As aventuras não param nunca! Nós acabamos de voltar do Atacama, mas já estamos com a cabeça na próxima viagem. O destino escolhido para receber o 2º Summit Experience foi a Patagônia, um dos destinos mais incríveis da América do Sul.
Localizada aos pés dos Andes, a Patagônia reserva incontáveis aventuras. São montanhas, glaciares, rios, lagos, muita trilha e uma inúmeras espécies da fauna e flora.
O Summit Experience será realizado em parceria com o Explora Patagônia, único hotel situado dentro do Parque Nacional de Torres del Paine. Além da localização privilegiada, o roteiro incluir explorações exclusivas e personalizadas e uma série de experiências que ficarão para sempre na memória.
Data: 25/9 – 30/9 (4 noites)
Local: Explora Patagônia
Investimento: US$ 3.275 + impostos – (Incluso: kit especial The North Face, aéreo, sistema all inclusive, traslado e todos os passeios)
Garanta a sua vaga: reservas@thenorthface.com.br – (11) 2103-2987 (segunda a sexta)
*Vagas Limitadas
Sobre o Summit Experience
O Summit Experience é um programa de viagens com experiências únicas e personalizadas para os melhores destinos do mundo.
Além de contar com o melhor em hospedagem, estrutura, gastronomia e conforto, você viverá aventuras únicas e totalmente exclusivas.
É a oportunidade perfeita para você conhecer outras pessoas e se conectar a um grupo de aventureiros com interesses em comum, que querem superar limites, fazer novas descobertas e nunca parar de explorar!
A Jaqueta Thermoball está ainda melhor. Esse clássico exclusivo The North Face passou por algumas mudanças e chegou à nova coleção ainda mais eficiente em todos os sentidos. A nova Thermoball aquece mais, protege melhor dos ventos e está ainda mais resistente.
A tecnologia Thermoballé uma opção sustentável para substituir as plumas de ganso. Feito em parceria com a Primaloft, esse isolamento térmico é feito sem nada de origem animal e com parte de sua matéria-prima proveniente de materiais reciclados.
Basta olhar para a Thermoball para perceber que ela está diferente.
Inovação
Quando o assunto é Thermoball, estamos falando de uma verdadeira revolução tecnológica. Esta não é única opção sintética para aquecimento, mas é uma alternativa muito diferente das opções tradicionais. Enquanto os outros isolamentos sintéticos são produzidos em filamentos contínuos, a ThermoBall é fabricada com pequenos conjuntos de fibras sintéticas arredondas, que funcionam de maneira muito semelhante às plumas de ganso. Esta forma ajuda a reter o calor, formando pequenas bolsas de ar e, consequentemente, proporcionando um melhor isolamento térmico.
Novidades
Basta olhar para a Thermoballpara perceber que ela está diferente. A tradicional costura usada para separar os gomos de isolamento térmico que antes era quadrada, ganhou um desenho mais divertido. Com a mudança no design e preenchimento, a jaqueta também ficou mais resistente aos ventos, por ter menos espaços para a passagem do ar frio, e ganhou um pouco mais de densidade, para melhor desempenho em aquecimento.
O que continua
A Thermoballé conhecida por sua praticidade. Além de ser uma opção versátil, que se adapta perfeitamente a uma grande variação térmica, a nova jaqueta Thermoball mantém todas as funções que a tornam um item essencial em qualquer ocasião. Essa jaqueta é altamente compressível, podendo ser guardada no próprio bolso, tem acabamento com tecnologia DWR (resistente à água) e, diferente das plumas de ganso, é capaz de manter as propriedades e aquecimento mesmo quando está molhada. Para resumir, a Thermoballé uma jaqueta para ter sempre na mochila.
Nesta quarta-feira (17) o ginásio Fabrica Escalada Indoor, em São Paulo, vai receber um evento especial apelidado de “bouderjada”. A festa, que une escalada e uma boa causa, tem como intuito levantar verba para que o atleta Felipe Ho possa disputar a Copa do Mundo de Boulder, que acontecerá em Munique no próximo mês.
O evento contará com diversos atrativos. Além do próprio atleta estar disponível para escalar com a galera, vão rolar sorteios, bazar, e, como em toda boa festa, também vai ter música e cerveja.
A “bouderjada” vai começar às 17h e só termina quando o ginásio fechar, às 22h30. Durante esse período, todo o valor arrecadado com a entrada dos visitantes será revertido para o próprio atleta.
O evento é aberto e não é necessário se inscrever para participar. O valor da entrada é R$ 35. A Fábrica Escalada está localizada na Rua Dr. Renato Paes de Barros, 484 – Itaim Bibi, São Paulo.
Felipe Ho escalando na Fabrica. | Foto: Carol Coelho
Não é preciso dados e pesquisas para perceber o aumento no número de mulheres viajando, seja sozinhas ou em grupos. Isso é total reflexo de um empoderamento feminino que está em pauta e se manifestando em diversas áreas da sociedade.
Com o objetivo de abordar o tema e incentivar mulheres a quebrarem barreiras e fronteiras, acontecerá em 27 e 28 de abril, em São Paulo, o I Encontro Brasileiro de Mulheres Viajantes. Serão dois dias reunindo viajantes com diferentes perfis e níveis de experiência. Nas palestras e bate papos, as convidadas darão desde dicas de como planejar uma viagem, até informações para pessoas que querem trabalhar com turismo, mas não sabem por onde começar. Além disso, serão compartilhadas muitas histórias inspiradoras de mulheres que se jogaram no mundo.
O evento quer ir além, provando reflexões acerca das dificuldades específicas enfrentadas por mulheres. A iniciativa é da jornalista e turismóloga, Gilsimara Caresia, que já viajou mais de 90 países mochilando, a maioria deles sozinha. Gilsimara fundou o projeto GirlsGo e leva grupo de mulheres para viajar o Brasil e o mundo. Ela é palestrante e realiza encontros em São Paulo desde 2017, ano em que voltou de uma volta ao mundo de dois anos.
Onde e quando: I Encontro Brasileiro de Mulheres Viajantes
Data: 27 e 28 de abril de 2019, das 9h às 18h.
Local: Leques Brasil Hotel, Rua São Joaquim, 216, Liberdade, São Paulo.
Clique aquipara ver a programação completa e mais informações.
Acampar é um dos melhores jeitos de se conectar com a natureza. No entanto, para manter essa conexão sempre saudável é imprescindível cuidar para causar o menor impacto ambiental possível. Os escoteiros são conhecidos mundialmente por seu amor à natureza e esforço constante em conscientizar pessoas e atuar na preservação ambiental. Por isso, nós separamos algumas dicas “escoteiras” para te ajudar a colocar em prática boas práticas de acampamento. Muitas coisas que vamos falar aqui podem parecer óbvias, mas elas nem sempre são realmente aplicadas na vida real. Então, não custa nada relembrar!
Cuidados na hora do banho
Se o local escolhido para o seu acampamento não tem chuveiro e o jeito é tomar banho em um lago ou rio, lembre-se de NUNCA usar sabonetes, xampu ou qualquer outro produto químico, para evitar a contaminação dos mananciais. O mesmo cuidado é válido na hora de lavar a louça, jamais use detergentes em locais com água corrente ou represada.
Não deixe rastros
Esse talvez seja o conselho mais óbvio, mas ele precisa ser repetido. Não deixe nenhum tipo de rastro para trás. Todos os resíduos, sejam eles recicláveis ou orgânicos, devem ser levados de volta e destinados adequadamente. Mesmo durante o acampamento, mantenha o lixo em locais apropriados e devidamente fechados. Isso evita que animais sejam atraídos pelos restos de comidas, o que deixará você mais seguro e eles também.
Evite fazer muito barulho
Lembre-se que existem muitos animais das mais diversas espécies habitando o entorno do seu acampamento e eles são acostumados apenas com os sons da natureza. Portanto, evite fazer muito barulho, principalmente proveniente de caixas de som. Eles podem ser extremamente desconfortáveis e até perigosos para muitos animais.
Cuide dos animais
No seu caminho ou em sua “estadia” certamente você encontrará muitos bichinhos dos mais diversos. Cuide para que eles fiquem bem mesmo com a sua presença. Respeite ao máximo todas as espécies e evite alimentá-los, principalmente quando a sua refeição é baseada em alimentos industrializados. Eles têm hábitos próprios e normalmente têm na própria natureza tudo o que precisam para sobreviver de forma saudável.
Dê preferência às trilhas que já existem
Sempre que possível, opte pelas trilhas já demarcadas. Isso evita mais desmatamento e, consequentemente, ajuda a preservar as espécies locais da fauna e flora. Além do cuidado ambiental, seguir pelos caminhos que já existem é muito mais seguro do que se aventurar pela mata fechada.
Para o “número dois”
Se você está em um camping ou parque nacional é bem provável que tenha um banheiro próximo à área de acampamento. No entanto, se você está em uma aventura mais solitária, dificilmente poderá se dar ao luxo de ter sanitários próximos à sua barraca. Se este for o caso, cave latrinas para descartar os seus detritos. Lembre-se de fazer o buraco longe dos rios. Após a utilização, tampe bem a latrina e na hora de ir embora, cubra-a com terra.
Evite ao máximo o uso de itens descartáveis
Leve sempre seus próprios talheres, pratos e toalhas reaproveitáveis. Essa mesma dica vale para outros itens e equipamentos. O sisal, por exemplo, pode ser substituído por cordas de nylon, para que sejam usadas várias vezes.
Na fogueira
Nem todos os locais permitem fogueiras, então, antes de qualquer coisa atente-se às normas do parque, praia ou camping em que você está acampado. Na hora de cozinhar, a opção mais ecológica é usar um fogareiro. Mas, se essa possibilidade não se encaixa na sua aventura e uma fogueira é realmente necessária, tenha o cuidado de usar galhos que já estejam no chão e mantenha em todo o tempo a fogueira sob controle. Ao finalizar o uso, apague-a!
A yoga tem se tornado um esporte cada vez mais popular entre os escaladores. Não é de hoje que atletas de escalada se aproveitam também da prática da modalidade indiana para melhorar a flexibilidade e trabalhar a mente para escalar ainda melhor. Em um artigo publicado no Co.Op Journal, a professora de yoga e escaladora Olivia Hsu explicou como os dois esportes podem se complementar.
Segundo ela, um dos maiores benefícios que a yoga pode proporcionar é a capacidade de controlar a respiração e a mente para manter os batimentos cardíacos baixos. Olivia explica que por ser um esporte em que o corpo está sempre trabalhando no limite, exigindo muita concentração e força, é comum que as quedas deixem as pessoas mais nervosas. Durante a escalada o trabalho cerebral aumenta a pressão sanguínea, os níveis de adrenalina e o cortisol, que é considerado o hormônio do estresse. A prática de yoga, por outro lado, trabalha com o sistema nervoso parassimpático que ajuda no efeito inverso, desacelerando o coração, reduzindo a pressão sanguínea e colaborando para a recuperação pós eventos de estresse.
Olivia explica que começou a escalar há 21 anos, pouco tempo depois um amigo comentou que tinha ouvido falar que a yoga era um bom complemento para a escalada. Na época, 19 anos atrás, a prática indiana ainda não era o fenômeno que é hoje, mas não foi difícil encontrar um lugar para fazer aulas. Desde então, a escaladora não parou mais. Tanto é que hoje atua como instrutora de yoga.
Logo ao aprender a primeira posição de yoga, Olivia já sabia que essa seria a combinação perfeita. Ela sente a mesma intensidade física e mental em ambos os esportes e um acaba colaborando para a evolução de habilidades específicas que se refletem no outro.
Hoje, Olivia não apenas ensina yoga, mas tem um aplicativo com práticas voltadas especificamente para escaladores. A ferramenta já disponibiliza mais de 50 aulas de yoga com movimentos e exercícios pensados para te ajudar a escalar melhor.
No último fim de semana aconteceu o Endurance Challenge Peru e a prova contou com uma presença ilustre: Rosalia Camargo. A corredora foi do Rio de Janeiro como convidada de honra para correr o EC Peru pela primeira vez. Após uma prova dura, ela acabou a prova com a quarta colocação, muita experiência e boas memórias.
O Endurance Challenge é uma corrida incrível, mas muito desafiadora. Além de ser uma prova em ambiente bem árido e com muitas pedras e areia no caminho, os corredores precisam encarar as altas temperaturas e o sol brilhando forte durante quase toda a corrida. Para Rosalia, esse foi, inclusive, o maior desafio da prova.
Se por um lado aguentar o calor e a grande variação altimétrica, que Rosalia considerou “cruel”, foi um sacrifício, a atleta também teve ótimos momentos e uma imagem que vai ficar para sempre na memória de um momento vivenciado ainda no início da corrida. O melhor momento da prova foi “aproximadamente no 10km, quando nós começamos a grande subida da prova, e as luzes da cidade de Pachacámac ficavam pequenininhas lá embaixo. Era madrugada ainda e uma linda lua nos acompanhava”.
Além disso, correr um Endurance Challenge era um sonho antigo, que só agora a corredora conseguiu realizar. “Correr um Endurance Challenge The North Face foi a realização de um sonho. Há muito tempo eu ouvia falar desse circuito, mas nunca tinha tido a oportunidade de fazer uma prova, já que durante a única etapa que teve no Brasil eu estava grávida! Enfim, no início do ano surgiu essa oportunidade para ir ao Peru e eu, super animada, me preparei para a prova. O que eu não imaginava, e que realmente me surpreendeu, foi a cidade de Lima. Além de uma gastronomia espetacular, Lima também tem uma variedade incrível de atividades outdoor … como surf, mountain bike e trail run!”, explicou a atleta em seu blog pessoal.
Rosalia Camargo durante o Endurance Challenge Peru. – Foto: Francisco Palomino.
Rosalia liderou a prova por quase todo o tempo, mas devido à confusão em uma das marcações, acabou pegando o caminho errado e perdendo um dos pontos de controles. “Quando cheguei no PC do 52km fui orientada a seguir adiante. E lá fui eu, ladeira abaixo, porém… o caminho não era aquele! E eu, sem ter a menor noção do que estava acontecendo, corri até a linha de chegada seguindo as faixas laranjas”. Ao chegar, inicialmente Rosalia acreditava ter finalizado a prova na primeira colocação. Mas, devido à perda do ponto de controle, ela terminou oficialmente com o 4º lugar. “A corrida não teve o desfecho que eu esperava, mas mesmo assim foi um dia especial, onde corri por lugares totalmente diferentes, com paisagens incríveis que com certeza vão ficar para sempre na minha memória”, comentou.
Para quem está pensando em correr o Endurance Challenge do Peru em 2020, Rosalia já deixa a dica: “Treinar bastante subida e estar preparado para resistir ao sol. Eu utilizei bastante os drop bags ao longo da prova e acho que vale a pena trocar a roupa e o calçado para quem for correr os 80km”.
O Tour du Mont Blanc é uma trilha icônica e que está na lista de desejo de quase todos os aventureiros. Além de passar por três países (França, Suíça e Itália), o roteiro passa por algumas das montanhas mais altas da Europa, florestas, vales, geleiras e por inúmeras paisagens incríveis. São 170 km de trilhas, passando pelos alpes e por vilarejos cheios de charme.
O Tour du Mont Blanc não é uma travessia e, sim, um circuito. Por causa disso, é possível fazer a trilha completa iniciando por qualquer ponto. O mais comum é que o percurso seja feito no sentido anti-horário e o ponto inicial mais comum para quem vai de fora da Europa é região de Les Houches, que está próxima à Genebra. A escolha pela direção da trilha leva em consideração a altimetria. Por ser uma trilha com muitas variações e subidas que ultrapassam os 4 mil metros de altitude, na hora de escolher o roteiro é necessário avaliar quanto tempo será necessário para vencer os picos mais desafiadores. Os aventureiros que fazem a trilha no sentido anti-horário têm a vantagem de não encarar no mesmo dia quase 2 mil metros de subida na região de Le Brévent.
O mais indicado é fazer o Tour du Mont Blanc no verão. – Foto: Tim Kemple.
A região dos alpes ficou conhecida mundialmente por ser uma das mecas da escalada, atraindo atletas do mundo inteiro e sendo o palco para subidas icônicas e que ficaram para a história. Foi lá também que o montanhismo começou a ser praticado e visto como um esporte. Para quem opta pelo trekking na região, um dos auges é poder caminhar tendo como plano de fundo a imensidão e beleza do Mont Blanc, algo que ajuda a dar uma energia extra para superar as infindáveis subidas.
Os 170 quilômetros são normalmente percorridos em um período que varia de sete a 12 dias, dependendo do ritmo escolhido e do tipo de viagem que os trilheiros escolhem. Há quem opte por fazer a trilha toda acampando (mas vale lembrar que em algumas áreas o camping não é permitido) e também existem ótimas opções de hospedagens desde albergues até hotéis de luxo em praticamente todo o caminho.
O mais indicado é fazer o Tour du Mont Blanc no verão. Devido à altitude, durante a maior parte do ano muitos trechos estão cobertos de neve, o que dificulta e até impossibilita a caminhada em diversos locais. Mesmo durante o verão, muitos dos picos ainda ficam cobertos de neve, o que garante um charme especial às passadas e fotos incríveis durante a aventura.
Chamonix, França. – Foto: Tim Kemple.
O Parque Nacional de Itatiaia tem muita história. Criado em junho de 1937, esse paraíso que atrai aventureiros de todos os cantos do país, foi o primeiro Parque Nacional a ser criado oficialmente. Itatiaia está localizada em um ponto estratégico, entre São Paulo e Rio de Janeiro, mas, o seu fácil acesso não é seu único diferencial. A região abriga alguns dos pontos mais altos do Brasil, como o Pico das Agulhas Negras, a Pedra do Sino, o Morro do Couto, entre outros, e é ideal para a prática dos mais diversos esportes de aventura e atividades ao ar livre.
O Parque Nacional de Itatiaia está situado bem na divisa entre RJ e MG, a apenas 3h20 da capital paulista e a pouco mais de duas horas do Rio de Janeiro. O Parque é dividido em duas áreas: a parte baixa e o planalto, também conhecido como parte alta e é justamente essa a área preferida dos montanhistas. Apesar da parte baixa também ter várias opções de trilhas, o planalto oferece a possibilidade de alcançar alguns dos pontos mais altos do Brasil, o que faz brilhar os olhos de qualquer aventureiro.
Outro diferencial do Parque Nacional de Itatiaia é a grande quantidade de atrações para todos os níveis. O Lago Azul, por exemplo, está a apenas 500 metros do Centro de Visitantes, e bem perto dele já está a piscina natural do Campo Belo, muito indicada para o banho. No mesmo parque existe a possibilidade de alcançar o sexto ponto mais alto do Brasil, o Pico das Agulhas Negras, a 2.791 metros de altitude.
Itatiaia está localizada na Serra da Mantiqueira e a unidade de conservação que hoje é o parque possui uma área de mais de 28 mil hectares, onde é possível praticar trekking, hiking, escalada, camping, observação de aves e borboletas, ciclismo, entre outras coisas. Em termos ambientais, a riqueza de fauna e flora são incríveis e únicas, além do parque abrigar importantes nascentes.
Quando o assunto é trekking, os aventureiros vão até o parque buscando, principalmente, as travessias. A maior parte delas pode ser feita em até dois dias com a opção de dormir em um dos abrigos e acordar dando de cara com as nuvens e a imensidão da natureza.
Quem administra o Parque Nacional de Itatiaia é o ICMBio. Nos últimos anos o local recebeu novas estruturas para receber melhor os visitantes, que contam com áreas específicas para camping, quiosques para piqueniques, trilhas demarcadas, acompanhamento de guias, abrigos para os montanhistas e mais. Mas, a previsão é de que a estrutura fique ainda melhor depois que o governo autorizou uma concessão de serviços de visitação a uma empresa privada, com um contrato de R$ 17 milhões, que devem ser aplicados em melhorias como a construção de novos abrigos, uma megatirolesa, novas áreas de convivência, estruturas para alimentação, entre outras coisas.
O Parque está aberto para visitação durante o ano inteiro e as atividades são indicadas para todas as estações e climas. É cobrada uma taxa de entrada que varia de acordo com o período em que o visitante permanecerá na área do Parque. Além disso, outra informação importante é que, devido à procura, é preciso solicitar autorização prévia para usar os abrigos.
Clique aquipara saber mais informações sobre o Parque Nacional de Itatiaia.
Você já observou um ultramaratonista e se perguntou: como essa pessoa consegue correr por tanto tempo sem parar? De fato, fazer provas longas, seja na cidade ou na montanha, que levem o corpo ao extremo e exijam um alto preparo físico e psicológico, não é para todo mundo. No entanto, não é preciso ser um “super-atleta” ou apenas viver do esporte para conquistar uma prova de longa distância.
O Tiago Duarte é prova disso. O capixaba é analista de sistemas e concilia a profissão com as rotinas de treino para corridas de montanha. Ele começou no esporte em 2007, correndo na rua apenas com o intuito de perder peso. Por acaso, depois de um tempo, ele acabou de inscrevendo para uma prova de trail run e nunca mais parou. Em 2015 ele fez a sua primeira prova de ultramaratona: 100k na Patagônia. A experiência foi tão marcante, que ele resolveu ir além e se inscreveu para correr os 130k, no mesmo lugar.
Ele nos contou todos os detalhes do preparo e o resultado dessa aventura. Confira abaixo o depoimento dele na íntegra:
“Gostaria de convidar vocês a me acompanharem por uma longa e tortuosa trilha que, muitas vezes, pode ser mais difícil e desafiadora do que a que nos propomos correr nas ultramaratonas de trail run.
Digo sempre que para correr uma ultramaratona por trilha de montanhas é preciso estar muito mais bem preparado psicologicamente do que fisicamente. Que a preparação psicológica deve ser pelo menos igual à preparação física, apesar de sugerir que essa deva ser maior.
Quando decidi participar da minha primeira ultramaratona não precisei focar tanto nessa preparação, pois seria algo novo, algo nunca antes experimentado pelo meu corpo, por meus sentimentos.
Foquei muito em estar preparado e sem sentir dores nos cinco meses de preparação e cheguei muito bem e feliz para a largada dos meus primeiros 100K da vida em 2015.
Os treinos foram tão duros e difíceis, que a prova se tornou fácil e foi sensacional. Consegui sofrer pouco e, com muita determinação, consegui completar. Acredito que toda essa diversão se deu ao fato de estar realizando algo totalmente novo e inexplorado. Além disso, presenciei cenários deslumbrantes, magníficos e passei por lugares na Patagônia (local da minha prova) onde acredito que nem 1% da população do planeta poderá apreciar tamanho espetáculo, afinal existe a especulação de que menos do que 1% da população corre uma maratona. Imagine então uma ultramaratona e pela Patagônia.
Tiago Duarte na conquista dos 100k em sua primeira corrida na Patagônia. – Foto: Arquivo Pessoal/Tiago Duarte
Fato é que a primeira ultramaratona foi, na medida do possível, tranquila. Entretanto, a experiência foi tão positiva, que decidi partir para um desafio ainda maior. Correr 130K no próximo ano na mesma prova.
Dessa vez as coisas já seriam um pouco diferentes. Eu iria correr 130k e desses, 100k seriam pelo mesmo trajeto do ano anterior. Além disso o desafio não era algo novo e para piorar, todos os amigos que eu fiz durante os meus primeiros 100k falaram que não iriam participar novamente da corrida, pois queriam experimentar provas diferentes e, para eles, repetir o trajeto era algo nada animador.
Estava decidido e resolvi, já que estava inscrito, me dedicar ainda mais aos treinos e chegar bem preparado para a quebra do meu recorde. Porém, dessa vez, tratei de focar nos meus treinos mentais e busquei ajuda de uma psicóloga. A ideia era me entender, tratar minhas tormentas, conseguir mudar rapidamente meus momentos/pensamentos de negativos para positivos (sabendo que os positivos também voltam a ser negativos) e, dessa forma, me preparar para aguentar o desafio e me sentir confortável e feliz comigo mesmo por horas e horas na mais absoluta solidão, silêncio e esforço ao qual me submeteria.
Depois de aproximadamente cinco meses de treinamento e dedicação, me encontrava na largada e certo do que havia decidido por fazer. Vendo fotos e vídeos nos dias posteriores à corrida, percebi o quão focado e concentrado eu estava na largada. As pessoas falavam e riam comigo e eu já estava completamente só no meu mundo, sem muitas reações.
Liberado o início da prova, lembro de estar em uma felicidade extrema. Minha atual esposa, meu fiel companheiro de treino e sua esposa estavam lá, eles me saudaram, gritaram e o apoio deles foi fundamental naquele momento. Era o restinho de ‘combustível’ que faltava para completar o tanque de felicidade necessário para encarar os 130k.
Como esperado e treinado, aos 30k de prova, quando o sol já tinha se despedido e o frio ameaçava mostrar sua força, tive o primeiro momento negativo. Uma pergunta não saia da minha cabeça: ‘O que eu estou fazendo aqui?’ Rapidamente busquei uma solução (lembre-se: precisava mudar meus pensamentos negativos para positivos) e prometi para mim mesmo que essa seria a última ultramaratona que faria na vida e, pronto, o pensamento ruim tinha ido embora.
Por um longo momento me mantive firme e forte, rodando e curtindo a prova, mas não esperava permanecer dessa forma por 26h… seria impossível.
Como imaginei, tive vários momentos de baixa na prova, mas superados usando minhas estratégias pessoais e que me fizeram completar meu objetivo.
Usei de vários métodos. Cantei, e alto, sozinho enquanto desbravava as trilhas. Pensei nas várias mensagens de incentivo que recebi momentos antes de sair do hotel em direção à largada da prova.
As entrevistas que tinha dado para TV, contando do meu projeto em realizar esse sonho, também serviram para motivar e manter minhas passadas, uma seguida da outra, durante as 26h e 8 minutos.
Também usei métodos para ‘trapacear’ minha mente. Quando surgia um pensamento negativo do tipo: ‘Que corrida longa, uma ultramaratona de 130K nas trilhas e deserto da Patagônia’, tentava suavizá-lo pensando: ‘Estou fazendo um passeio/caminhada de um dia, para apreciar lugares pouco visitados e maravilhosos onde poucas pessoas têm a oportunidade de conhecer’.
Correr na Patagônia é uma oportunidade única de mergulhar em um ambiente incrível. – Foto: Arquivo Pessoal/Tiago Duarte
Outra forma que tinha de ‘enganar’ minha mente era a já conhecida estratégia de resolução de problemas: Dividir para conquistar. Quando me encontrava muito cansado e determinado a desistir combinava com as minhas tormentas mentais para ‘assoprarem’ de forma mais branda e convencendo-as que correria apenas até o próximo ponto de controle (locais na prova onde você encontra assistência). De lá, seguia em frente até o próximo ponto de controle, e assim sucessivamente até a chegada.
Imaginar como seria minha chegada, como eu iria comemorar, como seria o reconhecimento por completar a prova, por quebrar meu recorde de distância… essa me fazia até chorar. Imaginar as pessoas recebendo essa notícia e falando ‘Esse cara é bruto e determinado’, me emocionava.
O ponto crucial e determinante e onde pus fim a todas as possibilidades de tormentas negativas foi quando quebrei meu primeiro recorde. Isso aconteceu no momento em que superei as 21h49min correndo sem parar do ano anterior (na prova de 100k). A partir desse momento, curti cada segundo. Todos eles representavam um novo limite do meu recorde. Chegar às 24h de corrida reforçou ainda mais meu positivismo, pois poderia falar para todos que corri um dia inteiro sem parar.
Lembro me perfeitamente nos metros finais da minha ultra de 130k, quando avistei minha maior incentivadora e que me esperou por 26h08min. Agarrei sua mão, e me dirigi andando até a linha de chegada.
Ela gritava emocionada, orgulhosa e satisfeita para eu correr. Eu não queria mais correr. Não queria que minha corrida acabasse. Não queria acordar do meu sonho. Não queria desligar meu cronômetro e voltar à ‘vida normal’. Mas essa possibilidade não existia e cruzei a linha de chegada satisfeito em um dos momentos mais felizes da minha vida. Completei 130k.
Minhas provas me ensinaram que ‘Tudo Passa!’, tanto as coisas boas, como as coisas ruins. E, atualmente, tento trabalhar minha mente para que ela se esvazie de pensamentos ruins/negativos rapidamente, pois participar de uma ultramaratona carregado de pensamentos negativos é praticamente uma derrota. Logo preciso inverter esses pensamentos e transformá-los em positivos.
Para correr uma ultramaratona você deve estar feliz, deve correr feliz!”
As duas medalhas, símbolo de suas conquistas pessoais e superação. – Foto: Arquivo Pessoal/Tiago Duarte
Quando somos crianças alguns momentos marcam tanto a nossa história que ficam para a vida toda. Experiências tão intensas assim podem influenciar fortemente as mais diversas decisões da vida adulta. A história de Moeses Fiamoncini é assim. Aos dez anos de idade ele viveu uma grande aventura que despertou o sonho de ser um explorador. Quase três décadas depois, ele realizou o sonho de criança ao conquistar a oitava montanha mais alta do mundo, o Manaslu.
Ele nem sempre dedicou a vida ao montanhismo, mas, mesmo quando estava fechado em um escritório, o sonho de criança ainda existia e estava apenas adormecido, esperando o momento certo de acordar e virar tudo de cabeça para o alto. Em 2008, Moeses resolveu dar uma chance e começar a colocar o desejo de ser um explorador em prática. Ele passou por diversos países, conheceu muitas culturas, morou em mosteiros, pegou carona, surfou e, enfim, em 2018, chegou a um dos maiores cumes da Terra.
Moeses nos contou todos os detalhes da sua expedição ao Manaslu e você confere o depoimento na íntegra no texto abaixo:
“Muito jovem, aos 10 anos, organizei uma ‘expedição’ com um amigo para subir uma pequena montanha próxima da minha casa, no interior do Paraná. Escondido de todos, é claro, foi minha primeira grande aventura. Quando cheguei ao topo da montanha, eu ficava imaginando o que estaria além do horizonte. Naquele momento eu sabia que era isso que eu gostaria de fazer: ser um explorador. Meu nome é Moeses Fiamoncini, tenho 39 anos e sou alpinista.
Desde 2008 viajo o mundo. Percorri mais de 80 países, residi em quatro nações em diferentes continentes (Reino Unido, Canadá, França e Nepal), escalei inúmeras montanhas, conquistei muitos amigos e muitas experiências. E a que eu desejo compartilhar com vocês nesta oportunidade é a expedição ao Manaslu, oitava montanha mais alta do mundo localizada na cordilheira do Himalaia, realizada em setembro de 2018.
Este desejo nasceu depois de guiar minha irmã mais nova, Giselle Fiamoncini, ao Campo Base do Everest em abril de 2018. Fiz uma promessa de somente retornar ao Nepal para realizar o sonho de escalar uma montanha de 8.000 metros, sem oxigênio.
Escalar uma montanha exige um preparo significativo, psicológico e físico. Este desafio começou a ser planejado assim que eu retornei. Na época soube que a alpinista uruguaia, Vanessa Estol, também estava com o mesmo projeto, então trocamos muitas ideias. Ela é minha amiga de longa data. Na oportunidade, ambos contratamos os serviços da empresa nepalesa Seven Summit Trek, especialista em expedições.
Cheguei no dia 29 de agosto, em Catmandu, capital do Nepal, 10 dias antes da data oficial de início da expedição e Vanessa chegou dias depois. Devido ao período das monções e alguns deslizamentos de terra, decidimos partir de helicóptero fretado.
O destino foi Samagaun, uma vila muito pequena e tranquila, localizada a 5 horas do acampamento base do Manaslu. Lá encontrei meu guia Temba Sherpa, especialista em alta montanha e em resgates de altitude.
No dia 10 de setembro, deixamos o vilarejo cruzando um portão e fazendo o juramento de só retornarmos novamente depois de alcançar o cume do Manaslu, a 8.163 metros de altitude.
Campo Base
Provavelmente a melhor maneira de descrever meu primeiro dia no acampamento base seja que estar lá era como me sentir em casa, estava coberto de tendas amarelas que hospedavam aproximadamente 200 alpinistas. O que eu não sabia era que as companhias de helicópteros estavam tendo problemas com o governo para obter permissão de voos em áreas restritas como a do Manaslu e também dificuldades devido às condições climáticas, atrasando assim a entrega de equipamentos e suprimentos. Isso significava que eu receberia minhas Duffles Bags 8 dias depois do planejado.
Meu aniversário, dia 14 de setembro, foi comemorado neste lugar magnífico aos pés da oitava montanha do mundo e no dia seguinte, como presente, recebi minha bagagem e chorei de felicidade. A partir daí estava pronto para iniciar o trajeto para aprimorar o processo de aclimatação antes da expedição oficial, com destino ao C3.
Anoitecer no Campo Base. – Foto: Moeses Fiamoncini/Arquivo Pessoal.
Primeiro e único Ciclo de Aclimatação C1, C2, C3
No dia 16 de setembro, subimos ao Campo 1 (C1). O dia estava ótimo, sem vento e o sol brilhava. De repente ouvimos uma grande avalanche no pináculo leste da montanha, logo abaixo do Campo 2 (C2). Eu me acalmei e continuamos andando em frente. Parecia uma grande avalanche e fiquei impressionado, mas provavelmente para Temba era apenas um simples espetáculo da natureza. Quando chegamos ao C1, já haviam muitas barracas, porém estavam quase cobertas de neve.
No dia seguinte, quando chegamos ao C2, soubemos que um alpinista brasileiro e um sherpa foram pegos por uma avalanche. Felizmente sobreviveram e sofreram apenas pequenos ferimentos. Em dois dias, duas avalanches. É incrível como nos sentimos vivos nessas situações perigosas. Assim dormimos sob céu estrelado no C2, a 6.320 metros.
Devido à avalanche, havia um pequeno risco ao lado esquerdo da passagem a caminho do C3. Avaliamos a situação e resolvemos correr o risco. Percorrer o terreno frágil da avalanche foi um grande desafio psicológico, mas compensou porque conseguimos chegar a 6.730 metros. O local estava muito tranquilo, sem vento e o céu em um tom de azul muito claro. Depois de deixarmos os suprimentos, começamos a descer para o C2, C1 e Campo Base, onde passamos a noite.,
Levando suprimentos para o C2. – Foto: Moeses Fiamoncini/Arquivo Pessoal.
Novamente no Campo Base
No Campo Base o tempo estava bom, mas sabíamos que iria mudar. Entre os dias 19 e 22 de setembro nevou 70 centímetros. Soubemos que haveria uma janela de bom tempo, de 25 a 28 de setembro, uma oportunidade ideal para tentar alcançar o cume.
No dia 22 de setembro comecei a fazer planos com Temba Sherpa e Vanessa Estol. Nesta ocasião, o alpinista espanhol, Sergi Mingote, juntou-se a nós para planejarmos o ataque final ao cume. Vanessa e seu o guia decidiram esperar o tempo melhorar. Eles chegaram ao cume no dia 27 de setembro.
A expedição
Definimos o seguinte roteiro: 23 de setembro C1; 24 de setembro C3, 25 de setembro C4; 26 de setembro Cume e descida ao Campo Base. Dependendo das nossas condições físicas, consideramos alcançar o cume diretamente do C3. Eu estava extremamente emocionado e sentia a energia da montanha. Além disso, por sorte eu estava na companhia de profissionais renomados.
Descanso entre os acampamentos. – Foto: Moeses Fiamoncini/Arquivo Pessoal.
Saímos do CB no dia 23 de setembro, às 16 horas e chegamos ao C1 antes das 19h. Estávamos muito bem aclimatados. Eu e Sergi Mingote não queríamos dormir, era noite de lua cheia, passamos muito tempo contemplando a beleza, eu estava feliz por estar lá, feliz por estar vivo.
No dia seguinte, entre o C2 e C3, o tempo estava nublado e fazia frio. Percorremos um caminho difícil com muita neve fresca e profunda, dificultando a progressão. Em algumas partes a neve alcançava o joelho, não havia muita visibilidade, sendo as pegadas do guia na neve a única coisa possível de enxergar. Chegamos bem no C3.
Sabíamos que o grupo Fix Hope Team já tinha fixado a corda até o C4, mas ela havia desaparecido na neve e aí tivemos a oportunidade de participar da abertura da via. Foi uma experiência única, realmente incrível. Conversamos sobre as possibilidades de chegar ao cume e a opção aceita foi de seguir diretamente do C3, evitando assim de levar suprimentos para o C4. Abraçamo-nos, trocamos palavras de motivação e organizamos os últimos detalhes, eram 18h. Como já tinha previsto, levei comigo uma garrafa de oxigênio, em caso de emergência. E neste mesmo dia, às 22h, partimos rumo ao C4.
Rumo ao cume
Depois de sairmos de C3 encontramos rajadas de vento de 45 a 50 km/h. Em meio à muita neve, pouca visibilidade e ventania, caminhamos por mais de três horas até encontrarmos a primeira corda fixa, estávamos adentrando ainda mais no Glaciar. De lá, usamos as cordas fixas até o C4, em condições muito difíceis devido ao frio e ao forte vento. Depois de muito esforço, às 4h30 alcançamos o C4, a 7.450 metros de altitude. Às 7h, ainda estávamos a 7.600 metros.
A dificuldade das condições do vento, acabou por nos afastar um pouco do caminho, o que nos fez enfrentar uma parede de gelo com uma inclinação de aproximadamente 50°, foi um momento crítico onde passamos muito tempo tentando encontrar o lugar certo para fixar a corda. No local, encontramos os três sherpas da equipe do Fix Rope Team.
Caminho acima do C4. – Foto: Moeses Fiamoncini/Arquivo Pessoal.
Foi aí que comecei a sentir muito frio nos meus pés. Habitualmente transpiro muito e, mesmo no frio, não foi diferente. Mas depois de 2h30 todo o suor começou a congelar. Meus dedos dos pés estavam praticamente congelados e eu sentia grandes bolhas nos dedos dos pés. Então, tomei a decisão de usar oxigênio. Eu não sei o que aconteceu, mas Temba disse que a garrafa tinha apenas 190 bares. A garrafa cheia tem normalmente 300 barras de oxigênio, o que significa que faltavam 110 bares. Com a notícia, eu precisei utilizar o oxigênio de forma consciente. Logo depois de 20 minutos, meu corpo foi se recompondo. Com neve sempre acima dos joelhos, os últimos 300 metros exigiram um grande equilíbrio mental. Foram, em média, duas horas de esforço para subir cerca de 100 metros. Ao me aproximar do cume, guardei o oxigênio para o caso de precisar mais tarde. Restaram penas 10 bares da capacidade.
A Cordilheira vista quase do cume. – Foto: Moeses Fiamoncini/Arquivo Pessoal.
A chegada ao cume e a descida
Quando eu percebi que não faltava muito para o cume, tomei consciência que estava acima de 8.000 metros. Quando chegamos ao cume, às 16h, no dia 25 de setembro, fui invadido por um sentimento imenso de gratidão e realização. Estávamos sozinhos, um time de seis pessoas extasiadas, reverenciando a natureza, contemplando o horizonte, uma paisagem incrível e selvagem que misturava medo e deslumbramento. Não havia vento, o céu estava azul o todo o cansaço havia ficado para trás. Eu estava realizando o meu maior sonho e não há palavras para descrever aquele momento. Abrimos o caminho, com muita determinação e percorremos o trajeto em 18 horas. Permanecemos no cume por cerca de uma hora.
Felicidade em chegar ao cume. – Foto: Moeses Fiamoncini/Arquivo Pessoal.
Apesar da satisfação que nos invadia, ainda havia a descida e, às 17 horas, começamos a retornar. O sol desceu rapidamente. Os sherpas já haviam partido e eu e Sergi ainda estávamos a cerca de 7.700m de altura, andando no escuro. Eu estava fazendo um grande esforço para não parar de caminhar, mas meu corpo estava muito cansado e eu sentia uma enorme vontade de dormir. Eu sabia que se eu parasse, poderia nunca mais acordar e o sonho se transformaria em tragédia. Então, resolvi utilizar novamente o oxigênio e, finalmente, avistamos o caminho para o C4 e C3.
Partimos no dia 24, às 22h, chegamos ao cume no dia seguinte e retornamos ao ponto de partida no dia 25, às 22h. Isso significava que caminhamos intensamente por 24 horas. Foi o momento mais difícil e desafiador que eu já vivenciei. Lembro-me da frase que alguém proferiu lá em cima e que me marcou profundamente ‘Subir foi uma opção, mas descer é uma necessidade’. No dia seguinte deixamos o C3 para o Campo Base e, então, tivemos o merecido descanso. Permaneci ainda por mais três noites no Campo Base esperando o retorno de Vanessa. Foram momentos mágicos e de muita troca de conhecimento.
Além da bela imagem da imensidão do horizonte, que permanece viva na memória, desta incrível experiência ficaram os aprendizados que resumo em três palavras:
Auto superação: A busca para vencer nossos próprios limites.
Foco: Concentrar toda nossa energia, corpo e mente no aqui e agora.
Amor: É preciso amar o que se faz na vida.”
A visão de quem chega ao topo do mundo. – Foto: Moeses Fiamoncini/Arquivo Pessoal.
Seja em um esporte de neve, trilha ou viagem de lazer, se no seu destino você se deparará com temperaturas baixas, é essencial cuidar do aquecimento das extremidades do corpo. Pés, mãos e nariz são áreas que costumam estar naturalmente mais expostas ao frio e, consequentemente, são as mais vulneráveis.
As baixas temperaturas provocam algumas mudanças no nosso organismo. Isso é totalmente natural e uma forma de defesa do corpo. O que acontece é que para manter a temperatura corporal ocorre uma vasoconstrição nos capilares, que são pequenos vasos sanguíneos que chegam até os tecidos mais profundos. Isso ocorre para evitar que o corpo perca calor excessivamente.
Em situações muito extremas, pode ser que a vasoconstrição seja tão intensa que chega a impedir a circulação normal do sangue. Em alguns casos, as temperaturas podem ser tão baixas, que os capilares chegam a congelar. Na verdade, o que acontece é a formação de microcristais de gelo, um fenômeno que não tem tradução em português, mas que é conhecido no inglês como “frostbite”.
Nós explicamos tudo isso apenas para mostrar como o corpo reage quando exposto às baixas temperaturas. Atentar às extremidades é muito importante justamente pelo fato de que nariz, mãos e pés têm duas “desvantagens”: além de estarem mais vulneráveis ao vento e frio, essas são as partes do corpo que estão mais distantes do coração e do cérebro, então são as áreas em que o sangue naturalmente já leva mais tempo e tem mais dificuldade para chegar, quando os capilares estão apertados ou obstruídos, fica ainda mais difícil alcançar as extremidades.
A proteção adequada é o melhor jeito de evitar lesões causadas por frio. – Foto: Clayton Boyd
Para evitar problemas como o congelamento dessas áreas, é preciso manter pés, mãos e nariz sempre bem protegidos e aquecidos. Luvas, gorros, pescoceiras, meiase calçadosapropriados são itens de necessidade básica se você pretende encarar temperaturas negativas e não ter problemas com hipotermia ou congelamento de extremidades. A proteção adequada é o melhor jeito de evitar lesões causadas por frio. Com as roupas certas, você ficará sempre aquecido e seguro.