parque Nacional de Aparados da Serra é mais um dos tesouros do Sul do Brasil.
Localizado na divisa entre os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul,
esse destino proporciona experiências únicas e um contato intenso com a
imensidão da natureza, isso porque lá estão localizados alguns dos maiores Cânions
da América Latina.
De acordo
com o ICMBio, a unidade de conservação conta com uma área de aproximadamente
30.400 hectares, por onde estão espalhados não só os cânions mas também uma
exuberante riqueza natural de Mata Atlântica com floresta de Araucária e uma
série de animais nativos.
Toda a região, incluindo também Serra Geral e São Joaquim, somam 36 cânions, sendo que 25 deles já foram catalogados e possuem nomes. O mais famoso de todos é o Cânion do Itaimbezinho, que também é o principal ponto turístico do Parque Nacional de Aparados da Serra, enquanto a sua parte superior está dentro do estado do Rio Grande do Sul, as bordas e paredões pertencem à Santa Catarina. Mas, essa não é a única curiosidade local.
Cânion do Itaimbezinho com toda a sua magnitude visto de cima. | Foto: Flavia Vitorino / Arquivo Pessoal
O Cânion do Itaimbezinho possui aproximadamente 700 metros de altura e proporciona uma das experiências mais incríveis a quem visita o parque, seja por quem passeia pelo planalto ou por quem se aventura pela trilha do Rio do Boi e desbrava o Cânion por seu interior.
Trilha do Rio do Boi, que passa por dentro dos Cânions. | Foto: Flavia Vitorino / Arquivo Pessoal
O parque é aberto durante todo o ano, com entrada gratuita e apenas não funciona às segundas-feiras. Por lá é possível realizar diferentes atividades, desde trekkings pelas três trilhas oficiais: Vértice, Cotovelo e Rio do Boi, até rapel pelos paredões dos Cânions. Através das agências locais ainda é possível fazer passeios de caiaque pelo rio, mountain bike, voos de balão e muito mais.
Clique aqui para acessar a página oficial do parque.
Antes de mais nada, vamos deixar claro que essa não é uma regra. Mas, é uma recomendação para que você tenha mais conforto e segurança nas trilhas. A calça protege mais o seu corpo do atrito com a vegetação rasteira (muito comum em diversos biomas brasileiros) e também te mantém mais seguro em relação aos insetos e até a animais peçonhentos (também frequentes em nossas trilhas nacionais). Dito isso, uma boa opção são as calças conversíveis. Além de ajudarem na questão da proteção, elas são muito práticas e versáteis. Em poucos segundos se transforma em um shorts para que você aproveite os momentos de descanso, as cachoeiras e o camping.
A calça te mantém mais protegido e seguro. | Foto: @getoutsidebr
IMPORTANTE: As nossas calças de trekking, assim como essa que a Duda estava usando nessa foto (modelo Paramount Conversível) são feitas com tecnologia FlashDry, que maximiza a evaporação da umidade e suor e é super respirável. Assim, você não vai superaquecer durante as caminhadas. Além disso, esse modelo também tem FPU 50, para que os raios ultravioletas não comprometam a sua aventura.
Tecnologia FlashDry Como o nome já diz, o principal intuito desta tecnologia é proporcionar secagem rápida, afinal, o suor é um dos maiores vilões da performance, seja no calor ou no frio. Para que isso aconteça, nós desenvolvemos uma tecnologia capaz de absorver a umidade do corpo e levá-la para a superfície do tecido. Dessa forma, a evaporação acontece de forma mais rápida e a pele fica sempre seca.
–> Como funciona?
Com a tecnologia FlashDry, a umidade do corpo é absorvida, passa pelas fibras do tecido e é direcionada à área externa. Em consequência dessa exposição, o suor ou, em alguns casos, a própria água evaporam mais rápido. A ideia é deixar a pele sempre seca, para garantir o conforto durante a atividade física e também regular a temperatura corporal.
–> Praticidade
Os benefícios dessa tecnologia, no entanto, não se limitam à atividade física. Roupas equipadas com FlashDry são extremamente práticas. Por secarem mais rápido, elas podem ser lavadas todos os dias e em pouco tempo estão prontas para serem usadas novamente.
A paisagem é uma mistura de Parque Nacional dos Estados Unidos com aqueles antigos vilarejos de filmes de “bang-bang”. Essa seria uma definição simples do que é o povoado de Minas do Camaquã, localizado a aproximadamente 300 quilômetros de Porto Alegre. A região, que já foi marcada pela intensa exploração mineral, hoje tem pouco mais de 500 habitantes e pouca estrutura. Mas, o que não falta por lá é uma natureza exuberante e que proporciona uma experiência bastante selvagem a poucos quilômetros de regiões mais cosmopolitas pelo Rio Grande do Sul.
A noite estrelada é um presente aos aventureiros que visitam a região. | Foto: Guto Oliveira / Arquivo Pessoal
Em sua visita à Minas do Camaquã, o fotógrafo e nosso parceiro, Guto Oliveira, descreveu a paisagem como uma lembrança do relevo de Yosemite. Os morros e trilhas que recebem pouca interferência humana, possibilitam uma verdadeira imersão na natureza como ela é.
Hoje o turismo é quase inexistente na região, o que permite uma experiência única com a natureza. | Foto: Guto Oliveira / Arquivo Pessoal
Durante muitos anos a região foi extremamente movimentada, principalmente devido à atividade ligada à mineração e extração de cobre. Depois disso o turismo também fez vez, com agências locais trabalhando atividades como tirolesa, arvorismo, trilhas e campings na área da mina mesmo. Com a paralisação dessas atividades, hoje o turismo é quase inexistente e limitado às experiências de montanhismo. Mas, quem visita Minas de Camaquã não se decepciona.
Guto considera a paisagem de Minas do Camaquã semelhante aos parques nacionais norte-americanos. | Foto: Guto Oliveira / Arquivo Pessoal
Poder montar a barraca no topo da montanha e presenciar um belo nascer do sol é uma das vantagens em estar num local pouco frequentado pelos turistas. Além disso, as antigas estruturas dos campings locais também ficam disponíveis aos visitantes que querem desbravar a região. Então, bancos, churrasqueiras e a própria área de camping também podem ser aproveitadas.
Minas do Camaquã é um destino para quem quer “redescobrir” o Brasil. | Foto: Guto Oliveira / Arquivo Pessoal
No geral, Minas de Camaquã é um destino diferente para quem está querendo “redescobrir” a região sul do Brasil. É possível viajar no tempo e mergulhar de cabeça na imensidão da natureza incrível que o nosso país tem.
Belas formações rochosas são perfeitas para um camping selvagem. | Foto: Guto Oliveira / Arquivo Pessoal
O Ministério do Meio Ambiente iniciou nesta semana a entrega de cadeiras de rodas adaptadas para que pessoas com deficiências físicas tenham acesso às trilhas dentro dos Parques Nacionais. Inicialmente o governo disponibilizará 30 unidades, que serão distribuídas em parques de todas as regiões do país.
O modelo utilizado é a “Julietti”, cadeira criada pelo casal Guilherme e Juliana, do @montanhaparatodos. A adaptação, desenvolvida pelo próprio Guilherme, é fruto de muitos anos de estudos, testes e esforços para que a esposa, Juliana, pudesse seguir conhecendo trilhas e subindo montanhas pelo mundo à fora mesmo depois de ter se tornado cadeirante. Nenhum problema físico os impediu de seguirem atrás do sonho de viver em meio à natureza e desbravar trilhas em família.
A primeira unidade de conservação a receber as “Juliettis” foi a Floresta Nacional de Brasília. No total, cinco exemplares já foram disponibilizados para uso na floresta e no Parque Nacional de Brasília. De acordo com o programa do MMA, outras 25 unidades devem ser espalhadas pelo país em outros parques com potencial para o ecoturismo
Durante a cerimônia de entrega, a atleta paralímpica Andrea Pontes teve a oportunidade de estrear uma Julietti na Trilha Jatobá e a expectativa é bem positiva: “Como as trilhas geralmente não possuem acesso às cadeiras de rodas, as pessoas com deficiência não costumam frequentar trilhas. Com as cadeiras Julietti, espero ver mais pessoas com deficiência na natureza, praticando esportes”, comentou a atleta.
Mais estrutura
Além das cadeiras adaptadas, a Floresta Nacional de Brasília, junto com o parceiro Cerrado Te Quero Bem, está recebendo a reestruturação também na Trilha Murundus. O projeto inclui também adaptações feitas para que deficientes visuais e pessoas com outras necessidades especiais e idosos possam frequentar os parques e terem acesso às trilhas, que são locais dificilmente visitados por esses grupos justamente pelas dificuldades no acesso e locomoção. Para tornar isso possível, a Trilha Murundus deve receber piso táteis, cordas guias e serviços de interpretação ambiental.
Se tem algo que não falta para Karina Oliani é experiência em alta montanha. Durante anos exercendo a prática do montanhismo e também atuando como médica em alguns dos locais mais inóspitos da Terra, Karina já presenciou e atuou nos mais diversos tipos de atendimentos em ambientes de altitude. Nos próximos meses, ela, junto com o montanhista, Maximo Kausch, vão dividir um pouco mais de todo esse conhecimento adquirido ao longo dos anos em um workshopcom trekking por uma das montanhas mais incríveis do mundo: Annapurna.
Enquanto trilham pelas belas paisagens do Himalaia, os participantes terão a oportunidade de aprender sobre estratégias de aclimatação, traumas causados pela altitude, os perigos das baixas temperaturas, congelamentos e resfriamentos, patógenos comuns em altitude, uso de oxigênio e muito mais.
Foto: Karina Oliani / Arquivo Pessoal
Antes de embarcar nessa imersão de conhecimento e aventura,
a Karina conversou com a gente e já esclareceu algumas dúvidas muito comuns
quando o assunto é saúde na montanha. Confira:
The North Face Brasil: Em todas as suas experiências em alta montanha quais são os problemas de saúde mais presenciados, os mais comuns?
Karina Oliani: De todas as minhas experiências de alta montanha os problemas mais comuns de saúde são:
Mal agudo de montanha, que o pessoal chama de AMS (Altitude Mountain Sickness) – é justamente quando a pessoa se sente mal por não estar aclimatada aquela altitude mais extrema.
Problemas gastrointestinais – a pessoa não está acostumada com a comida, com a água, tempero e isso pode dar um desconforto abdominal e diarreia.
Problemas relacionados ao frio, como o congelamento de extremidades, em casos mais graves e em ambientes mais frios – Isso é mais raro. A pessoa sente as extremidades mais frias, mas isso não quer dizer que ela já esteja tendo um congelamento ou uma necrose, mas isso também acontece.
Edema Agudo de pulmão e o Edema Agudo Cerebral – acontecem quando a pessoa desrespeita todas as regras de aclimatação e se “manda lá pra cima” em velocidade sem respeitar o próprio corpo.
The North Face Brasil: Tendo conhecimentos básicos de medicina de montanha e também de fisiologia ou até do tipo de vestimenta adequado para a prática esportiva é possível evitar alguns desses problemas mais comuns?
Karina Oliani: Os conhecimentos básicos de medicina de montanha fazem com que você evite todos esses problemas e, principalmente, você estar equipado da maneira correta, em relação aos problemas causados pelo frio, como falado anteriormente. Mas, até problemas como o mal da montanha também vão depender de estar bem equipado, porque quando você está passando muito frio na montanha, você aumenta o grau de estresse no seu corpo. E, aumentando, o grau de estresse no corpo, você predispõe o organismo a desenvolver o Mal Agudo de Montanha e outros problemas.
Foto: Karina Oliani / Arquivo Pessoal
The North Face Brasil: Existe alguma forma de ir adaptando o organismo antes da viagem para responder melhor à altitude? É possível realizar algum tipo de treinamento que deixe o corpo mais preparado para enfrentar a montanha?
Karina Oliani: A melhor forma de adaptar o organismo para a viagem é fazer uma ascensão lenta e se hidratar, aliás, super hidratar. Porque na montanha você precisa beber muito mais líquido do que ao nível do mar. E, claro, você estar adaptado a fazer trekkings, escalar, não ser uma pessoa sedentária. É muito importante você estar com o seu corpo em movimento e condicionado para o exercício.
The North Face Brasil: Como a sua experiência como médica atuando no Everest te ajudou a ser uma montanhista melhor?
Karina Oliani: Sim, a minha experiência como médica em 2010, trabalhando 4 meses no Acampamento Base do Everest, tanto na face sul, como na face norte, me deu um conhecimento preciosíssimo pra eu ser uma melhor médica de montanha, em primeiro lugar, mas também para eu ser uma montanhista mais experiente. Não só essa experiência, mas todas as outras expedições que eu fiz como médica de altitude, colaboraram de alguma maneira para eu conseguir prevenir, antecipar e conhecer melhor os meus próprios limites como montanhista.
The North Face Brasil: É necessário já ter algum conhecimento de medicina ou de montanhismo para participar dessa expedição?
Karina Oliani: Não é necessário ter nenhum conhecimento de medicina ou montanhismo. Esse curso vai servir pra todos, quem não tem conhecimento vai aprender muita coisa e quem já tem conhecimento teórico vai aprender muita coisa legal na prática, inclusive quem é médico. Então, o curso é realmente para todos.
—> Quer se inscrever e ver mais detalhes sobre o workshopque acontece entre os dias 14 de abril e 01 de maio? Clique aqui.
Foto: Karina Oliani / Arquivo Pessoal
Acampar
é um programa incrível para qualquer pessoa e em todas as épocas do ano. O
Brasil está cheio de lugares maravilhosos para montar a barraca e curtir muito
a natureza. Nós separamos três destinos imperdíveis para quem quer acampar e
aproveitar para explorar diferentes paisagens e atividades.
1.Cânion Espraiado – SC
O
Cânion Espraiado é o destino perfeito para quem quer conciliar camping com atividades
radicais. Além de contar com uma paisagem incrível, marcada por enormes
paredões de 450 metros de altura, a região do Cânion Espraiado tem várias
opções de trekkings, observação da natureza e esportes que vão elevar a sua
adrenalina ao máximo. Lá é possível descer cachoeiras fazendo rapel ou,
simplesmente, se jogar do paredão do cânion em um pêndulo com 80 metros de
altura.
Para acessar o cânion espraiado é preciso pagar uma taxa de entrada no valor de R$ 20 por pessoa e boa parte das atividades, também pagas à parte, têm vagas diárias limitadas, portanto o ideal é fazer a reserva com antecedência através das agências locais.
As trilhas não precisam obrigatoriamente ser guiadas e o mais legal é que a principal área de camping está muito próxima ao limite do cânion. Assim, a visão daquela imensidão de penhascos está bem pertinho da sua barraca.
Pode
ser que Paraíso Perdido não seja um destino fácil de reconhecer logo de cara.
Mas, esse lugar incrível está muito perto de um outro destino muito mais famoso:
Capitólio. O nome faz total jus ao local. Além de estar muito próximo ao Parque
Nacional da Serra da Canastra e de Furnas, o Paraíso ainda conta com cânions, 8
quedas d’água e, nada mais, nada menos, do que 18 piscinas naturais com água cristalina.
Na região é possível fazer trekking, canoagem, rapel, tirolesa, passeios de mountain bike e passeios de barco pelo Lago de Furnas.
O Pico
dos Maris é simplesmente um dos pontos mais altos do estado de São Paulo.
Localizado a 2.420 metros de altitude, durante muitos anos, o pico, inclusive,
foi considerando o ponto culminante do estado, até que comprovassem que na
Serra Fina existiam outros cumes mais altos. De qualquer forma, este é um
destino que vale todo o esforço.
Chegar ao cume dos Marins é um desafio que existe boa resistência e, preferencialmente, experiência prévia em trekking e escalaminhada. Mas, a recompensa é incrível. É possível acampar muito perto do cume e ver o sol se pôr e nascer acima das nuvens em um visual que parece uma pintura.
Os pais modernos sonham em tirar seus filhos da frente das
telinhas e levá-los a uma conexão com a natureza e com o mundo real. Nossos
filhos estão ligados à tecnologia de uma forma inédita e preocupante. Mas deixe
eu te contar um segredo: eles preferiam estar conectados aos seus pais, fazendo
coisas legais juntos!
Nós vivemos uma grande aventura quando nossos filhos tinham 4 e 6 anos. Viajamos por mais de 25 países, durante mais de 3 anos, a bordo do Urso, nosso Toyota Bandeirante 1993 com o objetivo de fazer do mundo a sala de aula de nossos filhos. Foi uma experiência incrível e desafiadora, onde aprendemos muitas coisas uns com os outros.
Foto: Guto Oliveira/Arquivo Pessoal
Quero compartilhar aqui 5 dicas sobre viajar com as
crianças:
1. Crie momentos especiais para as crianças
Durante a nossa viagem, os momentos mais especiais para os
nossos filhos eram quando estávamos todos dentro de nossa barraca de teto,
conversando sobre o dia que passou, assistindo algo no computador, jogando ou
brincando. Principalmente quando estava frio ou chovendo, pois ficávamos mais
juntinhos.
Momentos especiais, por mais simples que possam parecer,
viram motivação no dia a dia da viagem e se tornam patrimônio emocional para o
resto da vida.
Identifique esses momentos quando você sentir que seu filho está feliz, invista neles e os ritualize.
Foto: Guto Oliveira/Arquivo Pessoal
2. Seja amiguinho de seu filho
Além de ser pai e mãe, incorpore o papel de amiguinho dos
seus filhos. Dê o protagonismo e divirta-se genuinamente com as suas
brincadeiras.
Nossos filhos tiveram que se distanciar de seus amiguinhos
por anos. Então, nós fizemos o possível para suprir a perda assumindo esse
papel.
Descobrimos que amigos são importantes para as crianças, mas a atenção e a amizade dos pais é o que eles mais precisam na infância.
Foto: Guto Oliveira/Arquivo Pessoal
3. Alinhe os interesses, expectativas e limitações
Uma viagem com filhos é uma viagem familiar. É importante
levar em consideração o interesse de todos e as expectativas que estão em jogo.
Vimos muitos pais tentando impor suas ideias, destinos e
roteiros para as suas famílias. Isso geralmente termina em choro e ranger de
dentes.
Crianças não têm a mesma disposição e resistência de adultos, atenção na escolha de destinos que envolvam trilhas, montanhas e acampamento. Este tipo de atividade em família é imbatível e memorável, desde que seja feito respeitando os limites da criança.
Foto: Guto Oliveira/Arquivo Pessoal
4. Encontre o ritmo de viagem ideal
Talvez seu filho ache chato aquele roteiro de museus góticos que você tanto sonhava, ou talvez ele não curta aquele roteiro gastronômico frenético, cheio de coisas estranhas para comer, que parecia uma ótima ideia. Além de alinhar os interesses e as expectativas entre pais e filhos é importante encontrar um ritmo de viagem no qual a criança não se sinta nem entediada e nem exausta. Longas horas de carro podem ser quebradas com paradas para lanche, para brincar, ou simplesmente para se sentar no chão e conversar.
Foto: Guto Oliveira/Arquivo Pessoal
5. Leve para a viagem os itens que a criança gosta,
inclusive a telinha
Não deixe de levar os brinquedos favoritos de seus filhos.
Lápis, livros de colorir também são ótimos passatempos.
Tablets e celulares se tornaram um novo órgão. Seja
intransigente em não levá-los em uma viagem de vários dias e se prepare para
ter problemas.
Horas de estrada, voos longos, filas de espera, ou mesmo indisposição para algum tipo atividade podem ser amenizadas com um bom joguinho ou vídeo de youtube.
Foto: Guto Oliveira/Arquivo Pessoal
O tempo não perdoa, ele atropela. Os momentos que passamos
com nossos filhos, sem torna-los especiais, nunca voltarão.
Invista o seu agora com os pequenos e crie um patrimônio
emocional para a sua família!
Praticar
atividades ao ar livre é um dos melhores jeitos de se manter em movimento e
também uma das formas mais seguras para praticar atividades físicas durante a
pandemia. Se os parques dentro das cidades estão muito cheios, que tal buscar
opções com trilhas e cachoeiras nas proximidades? Para quem está em São Paulo,
uma boa opção é o Parque Estadual do Juquery, localizado na cidade dde Franco
da Rocha, a apenas 45km da capital paulista.
Apesar
de ser pouco conhecida, essa reserva abrange uma área de proteção ambiental de
2.058 hectares e seu grande diferencial é abrigar um dos últimos remanescentes
do bioma cerrado que ainda está preservado na região metropolitana de São
Paulo. Além da biodiversidade, quem vai ao parque conta com opções de trilhas
para todos os níveis de dificuldade e até uma opção de trilha para ser feita de
bicicleta.
Uma
das grandes atrações do parque é um roteiro chamado de Encantos do Cerrado. A
caminhada é autoguiada, mas também pode ser feita com o acompanhamento de
monitores, passa por dois mirantes com vista 360º da região e termina na
cachoeira do Moinho. O percurso completo tem 9,4 km de extensão e costuma ser
percorrido em 3h o nível de dificuldade é médio. Apesar de ser realizada
durante todo o ano, a estação mais indicada é a primavera, para que os
visitantes vejam o florescer das espécies do cerrado.
A trilha mais longa é a Trilha Ovo do Pato. No total são 13km de extensão, chegando ao ponto mais alto do parque, a 942 metros de altitude. Esse também é um roteiro autoguiado, mas com nível de dificuldade alto. Apesar disso, são necessárias, em média, 3 horas para completar o percurso, onde é possível curtir uma vista panorâmica das cidades vizinhas, da Serra do Japi, Cantareira e do Parque Estadual do Jaraguá.
A Trilha do Ovo do Pato leva ao ponto mais alto do parque. | Foto: Humberto Do Lago Müller / Wikimedia Commons
As visitas ao Parque Estadual do Juquery são agendadas e a entrada é gratuita. Seu horário de funcionamento é de quarta a domingo, das 8h às 15h. Clique aquipara saber mais.
Qualidade de vida é uma das grandes e eternas buscas das gerações atuais. Conseguir dar conta de todos os compromissos do dia a dia já é uma grande missão, fazer isso de forma equilibrada, conseguindo aproveitar também a família e tendo um tempo para cuidar de si mesmo, vira um verdadeiro desafio. Mas, existem alguns pequenos hábitos que podem ser incluídos na rotina para deixar tudo um pouco mais dinâmico, leve e prazeroso. Pode ser que essas sugestões exijam um pouco de esforço e alguns ajustes, mas, como qualquer novo hábito, é apenas questão de adaptação para que logo tudo se torne mais fácil e natural. No fim das contas, vale muito à pena!
Faça alguma atividade física
Não importa qual seja o esporte. O que interessa mesmo é estar em movimento, independente da intensidade ou modalidade. As atividades físicas proporcionam diversos benefícios ao corpo e a à mente e isso se refletirá em muitos outros aspectos da sua vida, desde o humor e a forma como você se relaciona com as pessoas ao seu redor, até a sua eficiência no trabalho. Existem diversos estudos que analisam os impactos das atividades físicas no combate a doenças do corpo e da mente, como estresse, colesterol alto, diabetes, déficit de atenção e muito mais. Um estudo em especial, publicado na revista científica Neural Clinical Practice, avaliou a influência das atividades físicas nas habilidades cognitivas, ou seja, aquelas diretamente ligadas ao processo de aquisição do conhecimento, como o raciocínio lógico, memória, pensamento, entre outras atividades realizadas pelo cérebro. Durante a pesquisa, os cientistas identificaram que os participantes que praticavam esportes, desde o Tai Chi Chuan até as atividades aeróbicas e de força, tinham desempenho muito superior em atividades cerebrais, comparados aos participantes que não realizavam exercícios físicos.
Dica –> Tente incluir uma atividade física logo no início do seu dia. Se a sua agenda já está cheia, coloque o despertador para tocar um pouco mais cedo, para conseguir incluir os exercícios na rotina. As chances de você acabar desistindo por conta de algum outro compromisso serão menores e os benefícios do esporte vão ser sentidos por você durante todo o decorrer do dia, principalmente no que diz respeito à disposição e à criatividade.
Beba
mais água
É bem óbvio e parece até meio bobo, mas controlar a quantidade de água que você ingere durante o dia pode fazer uma grande diferença na sua disposição, na qualidade do seu sono, humor, digestão e até mesmo no seu desempenho mental. Isso porque a água é um componente essencial para o bom funcionamento de praticamente tudo no nosso organismo. Mas, você sabe quanto de água você deve beber para sentir todos esses benefícios? A quantidade varia de acordo com a massa corporal de cada pessoa. O ideal é que seja consumido, pelo menos, 30 ml de água por quilo. Assim, uma pessoa que pesa 60kg, precisa beber, pelo menos, 1,8L de água por dia. É claro que isso também varia de acordo com a quantidade de atividade física que você fará e quanto de líquido vai perder, mas já dá para ter uma boa noção na hora de controlar a quantidade de água ingerida.
Dica –> Tenha sempre uma garrafa à mão e beba água antes mesmo de sentir sede. A sede já é um sinal de desidratação, então, antes que isso aconteça já vá se mantendo hidratado aos poucos, durante todo o decorrer do dia.
Foto: Giulianne Martins / Mariana Britto
Desconecte-se
As tecnologias proporcionam uma série de facilidades à vida. Mas, elas também podem ser uma armadilha se não forem usadas com sabedoria. Você já parou para pensar no tempo que gasta em frente a uma tela? Celulares, computadores, televisões… parece impossível fugir de todos esses equipamentos cheios de atrativos para prenderem a atenção dos usuários e os manterem vidrados pelo maior tempo possível. Existe um termo que exemplifica essa relação atual com os gadgets, principalmente os celulares, que estão ao alcance das mãos praticamente durante todo o dia: hiperconectividade. Uma pesquisafeita pelo instituto brasileiro Opinion Box mostrou que essa necessidade constante por estar sempre conectado gera problemas sérios de ansiedade e também afeta a relação entre as pessoas. Entre os participantes da pesquisa, 30,9% disseram que se estão sem internet sentem como se estivessem sem controle do que está acontecendo, outros 37,7% afirmaram já ter tido problemas em relacionamento por conta do tempo que passam na internet e 34,2% relataram já terem perdido prazos para entregas de trabalho por conta do tempo gasto nas redes sociais.
Se o segredo para a qualidade de vida é ter equilíbrio, é essencial conseguir se desconectar. As tecnologias trazem muitos benefícios, mas elas também têm o poder para tornar as pessoas reféns. Então, separe um tempo no seu dia para se desligar um pouco do mundo virtual e até da televisão. É importante para o cérebro dar um “reset” de todos os estímulos virtuais, para que seja possível enxergar e viver o mundo real.
Dica –> Acompanhe quanto tempo você passa diariamente nas redes sociais ou em jogos. Se o número for alto, use o limitador de tempo no celular para controlar o uso de aplicativos, principalmente as redes sociais. Comece reduzindo aos poucos ou desconecte-se por um período específico do dia, como o almoço ou perto do horário de dormir. Se possível, desative as notificações do seu celular, esse hábito vai ajudar a controlar a ansiedade gerada para saber instantaneamente o que está acontecendo.
Passe
tempo ao ar livre
Passar tempo ao ar livre proporciona uma série de benefícios. Nós já falamos aqui sobre como a natureza pode ajudar a curar casos de depressão, pressão alta, estresse, déficit de atenção, entre outras coisas. Aproveitar os parques urbanos ou ir para as montanhas, inclusive, já é algo receitado por médicos como parte do tratamento para diversas doenças. Mas, quanto tempo é necessário estar em contato com a natureza para que o corpo realmente absorva todos esses benefícios? Um estudo publicado recentemente na revista científica Nature diz que o ideal é passar, pelo menos 120 minutos na natureza por semana.
De
acordo com a percepção de bem-estar reportada pelos participantes, os
pesquisadores concluíram que são necessários, ao menos, 2 horas semanais de
contato com a natureza, seja nos parques urbanos ou nas montanhas, para que as
pessoas sintam melhora na saúde e na própria sensação de bem-estar.
Dica –> Separe, pelo menos, um dia da semana para realizar uma atividade ao ar livre que inclua contato com a natureza. Pode ser desde uma trilha até um piquenique com a família no parque ou praça perto da sua casa. O mais importante não é estar afastado de tudo, mas, sim, ter essa conexão com o verde, que ajuda a recarregar as energias para encarar os desafios da semana seguinte. É claro que quanto mais tempo você conseguir passar em contato com a natureza e quanto maior for a imersão, melhor será!