Para quem gosta de aventura, está sempre em movimento e contando os dias para a próxima viagem, ficar em casa pode ser um desafio. Mas, como em tudo (ou quase tudo) sempre existe um lado bom, este período de quarentena também tem proporcionado aprendizados e descobertas. Não ter que se deslocar até o trabalho, por exemplo, permite que sobre muito mais tempo para outras atividades.
O Brasil tem três cidades que figuram entre as piores do mundo quando o assunto é trânsito. Os moradores de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte passam, em média, de duas a três horas por dia se deslocando para realizar as atividades diárias. Quando isso é colocado em um quadro maior, essa população chega a perder 200 horas anuais apenas dentro de um carro ou no transporte público. Todo esse tempo poderia ser usado de diversas outras formas, mais prazerosas e até mais produtivas.
Durante a rotina normal, ou seja, fora do período de quarentena, esse tempo usado para locomoção não é nem considerado como tempo útil, afinal, existem poucas opções de atividades que podem ser realizadas com segurança enquanto você está no trânsito. Portanto, talvez nós já estejamos acostumados a contar com um dia mais curto e estamos sempre desejando ter mais tempo.
Com a quarentena, boa parte das pessoas passou a ter mais tempo, seja para dormir um pouco mais, assistir a algum filme, ler um livro, retomar um hobby, desenhar, planejar ou, simplesmente, ficar sem fazer nada! Essas horas valiosas que normalmente são perdidas no trânsito, se transformaram em mais vida. Afinal, é muito mais agradável poder passar 3 horas do dia fazendo algo que gosta, do que preso dentro de um carro ou no transporte coletivo.
Mas, e quando isso tudo acabar e a vida voltar ao normal? Aí as pessoas já vão saber que tempo é algo que não se compra, mas que vale muito. Assim, quem sabe novos hábitos não sejam aplicados, as rotinas mudem, os horários também. Existe uma vida inteira esperando para ser vivida e ela passa rápido demais para nós acompanharmos parados no trânsito.