Destinos

A Argentina é um dos melhores lugares para conhecer o mundo das alturas. Na cordilheira dos andes, que é o mais longo complexo montanhoso do mundo, passando desde a Venezuela até a Patagônia e se estendendo por 8 mil quilômetros, encontramos um objetivo: Nevado Quewar, um vulcão inativo em uma região ainda quase intocada. 

Maysa é bióloga, ambientalista e mergulhadora. Se dedica às causas de conservação do meio ambiente com ONGs de resgate de fauna tanto no Brasil quanto na África do Sul. Há anos viaja pelo Brasil e ao redor do mundo para conhecer os diversos ecossistemas e compartilhar seus registros com intuito de tornar a natureza cada vez mais vista e valorizada pelas pessoas.

Já Maria, é fotógrafa e montanhista. Cresceu cruzando as fronteiras do Brasil passando de carro pela Argentina, escalando vulcões, conhecendo lugares fora do convencional e nessa última temporada andina, janeiro 2022, escalou a quarta maior montanha das Américas. Encontra nas expedições a inspiração para produzir imagens sensíveis, profundas e que ressaltam o lifestyle de uma vida outdoor.

Juntas, buscaram englobar todos os ecossistemas, embarcando em expedições que as levem Do Mar à Montanha. 

O grande objetivo  da dupla foi ascender um vulcão de +6000m e descobrir como o o corpo humano se comporta em meio a altitude, reforçando para as mesmas e outras mulheres que também podemos fazer parte desse universo altamente desafiador.

 

Expedição verde 

Conhecer para preservar sempre foi o principal objetivo das duas e nessa jornada não seria diferente. A política de redução de plástico, alimentação vegana em toda a expedição, acondicionamento de resíduos de maneira apropriada para posterior descarte e a adoção de produtos como os da linha ECO da The North Face compunham a expedição. 

“Busquei nessa experiência vivenciar a minha primeira alta montanha mostrando que é possível ascender grandes altitudes, consumindo alimentos 100% vegetais, eliminando o uso de plásticos de uso únicos e usando a minha voz para falar sobre a importância de escalar montanhas de forma sustentável. Por isso, embarquei nessa aventura com a minha jaqueta Carto Triclimate da TNF, feita com poliéster reciclado pós consumo” – Maysa. 

 

 

Maria

”Acredito que sempre aprendemos com as montanhas. Enfrentamos muitos desafios nessa jornada e aprendemos a lidar com o desconforto. Sempre voltamos mais fortes. Não chegamos ao cume em um movimento só, a aclimatação e porteios se faz muito necessária. Subimos e descemos diversos acampamentos que deixavam o corpo mais forte e acostumado. Dar passos para trás também é evoluir!

O cume nem sempre é o alto da montanha, alcançamos os nossos próprios pelo caminho. O meu é sempre no próximo acampamento. Quanto mais alto subimos, a linha do horizonte se expande e assim, podemos ver mais montanhas e novos objetivos.

Companheirismo e boas companhias faz toda a diferença em expedições assim (e no dia a dia). A Maysa me ensinou a pensar nas opções que eu tinha disponível no momento. Bons pensamentos e alcançáveis para cada dia. Cada vez que vou para uma montanha, volto com vontade de alcançar novos cumes.” 

 

Maysa 

 “O que eu aprendi sobre a montanha? Bem, tudo ali era peculiar. Durante a expedição inteira carregamos o peso para o dia de cume. Botas duplas e roupas mais pesadas foram usadas apenas no último dia, mas deviam ser carregadas em todos os porteios. As comidas devem ser o mais leves e o mais compactas possíveis, então, frutas e legumes foram consumidos apenas no acampamento base. Depois, priorizamos tudo o que era em pó e instantâneo. Com o tempo isso enjoa, mas é preciso comer. 

Pelo ambiente ser muito seco e precisarmos de glicose o tempo inteiro nas jornadas, consumimos balas o tempo todo, salivando constantemente e nos mantendo alerta. 

Os bastões de trekking são essenciais para nos ajudar no equilíbrio e manter a postura, que tende a ceder a cada passo pela exaustão. Eu deixei de levar altas quedas no solo íngreme por conta deles. Além disso, muitas vezes entrávamos na barraca para deitar as 16h e só levantar no dia seguinte às 7h. Isso é um tanto quanto agonizante: ficar deitado tanto tempo sem sono e com frio.

Por fim, descobri que a alta montanha exige hidratação constantemente. Tomamos mais de 3L de água por dia, o que nos fazia levantar diversas vezes para fazer xixi na madrugada. Para não congelarmos fora da barraca, fizemos as necessidades dentro dela  em uma garrafa e descartávamos no dia seguinte. Eu usei um funil para me ajudar.”

 

Expedição Nevado Quewar em números: 

  • Trekking total de 70km 
  • Média de 15kg na Cargueira Terra 55L
  • Temperaturas médias de -13C
  • 1.925m de desnível 
  • Altitude campo base 4.200m
  • Altitude cume 6.125m

 

Importância de bons equipamentos 

“Que aprendemos a lidar melhor com o desconforto é um fato. Mas tendo o suporte de bons equipamentos, sempre chegamos mais alto! Exaustão, alimentação, frio e peso excessivo nos puxam cada vez mais para pensamentos negativos. De todas as maneiras possíveis, buscamos o conforto em um ambiente tão inóspito. O uso de boas camadas de roupa nos deixam confortáveis para prosseguir nessa jornada. Ter embarcado para o Quewar com a linha ECO nos provou que podemos fazer uma alta montanha com esse conforto e sem o uso de vestimenta e pluma.”

 

Dicas e Indicações

 

 

 

Camadas de roupas: 

“Cuidamos muito da nossa vestimenta, principalmente em porteios e deslocamentos. Com pouca roupa, acabamos passando frio. Roupa em excesso também é um problema, transpiramos e isso complica posteriormente pois a vestimenta não seca, além de também resultar no frio. Com a Carto Triclimate, pudemos optar pelas duas camadas que tem fácil acesso de corta-vento e HeatSeeker, facilitando esse processo.”

 

 

 

 

  

 

 

Hidratação e alimentação: 

“Um dos sintomas do mal da montanha, é a falta de apetite. Sempre tenha snacks calóricos e de fácil consumo nos bolsos de acesso rápido. Consumimos bastante doces/balas para evitar que a boca ficasse seca, assim, salivamos continuamente.  O principal fator na montanha, é o consumo de água. Ingerimos muitos líquidos durante todo o processo. Desde sopa, chás, sucos e água pura. Mantendo o corpo hidratado, podemos prosseguir.”

 

 

 

 

 

Para mais relatos dessa e novas expedições, acompanhe o time via Instagram: 
@maysasantoro @maria.alberici @franke_henrique @versuseumesmo

 


Escrito por

Rachel Magalhães

Jornalista, formada pela FIAM-FAAM. Apaixonada por aventuras, ama viajar, conhecer novos lugares e estar em contato com a natureza. Faz parte do time da The North Face há nove anos.