Quem tem a oportunidade de conviver com crianças sabe que eles são como espelhos dos adultos. Eles repetem as palavras, os jeitos e, principalmente, os hábitos que veem em casa. Por isso, é tão importante ter cuidado com o que fazer, falar e incentivar. Se tem algo que vale muito à pena, é cultivar nos pequenos os hábitos saudáveis proporcionados pelos esportes e pela natureza.

A Adriana Bernardin percebeu isso na pele. Ela e o marido são ciclistas e viram o amor pelas bikes ser replicado pela filha Dani, no auge de seus 9 anos de idade.

Confira a história dessa família:

A Dani tem 9 anos e sempre teve bicicleta. Aos 7 resolveu tirar as rodinhas com a ajuda do pai no Parque Villa Lobos.  A bike sempre foi uma paixão da Dani porque ver a mãe e o pai pedalando, despertou a curiosidade desde cedo e ela queria fazer parte da “equipe”.

Sou casada com Renato, um apaixonado por esportes também.  Sempre acompanhei o marido nas aventuras. Só em 2015, já com os filhos um pouquinho maiores, decidi arriscar e encarar o desafio. Hoje eu treino de três a quatro vezes por semana e aos sábados, das 5h às 7h da manhã. No domingo treino em estradas de 80 a 100km, ou seja, me apaixonei pela bike.

Bike com crianças: Os preparativos

Uma dica importante é pedalar em lugar seguro até ter firmeza e domínio.  Outras dicas são:

– Não pedalar perto de ruas movimentadas. De preferência no parque ou condomínio.

– Ter o equipamento de segurança básico.

– Usar roupas apropriadas que não prendam na bike, nem deixem a criança transpirar demais.

– Levar sempre água fresca e um boné.

A Dani fez um curso de bike com a Race dentro da USP. O curso é aos sábados. São 50 minutos de treino e é totalmente recreativo. Voltado para crianças iniciantes que querem aprender a andar de bike, tirar as rodinhas, estar com amigos e famílias e se inspirar vendo os adolescentes e adultos pedalando.

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Dani via os pais pedalando e também se interessou pela bicicleta. – Foto: Arquivo Pessoal

Ao ar livre

Um passeio legal para fazer com os filhos é andar nas ciclovias. A paisagem muda e as paradinhas nas padarias, bancas de jornal e sorveterias são sempre uma motivação adicional para continuar. 

É um programa para a manhã toda, um ótimo programa em família. Já fomos do Parque Villa Lobos até o Parque do Ibirapuera. É muito gostoso.

Motivação é preciso

A minha filha pedalou bastante até que um dia cansou um pouco e encostou a bicicleta. Mudamos de apartamento e, com isso, surgiram novas amigas no condomínio.

Uma das amiguinhas, por referência dos pais que também praticam Speed, como eu e meu marido, conseguiu andar de bike sem as rodinhas e ficou muito feliz.  Com isso, todas as meninas do grupo se animaram e voltaram a andar de bike juntas.

A vontade de pedalar voltou.  Ou seja, o grupo é uma motivação.

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A família costuma fazer passeios pelas ciclovias de São Paulo. – Foto: Arquivo Pessoal

 

Dois brasileiros. Ele é oceanógrafo e ela bióloga. Ambos são apaixonados pelo meio ambiente, por aventuras e por culturas. É assim, que começa a história de Augusto Kern e Laíza Manfroi. Recentemente esse casal mergulhou de cabeça em uma viagem pela cultura Inca. Os dois fizeram as malas e percorreram sozinhos, sem nenhum guia, a trilha Salkantay. O roteiro foi bastante tradicional e cheio de desafios e superação.

Todos os detalhes foram narrados por Augusto em um relato extremamente intenso e interessante. Confira a história na íntegra:

Por Augusto Kern – A estrada parecia que não ia aguentar o peso da nossa van, e a qualquer momento poderíamos despencar desfiladeiro abaixo. Curvas fechadas, caminho estreito e uma garoa fina e gelada. Chegamos assim ao ponto inicial do que seriam 5 dias de caminhada por entre vales e montanhas, 80 km de subidas e descidas, literalmente de altos e baixos. Cinco dias que jamais sairão da nossa cabeça. Salkantay, aí vamos nós!

Ainda era de manhã quando, no fim da estrada, depois de uma curva fechada, avistamos Soraypampa, perdida entre as montanhas no departamento de Cusco. Não passava de algumas habitações familiares e, na grande maioria, de pequenos quartos destinados aos turistas que chegam até ali para ver a famosa Laguna Humantay. Também tínhamos como objetivo secundário ver essa laguna, mas nosso principal objetivo, e que não conseguíamos tirar da cabeça, era Machu Picchu, e ali, no meio de toda aquela lama, começava a se concretizar nosso sonho. Após uma breve olhada ao redor para reconhecimento do terreno, vimos uma pequena peregrinação de turistas, montanha acima rumo à laguna. Em poucos minutos que se passaram, já estávamos compondo esse pequeno fluxo. Neste primeiro dia, o único objetivo viável era conhecer a laguna, já que o transporte chegara demasiado tarde para prosseguir até o próximo acampamento, que ficava a 12h de caminhada de Soraypama.

A subida, que parecia fácil, se mostrou bem mais delicada devido ao ganho de altitude com cada passada que dávamos. Nossos bastões novos de caminhada começaram a se pagar nesse momento, aliviando o esforço excessivo sobre nossos joelhos e nos ajudando a permanecer em pé, quando derrapávamos na lama. Mas valeu o esforço, após duas horas chegamos à tão famosa laguna, estávamos próximos dos 4 mil metros de altitude, e o ar já estava rarefeito. O pior de tudo é que a imagem daquela bela lagoa verde é de tirar o fôlego, foi por pouco que não desmaiei. Resumindo em uma palavra a bela paisagem que avistávamos, eu diria paz. Aquele verde tranquilizador mesclado com o branco topo nevado dos cerros ao redor criavam uma harmonia em que falar era desnecessário e contemplar era o único ato viável para aquele momento.

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Laguna Humantay, a aproximadamente 4.280 msnm. – Foto: Arquivo Pessoal

Mas, nada perdura tanto que não muda. Chegara a hora de descer, lá em baixo a realidade de uma aventura a ser superada nos aguardava. Armar a barraca, preparar a refeição, definir a hora e a estratégia do dia seguinte… Isso tudo nos excitava, e estava na hora de mergulhar de vez na realização do objetivo, superar a trilha e chegar a Machu Picchu, de preferência, sãos e salvos.

Armamos nossa barraca dentro de uma pequena choupana de palha, a fim de evitar que a chuva nos interrompesse a noite, que deveria ser de descanso para recarregar as energias para o dia seguinte.

O dia começou cedo para nós, mais precisamente as 4 a.m., saímos do que parecia ser o calor da nossa barraca para o gélido frio das montanhas. Escuridão total de uma madrugada sem lua e sem estrelas. Uma leve garoa dificultava muito o surgimento da nossa coragem para encarar o famoso segundo dia do trekking Salkantay, 20 km divididos em uma subida íngreme até o topo da montanha e uma descida para as densas florestas do vale sagrado dos Incas.

Desmontamos a barraca e iniciávamos o delicado processo de guardá-la dentro de sua bolsa, quando tivemos, digo por mim, o maior susto de todos os tempos. Um grito de gato nervoso veio do breu total da escuridão, muito próximo de onde estávamos. Notamos, no exato momento, que não se tratava de um simples gato doméstico, devido ao timbre potente que interrompera o silêncio da madrugada. Foi tudo muito rápido: O grito do gato, o pulo de susto, e uma reação muito inusitada…Saltando para fora da nossa pequena choupana, levantando os braços para o céu para parecer maior, soltei um grito a todo pulmão, parecendo, ou talvez até sendo, mais selvagem que qualquer animal que possivelmente ali estava. Foi puro instinto, medo de ser café da manhã, medo de ver minha companheira sendo agredida, mas também, foi uma das cenas mais cômicas da viagem, pois, passado o susto e nenhuma resposta recebida, não havia outra reação se não cair na risada. Havia outros campistas ainda recolhidos em suas barracas que sequer soaram algum tipo de riso, aposto que tiveram seus pelos arrepiados depois de dois gritos tão violentos do lado de fora de suas frágeis barracas. Até porque, em nossa opinião, eles tardaram muito em levantar. Ao ligar as lanternas e fazer uma varredura pelo local, nada avistamos. Jamais saberemos o que foi aquilo, se foi de fato um Puma, alguém querendo rir da nossa cara, ou até mesmo, um baita gato. O fato é que o susto foi o maior já passado, e a reação, o maior mico de todos.

Café da manha tomado, higiene pessoal feita, era hora de partir. Praticamente atolados na lama, começamos o dia mais desafiador do trekking e, assim que os raios de sol foram iluminando nosso desafio, notamos quão bela seria a nossa paisagem ao longo daquele dia. Vegetação, água, neve… Tudo ao alcance das nossas vistas.

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Trilha Salkantay. Vista incrível logo no início da caminhada. – Foto: Arquivo Pessoal

Começou com uma leve subida, depois a inclinação foi ganhando cada vez mais ângulo, até que se tornou uma íngreme subida montanha acima. A folha de coca se tornou nossa aliada nessa batalha, nada como usar da sabedoria local para contornar problemas locais e, na nossa situação, nosso maior problema era o ganho de altitude e a falta de oxigênio. Outro fator que nos fez penar foi o peso das nossas mochilas, como estávamos recém começando nossa aventura, tínhamos carga máxima em nossas costas, muita comida para suprir nossas demandas calóricas.

Chega um momento que sua mente silencia. Saber do desafio que vem pela frente e da incapacidade de ir mais veloz, faz com que você se conforme com a condição em que se encontra. Cansaço físico, frio, calor, dor no corpo… Isso tudo te leva a um estágio onde a mente silencia, e você simplesmente segue em frente. E assim vai subindo, 4100… 4200…4300 metros, até que, do nada, você olha pra frente e vê o outro lado da montanha. Após aproximadamente 6 horas de subida, chegamos ao topo.

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Suyroqocha, a apenas 1km de Abra Salkantay. – Foto: Arquivo Pessoal

Sentimos um alívio de ter chegado ao topo, sinal que metade do caminho já foi superado. Mas, ainda havia muito o que caminhar e há muitos que dizem que descer é pior do que subir. Realmente descer com muito peso nas costas causa muito impacto, principalmente nos joelhos, então, descer com calma e cautela é de suma importância.

Fomos surpreendidos por uma garoa fina e constante logo no início da descida. Pra completar o cardápio, um forte nevoeiro tapou completamente as nossas vistas, impossibilitando a visualização do que estava a pouco mais de 4 metros de nós. Andávamos procurando as pegadas da turma que nos ultrapassara lá no inicio da subida e assim, fomos conhecendo a pegada de cada um e a forma do solado de suas botas. Como a trilha se abriu em campo aberto, e o nevoeiro nos cegara a visão, achar o caminho certo dependia das pegadas dos nossos companheiros de trilha.

Com a descida e a diminuição da altitude, o nevoeiro foi se dispersando e, ao longe, encravado no meio do vale, vimos o reflexo das telhas de metal. Que alegria ver nosso próximo ponto de parada, porém, algo não estava certo, era cedo demais para chegar, sendo que o esperado eram 12 horas de caminhada. Mas pouco importa as horas, o que avistávamos era real e em breve estaríamos comendo e descansando em nossa barraca, seca e quentinha. Caminhar com a vista do nosso próximo camping se tornou uma tortura mental, pois caminhávamos minutos intermináveis e, aparentemente, não conseguíamos nos aproximar do alojamento. Enfim estávamos próximos, corpo molhado, vento cortante, frio intenso, dores musculares em todo o corpo, sem contar as bolhas nos pés que nos torturavam a cada nova passada. Chegamos nos arrastando por entre as precárias construções de compensado e telhas de lata, estranhando não ter havido recepção por parte de algum nativo. Quem veio nos receber foi Vital, guia do grupo de europeus que nos deixavam suas pegadas como guias. Vital nos parabenizou por termos chegado até ali, porém nos avisou que não poderíamos dormir devido ao frio intenso e as condições péssimas do tempo, e que deveríamos continuar por mais 3 horas morro abaixo, até o próximo acampamento. Bem que suspeitávamos, estava bom demais para ser verdade, chegar assim, com algumas horas de antecedência. Éramos, além dos cavalos e burros, os únicos que carregavam tanto peso nas costas. O cansaço era visível e nossa moral estava baixa. Não falamos nada sobre seguir, simplesmente nos sentamos e decidimos almoçar, pelo menos estaríamos aliviando um pouco da nossa carga. 

Tive que apelar para um relaxante muscular, pois meu corpo estava rígido devido ao esforço excessivo e o frio que fazia. Preparamos, após a refeição, um forte chá de coca, com a esperança de elevar nossa moral. Após uma hora de repouso, a notícia dada por Vital já tinha sido digerida e nos conformamos em continuar. Com a barriga cheia, o efeito do remédio e a dose de coca, nossas forças estavam de volta. Guardamos nossa bagunça e seguimos viagem, por sorte a chuva tinha parado. Dali em diante, o caminho melhorou e se tornou mais tranquila a caminhada. Conforme seguíamos baixando de altitude, muitas coisas foram mudando, principalmente a vegetação, agora era possível observar densos bosques de florestas e muitas cachoeiras cortando as montanhas ao meio.

Foram 3 horas gostosas de caminhar por entre a selva peruana. No caminho, encontrávamos pequenas habitações arcaicas, onde seus moradores sequer falavam espanhol, apenas o Quechua, dialeto da antiga civilização Inca.

Começamos a observar ao longo da trilha diversos pontos de desmoronamento, nada demais, mas nos deixou preocupado caso a chuva persistisse nos próximos dias, por certo haveria mais trechos desmoronando.

Após precisamente 3 horas de descida, chegamos ao acampamento. Nesse sim era viável armar a barraca e passar a noite. De fato o que Vital nos falou era verdade, já não fazia tanto frio e o vento não passava de uma agradável brisa. E o melhor de tudo, havia chuveiro quente disponível para um relaxante e merecido banho. Escolhemos o local onde instalaríamos nossa barraca, tiramos as pesadas mochilas de nossas costas e comemoramos o fim do que seria o dia mais difícil da jornada até Machu Picchu, isso porque mal sabíamos o que nos aguardava no dia seguinte.

Dessa vez não acordamos tão cedo como na véspera, pois não havia a necessidade já que a distância a percorrer no dia de hoje seria bem menor. A chuva voltou e permaneceu a noite inteira, porém, aparentava ter parado nessa manhã. Ao abrir a porta de nossa barraca, a primeira vista que tivemos foi bem macabra, avistamos em tempo real um desmoronamento de rochas da montanha em nossa frente, do outro lado do rio, e por onde deveríamos passar logo mais. Após essa demonstração de perigo, percebemos o quão cauteloso teríamos que ser nesse dia. Desmontamos tudo, tomamos nosso belo café da manhã com ovos, chá de coca e biscoitos, colocamos nossas mochilas e partimos. Em menos de 15 minutos já havíamos atravessado o rio e descíamos por uma pequena estrada na encosta de uma montanha. Ao longo do caminho muitas rochas obstruíam a estrada, impedindo o trânsito de pequenos veículos que conseguiam chegar até aquele isolado vilarejo. Continuamos descendo a montanha e chegamos até um rio de maior volume que dividia o vale em dois. O barulho desse rio causava desconforto, pois, devido ao seu volume alto pela incessante chuva, gigantescas rochas eram arrastadas por ele, causando um ruído nauseante. Assim como a água corre para um nível mais abaixo, o mesmo estava acontecendo com as encostas das montanhas, a cada 200 metros havia um desmoronamento. Estávamos encurralados naquele momento, voltar não era uma opção, e seguir em frente estava perigoso demais. A estrada havia sumido, e no lugar dela uma enorme pilha de rochas ocupara o seu lugar. Lascas de pedras, do tamanho de uma melancia, volta e meia rolavam morro abaixo, passando diante dos nossos olhos, mostrando pra nós o quão instável aquele lugar estava. Decidimos cruzar o mais rápido possível, assim que desse uma pequena pausa no desmoronamento. Olhamos para cima e 1… 2… 3… vamos! Passamos o mais rápido possível que nossas pernas conseguiram com todo o peso de nossas mochilas. Quando chegamos do outro lado, diversas pedras vieram abaixo. Foi por questão de segundos que não nos pegou, e seguimos em frente sem pensar no que poderia ter acontecido, foi melhor assim.

Esperávamos que o pior já tivesse passado e nos decepcionamos na próxima curva, quando avistamos nosso próximo desafio. Dessa vez não era uma pilha de pedras que obstruía a estrada, e sim uma cachoeira que levou rochas e estrada montanha abaixo. Dessa vez estávamos de fato em apuros. Voltar… Definitivamente não era mais uma opção, seguir em frente dependia da engenhosidade de dois guias que estavam no local planejando alguma maneira de cruzar aquele obstáculo. Por sorte, havia duas longas tábuas de madeira que, com o auxílio de algumas pedras, serviram como uma espécie de ponte improvisada. Seria elogio demais chamar aquilo de ponte, mas foi o que possibilitou a nossa travessia para poder seguir em frente. Cair não passou por nossas cabeças, somente a idéia de que iríamos conseguir e que nada nos impediria de seguir em frente, e com toda a cautela, passo a passo, cruzamos a cachoeira e pisamos novamente em terra firme, ou não tão firme assim. Até mesmo os guias que estavam com um pequeno grupo de turistas estavam incrédulos com o que estava acontecendo. Alertaram-nos para ter atenção com barulhos de rochas caindo e ter atenção redobrada com desmoronamentos. Seguimos em frente.

Depois de tanto descer, o relevo ficou menos íngreme e assim tudo se acalmou. Chegamos até um pequeno vilarejo onde um pequeno ônibus esperava o grupo de turistas para levá-los até o próximo acampamento, pois após todos os contratempos do caminho, o tempo ficou curto para caminhar até lá. Conversamos um pouco e conseguimos uma carona nesse mesmo ônibus. Engana-se quem pensa que daí em diante foi fácil. Por várias vezes o motorista teve que mandar todos os passageiros descerem, pois a frente havia um obstáculo perigoso demais para se cruzar.

Passamos por uma ponte caminhando enquanto nosso motorista vencia mais um obstáculo. – Foto: Arquivo Pessoal

Finalmente uma rua pavimentada surgiu em nosso caminho. Tivemos o conforto de saber que havíamos ultrapassado todos os desafios impostos pelo caminho, e que, dali em frente, estávamos livre para seguir sãos e salvos. Chegamos ao vilarejo de Santa Teresa, onde passaríamos a noite, acampados. A boa notícia é que, em sua periferia, há piscinas naturais com águas quentinhas, ideal para relaxar após um dia intenso de caminhadas e fortes emoções.

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Descanso merecido nas águas termais de Santa Teresa. – Foto: Arquivo Pessoal

No outro dia bem cedo, a mesma rotina. Desarma barraca, guarda tudo, faz o café da manhã e parte. Este seria o dia em que chegaríamos até a hidrelétrica, aos pés da montanha de Machu Picchu, e dali seguiríamos pelo trilho do trem até a cidadezinha de Águas Calientes. O caminho não apresentava nenhum desafio ao caminhante, porém, o cansaço acumulado dos últimos dias tornou nosso deslocamento muito vagaroso, a todo o momento fazíamos uma pausa para repor nossas energias. Com a ajuda do açúcar e de sua energia instantânea, chegamos até a hidrelétrica, de onde partiam os trens com destino as ruínas. Ainda não tinha nos caído a ficha do quão perto estávamos do nosso objetivo. Descansamos mais um pouco e partimos, guiados agora pelos trilhos do trem.

Agora começamos a subir também, cada passo que dávamos era graças a um esforço surreal de nosso corpo. O caminho não era nada difícil, mas no quarto dia de caminhada era de se esperar a exaustão do corpo, dores diversas e bolhas gigantescas nos pés. A caminhada que seria feita em duas horas e meia em condições normais, foi realizada em quase 4 horas devido as nossas condições. Com muita raça, chegamos até a cidade, que por sinal era muito bonita. Pegamos um belo quarto de hotel, com chuveiro a gás, TV a cabo e camas confortáveis, onde simplesmente desmaiamos.

Finalmente chegou o dia. O dia em que iríamos conhecer Machu Picchu, e por motivos óbvios, o último dia de caminhada. Acordamos bem cedinho, já que o parque abriria as 6 a.m. e até lá havia uma subida de pouco mais de 1h. Agora, sem o peso das nossas mochilas, que ficaram no hotel, nos pusemos a caminhar novamente, empolgados pelo que nos esperava no topo da montanha. Devido ao ganho de altitude e a umidade do clima, a subida ganhou um grau a mais de dificuldade, entretanto, depois de tudo o que passamos para chegar até ali, não haveria dificuldade que não seria superada com elegância. Seguimos morro acima trabalhando com nossa ansiedade. A cada passo, escutávamos mais próximo o barulho da atividade humana. O coração saltava pela boca, ali diante dos nossos olhos esta a portaria, que nos transportaria para dentro das famosas ruínas Incas. Finalmente chegamos ao nosso objetivo. Superamos todos os desafios que essa aventura nos trouxe, desde um quase ataque de puma até a fúria da natureza na força de suas águas. Ao mesmo tempo, fomos privilegiados por belezas naturais, que só quem se dispõe a superar tantos desafios pode contemplar. Descobrimos que nossos limites estão bem além do que imaginávamos, que nos tornamos mais fortes e unidos nas dificuldades, e que, com a dor e o esgotamento físico, nossa mente se torna nosso melhor aliado para seguirmos em frente. Após o Salkantay, me sinto mais vivo, mais forte, mais humano, mais Inca.

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Machu Picchu, umas das sete maravilhas do mundo, diante de nossos olhos. – Foto: Arquivo Pessoal

 

O outono é uma ótima estação para quem quer praticar atividades ao ar livre. As temperaturas não são tão altas quanto no verão e nem tão baixas quanto no inverno. Além disso, com a redução nas chuvas, as trilhas ficam secas, as rochas também e até o passeio de bicicleta na cidade fica mais seguro.

Para que você aproveite o melhor do outono, seja na montanha ou na selva de pedra, nós separamos alguns produtos que você deve ter sempre na mochila:

Corta vento/Impermeável: Mesmo que a incidência de chuvas seja menor do que no verão ou na primavera, pode chover no outono. Além disso, as temperaturas costumam cair no início da manhã e no fim da tarde e os ventos são mais intensos e frequentes. Tem uma jaqueta impermeável na mochila é sempre uma boa ideia. Ela vai te manter protegido e cheios de estilo em um passeio na cidade, treino ou aventura na montanha.

Jaqueta Thermoball: Praticidade é a palavra perfeita para definir as jaquetas Thermoball. Elas são extremamente eficientes para o inverno, mas são tão leves e compressíveis que podem ser carregadas para todos os lugares. Ela é uma opção versátil para todas as ocasiões.

Fleece: Eles são um clássico e praticamente um itens básicos de sobrevivência. Quem tem um fleece à mão, não passa perrengue. Ele proporciona aquecimento de um jeito leve, seca muito rápido e pode ser usado até mesmo em atividades físicas de alta intensidade.

Colete: Alguns dias de outono têm o clima muito instável, com quedas bruscas nas temperaturas durante o início e fim do dia e tardes muito quentes. Os coletes ajudam a regular a temperatura do corpo, protegem a região do peito e das costas e ainda garantem um look casual muito interessante, principalmente para os compromissos na cidade.

Camisa de manga longa: Elas são perfeitas para quem quer levar o estilo da montanha para qualquer lugar. O conforto e o aquecimento leve as tornam um item versátil e perfeito para ser usadas como uma das camadas de aquecimento.

Nós separamos algumas sugestões de combinações perfeitas para o outono na cidade, caso você precise de uma inspiração 😉

Jaqueta Gotham III | 2. Camisa Thermocore | 3. Jaqueta e colete Thermoball 4. Camiseta Reactor | 5. Calça Glacier | 6. Colete Nuptse | 7. Jaqueta e colete Campshire | 8. Bota Back to Berkeley

Jaqueta Reversível Perrito | 2. Jaqueta Reversível Perrito | 3. Jaqueta Mossbud | 4. Jaqueta Thermoball | 5. Fleece Bear | 6. Fleece Bear | 7. Colete Mossbud | 8. Jaqueta Reversível Mount Chimborazo

Parka Brooklyn II | 2. Camisa Trail Ready | 3. Jaqueta e colete Mossbud | 4. Camiseta Reactor | 5. Calça Aphrodite HD | 6. Colete Aconcagua | 7. Jaquete Indi 2 | 8. Jaqueta e colete Thermoball

Apesar das grandes conquistas femininas nas últimas décadas, mulheres no mundo inteiro ainda precisam lutar diariamente para conseguirem seus espaços. O universo dos esportes, assim como os mais diversos setores da sociedade, ainda é dominado por homens. Na escalada não seria diferente. Ao conhecer este esporte e conviver mais de perto as tribos deste meio, a atriz Renata Calmon percebeu que essa grande incidência masculina e se inspirou para criar um filme documentário que mostrasse justamente como é a rotina de uma mulher escaladora, quais são as dificuldades em conciliar o esporte com o trabalho, a casa e a família. Assim surgia o: “Mulheres são Montanhas”.

Renata começou a escalar há pouco tempo, mas não demorou muito para se apaixonar e mergulhar de cabeça nesse esporte. “Eu comecei a escalar há um ano, depois de assistir ao documentário ‘Valley Uprising’. Achei tão incrível a história da escalada em Yosemite e o esporte tão instigante que logo que pude fui fazer uma aula na Casa de Pedra em São Paulo. Já na minha primeira aula conheci uma turma que me levou pra escalar no DIB, uma pedreira em São Paulo.” Depois disso, ela não parou mais.

Todo escalador que se preze não se contenta em ficar apenas escalando no ginásio, então, as viagens para escalar são muito comuns. Com Renata não seria diferente. “Assim que eu comecei a escalar fui fazendo pequenas viagens pra escalar vias tradicionais com alguns amigos meus, todos homens. A gente acampava, escalava, era uma diversão. Eu estava encantada e deslumbrada (ainda estou!) com todo aquele universo que estava se apresentando pra mim. Mas de repente eu comecei a me perguntar quem eram as outras mulheres que também praticavam o esporte.”

Mônica e Danielle são parceiras de escalada. – Foto: Reprodução

Essa indagação foi o início de tudo. Com o questionamento sobre a vida das outras escaladoras em mente, a atriz passou a perguntas mais profundas. “A escalada tradicional exige um desprendimento, uma ousadia, e um comprometimento com a via. Muitas coisas podem dar errado. E eu queria entender como era possível conciliar esses dois mundos aparentemente antagônicos”, relembra Renata.

O trabalho resultou no documentário “Mulheres são Montanhas”, um filme que está em fase final de edição e deve rodar os mais diversos festivais de cinema do Brasil e do mundo. O documentário foi dirigido pela própria Renata e conta a história de Mônica Filipini e Danielle Pinto, ambas escaladoras, mães e moradoras da região de São Bento do Sapucaí, no interior de São Paulo. Renata lembra que a escolha das personagens não foi por acaso: “Eu fiz uma pesquisa com várias escaladoras de São Paulo por indicação de amigos escaladores. Assim que eu conheci a Mônica Filipini, uma das protagonistas, soube que eu queria filmar com ela. Ela é mãe, bióloga, falante, escala há mais de vinte anos, vive em São Bento do Sapucaí. Ela me apresentou a Danielle Pinto, parceira de escalada dela, que também é outra escaladora super interessante e com um perfil muito parecido: jornalista, mãe da Alice, se vira nos trinta”.

O filme conta a história de Mônica Filipini e Danielle Pinto, ambas escaladoras, mães e moradoras da região de São Bento do Sapucaí, no interior de São Paulo. – Foto: Reprodução.

Para chegar ao público

Toda a produção foi filmada em 2017 e está em fase final de edição. O trabalho contou com o apoio de muitos voluntários e agora a equipe está em busca de apoio financeiro para terminar o documentário, lança-lo e também fazer as inscrições em diferentes festivais de cinema.

Para isso, eles lançaram uma campanha de financiamento coletivo. Se você tem interesse em saber mais informações e ajudar a viabilizar este projeto, clique aqui.

No vídeo abaixo é possível ver o trailer de “Mulheres são Montanhas” e ter um gostinho do que vem por aí:

 

Campanha é uma das cidades mais antigas de Minas Gerais. Além de toda a sua história, o município também é um paraíso para os escaladores. Seu enorme potencial para o esporte incentivou os amigos Daniel Dias, Lucas Moraes e Rodrigo Massa a se juntarem para organizar o o 1º Boulder Fest Campanha.

O evento acontecerá no feriado de Corpus Christi, começando no dia 31 de maio e terminando em 03 de junho. Durante esse período, 40 escaladores participarão de disputas em forma de Campeonato e Festival, acontecendo simultaneamente.

De acordo com os idealizadores do evento, a ideia é que, mesmo dentro da competição, todos os participantes tenham um ambiente saudável de cooperação e amizade. “Assim, o público escalador terá uma oportunidade de aprendizado prático e os competidores terão um ambiente onde a conquista de um lugar no pódio é menos importante do que a escalada”, diz o material de divulgação do evento. Os idealizadores ressaltam: “O crescimento e o fortalecimento da comunidade escaladora é o que almejamos como resultado final deste encontro.”

Confira a programação completa:

Quinta-feira

8h – Recepção dos participantes e início do festival no setor Ribeiros

16h – palestra com Andre Berezoski

Sexta-feira

8h – Início do Festival no setor Crocância

Sábado

8h – Incídio do Festival no setor Crocância

10h – Clínica com André Berezoski

16h – Final do campeonato no Bloco do Campanha

22h Festa e Premiações

Domingo

Escalada livre em todos os setores

Serviço

Para mais informações e inscrições – crimbcampanha@gmail.com

Daniel Ferreira Dias: (35) 9.9802-3854

Lucas Lacerda Moraes: (35) 9.8899-9633

Rodrigo Massa: (35) 9.9803-4851

 

A refeição pré-treino é extremamente importante para garantir o bom desempenho e proporcionar o máximo de energia durante as atividades físicas. Quem treina sempre no limite do corpo sabe que a escolha certa dos alimentos é decisiva para definir a performance.

Além de escolher os alimentos certos, é bem importante respeitar um limite de tempo para que o organismo faça a absorção dos nutrientes e os transforme na energia que será queimada posteriormente. O mais comum e indicado é fazer a refeição pré-treino de 45 minutos a uma hora antes do início da atividade física.

Nós separamos algumas sugestões de alimentos que podem te ajudar a ter um gás extra na hora do treino ou competição:

Batata Doce

A batata doce é o famoso alimento dos “marombas”, mas ela não é útil apenas para quem quer ganhar massa magra. Por ser um alimento rico em carboidratos complexos e muito prático, a batata doce é uma ótima opção para o pré-treino, já que é fácil de ser consumido em qualquer horário do dia. Ela ajuda a controlar o nível da glicemia, possui um baixíssimo teor de gordura, ferro, potássio, cálcio, entre outros nutrientes excelentes para atletas.

Aveia

A aveia também é um alimento super prático. Rica em carboidratos complexos, proteínas e fibras, ela ajuda gerar energia, proporciona muita saciedade e ainda ajuda a controlar o colesterol, graças ao seu alto teor de b-glunas, nutrientes que ainda reforçam o sistema imunológico e ajudam a proteger o organismo de diversas infecções. Uma sugestão é combinar a aveia com outros alimentos, seja um mingau acompanhado de uma fruta com alto índice glicêmico ou até mesmo uma dose de whey protein com aveia e água de coco.

A aveia é um alimento super prático e funcional. – Foto: Photogmateo/Flickr – Creative Commons

Banana

A banana é um dos alimentos preferidos dos atletas. Além de ser fácil, ela é muito nutritiva. A grande concentração de potássio, faz com que essa fruta seja ótima para quem quer evitar as câimbras e a fadiga muscular. A banana também possui alto nível glicêmico, portanto, pode ser consumida junto com a aveia, que é um carboidrato complexo. O interessante é que essa combinação pode ser feita até em um período mais curto pré-treino, de 30 minutos antes da atividade física.

Arroz integral

Dependendo do horário do treino, o arroz é uma opção sólida muito interessante para o pré-treino. Esse é um dos alimentos mais comuns e queridos entre os brasileiros. O arroz integral também é um carboidrato complexo que vai lhe proporcionar energia por bastante tempo. Ele também pode ser combinado com outros acompanhamentos, de preferência ricos em proteína. Mas, cuidado para não exagerar e ir treinar pesado.

 

Mulheres não sofrem apenas quando ouvem coisas ao passar na frente de uma construção. Guio clientes em expedições o ano todo e noto um grande boom de mulheres que estão indo para a montanha. Também não posso deixar de notar as dificuldades que elas passam em altitudes. Mesmo se tratando de um ogro como eu, tenho várias recomendações para vocês que querem enfrentar grandes montanhas e deixar os homens em casa jogando Xbox.

A psicologia feminina

Antes de assustá-las com as adversidades que vão enfrentar lá em cima, tenho que falar um pouco sobre as vantagens em ser mulher! Sim, isso mesmo. Guio há tempo suficiente para notar que, quando se trata de iniciantes, mulheres têm mais facilidade para ficar completamente indiferente diante do perigo. Acho as mulheres muito mais duronas do que os homens na hora de lidar com o caos.

Sem querer generalizar – mas já generalizando – mulheres, por outro lado, são muito mais resolvidas do que homens na hora de explicar para elas mesmas porque estão na montanha. Homens, no geral, sempre têm algo para provar e sempre vão à montanha com uma pequena missão social. Ir para a montanha com o compromisso de provar que você consegue chegar ao cume é na verdade algo totalmente negativo e, provavelmente, fará com que você desista. Neste caso, as mulheres levam novamente vantagem. Elas tendem a ser muito mais sinceras com elas mesmas quanto às motivações de ir para a montanha.

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Foto: Andrew Miller

A solução para o xixi

Homens são dotados de um equipamento que permite a pontaria (mas acredite, quando faz muito frio, as coisas não são muito diferentes). A dificuldade na pontaria infelizmente obriga que a mulher saia da barraca e se exponha ao frio extremo. Tenho dezenas de anedotas de clientes que tiveram que passar por muitas dificuldades para deixar a neve amarela.

Finalmente acabei com esse problema e escolhi um pequeno funil que dou de brinde às minhas clientes que, assim, não passam mais por esse sofrimento todo. O “Xixi +Fácil” consiste em um acessório plástico que é ergonômico e reutilizável. Ele permite que elas urinem de pé! Desse modo, todo mundo agora pode usar garrafas, e não é mais preciso sair da barraca. A melhor garrafa para a tarefa são as de 1.5L da Gatorade ou similar. Estas permitem que a mulher consiga fazer xixi dentro da barraca.

E se a menstruação descer na montanha?

Outro obstáculo surge no período menstrual. Grandes mudanças de rotina, como alteração da dieta, excesso de exercícios ou estresse psicológico, podem afetar o ciclo menstrual. Como o alpinismo envolve todas essas variáveis, você, mulher, certamente terá algum tipo de atraso ou adianto no período enquanto estiver em expedições. Há aquelas que reclamam de grandes mudanças na intensidade do período, e têm mais sangramento ou mais dor quando estão na alta altitude. Contudo, isso parece estar mais ligado ao esforço e à mudança de rotina do que propriamente à altitude.

Para expedições em grandes altitudes, recomendo e apoio o uso de anticoncepcionais. Isso para evitar o período e passar menos perrengues dos que os naturalmente exigidos pela altitude. Porém, seja por motivos éticos ou por receio à mudanças na fertilidade, existe uma grande resistência aos anticoncepcionais. Seja como for, já vi dezenas de mulheres corajosas desistirem de um cume por estarem naqueles dias. O mais recomendável aqui é a mulher iniciar o tratamento hormonal antes da expedição para assim pular a menstruação que cai na época da expedição. Existem anticoncepcionais monofásicos (mesma quantidade de hormônios em cada pílula) e multifásicos (a carga hormonal muda em cada pílula). Normalmente a forma mais eficiente para pular um período menstrual é usando monofásicos. Isso no entanto deve ser discutido com o seu ginecologista e analisar qual opção se adapta melhor à você.

Note que o uso de anticoncepcionais aumenta o risco de trombose. Em montanhas normalmente já estamos lidando com sangue mais espesso, portanto isso aumentaria ainda mais o risco. Sendo assim, é prudente o uso de pelo menos 100 mg de aspirina diariamente para diminuir esse risco. Além disso, você estará diminuindo o risco de congelamentos em grandes altitudes.

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Foto: Andrew Miller.

Infecções e higiene

Outra má notícia é que, com o aumento da altitude, também aumenta o frio e isso faz com que a água seja cada vez mais escassa. São raros os lugares que oferecem a possibilidade de tomar banho, o que dificulta muito a higiene da mulher e aumenta o risco de infecções. Pouca higiene somado ao sistema imunológico baixo, o que é comum na altitude, aumenta muito as chances de infecções.

É importante você se basear em experiências anteriores já que a maioria dessas infecções são recorrentes e você provavelmente já teve que lidar com sintomas parecidos no passado. Há inúmeros agentes patogênicos que podem causar infecções e cada tipo tem sintomas diferentes. Você deve iniciar o tratamento o mais rápido possível e para isso é preciso diferenciar o tipo de infecção. Essas são as principais:

.Candidíase: Causada pelo fungo Candida albicans, a doença é caracterizadas pela presença de secreção ou corrimento de tom esbranquiçado. Mudança no pH vaginal também pode ser um dos culpados em desencadear este tipo de infecção. O tratamento de Candidíase é feito com com o antibiótico Fluconazol. A dose única de 150 mg geralmente resolve o problema.

.Infecção Urinária: Este tipo de infecção geralmente acontece após uma expedição. Aparentemente o quadro de desidratação severa que é comum no fim de uma expedição (ida e volta ao cume por exemplo), é o que desencadeia a maioria das infecções urinárias. Geralmente causadas por bactérias, este tipo de infecção se caracteriza pela forte ardência ao urinar e uma sensação de querer urinar mesmo após o xixi. Com os precários métodos de diagnóstico que temos em grandes altitudes, é necessário escolher o antibiótico mais adequado possível para esta infecção. A droga que abrange a maior quantidade possível de bactérias que causam este tipo de infecção é a Ciprofloxacina. 500 mg a cada 12 horas provavelmente acabará com a infecção. É necessário continuar o tratamento por pelo menos 3 dias.

Deixo claro que não sou médico ou farmacêutico. Estas recomendações são das experiências que tive com as minhas clientes. Antes de adquirir qualquer medicamento, você deveria consultar o seu ginecologista.

Uma das melhores formas de prevenir as infecções vaginais e urinárias é mantendo os níveis de hidratação bem altos e manter a urina fluindo. Se você está fazendo trekking em altitudes ou escalando uma montanha, isso é algo que já deveria estar sendo feito, já que é recomendada a ingestão de pelo menos 5 litros de água diários para melhorar a aclimatação em grandes altitudes.

Mochilas Femininas

Mochilas femininas diferenciam-se pela forma da barrigueira mais cônica e que acompanha a forma da cintura feminina. As alças são mais estreitas e acolchoadas para respeitar a anatomia feminina. A fita peitoral que liga as duas alças deve ser usada cuidadosamente utilizada. A maioria dos modelos requer que a fita seja usada por cima dos seios. A fita deve ser ajustada de forma que ela não fique muito alta e aperte o seu pescoço e não fique muito baixa e aperte os seus seios. Já ouvi relatos de próteses de mama sendo deslocadas pelo mau uso da fita peitoral de uma mochila.

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Foto: Andrew Miller

A Chapada dos Veadeiros é mais um destino nacional incrível. Seguindo as nossas dicas sobre as chapadas, a da vez está localizada em Goiás, em uma área de mais de 240 mil hectares de pura beleza natural e muita história. Para se ter noção da sua importância, a Chapada dos Veadeiros é considerada Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO desde 2001. A região está no coração do cerrado brasileiro e além de toda a riqueza em biodiversidade, também traz o histórico dos garimpos, com as antigas rotas hoje sendo usada pelos aventureiros que passeiam pelo parque.

Assim como acontece em outras áreas de preservação ambiental, o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros está sob os cuidados do ICMBio. Isso significa que os visitantes precisam estar atentos aos horários de funcionamento e a algumas regras indispensáveis para garantir a segurança dos turistas e também a integridade do parque.

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A entrada no Parque é gratuita e ele é aberto à visitação de terça a domingo. – Foto: Edgar de Brito/Creative Commons

Atualmente, quem visita a Chapada dos Veadeiros não precisa pagar pelo ingresso na entrada. Mas, é necessário fazer o registro do visitante logo na entrada do parque. Além disso, alguns dos principais atrativos têm um limite de pessoas que podem acessa-los diariamente. Então, fique atento a isso e chegue cedo ao parque.

O que fazer?

As opções são diversas e os atrativos vão desde cachoeiras acessíveis a poucos metros de caminhada até longas trilhas em que é necessário acampar. A leva de trilhas longas é liderada pela Travessia das Sete Quedas. O percurso, que tem 23,5 km, costuma ser percorrido em 2 a 3 dias e o nível de dificuldade é muito pesado. O período mais indicado para este passeio é de junho a outubro e é necessário fazer o agendamento prévio para garantir a viagem.

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O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros está localizado no município de Alto Paraíso, em Goiás. – Foto: Edgar de Brito/Flickr – Creative Commons

A Trilha dos Saltos é mais uma opção para os aventureiros experientes. Apesar de ter apenas 11km, contando o trajeto de ida e volta, ela tem o terreno bastante acidentado e pedregoso, o que eleva o nível de dificuldade.

Para as famílias que visitam a Chapada com crianças ou com pessoas quem tenham dificuldade de locomoção, uma sugestão é a Trilha da Seriema. Ela possui apenas 800m, contando ida e volta. É muito leve e, durante o período de chuva, ainda oferece a possibilidade de banhos no Córrego Rodoviarinha.

Além dessas trilhas, a Chapada dos Veadeiros conta com inúmeras cachoeiras e pontos para observação de aves, fauna e flora.

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A Chapada dos Veadeiros é considerada Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO desde 2001. – Foto: Marina Campos Vinhal/Creative Commons

Como chegar?

O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros está localizado no município de Alto Paraíso, em Goiás. Seu principal acesso é feito pela Rodovia GO-239. De acordo com o ICMBio, a entrada está a 260km de Brasília e a 460km de Goiânia.

A entrada no Parque é gratuita e ele é aberto à visitação de terça a domingo. Durante os meses de janeiro e julho o parque fica aberto todos os dias da semana.

Clique aqui para mais informações.

Conheça também a Chapada dos Guimarães e a Chapada Diamantina.

A Chapada dos Veadeiros conta com inúmeras trilhas, cachoeiras e pontos para observação de aves, fauna e flora. – Foto: Silesia Silva/Creative Commons

O executivo de viagens e eventos Guilherme Bromberg, de 41 anos, tornou-se o primeiro homem brasileiro a completar os 4.600 km da Pacific Crest Trail (PCT), uma das trilhas mais longas e desafiadoras da América do Norte, entre maio e setembro de 2017. Essa jornada de autoconhecimento e de reencontro com a natureza, que ganhou o nome de “Trilhas e Conexões”, rendeu muitas histórias, novos projetos e lindas imagens da costa oeste dos Estados Unidos.

Parte destas imagens estarão numa exposição especial no dia 3 de maio, a partir das 18 horas, no Roof Top Augusta (Galeria Ouro Fino – Rua Augusta, 2690 / 3º Andar, São Paul – SP). O evento é aberto ao público e com entrada gratuita.

Com uma carreira bem-sucedida no segmento de viagens e eventos, Bromberg optou por seguir um novo caminho do mundo corporativo em que estava inserido e após aprofundar-se na prática budista, viajar para a Índia e Japão e um desejar profundo por reinventar-se, planejou durante mais de 1 ano tudo que precisava ser feito para encarar seu desafio pela PCT, cruzando mais de 25 parques nacionais, atravessando o deserto californiano, as montanhas da Sierra Nevada e os picos vulcânicos do Cascade Range.

Serviço:

TRILHAS & CONEXÕES

Retratos da aventura de Gui Bromberg pelos 4.600 km da PCT

Data: 03/05

A partir das 18 horas

Entrada Gratuita

Galeria Ouro Fino – Rua Augusta, 2690 / 3º Andar, São Paulo – SP

Mais informações: @trilhas_e_conexoes

Faltam 4 meses para o Ultra Trail du Mont-Blanc, uma das corridas em trilha mais bonitas, disputadas e esperadas do ano. Quem já participou ou conhece o UTMB sabe que a organização é extremamente criteriosa na “escolha” dos participantes e também nas regras de equipamentos obrigatórios.

A lista de equipamentos deste ano já foi divulgada e inclui desde bandagens e headlamp até jaquetas impermeáveis com todas as costuras seladas. Se você já se inscreveu para competir no UTMB este ano ou simplesmente tem curiosidade para saber o que os atletas levam em competições deste tipo, confira a lista abaixo com os itens obrigatórios para o UTMB 2018:

Kit Básico

– Mochila destinada a transportar os equipamentos obrigatórios durante toda a prova.

– Celular com roaming internacional permitido para ser usado nos três países por onde a prova passa (França, Suíça e Itália). O telefone precisa ficar ligado durante todo o percurso, por isso a bateria deve estar totalmente carregada logo na saída.

– Copo para uso pessoal

– 2 lanternas com baterias reservas (recomendação: 200 lumens ou mais)

– Apito

– Bandagem auto-adesiva elástica que possa servir como atadura (mínimo de 100cm x 6cm)

– Reserva alimentar recomendada: 800 kcal (sugestão – 2 géis + 2 barras energizantes)

Jaqueta impermeável com capuz. É imprescindível que ela tenha todas as costuras seladas. É permitido que a jaqueta tenha aberturas para ventilação, desde que não afete a sua impermeabilidade total. A escolha da jaqueta é de responsabilidade do participante, que se responsabiliza por estar dentro dos padrões determinados pela organização. No entanto, a comissão também pode avaliar o equipamento e definir se é adequado ou não.

Calça comprida ou legging de corridas. Também pode ser usada uma combinação de legging e meias que cubram toda a perna.

Camada de aquecimento dos membros superiores com, pelo menos, 180g. Não é permitido o uso de peças em algodão.

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Luvas com isolamento térmico e impermeáveis

Calça impermeável

– Passaporte ou outro tipo de documento de identificação válido internacionalmente

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Chamonix – Foto: Tim Kemple.

Kit de calor – Pode ser exigido pela organização dependendo das condições climáticas

– Óculos de sol

– Touca que cubra completamente a cabeça, a nuca e o pescoço

– Protetor Solar

– Bolsa hidratação com capacidade mínima para 2 litros

Kit de frio – Pode ser exigido pela organização dependendo das condições climáticas

– Óculos de proteção

Jaqueta térmica para ser usada entre a segunda pele e a impermeável. É recomendado um modelo compressível (plumas de ganso ou thermoball) ou

– Tênis próprio para corridas em trilha. Calçados minimalistas ou ultraleves são excluídos.

Outras recomendações

A organização do UTMB ainda faz outras sugestões de equipamentos úteis e que podem colaborar com a segurança e desempenho dos atletas. Veja quais são:

– Smartphone com aplicativo Livetrail4Runners instalado + bateria externa

– Uma troca extra de roupas de aquecimento

– Bastões de trail run

– Vaselina

– Uma quantia mínima de 20 euros para emergências

– Relógio com GPS

– Faca, tesoura ou canivete

As instruções completas oficiais estão disponíveis aqui.

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Chamonix – Foto: Tim Kemple.

Rosalia Camargo será uma das representantes brasileiras na prova. Ela correrá na modalidade 170km. Clique aqui e confira quais são as expectativas dela para a prova.

 

Na hora de arrumar a bagagem para um trekking, um dos pontos que exige maior cuidado e gera muitas dúvidas é a alimentação. Como carregar opções nutritivas e diversas para conseguir renovar as energias para encarar as longas horas caminhando sem que isso seja um peso extra representativo na mochila? Frutas desidratadas, suplementos e alguns tipos de doces são opções bastante comuns e práticas. Mas, para quem quer uma refeição completa, a missão fica mais difícil. Um jeito de conseguir isso, sem depender do macarrão instantâneo, é apelar apara a comida liofilizada.

A liofilização ou freeze drying é um processo extremamente eficiente para preservar os nutrientes dos alimentos, permitir a conservação sem refrigeração e ainda reduzir consideravelmente o peso da comida. Conforme informado pela empresa brasileira Liofoods, especialista no segmento de comida liofilizada: “Na liofilização, o produto é congelado abaixo de -30ºC e submetido a uma pressão muito baixa (alto vácuo), fazendo com que a água dos alimentos que foi transformada em gelo seja sublimada, ou seja, passará diretamente do estado sólido para o gasoso, resultando em um produto final com estrutura porosa livre de umidade”.

Como esse processo retira toda a água presente nos alimentos, eles acabam ficando muito mais leves e menos volumosos, o que é uma grande vantagem quando se tem que carregar todos os alimentos, roupas e equipamentos da viagem nas costas. Além disso, a comida liofilizada pode ser mantida em temperatura ambiente e, desde que conservadas adequadamente, permanecem ideais para o consumo por até dois anos. Um problema a menos nas trilhas, já que sem esse processo, dificilmente seria possível levar alimentos “perecíveis” nas viagens longas.

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Na hora de arrumar a bagagem para um trekking, um dos pontos que exige maior cuidado e gera muitas dúvidas é a alimentação.

A praticidade não para por aí. Como o processo já está bastante desenvolvido e algumas empresas se especializaram na produção de comida liofilizada, existem cardápios com refeições completas. Assim, basta no acampamento aquecer a água, coloca-la sobre os alimentos, mexer para misturar e aguardar 2 minutos. Isso já é o suficiente para que a refeição esteja pronta e totalmente adequada para o consumo. O menu vai desde ovo mexido até estrogonofe. Um detalhe importante é que todo o preparo é feito com os temperos tradicionais, assim, após hidratada, a comida liofilizada supre bem aquela vontade de ter a uma refeição caseira mesmo nos lugares mais extremos e inóspitos do mundo.

 

 

Chegou a hora de trocar de tênis? Garanta seu par novo e ainda ajude a levar o atletismo aos jovens das comunidades Chapéu Mangueira e Babilônia, no Rio de Janeiro.

Para participar é muito simples: vá até a loja The North Face do Shopping Leblon, até o dia 23 de maio, e doe o seu tênis de corrida antigo. Fazendo isso, você garante 10% de desconto na compra do seu tênis novo de trail run.

Tudo o que for arrecadado durante a ação será doado ao projeto social “Rota 5k do Futuro”. A iniciativa, liderada pelo professor e corredor Bruno Njaine, teve início em 2010 e desde então leva inclusão social às comunidades cariocas através da corrida. Por isso, os tênis doados serão destinados aos jovens do Chapéu Mangueira e Babilônia que estão dando seus primeiros passos no mundo do esporte.

Através do Rota 5K do Futuro vários jovens das comunidades cariocas conheceram o atletismo e tiveram a oportunidade de participar de corridas, viajar para competir e aprender diversos valores proporcionados pelo esporte e que são carregados para o resto da vida.

O maior case de sucesso do projeto é a atleta Isadora Ponsadilha. Além de ter sido a primeira aluna do Rota 5K, ela hoje é federada e compete diversas provas de atletismo representando o clube Vasco da Gama. “O projeto já valeu bastante a pena na formação dos alunos, na consciência da formação como cidadão, e valerá mais ainda se a ‘Isa Bolt’ (Isadora Ponsadilha) crescer dentro do atletismo profissional e quem sabe um dia conseguir o índice para representar o Brasil. Isso seria uma dádiva”, sonha o professor Bruno Njaiane.

O esporte tem ajudado a transformar a vida de muitos jovens nas comunidades cariocas. – Foto: Greg Mionske.

Como participar?

Para contribuir para mudar o futuro de jovens carentes e ainda garantir o seu desconto, os tênis doados precisam, necessariamente, ser modelos de corrida. São válidos exemplares de qualquer marca, mas é essencial que eles estejam em boas condições de uso.

As entregas devem ser feitas exclusivamente na The North Face do Shopping Leblon.

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