Se você é um novato na montanha e ainda não está acostumado com o vocabulário comum nas estações de esqui, essa lista foi feita para você. Nós escolhemos algumas expressões bem populares e que você certamente vai ouvir muito nas pistas. Então, já vá se familiarizando!
1- Powder – Esta é a palavra que todo mundo quer ouvir na montanha. Powder é uma expressão usada para dizer que a neve está perfeita, novinha, fofa e ideal para as descidas de ski ou de snowboard.
2 – Bumps – São as ondulações na pista. Elas podem ser naturais, mas, normalmente, são ocasionadas pelo próprio rastro dos esquiadores. Isso costuma acontecer com maior frequência nas pistas altas, quando as marcas dos esquiadores ficam mais profundas. Mas, eventualmente, elas podem ser feitas propositalmente, como um obstáculo para dar ainda mais emoção nas descidas.
3- Icy – Se o powder é o sonho dos atletas, Icy é o pesadelo. Significa que a neve está dura, o que é pouco confortável e péssimo para o desempenho. Descer em uma pista com a neve assim é quase como esquiar no cimento, de tão ruim.
4 – Heliskiing – Esta não é uma palavra que você vai ouvir tão frequentemente em uma estação, mas quando ela eventualmente aparecer, é bom saber. Heliskiing é a prática de ski alpino, uma modalidade para os mais experientes e que gostam muito de adrenalina. Um helicóptero leva os esquiadores até o topo da montanha e eles descem de lá livremente e em altíssima velocidade.
5 – Vaca – Essa é fácil. Vaca é uma expressão que veio do Surf. Assim como no mar, na montanha ela também significa cair.
6 – Encerar – Passar cera na área inferior do Ski e do Snow vai garantir um deslizamento muito melhor nas descidas, principalmente quando os equipamentos já estão mais desgastados.
7 – Trail ratings – É a classificação do nível de dificuldade da pista. Normalmente, essa divisão é feita por cores e pode variar de acordo com o país. Nos EUA, por exemplo, as pistas iniciantes são verdes, intermediários azuis e as pistas avançadas são pretas. Na Europa a sequência é: azul, vermelha e preta.
Depois que você desce a montanha pela primeira vez, não tem mais como parar. – Foto: Andrew Miller.
O Inverno finalmente chegou! Nós passamos o ano todo esperando pela estação mais fria do ano, porque ela traz uma imensidão de possibilidades e aventuras. Mas, nem todo mundo pode desfrutar dessa alegria. Então, nós queremos mudar isso, para que todo mundo fique quentinho neste inverno. E tem algo mais confortável e gostoso de vestir no frio do que um fleece?
Por isso, nós criamos a campanha “Expedição do Bem”. A ideia é juntarmos o máximo de fleeces possível para doarmos a quem precisa. Para ficar ainda mais legal, quem levar um fleece antigo (de qualquer marca) até uma de nossas lojas full price, vai garantir 30% de desconto na compra do fleece novo.
A doação
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Apesar de ser uma ação focada em fleeces, nós vamos receber todos os tipos de agasalhos, moletons, jaquetas e até mesmo acessórios de inverno. Mas, é muito importante que todos os itens doados estejam em boas condições de uso 😉
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Se fazer um trekking de vários dias está na sua lista de desejos, antes de começar a preparar as malas, é preciso preparar o corpo. As longas caminhadas exigem muito do físico, por isso, se planejar e ter um treinamento com exercícios específicos é algo essencial. Quanto antes você começar a treinar tendo o trekking em vista, melhor será o seu desempenho nas longas caminhadas. Para ajudar nesta preparação, um grupo de mulheres montanhistas na Austrália desenvolveu um aplicativo com treinos totalmente focados em trekking, o Luv My Hike.
O cronograma de treinamentos tem duração média de 12 semanas. Segundo os criadores, esse é um programa que não vai só te preparar para uma aventura, ele vai te deixar pronto para uma trilha que mudará a sua vida e a deixará mais saudável e feliz. “Grandes coisas acontecem quando a natureza é sua companheira e você pode amar a experiência tanto quanto o objetivo final. Luv My Hike é uma combinação de inspiração mente-corpo-espírito e divertidos treinos ao ar livre”, diz a descrição do aplicativo.
O aplicativo oferece um plano de treinos compatível com as experiências e necessidades individuais. Além disso, os usuários também recebem mensagens de motivação, dicas úteis para as próximas aventuras, informações sobre equipamentos, histórias de inspiração, vídeos e mais uma série de conteúdos para que os planos de fazer uma trilha longa saiam do papel e sejam realizados.
O Luv My Hike está disponível para download em iOSe Android. Infelizmente ele não é gratuito, mas, os usuários podem experimentar o aplicativo durante um período de testes e depois decidir se continuam com os planos de treino.
San Rafael Swell, Utah. Foto: Tim Kemple.
Rosalia Camargo está aquecendo os motores para disputar uma das provas de corrida de montanha mais famosas, bonitas e disputadas do mundo o Ultra Trail du Mont-Blanc (UTMB). Como parte da preparação, a atleta disputou na última semana o Ultra dos Anjos Internacional (UAI) e fez bonito, garantindo a primeira colocação na distância de 65km.
Ela mesma contou os detalhes da prova:
“A Ultra dos Anjos Internacional é uma ultramaratona que larga na cidade de Passa Quatro e percorre o Caminho dos Anjos, passando por cidades históricas da região durante os 235km.
A organização oferece quatro distâncias, 25km, 65km, 95km e 135km além da distância total de 235km. Nesse ano optei pelos 65km, como parte do treinamento para minha prova alvo do segundo semestre: o Ultra Trail du Mont Blanc, em Agosto. Foi uma experiência incrível, porque além de fazer minha prova, tive a oportunidade de estar em contato com os atletas de todas as distâncias, com muita troca de conhecimento.
Rosalia disputou a prova na categoria dos 65km. – Foto: Daniel Franco
Com largada às 8h, eu sabia que ia correr apenas durante o dia, por isso optei pela regata e shorts da linha Better than Naked da TNF, que funciona perfeitamente no calor, mantendo o corpo sempre confortável e secando super rápido, mesmo com o suor.
O tênis que usei foi o Ultra Cardiac, ideal para as longas estradas de terra batida e subidas e descidas com pedras irregulares, sempre trazendo muita aderência e conforto!
Estreei minha mochila Flight Race MT de 7 litros, com duas caramanholas flexíveis de 500 ml cada, já que tinha apenas um posto de atendimento no 25km com refil de água. A mochila veste perfeitamente! É prática e confortável.
Corri me sentindo muito forte, com todo o equipamento e alimentação perfeitamente conforme o planejado. Fui campeã da prova! Fechei os 65km em 6 horas e 10 minutos aproximadamente, baixando em quase 20 minutos o tempo de prova do ano anterior!
Só tenho a agradecer por todo o carinho que recebi dos outros atletas, fotógrafos e staffs ao longo da prova. Obrigada The North Face por me acompanhar sempre. Seguimos juntos rumo ao UTMB!”
Rosalia finalizou a prova em 6 horas e 10 minutos. – Foto: Daniel Franco
Derreter neve é uma verdadeira missão e vai consumir boa parte do seu dia na montanha. Aproveite que, para aclimatar bem, você também deve descansar. Então, ser eficiente é essencial. Recomendo seguir estas dicas:
– Depende da idade da neve, ela pode render de 2.5 a 5 litros de neve por litro de água. Prefira cristais de gelo, estalactites ou a neve mais compacta possível.
– Utilize o saco da própria barraca para coletar gelo ou neve e começar com o processo do derretimento.
– Normalmente a água obtida do derretimento de neve ou gelo tem um gosto “metálico” que pode fazer com que seu corpo a rejeite. Um dos sintomas da altitude no corpo humano é ficar seletivo ou “fresco” com alimentos e água. O melhor jeito de evitar esse gosto é começar o processo de derretimento com um pouco de água.
– Utilize um filtro de café de tecido que esteja limpo e filtre todas as impurezas e poeira que estão presentes na neve. Mesmo que ela esteja aparentemente limpa, é comum o acúmulo de poeira na superfície da neve. Isso aumenta consideravelmente com neve mais velha.
– O ideal é você fazer 2 etapas diferentes. A primeira consiste em obter e filtrar a água, mantendo ela fria. Numa segunda etapa você esquentará a água para cozinhar, fazer chá etc.
Uma das reações que normalmente temos em grandes altitudes é perder a sede e o apetite. – Foto: Maximo Kausch
– Durante o derretimento para obtenção de água, ela não deveria exceder a temperatura ambiente, caso contrário, a sua água terá gosto. Além disso você provavelmente vai armazenar esta água em algum recipiente que perderá calorias em algumas horas. Ao não esquentar a água você está economizando combustível, portanto peso.
– Como discutido acima, não é recomendável você ingerir a água obtida de derretimento sozinha. O ideal é você adicionar chá, chimarrão, suco ou qualquer suplemento externo que adicione sais minerais à água.
Importante: Não beba neve amarela! Pode ser xixi.
Os desertos são cenários convidativos para fotografia. O clima seco faz com que a luz do sol esteja quase sempre presente e isso facilita a previsão de dias limpos na maioria das estações do ano. O nascer e o pôr do sol fornecem as melhores condições para a prática deste tipo de fotografia pelos seguintes motivos:
– A luz está baixa no horizonte e isso faz com que o ângulo de incidência na paisagem também seja baixo dando mais volume e tridimensionalidade à cena;
– A temperatura está menor e os índices de radiação UV também, promovendo mais conforto ao fotógrafo;
– O vento está calmo, principalmente pela manhã e num ambiente repleto de areia isso se torna uma grande vantagem.
Na medida em que o dia avança, o sol sobe e se torna mais quente, além de emitir a luz num ângulo mais alto, tornando-a menos adequada para a fotografia. Este é o momento de voltar ao hotel ou descansar até que a tarde venha e as condições se tornem propícias novamente.
Fotografando com o pôr do sol ao fundo. – Foto: Cristiano Xavier/OneLapse
O equipamento não exige nada de específico aqui, pois desde smartphones até câmeras avançadas proporcionam o que precisamos. Tripés são necessários somente logo antes do sol nascer ou depois do sol se por, quando a quantidade de luz diminui bastante. Para melhorar as composições seguem algumas dicas:
– Procure por luz e sombra para realçar as formas;
– Fotografe num ângulo mais baixo para valorizar o primeiro plano;
– Fotografe com uma teleobjetiva para comprimir a perspectiva em longas distâncias;
– Inclua pessoas para realçar a noção de tamanho dos elementos.
Para sua segurança fique atento em sempre levar água suficiente, protetor solar, boné ou chapéu e no caso de tempestade de vento proteja os olhos e também a câmera com um saco plástico. No mais é aproveitar as paisagens lunares dos desertos pelo mundo, umas das minhas situações preferidas para fotografar! Quer saber mais? Clique aqui e embarque comigo em viagens fotográficas nos destinos mais inóspitos do mundo.
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Acompanhar o dia-a-dia, ver os treinos, as dificuldades e as conquistas de atletas profissionais é um ótimo jeito de se inspirar e ter ainda mais incentivos para seguir praticando esportes. Poder acompanhar de perto tudo isso e ainda interagir com esses mitos do esporte é algo acessível simplesmente através de uma rede social.
Pensando nisso, nós separamos 9 perfis de atletas que nós admiramos muito e que, certamente, vão inspirar vocês também!
Alex Honnold
“Pra mim, não existe prazer maior do que lutar contra a gravidade e alcançar o topo.”
Alex Honnold é um escalador acostumado a quebrar recordes e a desafiar qualquer limite. Ele é um verdadeiro fenômeno. Conhecido mundialmente por suas ascensões na modalidade free-solo, em que o escalador não usa qualquer tipo de equipamento de segurança, ele já foi até alvo de estudos acadêmicos por sua “falta de medo”. A verdade é que Alex respira escalada e é essa paixão que o permite quebrar barreiras e fazer o impossível.
“99% da escalada consiste em cair, o que pode ser considerado um fracasso. O Apenas 1% é sucesso, mas vale muito a pena.”
Ashima Shiraishi é atleta mais jovem do nosso time. Sua relação com a escalada é tão natural, que ela faz questão de dizer que não treina ela “simplesmente escala”. A pequena norte-americana não é mais uma promessa, ela já é uma realidade. Um de seus maiores feitos, além de ser campeã norte-americana consecutivamente desde os 8 anos de idade, foi a escaladora mais jovem a finalizar uma via de dificuldade 8c+ Fr (11b Br) em toda a história do esporte.
Com sangue grego, Dean Karnazes é um ultramaratonista que honra com louvor as suas próprias origens e origem de seu esporte. Por ser um atleta incansável, ele tem o currículo cheio de conquistas e feitos incríveis como o fato de ter corrido 50 maratonas, em 50 estados diferentes, em apenas 50 dias. Em 2011, Dean correu os mais de 4.800 km que separam a Califórnia até Nova York. Além do esporte, o ultramaratonista também é empresário e um escritor de sucesso.
“A loucura é uma aventura, a aventura leva à autodescoberta e a autodescoberta é a base da felicidade.”
Aos 53 anos, Conrad Anker é o atleta mais experiente de nosso time. São mais de 30 anos vivendo praticamente nas montanha. Ele já alcançou o cume do Everest 3 vezes, sendo que em uma delas ele nem usou oxigênio suplementar. Em suas missões, o montanhista já subiu montanhas nunca exploradas, como o Shark’s Fin, um dos últimos picos nunca antes escalados no Himalaia. Por essas e outras conquistas, Conrad é considerado mais do que um atleta, ele é uma verdadeira lenda do esporte.
“Eu esquio para me superar. Para ver onde estão os meus limites. Para ser intimidada pelo medo, mas não deixa-lo determinar a minha vida.”
Angel Collinson é uma norte-americana que sempre teve a montanha como quintal de casa. Filha de um patrulhador de esqui, ela cresceu em contato direto com a natureza, a neve e o esqui, que se tornaram suas grandes paixões. Apesar de ser uma grande atleta, durante sua adolescência, os estudos sempre tiveram prioridade. Até que, aos 20 anos, ela decidiu fazer uma pausa acadêmica para se dedicar inteiramente ao esqui de alta montanha. Os resultados vieram! Angel já foi duas vezes campeã mundial na categoria Freeskiing e a primeira mulher a ganhar o prêmio Best Line, da revista Powder.
“Quando eu descobri a escalada foi uma grande realização. Eu me lembro de me sentir infinita, com uma enorme esperança de que a escalada pudesse aguentar tudo o que a vida trouxesse pra mim e nunca me abandonar. ”
A escalada parecia estar no destino de Emily Herrington mesmo antes de ela nascer, já que até o nome de sua cidade natal tem a ver com o esporte: Boulder, no Colorado (EUA). Emily descobriu a escalada cedo e desde então tem colecionado títulos e superado os mais diversos limites. Ela já foi cinco vezes campeã norte-americana de escalada, escalou o Everest, foi a primeira mulher a alcançar múltiplas vias de dificuldade 9aFr, e já escalou a via “Golden Gate” (El Captain) sem nenhum equipamento de segurança.
“Escalar é a minha grande paixão na vida e eu vou abraçar isso e dar a esse esporte tudo o que eu puder.”
Margo Hayes tem apenas 20 anos, mas já deixou o seu nome marcado na história da escalada. Ela já foi campeã mundial juvenil e entrou de vez para a elite do esporte em 2017, quando se tornou a primeira mulher no mundo a encadenar uma via 5.15a/9a+, a La Rambla, na Espanha. Para ela, este é só o começo e muitos outros sonhos ainda devem virar realidade.
“Quando corro, sinto como se estivesse no paraíso, curtindo o momento presente, sabendo que cada segundo dou o meu máximo porque tenho capacidade e oportunidade. Pra mim correr é um sonho.” – Fernanda Maciel
Fernanda Maciel sempre foi apaixonada por esportes. Após praticar várias modalidades, ela decidiu pelo Trail Run e hoje está entre as maiores corredoras de montanha do mundo. Além de já ter conquistado pódio em algumas das provas mais reconhecidas da modalidade, como o Ultra Trail du Mont Blanc, seu histórico tem outros feitos impressionantes, como o fato de ter sido a primeira mulher a subir e descer o Aconcagua correndo em menos de 24 horas.
“Sempre pratiquei esportes, fiz triatlo, windsurfe, ciclismo e corrida de rua. Mas desde que estreei na Maratona Cross Country de Búzios, no final de 2010, não saí mais da montanha.”
Rosalia Camargo é uma carioca de respeito! Ela é a atual número 1 do ranking brasileiro em corridas de montanha, com muitas conquistas expressivas e recordes incríveis. Após ter competido em outras modalidades como o Ironman, Surf e WindSurf, foi em 2010 que ela se encontrou na corrida de montanha e dali não saiu mais.
O Everest é a montanha dos sonhos de escaladores no mundo inteiro. O monte não é icônico apenas por ser o mais alto do mundo. Toda a mística, as dificuldades, a cultura, a religião e as comunidades que vivem na região do Himalaia tornam as expedições ao Everest ainda mais especiais. Mas, a verdade é que seria praticamente impossível chegar ao topo do mundo se não fossem pelos Sherpas.
Os Sherpas são parte de uma etnia local de origem tibetana. Eles vivem no Tibet, Nepal e Índia e são escaladores extremamente habilidosos, fortes e com características genéticas especiais que os tornam muito mais resistentes aos efeitos da altitude, que, afinal, é o grande vilão de qualquer missão ao cume do Everest.
Karina Oliani e Pemba Sherpa no cume do Everest. – Foto: Arquivo Pessoal/Karina Oliani
Antes que os clientes de agências de turismo comecem suas expedições no Everest, são os Sherpas que fazem todo o preparo. Anualmente, antes que a largada para a temporada de escalada seja aberta, os Sherpas colocam suas vidas constantemente em risco para instalarem as cordas, prepararem rotas, carregarem equipamentos, realizarem missões de resgate e o que mais for necessário para garantir que aventureiros e atletas tenham mais chances e mais segurança ao tentarem alcançar o topo do mundo.
Apesar de terem tanta importância e serem verdadeiros super-heróis das montanhas, eles ainda vivem com pouco dinheiro e estrutura. Por não terem muito acesso à educação, a maior parte dos Sherpas tem a escalada como única fonte de renda e se veem praticamente obrigados a seguirem carreira na montanha, pois essa é uma das únicas maneiras de conseguir dinheiro suficiente para a sobrevivência de toda a família.
Os Sherpas são realmente especiais. Se você quer entender um pouco mais o que os Sherpas fazem e como vivem, assistam aos vídeos abaixo. Eles são curtinhos e muito interessantes!
A América do Sul está cheia de possibilidades para as mais diferentes aventuras e expedições. Entre os meses de fevereiro e março, o carioca Marcelo Castro, escalador e um dos sócios na Agência de Turismo e Aventura Crux Eco, foi comum grupos de amigos guias e escaladores explorar o Cerro Plata, na Argentina. Ele nos contou todos os detalhes e conta tudo o que você precisa saber para explorar o Cordón del Plata.
Confira o relato de Marcelo:
A primeira escalada
“O Cordón del Plata é uma cordilheira de montanhas pertencente ao Cordão Frontal, paralelo ao Cordão Principal, ambos localizados nos Andes. O Plata está em sua totalidade na província de Mendoza (ARGENTINA) nos departamentos de Tupungato e Lujan de Cuyo. Na cordilheira do Plata existem dezenas de montanhas em que as altitudes variam de 3.300 aos 5.900 metros. Da parte alta se vê os rios de Mulas, El Salto, Vallecitos e o Rio Blanco.
O Cerro Plata foi escalado pela primeira vez em 21 de janeiro de 1925 por um grupo composto por Hans Stepanek e Francisco Peters, da Áustria. Somente em março de 1937 um grupo mendocino, pensando serem pioneiros, chegaram ao cume e viram pegadas na terra. Com um pouco mais de procura, acharam um vaso de porcelana fechado com uma carta dentro documentada com os nomes e títulos dos que participaram da primeira ascensão de 1925.”
A paisagem
“O Cordón del Plata tem paisagens muito interessantes principalmente para quem não conhece regiões desérticas de montanha. É um local de difícil acesso e inóspito para a prática de montanhismo extremo, caminhadas longas e escalada. Nas encostas de várias montanhas existem vias de diferentes dificuldades, amplitudes e altitudes, um verdadeiro campo-escola para o andinismo e acessível a qualquer bolso, visto que não é necessário pagar por permisos (autorizações de entrada e ingresso de uso) – como se faz necessário, por exemplo, para escalar seu vizinho mais famoso Aconcagua.”
Como chegar
“O acesso ao Cordón del Plata se faz desde a cidade de Mendoza – província de mesmo nome. O ponto de partida para a montanha está em Vallecitos. Mas, antes de começar a subida, é preciso passar pela estação de Guarda Parques (antigo refúgio de montanhistas transformado em escritório de uso dos guardas do parque), para controle de entrada e retirada do saco de detritos.”
Subindo a montanha
O primeiro acampamento da montanha fica apenas 300 metros verticais mais acima: O pampa de Las Veguitas. Deste acampamento, situado a 3.200 metros de altitude, é comum os andinistas fazerem uma ascensão ao Cerro San Bernardo, de 4.150 metros, situado em frente ao acampamento, sendo sua rota normal avistada desde lá. A rota normal não apresenta grandes dificuldades, e uma ascensão ao cume ajuda muito a fazer uma aclimatação para os acampamentos superiores e/ou para o ataque ao cume.
Seguindo o trajeto planejado, o próximo acampamento é o Piedra Grande, a 3.500 metros de altitude. O caminho até lá é bem fácil. No começo, a trilha serpenteia um córrego ao lado do Arroyo Vallecitos, porém mais tarde toma-se distância do rio. Piedra Grande não nos pareceu um bom lugar para acampar, pois além da tal piedra estar em balanço em cima da sua cabeça, fica um pouco distante da água – que, nessa região, pode ficar um tanto turbulenta por carregar muita matéria em suspensão. Levar esterilizante de água sempre.
Dependendo de seu planejamento, pode-se poupar um acampamento. Como Piedra Grande é muito próximo a Veguitas, muita gente passa direto por esse acampamento e pernoita em Salto ou Salto Superior (Veguitas também tem seu Vegas Superior), o acampamento base do Cordón del Plata, situado a 4.200 metros de altitude.”
Nas encostas de várias montanhas existem vias de diferentes dificuldades, amplitudes e altitudes
Acampamento Base
O caminho de Piedra Grande até o Salto, como é chamado o acampamento base, começa sem grandes esforços. No percurso observa-se uma grande mudança ambiental saindo de cotas altimétrica que permitem o acúmulo de resistentes espécies arbustivas ilhadas até cotas onde a vegetação é muito rara. No caminho andamos sobre enormes blocos rochosos destruídos e carregados pela ação do gelo, até galgarmos uma colina constituída de rochas depositadas pela ação de uma geleira orientada pelo sentido do movimento do gelo, que neste local assume uma forma de grande dimensão.
Muito próximo ao Salto se encontra a parte mais difícil da aproximação da montanha, um terreno bastante inclinado e escorregadio chamado de “infernillo”, que leva algum tempo e paciência para ser vencido.
Salto é um bom local para estabelecer acampamento, porém há que se tomar cuidado com a água, pois muitos preguiçosos usam a beirada do rio como banheiro, contaminando a água. Por isso utilize somente a água acima do acampamento.”
Dicas de acampamento
Em Salto venta muito, por isso é bom fazer muros de proteção para a barraca. O clima do Cordón del Plata é bastante peculiar. No verão os dias amanhecem claros sem nuvens no céu, porém com o passar do tempo vão se formando nuvens e à tarde o céu costuma fechar. Pode até nevar, bem normal fora do verão. À noite é comum ter tempestades de raios que duram até o amanhecer. Por isso, ao acordar cedo para um ataque ao cume, não desista ao ver o céu com muitos raios, pois isso é absolutamente esperado – e lindo de se ver.
Do Salto não é possível avistar o Cerro Plata, pois o Cerro Lomas Amarillas fecha a visão. Porém muito próximo ao acampamento existem algumas morenas das quais se observa à esquerda e no alto a maior elevação do Cordón del Plata.
Por essa mesma morena faz-se acesso ao Cerro Rincón, por sua rota normal e rotas mais técnicas. Caminhando uns 15 minutos pelas morenas, chega-se a um glaciar na base da encosta dessa montanha, de onde saem vias mais técnicas.
O clima do Cordón del Plata é bastante peculiar.
Quando ir
As escaladas mais técnicas são recomendáveis no mês de novembro e dezembro. Em janeiro e fevereiro o gelo está bastante derretido e é comum avalanches, principalmente de rocha, que com o derretimento do permafrost perdem sustentação e cedem. As escaladas em setembro também não são muito recomendáveis devido à famosa tormenta de Santa Rosa que costuma varrer os Andes neste período.
Seguindo na subida
“Acima de Salto existe ainda um outro acampamento a 4.600 metros bom (nada a mais de 4.000 metros é bom, mas…) para a ascensão ao Cerro Plata, La Hoyada.
La Hoyada tem este nome por conta do local que costuma agir como uma panela de pressão ao contrário. Por situar-se em um anfiteatro rodeado por montanhas altas, o vento que corre acima destas elevações costuma arrastar o ar acima fazendo que a pressão do ar diminua e reproduza a sensação de mal-estar de uma altitude mais elevada. É uma prova de fogo para quem quer testar a aclimatação com um pernoite gelado e com ventos.
Para ascender ao Cerro Plata é recomendável sair bem cedo, antes do sol nascer, para evitar que o regresso se dê depois que o tempo fecha à tarde. Portanto se uma pessoa não chegar ao cume pouco depois do meio dia, é recomendável o regresso e depois uma segunda tentativa saindo mais cedo para não haver erro, isso se sobrar energia, depois toda esta odisséia.
Saindo de Hoyada o caminho sobe um filo à esquerda, que une o Cerro Lomas Amarillas ao portezuelo entre o Cerro Plata e Vallecitos. Ao chegar a este portezuelo, tem-se uma visão extraordinária da face sul do Aconcagua, destacando-se no horizonte e mostrando toda sua opulência.
A partir daí o caminho sobe à esquerda margeando a pendente do Plata. Este caminho dura uma eternidade, mas em nenhum ponto tem algum local de dificuldade, apenas uma inclinação mais leve e constante, além de uma exposição que deve ser respeitada.”
As escaladas mais técnicas são recomendáveis no mês de novembro e dezembro.
O helicóptero
“Depois desta ascensão tem-se uma surpresa, chegamos em um pequeno platô onde tem um destroço de um helicóptero. Este Helicóptero, um Aerospatiale AS-315 B “Lama”, ou somente Lama como é chamado na Argentina.
Os Helicópteros Lama foram desenhados para ter autonomia em grande altitude e foram comprados na década de 70 pela força aérea Argentina para trabalhar na zona cordilheirana. Em 1996, militares argentinos testando o helicóptero Lama pousaram no cume do Cerro Plata, o intento deu certo, porém, os fortes ventos não permitiram que o helicóptero alçasse vôo novamente. Os pilotos foram resgatados, porém na tentativa de resgatar o helicóptero, uma outra aeronave que se aproximava da montanha chocou-se com o cume devido à fortes rajadas de ventos, matando os três oficiais à bordo.
Uma vez que você encontrar o Helicóptero pode ficar feliz, pois você está praticamente no cume. Após o contorno do Falso Plata – parte do Cerro que fica visível, mas que não é o cume ainda – nos deparamos com placas informativas de que você está bem perto do cume.”
Perto do topo
“Saindo do platô do Helicóptero, sobe-se uma pequena pendente e já se chega no ponto mais elevado da montanha, o cume do Cerro Plata, de onde pode-se observar várias montanhas ao redor, como o Aconcagua e o Tupungato muito próximos.
A altitude oficial realizada pelo Instituto geográfico militar da Argentina em 1991 aponta o cume do Cerro Plata como tendo 6300 metros, no entanto, as medições hoje apontam um pouco mais que 5970 metros, e há dúvidas ainda quanto a altitude oficial da montanha.
O Cordón del Plata a cada ano, vem se tornando um local mais importante para o andinismo. Por muitos anos, esse cordão da cordilheira esteve na sombra do Aconcágua, sendo que andinistas frequentavam o local apenas para aclimatar-se para o Sentinela de Pedra – não que isso não seja uma boa ideia. Hoje o Cordón del Plata tem tido cada vez mais seu brilho próprio, uma vez que muitas rotas ali descritas eram desconhecidas por estrangeiros e têm se tornado destino de muitos escaladores que procuram na montanha a paz e o desafio de escalar paredes pouco frequentadas e, no entanto, dispondo do conforto de estar próximo a uma grande cidade repleta de estrutura para o andinismo como Mendoza.”
O Cordón del Plata tem paisagens muito interessantes principalmente para quem não conhece regiões desérticas de montanha. – Foto: Marcelo Castro
Dicas de guia:
1 – Refúgio é Refu, Felipe é Feli e tudo que é substantivo de 3 ou mais sílabas automaticamente perdem a(s) sílaba(s) final(is). Não estranhe. Se sinta em casa pois é a hospitalidade mendocina presente.
2 – Leve seu lixo de volta e caso tenha mais experiência, use um shitbag ou shitube, que são sacos ou tubos que levam seu excremento de volta para a civilização. Em breve teremos problemas com a fossilização de fezes, pois o local mantém congelado tudo que fica por lá.
3 – Organize seus documentos de modo que fiquem todos em um lugar só, junto com seu dinheiro e tickets de ônibus e afins. Você vai precisar deles em vários locais e perder um passaporte neste lugar é um transtorno.
4 – Não use botas novas. Se programe para usar botas já amaciadas.
5 – Não tome remédios para melhorar sua performance ou para mascarar os efeitos da altitude. Caso faça uma ascensão ao cume e tenha dor de cabeça, use o medicamento certo para você ter uma boa noite de sono. Caso já conheça bem o seu corpo e suas reações, siga o procedimento que já está acostumado, evite escutar o amigo (a) montanhista, pois só você sabe como vai reagir aos medicamentos.
A nossa vizinha Argentina tem muitos circuitos perfeitos para a prática de esqui e snowboard. Vários deles, inclusive, estão entre os mais famosos de toda a América. Mas, não são apenas os super-parques que ganham a vez no país. Nós separamos 5 opções de complexos menores, pensados para quem quer aproveitar a aventura em família.
Centro de Deportes Invernales Valdelén, Santa Cruz
Este é um dos maiores parques para esportes de inverno de toda a Argentina. No entanto, o seu destaque não está apenas no tamanho. O complexo possui três pistas de esqui para todos os níveis, sendo que uma delas foi a primeira do tipo a ser iluminada artificialmente em toda a América do Sul, o que permite também a prática de esqui noturno. Valdelén também é uma ótima opção para quem quer diversidade nos passeios, lá é possível fazer trekking na neve, safáris fotográficos, passeios de moto, entre outras coisas.
Foto: Jan Zakelj/patagonia.com.ar
Vallecitos, Mendoza
Localizado a apenas 80 quilômetros de Mendoza, Vallecitos é um dos destinos preferidos de quem quer aproveitar esqui e escalada na mesma viagem. O centro de esqui de Vallecitos está dentro do Circuito de Alta Montaña e possui 14 pistas, que somam mais de 4 quilômetros. Ele é muito usado como parada para aclimatação para os aventureiros que têm como destino o Aconcagua. Além disso, o complexo é referência em gastronomia.
Foto: El Portal de Mendoza
Aerosilla Glaciar Martial, Tierra del Fuego
Este é o centro de esqui mais austral do mundo. Por isso, quem escolhe essas pistas para esquiar tem a vantagem de descer a montanha com a visão do caminho para a Antártida como pano de fundo. Além disso, ele é bem perto de Ushuaia e um local muito indicado para a prática de esqui alpino.
Foto: Divulgação
Piedras Blancas, Rio Negro
Este é um centro dentro do complexo de Cerro Otto. Além das pistas tradicionais, ele também oferece outras opções de lazer. O maior destaque é a tirolesa de mais de 1.500 metros que passa sobre o bosque, mas os visitantes também podem aproveitar os passeios em ônibus de neve, trenós, subidas em teleféricos e muito mais. As opções são acessíveis até mesmo a crianças e idosos.
Foto: Divulgação
Batea Mahuida, Neuquén
O maior diferencial de Matea Mahuda não está nas pistas de esqui e snowboard e, sim, no fato de ser a única estação da Argentina a ser administrada por uma comunidade de povos nativos. O centro está localizado dentro da Reserva Mapuche Puel, com vista para a Cordilheira dos Andes e para alguns dos lagos mais bonitos do país. Quanto às pistas, o complexo oferece uma principal, com 700 metros e a 1.700 metros de altitude. Outra opção é a pista de 150 metros, indicada para a prática de snowboard.
Foto: Welcome to Argentina
Ao passar dos 3000 metros de altitude, é realmente importante que se tenha uma estratégia de aclimatação. As melhores estratégias vão depender do corpo de cada um e você só vai saber qual é a que melhor se adapta a você através de experiência.
Entendendo um pouco melhor a altitude e como o seu corpo se adapta a ela, é hora de planejar a sua ascensão. Para isso recomendo as seguintes dicas que devem ser levadas em conta na hora de montar uma estratégia de aclimatação:
A segunda tentativa é para poucos: Se você acabou de tentar o cume de uma montanha com mais de 6000 metros de altitude, dificilmente você vai conseguir tentar esse cume novamente dentro do prazo de alguns dias, a não ser que você seja experiente e conheça bem o seu corpo. Você precisará de um descanso de, pelo menos, 2 dias em altitudes inferiores antes de tentar uma grande montanha novamente. Sua estratégia, portanto, deveria estar focada em tentar o cume uma só vez e no dia certo. Se você incluir segundas chances no seu plano, não esqueça de incluir dias extras de descanso.
Descanso é parte da aclimatação: Lembre-se que a maior parte da produção celular acontece quando você está parado. Ou seja, quando o seu corpo está em movimento constante, ele não está se aclimatando muito bem. Um bom plano de aclimatação deve incluir um ou mais dias de descanso.
Desça para descansar: Um descanso em altitudes inferiores é uma forma excelente de firmar a aclimatação no seu corpo e se recuperar.
“Engane” o seu corpo para aclimatar melhor: Ao expor o seu corpo à altitude, os seus quimiosensores de oxigênio demoram algumas horas em identificar a baixa no oxigênio. Seu corpo, portanto, produz células vermelhas baseado na altitude onde passou a maior parte do dia. Uma excelente estratégia que se utiliza disso, é aproveitar para levar parte da nossa carga de comida e equipamentos até certa altitude e descer para descansar em altitudes inferiores. Chamamos essa estratégia de “carregar alto e dormir baixo” e parece ser a estratégia mais eficiente em grandes altitudes.
A exaustão não ajuda em nada: Chegar exausto a um acampamento não vai ajudar em nada na sua aclimatação. Num caso de exaustão, o seu corpo vai priorizar a recuperação física no lugar da adaptação às altitudes. É de vital importância que você se resguarde e não gaste demasiada energia, mesmo que você a tenha. Como você vai ter tempo de se recuperar depois, o dia de ataque ao cume é a única situação onde o oposto é aceitável. É importante lembrar que a subida ao cume é somente metade do caminho.
Não suba mais que 1000 metros por dia: Durante a escalada de uma montanha de altitude extrema não é recomendável ganhar mais que 1000 metros por dia entre acampamentos. Temos que dar um tempo para que o corpo passe pelo menos do processo de aclimatação de curto prazo. Não leve isso ao pé da letra, pois não é toda montanha que oferece um acampamento há exatamente 1000 metros mais alto que o último.
Só passe dos 7500m para ir ao cume: A permanência em altitudes superiores a 7300~7500 metros não ajudará em nada na sua aclimatação. Subidas nestas altitudes requerem longos períodos de descanso, e é somente recomendável superar essa linha durante a subida ao cume da montanha em questão.
Caminho ao cume do Gasherbrum. – Foto: Maximo Kausch
Quanto tempo a aclimatação fica no seu corpo?
Sua adaptação hematológica vai ficar no corpo por um tempo no entanto será eventualmente absorvida. Ela não é acumulativa. Quando o excesso de células vermelhas não for mais necessário, será descartado pelo seu corpo.
O descarte começa a acontecer dias depois de você descer para altitudes normais e dura entre 2 a 8 semanas dependendo do seu metabolismo, tempo, altitude e genética. Se você voltar para a altitude dentro desse prazo, terá alguma aclimatação remanescente no seu corpo. Caso contrário você vai ter que aclimatar todas as vezes que você voltar para as montanhas. Claro, quanto mais tempo você passa em altitudes normais dentro desse período, menor é a altitude para a qual você pode ir sem aclimatar.
Por exemplo, se você está escalando várias montanhas com mais de 6000 metros na mesma expedição e descer para altitudes normais para descansar por até 5 noites, dificilmente você vai notar uma diferença na sua próxima montanha.
Maximo Kausch em escalada pelo projeto Andes 6k. – Foto: Gabriel Tarso
Aclimatação prévia
Se você quer escalar uma montanha que requer semanas do seu tempo mas você não consegue ficar tanto tempo seguido longe de casa; ou se você está simplesmente tentando aumentar as suas chances de alcançar o cume de uma grande montanha, aclimatação prévia é o que você está procurando. Existem 3 formas de aclimatar antes de enfrentar uma grande montanha:
Câmaras hipobáricas: muito usadas por pilotos para simular a despressurização repentina da cabine de aviões. Esta tecnologia simula a altitude através da despressurização de uma câmara hermeticamente fechada. Estas estruturas são um tanto caras e requerem bastante engenharia para funcionar. Geralmente elas são limitadas à uso de forças aéreas, algumas universidades ou de grandes empresas de aviação comercial.
Tendas normobáricas: Chamadas também de barracas hipóxicas, consistem em estruturas semelhantes às barracas, que podem ser montadas sobre a sua cama por exemplo. A ideia aqui é diminuir a concentração de oxigênio na mistura de ar que você está respirando. Do normal de 21%, elas conseguem reduzir para até 12% de oxigênio no ar, simulando assim a hipóxia de altitude. Note que nesta simulação de altitude a pressão, frio ou ar seco não estão sendo simulados. No entanto, trata-se de uma forma dezenas de vezes mais barata do que uma câmera hipobárica. Muitos atletas utilizam o mesmo princípio para treinar e melhorar a sua capacidade aeróbica. Neste caso são usadas máscaras ligadas à um aparelho que altera o ar antes dele ser inspirado. A vantagem deste processo está certamente na redução da degradação do vigor físico que acontece quando expomos os nossos corpos a grandes altitudes.
Escalar montanhas menores: Esta é a melhor forma de aclimatar para grandes montanhas. A ideia aqui é escalar uma montanha de altitude um pouco mais baixa do nosso objetivo final, descer, descansar e escalar a última montanha em um único puxão. Há que ter cuidado com o tempo que demoramos entre montanhas para não perder essa aclimatação. Por exemplo, se você decidir escalar o Everest e aclimatar no Aconcágua, você certamente não estará suficientemente aclimatado quando chegar aos 6000 metros no Everest. Realisticamente você terá perdido ao redor de 2 semanas entre descer do Aconcágua, ir para o Nepal, aproximar o Everest e chegar aos 6000 metros de altitude. Nesta estratégia é necessário um bom balanço entre descanso versus permanência em altitudes baixas. Você não deveria demorar muito tempo entre montanhas, tampouco pode ir muito rápido e não deixar o corpo descansar.
Maximo Kausch em escalada pelo projeto Andes 6k. – Foto: Gabriel Tarso
Paisagens de inverno são cenas belíssimas, mas necessitam de certos cuidados para que a cena fotografada não saia discrepante da realidade. O que acontece frequentemente é que por a neve ser branca, ela reflete muita luz e “engana” o fotômetro. Logo, a câmera raciocina de forma a permitir a entrada de menos luz fazendo com que a foto fique ligeiramente escura, principalmente quando se utiliza o modo automático.
Existem alguns modos semiautomáticos como o AV que permitem que a câmera faça uma leitura inicial e o operador decida se quer ou não interferir nesta leitura para que o resultado seja diferente do definido pela máquina. Isso se chama compensação de exposição e funciona bem para ambientes muito escuros e também muito claros como a neve. Nos smartphones é fácil tocar a tela e controlar o brilho da foto para que a mesma saia bem próximo da situação real.
Outra dica interessante é fotografar contra a luz. Esta técnica realça as sombras e dá volume as cenas de primeiro plano, além de deixar a imagem menos óbvia, diferente de uma foto padrão. Contraluz significa apontar a câmera para o sol. Para minimizar o brilho intenso, procure obstruir parte dele com um obstáculo, seja uma árvore, a borda de uma montanha, uma pedra etc.
As baterias são sempre um problema para fotografia de paisagens no inverno, pois o clima frio faz com que o rendimento das mesmas seja inferior. Prepare-se com baterias extras para sua câmera ou um carregador portátil para seu smartphone.