Chegar ao topo do mundo é o sonho de muitos montanhistas. Todos os anos, exploradores e entusiastas de todas as partes do mundo vão até o Nepal em busca desse objetivo e o mês de maio é considerado a melhor oportunidade para isso. O clima estável e os ventos colaboram para que as tentativas dos alpinistas sejam mais seguras e acessíveis. A temporada oficial deste ano está aberta e quase 300 montanhistas já tem a permissão para subir a montanha mais alta do mundo.
Há anos o Everest tem sido alvo de discussões que giram principalmente em torno da indústria turística. Mesmo sendo uma montanha que exige muito preparo físico e técnico, as agências que realizam as expedições não necessariamente estabelecem experiência prévia como um dos requisitos. Por isso, acabam aceitando até mesmo pessoas que não têm prática em montanhismo, mas que geram visibilidade e movimentam os negócios.
A grande quantidade de pessoas subindo e descendo a montanha já foi um tema discutido com relação à segurança e, principalmente, em relação ao impacto ambiental causado pelos visitantes. As opiniões sobre o assunto são extremamente divergentes. Mas, para ao menos controlar e monitorar quem acessa o Everest a partir do Nepal, o governo local estabeleceu uma lei que obriga os montanhistas a solicitarem uma permissão de ascensão à montanha. A liberação é feita somente a partir do pagamento de uma taxa de US$ 11 mil dólares para montanhistas não-nepaleses e de US$ 720 para os locais.
A grande quantidade de pessoas subindo e descendo a montanha é um tema muito polêmico. – Foto: Trekking Team Group
Para este ano, antes mesmo do início de maio, 275 montanhistas já solicitaram a permissão ao governo do Nepal. As informações, divulgadas pelo jornal The Kathmandu Post, são de que os turistas pertencem a 29 expedições diferentes. Assim como no ano passado, quase 500 pessoas devem tentar o cume do Everest. Isso porque, além dos montanhistas que pagam pela permissão, as equipes ainda contam com o apoio dos sherpas.
Esses números já são impressionantes, mas o movimento na montanha mais alta do mundo não se limita a essas 500 pessoas. O Nepal é a porta de entrada mais comum, mas a exploração através do Tibet também vem crescendo. Infelizmente os números não foram divulgados, mas com essa possibilidade, muitos aventureiros já se preparam para fazer a subida pelos “dois lados” do Everest.
A cafeína é um dos suplementos alimentares mais consumidos por atletas em todo o mundo. Dos amadores aos profissionais, é muito comum ingerir algum percentual de cafeína em alimentos pré-treino ou termogênicos. Mas, um estudo publicado recentemente na revista científica Medicine and Science in Sports and Exercise, avaliou a forma como diferentes perfis genéticos reagem a este componente e concluiu que nem todos são beneficiados pelos tradicionais efeitos da cafeína.
O senso comum é de que alimentos ricos em cafeína possibilitam um aumento na performance e tendem a deixar os atletas mais acelerados e até mesmo mais rápidos. Porém, o que os cientistas da Universidade de Toronto, liderados pelo especialista em ciência da nutrição, professor Ahmed El-Sohemy, descobriram é que os efeitos deste componente variam de acordo com a carga genética.
O estudo foi feito com 101 atletas de diferentes modalidades, avaliados em uma série de três treinos de ciclismo, com a distância de 10 km. Em cada uma das avaliações, os atletas receberam diferentes doses de cafeína, sendo que na primeira experiência a dose foi zero (placebo), no segundo treino a dose foi média (2 mg/kg corporal) e na terceira bateria a dose foi a mais alta: 4mg/kg.
Se apenas o resultado médio fosse considerado, os pesquisadores diriam que a cafeína ajuda, sim, a elevar a performance. Já que na média global, os atletas foram 3% mais rápidos com a alta dose de cafeína, comparado ao placebo.
Mas, o estudo não acabava aí. Como o intuito era entender como a cafeína age em diferentes organismos, eles focaram as análises em avaliações mais detalhadas, baseadas no DNA de cada participante. A avaliação se concentrou em um gene chamado de CYP1A2, pois mais de 95% da cafeína que nós ingerimos é metabolizada por uma enzima codificada por este gene.
Alex Honnold acampando em Green River, Utah. – Foto: Celin Serbo.
As pessoas que possuem o gene na versão AA são consideradas rápidas metabolizadoras, absorvendo a cafeína rapidamente. Os indivíduos na versão AC ou CC permanecem com a cafeína no corpo por muito mais tempo, sendo os CC os mais lentos neste processo.
Diante dessas informações, os cientistas descobriram que os atletas do grupo AA são os que obtém melhores resultados após a ingestão de cafeína, tendo o rendimento melhorado em 4,8% com a dose menor de cafeína e em 6,8% com a maior dosagem. Na outra ponta, com os atletas cujo gene se encaixa no perfil CC (apenas 8% dos integrantes), o efeito foi totalmente o inverso. De acordo com os cientistas, quanto mais cafeína esse grupo recebeu, pior foi a performance. Ao tomarem a dose mais alta de cafeína, eles chegaram a ser 13,7% mais lentos. No grupo intermediário as diferenças na performance não foram significativas.
O resultado gerou uma série de questionamentos, para os quais os cientistas ainda não têm uma resposta definitiva. O que se sabe, por enquanto, é que a cafeína exerce efeitos positivos e negativos em qualquer pessoa. Pelo lado positivo, ela ajuda a modificar a forma como o cérebro percebe a dor. Mas, a hipótese de El-Sohemy para a influência negativa é de que que a cafeína resulta em uma contrição das veias sanguíneas, o que pode prejudicar a circulação do sangue durante a prática de exercícios.
Vale lembrar, que os estudos foram feitos com atividades físicas de alta intensidade, mas em um período curto de apenas 18 minutos. Os pesquisadores ainda não avaliaram quais seriam os efeitos da cafeína em períodos mais longos nos atletas com diferentes perfis genéticos.
A Casa de Pedra recebe neste final de semana a 1ª etapa do Campeonato Brasileiro de Boulder. O campeonato acontece no sábado (21), durante todo o dia, e contará com a participação de mais de 130 atletas, desde amadores até profissionais.
Esta será a primeira competição oficial do ano e já dá para perceber que a temporada de escalada promete muito. Com o esporte se popularizando entre os brasileiros, a modalidade Boulder conquista cada vez mais praticantes e competidores.
O festival deste final de semana será dividido em baterias que começam às 8h. Os primeiros a competirem são os profissionais. Às 11h30 a primeira leva dos amadores entra em ação, enquanto a 2ª bateria amadora competirá Às 15h. Logo no começo da noite a organização divulgará os finalistas na categoria profissionais e os atletas voltam para disputar as finais às 20h.
O campeonato contará com mais de 130 atletas. – Foto: Reprodução/Facebook
As inscrições para o festival já estão encerradas, mas o campeonato é aberto ao público, com entrada livre e grátis. Essa é uma excelente oportunidade para ver de perto e torcer por alguns dos principais nomes da escalada brasileira, como os irmãos Jean e Juan Ouriques, Felipe Ho, Camila Macedo, Patrícia Antunes, entre outros.
Serviço:
Local: Casa de Pedra (Moema, São Paulo) – Alameda dos Guaramomis, 256
A 1a Etapa do Campeonato Brasileiro de Boulder acontece em SP neste sábado.
Os meses que antecedem as viagens de ski são essenciais para trabalhar o preparo físico e chegar na montanha com os músculos e a resistência em alta. Alguns exercícios simples, mas focados nos movimentos realizados durante a prática de ski e snowboard, podem fazer toda a diferença na hora de encarar a neve. Com um bom preparo físico, descer a montanha será muito mais fácil e prazeroso.
Por isso, nós separamos 4 sugestões de exercícios que você pode incluir em sua planilha de treinos nos próximos meses. As foram dadas por Alex Moore, coordenador de condicionamento e força de alto desempenho da Associação de Ski e Snowboard dos EUA, em entrevista concedido ao Men’s Journal.
Descida em Neacola Mountains, Alaska. – Foto: Adam Clark.
Deadlift Romeno
Este é um exercício focado no fortalecimento dos músculos do quadril, posteriores de coxa e abdômen. Essa região é muito exigida durante a prática de ski, em que as pernas ficam levemente flexionadas e o corpo inclinado para a frente. Para realizar o Deadlift Romeno é necessário ter uma barra e halteres. Comece com uma quantidade baixa de peso e vá aumentando conforme for se familiarizando com os movimentos.
Como você pode ver na imagem abaixo, o ideal é flexionar apenas levemente os joelhos, manter a coluna reta mesmo quando o corpo estiver inclinado, e deixar os ombros relaxados para baixo, ao mesmo tempo em que o peitoral fica o mais alto possível. Ao descer com a barra, não flexione inteiramente as pernas. Os glúteos devem ficam em posição alta e para trás, enquanto você sobre e desce a barra, concentrando todo o peso na região posterior da coxa.
Sugestão de Treino: 4 séries com 8 repetições cada
O Deadlift Romeno é um exercício focado no fortalecimento das coxas. – Imagem: Physical Culture Study
Leg press unilateral concentrado excêntrico
O Leg Press é um exercício que trabalha praticamente toda a musculatura da perna. Para garantir o máximo de aproveitamento do movimento, faça sequências unilaterais. Alex indica que o peso aplicado em cada perna seja de 60 a 70% do peso que seria levantado com ambas as pernas. Neste caso, a sugestão é de que a descida do peso seja realizada em apenas uma perna de forma lenta, contando 6 segundos até a finalização da descida. A subida pode ser feita com a ajuda das duas pernas.
O foco deste exercício direcionado à fase excêntrica, ou seja, na descida do peso, deve-se ao fato de que em 80% das descidas em ski, a forma da gravidade e a inércia das curvas fazem com que o corpo exerça, naturalmente, a força para baixo. O leg press excêntrico ajuda a imitar este esforço, para que você suporte bem as inúmeras descidas na montanha.
Sugestão de Treino: 4 séries com 4 repetições de cada perna
Exercitando uma perna de cada vez é possível concentrar melhor o esforço. – Imagem: Promixx
Agachamento curto com bola medicinal
Este é um exercício muito simples e de alta intensidade. A bola medicinal tem pesos variadores, então, escolha uma adequada à sua capacidade. Para começar, mantenha as pernas levemente abertas, com os pés na mesma reta dos ombros. Abrace a bola medicinal, jogue os quadris para trás e comece o agachamento. Para colocar o corpo totalmente à prova, faça agachamentos curtos sequenciais durante toda a série. Dessa forma, os músculos ficarão contraídos durante todo o exercícios. Não vai levar muito tempo para que você sinta os músculos de toda a região da coxa, literalmente, “queimando”.
Sugestão de Treino: 3 séries de 1 minuto
Varie o peso da bola de acordo com o preparo físico. – Imagem: C.H.E.K. Institute
Agachamento com salto
Este agachamento é focado na explosão dos músculos, o que garantirá muito mais velocidade na hora de esquiar. Para este exercício, mantenha as pernas levemente abertas, com os pés na mesma direção dos ombros, e agacha (com os quadris para trás) até que o seu joelho atinja um ângulo médio de 95º. Depois disso, force o corpo para cima em um salto e pouse no chão lentamente, com as pontas dos pés. Esse exercício de explosão focado nos quadris e glúteos vai lhe garantir a resistência e velocidade necessária para se movimentar rápido nas pistas e se manter firme nas curvas.
Sugestão de Treino: 4 séries com 4 repetições
O agachamento é um exercício completo e que não precisa de equipamentos. – Imagem: Scotebi
A Patagônia é um dos destinos de aventura mais famosos da América do Sul. A natureza intocada e de beleza única atraem visitantes do mundo inteiro, interessados em trekkings, hikings e também nas corridas de montanha, que são muito técnicas e cheias de desafios.
Na última semana, Rosalia Camargo saiu do Rio de Janeiro para disputar as 100 milhas da Patagonia Run. Foram pouco mais de 27 horas de subidas e descidas, frio, vento, contemplação e, por fim, após muito suor, uma alegria única. Mesmo com apenas 1,56m de altura, ela figurou entre os gigantes da prova e concluiu o percurso levando pra casa a terceira colocação entre as mulheres.
Os 160 km percorridos na Patagônia foram um ótimo preparo para o Ultra Trail du Mont-Blanc, que Rosalia disputará em agosto deste ano.
Quer sentir um gostinho do que foi essa corrida? Confira abaixo o depoimento completo da Rosalia sobre a prova!
“Participar da Patagonia Run foi uma experiência incrível, desde a minha preparação até a corrida, que teve duração de 27 horas.
Minha meta era cruzar a linha de chegada, mas a prova foi se desenvolvendo super bem, e conforme ia passando pelos Postos de Abastecimento a notícia era de que eu estava em segundo lugar. Nossa… é difícil descrever minha alegria em estar me sentindo tão bem e tão forte em uma prova técnica e disputada como as 100MI da Patagonia Run, que hoje figura como uma das etapas do circuito mundial (UTWT).
Vou compartilhar aqui um breve descritivo do equipamento que utilizei, e que tenho certeza que essa escolha fez toda a diferença na minha performance, já que passei por situações de frio extremo sem que sentisse nenhum desconforto.
Essas 100MI são consideradas difíceis pois têm aproximadamente 9.000m de desnível positivo acumulado, chegando a 2.000m de altitude logo na primeira montanha, o Cerro Chapelco. Larguei com a Segunda Pele Warm e sobre ela uma camiseta da linha Better Than Naked, e, como estava sol (a largada era ao meio dia), optei por largar com shorts. O calçado era o Ultra Cardiac, que seguiu comigo até os 85km, apresentando muita aderência e conforto para as descidas técnicas repletas de pedras e neve! As luvas iam na mochila, no bolso lateral de fácil acesso… já que eu tirava e colocava com muita frequência!
E com essa combinação simples de roupas segui até o 55km, quando cheguei ao Posto Abastecimento de Vallescondido. Já começava a escurecer, e, por isso, vesti sobre toda a roupa a segunda pele Smartwool, e essa foi a maior surpresa para mim. A lã de merino me impressionou pela tecnologia do material, já que mesmo super leve me aqueceu perfeitamente ao longo de todo o restante da noite.
No 85km, por volta das 20h, eu troquei os shorts pela calça comprida, também da Flight Series. Corri com ela até o 145km, quando voltei a colocar meus shorts que estavam no dop bag do PAS Colorado2. No 85km também coloquei um gorroe troquei meu Ultra Cardiac pelo Ultra Endurance, já que ele estava molhado e totalmente sujo! A sensação de trocar o calçado é revigorante!
Parece complexo, mas foi tudo muito simples, já que as peças de roupa são compactas e consegui levar tudo dentro da minha mochila ao longo de toda a corrida. Saber que tenho opções comigo para caso de frio extremo dá muito mais confiança quando se está correndo!!
Concluí a prova em terceiro lugar, já que fui ultrapassada a menos de 4km da linha de chegada. Mas, isso não diminuiu minha felicidade, porque retornar a San Martin de Los Andes e ver a cidade repleta de pessoas aplaudindo me trouxe às lagrimas!
Obrigada The North Face por me acompanhar e me dar todo suporte de qualidade para a realização desse sonho!”
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O Deserto do Atacama, no Chile, é cheio de atrações incríveis. As opções de trekkings disponíveis na região agradam aos mais diferentes estilos e gostos e proporcionam aventuras interessantes em níveis de dificuldade. Um dos hikings mais conhecidos e imprescindíveis para quem vai ao Atacama é a subida do Vulcão Lascar.
Ter a oportunidade de ascender a um vulcão ainda ativo não é o tipo de experiência que se tem todos os dias. Por isso, este passeio é tão especial. Sem contar a paisagem incrível, que garante a energia e o fôlego extra para superar os efeitos da altitude e alcançar a cratera do Lascar com seus incríveis 750 metros de diâmetro a 5.600 metros de altitude.
Subir o vulcão lascar é uma experiência única. – Foto: Abel/Flickr – Creative Commons
Preparação
Antes de decidir subir o vulcão é preciso ter dois cuidados essenciais: contratar um guia e aclimatar. Apesar de ser considerado um hiking de nível de dificuldade fácil, por ser pouco técnico e consideravelmente rápido, os efeitos da altitude deixam toda a missão muito mais complexa.
Ter um guia ou fazer a subida com um grupo garante uma segurança maior de que se você sofrer os efeitos da altitude, sentindo dores de cabeça, fadiga, falta de ar e até mesmo ânsias, terá alguém por perto para ajudar. Além disso, é muito importante já estar aclimatado a altitude. Para tanto, bastam alguns dias no Atacama, em que outros trekkings e passeios tranquilos podem ser realizados.
A cratera do Vulcão Lascar está localizada a 5.600 metros de altitude. – Foto: Mariano Mantel/Flickr – Creative Commons
Outro detalhe importante: as refeições no dia do hiking e no dia anterior. Para evitar problemas de digestão, evite comer carnes e alimentos muito pesados. Aposte nos carboidratos para ter mais energia, evite bebidas alcóolicas e se hidrate muito bem, tanto no dia anterior, como durante a caminhada.
Os guias costumam levar os aventureiros de carro até os pés do vulcão. Logo ali os turistas já se deparam com a Laguna Lejía e um cenário incrível. Este é o incentivo perfeito para encarar a subida. A caminhada até a cratera do Lascar pode levar de 3 a 5 horas. A descida é bem mais rápida e costuma ser feita entre 1 e 2 horas.
A Laguna Lejía é um cenário incrível, que dá boas vindas a quem vai ao Vulcão Lascar. – Foto: Rudi R./Creative Commons
O que levar?
Independente da época do ano, na região do vulcão é sempre frio e tem muito vento, o que deixa a sensação térmica ainda menor. É claro que durante o inverno as temperaturas são muito mais baixas, mas, até mesmo no verão é preciso estar equipado com camadas de aquecimento e proteção.
Dependendo da estação escolhida, as camadas de isolamento térmico podem variar, mas tenha sempre:
Conjunto de baselayer: Como o nome já diz, a calça e a camiseta segunda pele vêm em contato direto com a pele e é a primeira camada de isolamento térmico. Além de proporcionar aquecimento, elas são feitas com tecido tecnológico, que absorve e maximiza a evaporação do suor, deixando a pele sempre seca e protegida.
Fleece: O fleece é a camada que vem logo após a segunda pele. Este casaco leve e de tecido extremamente macio também possui tecnologia de secagem rápida.
Jaqueta térmica: Essa é a camada com maior capacidade térmica. O ideal é usar uma jaqueta em pluma de ganso ou Thermoball. Ambas as tecnologias de isolamento são altamente eficientes, leves e respiráveis.
Jaqueta impermeável: As jaquetas impermeáveis não protegem apenas da chuva. Elas também garantem proteção total contra os ventos, que são muito fortes e intensos na região do Lascar. As jaquetas impermeáveis são chamadas de “shell” justamente porque são usadas como a última camada de proteção.
Calçados para trekking: Mesmo sendo uma caminhada de nível fácil, é muito importante usar calçados apropriados, principalmente por causa dos desníveis e pelos obstáculos no caminho. As botas são mais indicadas, mas se você preferir um tênis, também estará protegido e confortável. Não se esqueça de optar por botas um número maior do que o normal e de usá-las com meias apropriadas.
Acessórios: Gorros, luvase óculos de sol são essenciais. Dependendo da intensidade dos ventos e da temperatura, você também pode precisar de umabalaclava, pescoceira ou uma bandana para proteger o nariz e a boca. Bastões de trekking também são bem-vindos e muitas agências de viagem oferecem a opção de empréstimo aos seus clientes.
Violência, tráfico de drogas, armas e insegurança. Quando ouve-se falar em comunidades cariocas, esses são alguns dos assuntos que logo vêm à mente. No entanto, um projeto social tem trabalhado para mudar isso, levando oportunidades e os esportes de montanha até jovens e adolescentes que precisam de um incentivo extra para chegar ao topo do morro e perceber que o mundo é muito maior do que a sua própria comunidade.
O Centro de Montanha Vidigal é um projeto idealizado pelo montanhista e escalador Marcelo Crux há oito anos. Durante quase uma década, o projeto tem levado a escalada, o slackline e muitos outros esportes de aventura a algumas das comunidades mais conhecidas do Rio de Janeiro: Morro do Vidigal e Morro da Chácara do Céu.
As duas “favelas” estão em locais privilegiados, com vistas incríveis para o mar e uma proximidade enorme com a floresta de Mata Atlântica. Mesmo assim, as duas comunidades sofrem com a violência e, principalmente, com a degradação ambiental. Foi justamente a junção desses dois problemas que incentivou a criação do Centro de Montanha Vidigal, também conhecido como CMV.
“O Centro de Montanha Vidigal (CMV) foi uma ideia que nasceu de um trabalho social de 2004 – concluído em 2009 – chamado Turismo Alternativo. Era um grupo de lideranças do local unidas pelas artes e cultura, onde eu estava como coordenador e fundador. A partir de então, em 2010, decidi criar algo para as montanhas do Vidigal serem preservadas. A inspiração do CMV foi a preservação dos recursos hídricos e de fauna e flora do Vidigal e do entorno, tão rico em natureza e beleza cênica”, explicou Marcelo Crux, relembrando o início do trabalho.
Para alcançar este objetivo, o projeto tinha que colocar, então, as pessoas da comunidade em contato com a natureza. Afinal, é impossível amar e cuidar daquilo que se desconhece. “Existe ainda um número muito grande de pessoas que desconhece a aventura, os esportes de montanha. E, conhecendo estes esportes, a pessoa passa a entender melhor a importância da natureza e seus diversos recursos para a vida dele próprio. O foco do nosso trabalho social é que os jovens multipliquem este pensamento de conservação, tão raro nas favelas e morros cariocas, para proteger as matas e montanhas do Vidigal e seu entorno.”
Não demorou muito para que o projeto ganhasse os seus primeiros alunos nas modalidades escalada e segurança. Hoje, o CMV desenvolve ações para diversas outras modalidades de montanha, que vão desde a caminhada até o highline, passando pela escalada e pelo trail running. Além de vivenciar o esporte, os jovens locais são capacitados para serem guias, instrutores e, principalmente, multiplicadores dos esportes e dos conceitos de cuidado e preservação ambiental.
O Highline entre os morros é um dos esportes mais populares no projeto. – Foto: Arquivo Pessoal/Marcelo Crux
Realizando sonhos
O Centro de Montanha do Vidigal foi criado para levar oportunidades e conscientização às comunidades. Mas, o projeto foi muito além disso, realizando sonhos e transformando o futuro de muitos jovens que estão constantemente expostos ao crime.
Augusto Henrik é um desses alunos e ele nem se imagina mais longe da escalada. O primeiro contato dele com o esporte foi suficiente para que ele soubesse que ali, na rocha, era o seu lugar. “Fui tomado por uma enorme adrenalina”, lembra. “A montanha sempre fez parte da minha vida. Sempre quis escalar e sabia que mais cedo ou mais tarde, iria de encontro a esse sonho. Portanto, posso dizer que o Centro de Montanha Vidigal me abriu as portas para este esporte e me permitiu realizar meu sonho.”
Não demorou muito para que o projeto ganhasse os seus primeiros alunos nas modalidades escalada e segurança. – Foto: Arquivo Pessoal/Marcelo Crux
Assim como Augusto, outros moradores das comunidades tiveram contato com o esporte e se apaixonaram pela aventura. Paulo Henrique King, por exemplo, é a prova de que o esporte tem realmente poder para transformar vidas. Hoje, morando na Alemanha, ele é lembrado com muito carinho por Marcelo Crux: “Uma alegria em especial foi poder ver a ascensão social e como pessoa em si do nosso aluno Paulo Henrique, o PH King. Ele já era um slackliner e highliner do Vidigal, que inclusive esteve desde o início do CMV, mas que após conhecer mais o ambiente de montanha teve uma melhoria impressionante na sua técnica de segurança e de ancoragens na rocha. Assim, ele agregou o talento nato dele com as aulas do CMV e hoje trabalha e mora na Alemanha, com novos desafios para a vida profissional e pessoal, inclusive com a possibilidade de trabalhar no novo centro de escalada indoor de uma cidade próxima a que eles se estabeleceu nos Alpes. Sem dúvida uma história de sucesso e de felicidade”, comentou Marcelo.
Paulo Henrique King, por exemplo, é a prova de que o esporte tem realmente poder para transformar vidas. – Foto: Arquivo Pessoal/Marcelo Crux
O Centro de Montanha Vidigal apresentou um mundo diferente para PH King. Agora, mesmo distante, ele continua sonhando e com os pensamentos na comunidade. “Meus sonhos são conquistar cada lugar das montanhas”, disse ele, acreditando que, levar a cultura e a estrutura do montanhismo para o Vidigal, proporciona uma integração com o povo local e pode realizar muitas transformações dentro da favela.
Potencial escondido
Apesar de todo o poder social e ambiental do projeto, que também tem uma base comunitária e realiza campanhas de conscientização ambiental, limpeza, reciclagem, manejo de trilhas, entre outras coisas, Marcelo deixa claro que este não é o único intuito do trabalho.
Ele também quer proporcionar a descoberta de novos talentos para os esportes de aventura, oferecendo à comunidade outras possibilidades. “Uma das inspirações do trabalho social de escalada para os jovens do Vidigal também foi perceber que existiam diversos talentos para a escalada e o highline/slackline que estavam escondidos nos jovens. Meninos e meninas hoje podem estar desperdiçando a chance de serem atletas olímpicos – visto que a escalada estará nas Olimpíadas de 2020 – ou mesmo atletas de ponta nas diversas modalidades de montanha. É uma satisfação enorme perceber como a montanha melhora a vida das pessoas. Não só psicologicamente, mas socialmente. A pessoa passa a buscar horizontes de conhecimento totalmente novos”, conclui Marcelo.
O CMV permite a descoberta de novos talentos para os esportes de aventura, oferecendo à comunidade outras possibilidades. – Foto: Arquivo Pessoal/Marcelo Crux
Correr nas trilhas é muito diferente dos tradicionais treinos no asfalto. As provas de montanha são praticamente um esporte à parte. Estar tão perto da natureza, muitas vezes intocada, demanda alguns cuidados extras, equipamentos apropriados, técnicas específicas e diferentes expectativas. Por isso, se você está em uma fase de transição entre as corridas de rua e as corridas de montanha, fique de olho nessas dicas.
Pare de se preocupar com o relógio
Os corredores de rua costumam mensurar o desempenho em um treino ou prova com base no cronômetro. Na montanha isso é bem diferente. As trilhas reservam muitos obstáculos, aclives, declives, terrenos irregulares, paisagens incríveis que merecem uma pausa para apreciação, e muitos outros detalhes que tornam a jornada muito mais importante do que os números nos relógios. A primeira dica para quem vai se aventurar na montanha é parar de medir a performance baseado apenas no tempo. Ao invés de contar os minutos, conte as maravilhas e superações vivenciadas pelo caminho.
Segurança vem sempre em primeiro lugar
Antes de se aventurar, tenha certeza do caminho. Além de seguir por trilhas já abertas e com sinalização, pode ser interessante usar aplicativos de localização. Além de ajudar na navegação, eles salvam os treinos e oferecem diversas estatísticas sobre o desempenho, altimetria, entre outras coisas. Para ficar mais legal e ainda mais seguro, evite correr em trilhas sozinho. Ter um companheiro nos treinos é o melhor jeito de ter alguém para prestar um socorro rápido em caso de qualquer acidente ou lesão.
Ter companhia deixa o treino mais legal e seguro. – Foto: Greg Mionske
Fique atento o tempo todo
As trilhas são cheias de obstáculos, principalmente as mais técnicas, com muitas raízes, lama, pedras. Portanto, fique sempre atento ao próximo passo. Além disso, você pode ter que dividir espaço com ciclistas e outros corredores. Então, evite usar fones de ouvido, para que seja possível escutar a aproximação, e mantenha-se sempre ao lado direito, perto do limite da trilha. Assim você pode ser ultrapassado sem atrapalhar ninguém e quem está vindo no sentido contrário também tem espaço suficiente para seguir o treino. Por mais impressionante que as paisagens sejam, não desvie o olhar do caminho. Sempre que quiser apreciar a natureza, faça uma pausa na corrida para aproveitar mais toda a imensidão da natureza.
Vá com calma nas subidas e descidas
As corridas de montanha sempre têm muitas subidas e descidas, isso é bastante óbvio. Mas, muito além de saber o que o caminho reserva, os corredores precisam estar preparados para aguentar as subidas e descidas sem terem problemas com lesões ou até mesmo desistirem. Nunca tenha vergonha de enfrentar uma subida caminhando. Isso é extremamente normal nas provas de trilha. Nas subidas muito íngremes, a passada pode ser semelhante à subida de uma escada. O mesmo pode ser feito na hora de descer. Nas colinas mais amenas, você pode dar passadas mais largas e deixar que a própria descida determine o seu ritmo.
Não vacile na escolha dos calçados
A escolha dos calçados é muito importante em qualquer tipo de corrida. Nas trilhas eles são ainda mais essenciais. Os tênisplanejados para provas no asfalto não possuem o solado ideal para as corridas em trilhas. Os calçados planejados para Trail Run possuem cravos mais salientes no solado, que garantem maior tração ao solo e estabilidade. Além disso, a espuma usada nesses tênis tende a ser mais rígida, para que o retorno das passadas seja mais rápido e o desgaste do corpo seja menor. Outro detalhe extremamente importante é o reforço na região da biqueira, que protege os dedos dos galhos, pedras e raízes do caminho. Confira aquitodos os nossos tênispensados para corridas em trilhas.
Os calçados planejados para Trail Run possuem cravos mais salientes no solado, que garantem maior tração ao solo e estabilidade. – Foto: Greg Mionske
Alterne treinos na trilha e na cidade
Quem quer chegar à perfeição precisa praticar muito. Assim, para evoluir na capacidade técnica e no rendimento nas trilhas é imprescindível dedicar, pelo menos, dois treinos semanais às corridas na montanha. Se você mora na cidade, corra duas vezes por semana no asfalto ou na academia e outras duas vezes em uma montanha ou até mesmo em um parque urbano que tenha uma área de trilha um pouco mais técnica, mesmo que seja um percurso menor. Esses treinos vão te deixar melhor preparado fisicamente e a se familiarizar com os obstáculos e desafios que as trilhas proporcionar.
Faça um reforço muscular
Nós já falamos bastante aqui sobre os obstáculos que as trilhas oferecem aos corredores. São justamente nessas situações que o bom preparo físico é exigido. Mais do que aguentar correr longas distâncias, é preciso trabalhar o reforço muscular para evitar lesões quando estímulos diferentes forem exigidos. Musculação, pilates e treinamentos funcionais são ótimas opções para trabalhar os músculos de todo o corpo e garantir mais segurança nas passadas na trilha.
Fazer reforço muscular ajuda a evitar uma série de lesões. – Foto: Greg Mionske
Nunca esqueça de levar alimentos e água
No meio da trilha é muito mais difícil encontrar um posto de abastecimento. Até mesmo durante as provas, os postos costumam ser bem distantes uns dos outros. Assim, tenha sempre um equipamento apropriado para a hidratação e reservas de alimentos práticos que podem ser consumidos no caminho. Esses detalhes podem definir o sucesso ou o fracasso de uma corrida na montanha.
Ainda existem muitos atletas amadores que têm certo preconceito ou receio quanto às idas à academia ou ao “puxar ferro”. É fato que praticar os esportes ao ar livre é muito mais legal, ainda mais quando estamos falando de escalada. Mas, fazer musculação e exercícios específicos com peso podem ajudar a melhorar a performance e, de quebra, evitar lesões.
O Anderson Luiz Machado (@andersonn_sonn) é especialista em treinamento funcional e também é o preparador físico de dois grandes nomes da escalada brasileira: Felipe Camargo e Felipe Ho. Foi ele quem nos deu a dica sobre proporcionalidade de exercícios e equilíbrio muscular.
Baseado no conceito de Michael Boyle, a principal referência mundial em treinamento funcional, Anderson explica que todos os treinamentos devem ter uma relação proporcional entre os exercícios de empurrar horizontal e verticalmente, bem como nos movimentos de puxar. Está difícil de entender? Calma que nós vamos explicar melhor.
Na escalada, assim como em outros esportes, alguns músculos trabalham muito mais do que outros. Portanto, durante os treinamentos, é necessário compensar isso com movimentos diferentes, pensados para evitar o desequilíbrio muscular e diminuir os riscos de lesão.
Como o conceito de Boyle diz que os treinamentos precisam ser proporcionais em exercícios de puxar e empurrar vertical e horizontalmente, Anderson sugere três exercícios principais para os membros superiores: barra fixa, banco supino e puxada horizontal. Esses três exercícios se complementam, garantindo que os atletas trabalhem músculos extremamente exigidos durante as escaladas e mantenham o equilíbrio muscular das regiões do corpo menos usados no esporte.
Para aproveitar ao máximo, Anderson esclarece que é preciso manter o padrão na intensidade e no volume. Um escalador que pese 65kg, por exemplo, deve ser capaz de levantar um peso equivalente ao do próprio corpo + 10kg. Essa proporção pode ser seguida em todos os exercícios, bem como a quantidade de repetições e séries nos exercícios de puxar e empurrar com peso.
“Quando pensamos em escaladores este padrão de movimento não é predominantemente realizado durante a prática do esporte e não deve ser omitido nos programas de treinamento fora do ginásio de escalada, esta ausência pode levar ao desequilíbrio muscular e risco de lesão”, finaliza Anderson.
Você já pensou em incluir exercícios com peso na sua planilha de treinamentos?
Acampar é bom em qualquer época do ano, mesmo durante as estações mais frias. Algumas dicas simples sobre aquecimento e sacos de dormir podem te ajudar a ficar quentinho, evitar perrengues e deixar a experiência de dormir ao ar livre muito melhor.
Fique atento às nossas dicas:
Tenha sempre um isolante térmico por baixo do seu saco de dormir
Mesmo que as barracas tenham pisos que o protegem do contato direto com o solo, se você colocar o saco de dormir direto sobre o piso certamente perderá muito calor, tanto pela umidade gerada pelo corpo e pela terra, como pelo próprio frio do chão. Por isso, o melhor companheiro de um saco de dormir é sempre um tapete ou colchão de isolamento térmico, que pode ser feito em EVA, aluminizado, térmico e até inflável.
Não deixe partes do corpo expostas
Não é apenas pela cabeça que nós perdemos calor corporal. Mãos, pés e qualquer outro membro que esteja descoberto fará com que o corpo naturalmente tente regular e equilibrar a sua temperatura. Os sacos de dormir costumam ser totalmente fechados em formato de sarcófago justamente por isso. Assim, apenas uma pequena parte do rosto fica mais exposta e suscetível à perda de calor. (Clique aquipara ver tudo o que você precisa saber sobre sacos de dormir)
Escolha a barraca certa
Dependendo do clima é necessário contar com o tipo de barraca específico. Alguns modelos, por exemplo, são desenvolvidos para suportarem condições extremas de vento e temperatura, como é o caso da VE 25, uma barraca considerada 4 estações e perfeita para expedições de alta montanha e em locais com temperaturas negativas. Esse detalhe pode fazer toda a diferença em uma viagem, principalmente de inverno.
Acampamento em British Columbia, Canadá. – Foto: Jimmy Chin
Evite a umidade a qualquer custo
Nunca durma com roupas úmidas de suor e, como já falamos, nunca deixe o saco de dormir direto em contato com o piso da barraca. A umidade vai esfriar rapidamente e isso passará para todo o seu corpo.
Faça xixi antes de dormir
Parece besteira, mas a bexiga cheia também pode nos fazer perder calor, por ser algo a mais para o corpo manter aquecido. Além disso, ninguém quer acordar à noite com vontade de ir ao banheiro e ter que sair do conforto da barraca para sofrer no inverno do lado de fora, né?
Coma alimentos integrais e com bastante carboidrato complexo à noite
A alimentação certa vai garantir um combustível extra ao corpo. Os alimentos integrais e com boa quantidade de carboidratos complexos e proteínas serão absorvidos mais lentamente pelo organismo, garantindo energia por um período maior.
Faça algum exercício leve antes de deitar
Manter o corpo ativo e em movimento é um ótimo jeito de aumentar a temperatura corporal. Então, se possível, faça algum exercício antes de entrar em seu saco de dormir. Mas, lembre-se de não fazer nada tão intenso a ponto de fazê-lo suar, para que as roupas não fiquem úmidas e comprometam todo o isolamento térmico.
Acampamento em Utah (EUA). – Foto: Tim Kemple
Aproveite o calor humano
Se você está acampando com um parceiro, vale a pena investir em sacos de dormir que se conectam. Além de fazer bem para a relação, vocês vão aproveitar muito mais o próprio calor do corpo.
Saco de dormir acoplável, perfeito para casais.
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Se você faz parte do grupo de aventureiros que sempre quis ter filhos, mas ainda têm receio de como manter o estilo de vida mesmo com as crianças, você precisa conhecer a história da Priscila Basso.
Ela e o marido são montanhistas há anos e sempre foram apaixonados pela natureza, esportes e pela vida livre. Por muito tempo eles se questionaram se conseguiriam continuar a viver todas as experiências incríveis mesmo tendo filhos. Até que em um determinado momento eles pararam de focar nas possibilidades e nos “poréns” e se perguntaram: quais pais eles queriam ser. Para Priscila, a resposta era muito simples.
Foi aí que eles decidiram embarcar na maior aventura da vida: ter filhos! O resultado não poderia ter sido melhor 🙂
Confira abaixo todos os detalhes dessa história linda, pelas palavras da própria mamãe!
SPOILER: Cuidado! Você pode querer ter filhos agora mesmo.
“Meu coração não aguenta tanto amor”
“Eu sou montanhista há 16 anos e meu marido Tiago há 29. Nos conhecemos em 2004 em mais uma das tantas escaladas que fizemos, apesar de sermos muito diferentes, tínhamos um fator muito relevante em comum: o gosto pela natureza e, para nós, isso bastou. Em 2005 iniciamos o que seria uma linda trajetória com muitas viagens e escaladas juntos.
Foto: Arquivo Pessoal/Priscila Basso
Durante 9 anos fizemos muitas viagens: escaladas, trekking, caiaque em muitos lugares lindos e remotos, tínhamos a vida que sempre planejamos: nossa casa, ambos felizes em seus trabalhos, porém começamos a nos questionar sobre filhos, sempre tivemos vontade de tê-los, mas como inserir uma criança nessa rotina louca, como levá-los a lugares remotos e se nós tivermos filhos alérgicos e asmáticos?
Após muita reflexão chegamos a algumas conclusões: primeiro, não queríamos que nossos filhos fossem culpados por abandonarmos o estilo de vida que amávamos, não seria justo com eles, não é mesmo? Segundo, de fato, não conseguimos saber ou escolher como nossos filhos seriam, mas podíamos decidir que tipo de pais queríamos ser? Ah, isso nós sabíamos responder fácil, fácil!
Bom, foi então que em 2012 durante uma viagem a Torres del Paine, na Patagônia, descobrimos que o Benjamin estava a caminho. Que grande alegria, mas agora era hora que colocar a teoria em prática…
O Benjamin sempre nos acompanhou nas escaladas, campings, trekking, caiaque, skate a cada ano que passa a companhia dele fica melhor, ele acha uma grande diversão montar barraca, fazer fogo, escalar a montanha da ‘Dora aventureira’ (sim, precisamos tornar lúdico esse universo).
Acho tão legal quando vejo meu filho dividindo as experiências deles com os amiguinhos, esses dias presenciei ele contando a algumas crianças que tinha visto um macaco – solto – e as demais crianças um tanto quanto incrédulas. Eu me peguei pensando que estas experiências são tão diferentes que realmente acabam se tornando incríveis.
Um dos vídeos que mais gosto mostra eu grávida de minha segunda filha escalando e o Benjamin, então com somente 3 anos, junto com o pai me aguardando no primeiro platô. Meu filho me encoraja com algumas frases: ‘Vem, Dora’ (aventureira), ‘você consegue’, ‘eu te ajudo’ e por fim: ‘eu estou orgulhoso de você’… Meu coração não aguenta tanto amor e eu choro!
Benjamin escalando com o papai. – Foto: Arquivo Pessoal/Priscila Basso
Mas, o que isso tem de tão incrível?! O fato do meu filho repetir o que ele escuta de nós.
Em 2016 decidimos repetir a dose e em novembro a Beatriz chegou.
Confesso a vocês que não é a logística mais simples do mundo levar duas crianças em tantas aventuras, mas com muita disposição e os equipamentos corretos não passamos ‘trabalho’.
O benefício da companhia deles e as experiências que proporcionamos valem cada esforço.
Confesso que a escalada torna a educação dos meus filhos muito mais simples. Pois, através da experiência, eles aprendem a respeitar o momento do outro, a lidar com a frustração, aprendem que nos tornamos bons em algo somente através da prática, que o trabalho em equipe é fundamental e que cada um possui tarefas importantes por mais simples que sejam, aprendem a respeitar os animais e a ‘casinha’ deles e que sempre a segurança está em primeiro lugar.
Eu sempre acho que nossa última viagem foi a mais legal, mas neste caso é verdade. Em abril de 2017 estivemos no Ushuaia e apesar de não escalarmos por lá, aproveitamos para fazer trekking em algumas montanhas. A Bia tinha somente 4 meses e foi nossa pequena grande parceira, o Ben já é o experiente do grupo e foi tão legal no fim do mundo descobriu que ali era o começo da nossa longa história de aventuras, agora em quarteto!
Família inteira descobrindo a Patagônia. – Foto: Arquivo Pessoal/Priscila Basso
Hoje vejo que meus filhos foram, sem dúvida, a melhor escolha que já fiz na vida. Inseri-los na nossa vida de aventuras foi a segunda melhor. Never stop exploring!”
O Pátio Batel foi o local escolhido para inaugurar a primeira The North Face do Brasil feita inteiramente com o conceito de Urban Exploration. Seguindo a tendência global, nós trouxemos a tradicional qualidade e tecnologia das roupas e equipamentos outdoor para as aventuras na cidade.
A nova loja conta com produtos desenvolvidos para proporcionar estilo, proteção, desempenho e praticidade. Afinal, as cidades também estão cheias de oportunidades. Por isso, nós fomos em nossa origem para criar um estilo próprio e peças inspiradas na montanha, mas que podem ser usadas em qualquer ocasião do dia-a-dia.
Todos os detalhes foram planejados com foco em uma tendência urbana moderna. – Foto: Rubens Nemitz Jr.
Urban Exploration é um novo conceito, focado em peças tecnológicas, aliadas a um estilo casual e urbano. Nesta nova divisão, nós ainda contamos com outras três segmentações, chamadas de “territórios”, são elas: Mountain Sports, Mountain Culture e Mountain Athletics. Essa divisão deixa mais claro os usos apropriados de cada tipo de produto e proporciona uma experiência diferenciada e única aos consumidores.
Urban Exploration é um novo conceito, focado em peças tecnológicas, aliadas a um estilo casual e urbano. – Foto: Rubens Nemitz Jr.
The North Face Urban Exploration
A nova loja em Curitiba é a primeira do Brasil e uma das dez do mundo criadas totalmente dentro do conceito de Urban Exploration, em que os detalhes foram planejados com foco em uma tendência urbana moderna, para proporcionar o máximo de vivência ao cliente.
A loja ganhou um toque elegante e contemporâneo com peças de madeira de carvalho. – Foto: Rubens Nemitz Jr.
Além das cores mais sóbrias e de uma arquitetura minimalista, a loja ganhou um toque elegante e contemporâneo com peças de madeira de carvalho, piso em concreto com pedras naturais, neon, painéis em LED e até mesmo o clássico logo da marca ganhou uma versão black.
As novidades vão além da estética. A The North Face Pátio Batel ainda conta com inovações tecnológicas, como a opção de self-checkout através de smartphone, em que o próprio cliente pode finalizar a sua compra. Com uma tela interativa no centro da loja, os clientes ainda podem usar o painel para navegar no site da marca, escolher novos itens e fazer a compra on-line, vivendo uma experiência digital incrível em ambiente off-line.
As novidades vão além da estética. A nova loja ainda conta com inovações tecnológicas. – Foto: Rubens Nemitz Jr.