Alimentação e performance estão diretamente conectadas. Alguns nutrientes e grupos de alimentos possuem características que ajudam a turbinar o organismo e a garantir energia rápida, outros são absorvidos mais lentamente e ajudam o corpo a se recuperar após a atividade física. Saber o momento certo e o que comer é de extrema importância para garantir o máximo de rendimento. Em entrevista à revista Outside, EUA, a nutricionista Amy Shapiro, fundadora do Instituto Real Nutrition NYC deu algumas dicas de quais alimentos devem ser ingeridos e o que deve ser evitado antes de uma corrida.

De acordo com a especialista, o melhor é evitar comidas com alto teor de gordura, fibra e proteínas nas horas que antecedem o esforço físico de alta intensidade. “Muita gordura e muita proteína antes de uma corrida pode causar cólicas intestinais e cansaço, porque o corpo vai gastar muita energia fazendo a digestão ao invés de correndo”, explica a nutricionista. Outro ponto importante é que as fibras são digeridas de forma mais lenta pelo organismo e logo antes de uma corrida o que o corpo precisa é de um combustível que faça efeito rápido.

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Saber o momento certo e o que comer é de extrema importância para garantir o máximo de rendimento.

Até mesmo a tradicional cafeína pode ser prejudicial se ingerida em excesso. Apesar de sua capacidade em acelerar o organismo e dar aquela “acordada”, grandes quantidades de cafeína podem acelerar demais o corpo e o coração, causar desconfortos no estômago e, por seu poder diurético, ocasionar vontades de ir ao banheiro no meio da atividade física.

Tendo isso em mente, Amy Shapiro fez uma lista com alguns itens que devem ficar longe de você antes do treino: legumes; brócolis, alcachofra e outros vegetais muito fibrosos; maçãs, peras e outras frutas ricas em fibras; queijo, carne vermelha, bacon e outras comidas com muita fibra, proteína e gordura; cafeína (em muita quantidade) e comidas picantes em geral.

A lista de alimentos indicados também é muito simples e quase tudo o que a especialista recomenda já é de conhecimento popular. Comidas de fácil digestão, leves e ricas em carboidratos são as mais comuns e ela explica o motivo: “Alimentos com alto teor de carboidratos são os melhores porque o carboidrato se quebra em glucose, a principal fonte de energia do corpo durante uma corrida. A glucose passa pela circulação sanguínea, onde pode ser usada imediatamente como energia ou armazenada em glicogênio de fácil acesso para os músculos e fígado.” Amy Shapiro ainda complementa dizendo que um pouco de proteína e de gordura também ajudam a garantir a energia por mais tempo, mas que a base da refeição deve ser mesmo o carboidrato.

As sugestões de pré-treinos ideais para a nutricionista são: banana com uma porção de pasta de amêndoas; pão integral com peito de peru e queijo; aveia com frutas; cenoura com queijo; torrada com abacate ou com duas colheres de pasta de amendoim.

O ideal é que uma refeição pré-treino contenha de 300 a 400 calorias, consumida, preferencialmente, duas horas antes do exercício. Se for um lanchinho rápido, ele pode ser consumido em até 30 minutos antes do treino. A especialista explica que a combinação e as quantidades dependem obviamente do cronograma de cada um, da intensidade e até das preferências. Mas, em geral, corridas leves de menos de uma hora, exigem, em média, 15g de carbo. Um treino um pouco mais intenso pode ser feito com uma refeição que inclua de 50 a 75g de carboidratos. Se a sua atividade intensa terá mais do que 75 minutos de duração, considere levar algum alimento para ser consumido durante a prática esportiva.

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É sempre bom ter um amigo por perto. Quando se trata de treino e desempenho, a companhia de alguém pode fazer muito mais do que evitar a solidão. Pesquisadores de diversas partes do mundo têm realizado testes para avaliar como os grupos reagem aos treinos e os resultados confirmam a tese de que “juntos nós somos mais fortes”.

Conforme reportagem publicada na revista Go Outside, um experimento realizado pela antropóloga britânica Emma Cohen, na Universidade de Oxford, comprovou que quando treinam em grupos, os atletas demonstram mais resistência às dores e suportam melhor o esforço físico.

Para a realização do estudo, a pesquisadora pegou um grupo de remadores e os colocou em uma máquina que simula o mesmo esforço que eles realizam na água. Durante o experimento, os atletas fizeram treinos sozinhos e em grupos. Quando estavam acompanhados, eles demonstraram mais resistência às dores, o que, segundo a cientista, está ligado à produção de substâncias como a endorfina.

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É sempre bom ter um amigo por perto. – Foto: Greg Mionske.

Em outra experiência, publicada na revista científica Journal of Strength and Conditioning Research, a modalidade avaliada foi o levantamento de peso. Apesar de ser um esporte basicamente individual, os atletas tiveram seus desempenhos avaliados sozinhos e na companhia de um assistente. O resultado foi um desempenho bem superior (exatos 11,2%) apenas por ter alguém observando o treino.

Ter um parceiro diário nos treinos ajuda a mudar o foco e distrair, além de ter um incentivo extra para ir um pouco mais longe ou mais rápido. A companhia de um amigo pode ser um aliado forte principalmente para os dias de treinos mais longos e exaustivos. Você já sentiu isso na pele?

O Brasil está repleto de destinos perfeitos para a prática de trekkings. Apesar de não termos em território nacional tantas opções de trilhas de longa distância, como a PCT, a John Muir Trail (EUA) ou a Great Trail (Canadá), existem muitas travessias incríveis que também agradam, e muito, os amantes de trekking.

Nós separamos algumas sugestões já bastante famosas, mas que nunca cansam de serem visitadas e apreciadas.

Travessia da Serra Fina

Essa é uma travessia de alto grau de dificuldade, indicada para os montanhistas com experiência prévia e bom preparo físico. Apesar de ser considerada uma das travessias mais difíceis do Brasil, ela não é necessariamente um bicho de sete cabeças, principalmente se você estiver com os equipamentos corretos, em especial, os de navegação e com o corpo em dia.

São necessários, em média, 4 dias para fazer todo o trajeto. Mas, fique tranquilo, que cada segundo que você passa ali é totalmente recompensado pela beleza das paisagens e pela experiência incrível de caminhar pela crista de alguns dos picos mais altos do Brasil. Esse trekking é considerado bastante selvagem, por estar em uma área inóspita. Por isso, tenha cuidado com o caminho e com a escolha ideal dos locais para acampar. Acorde cedo e aproveite desde o nascer até o pôr-do-sol. Os dois momentos, inclusive, são verdadeiros espetáculos da natureza.

A Serra Fina está localizada exatamente no ponto de intersecção entre os três estados da região sudeste do Brasil: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Apesar de possuir aproximadamente 30 km de extensão, ela leva muito tempo para ser finalizada devido às dificuldades da altimetria. São muitas subidas e em boa parte do tempo é necessário carregar uma grande quantidade de água, o que torna as passadas mais lentas e pesadas. Normalmente a travessia tem início na Toca do Lobo, em Passa Quatro (MG) e termina no Sítio do Pierre, também em Minas Gerais.

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Nascer do sol na Pedra da Mina. – Foto: Andrea Dallevo/Creative Commons

Travessia de Aparados da Serra

Esta é mais uma travessia para quem está com o preparo físico em dia, afinal para completá-la são necessários, em média, três dias de caminhadas intensas. O roteiro mais comum prevê seis horas de trilhas por dia, em distâncias que vão de 17 a 22 quilômetros.

No entanto, assim como na Serra Fina, todos os esforços são recompensados no momento em que você aproveita a vista. A maior parte da trilha acontece na beira de enormes cânions selvagens, alguns deles chegam a ter 6 km de extensão e 900 metros de profundidade.

O trekking costuma ter início no Cânion da Encerra e vai até o Cânion da Cruzinha. As trilhas são intensas e com alto nível de dificuldade, as caminhadas diárias são de, ao menos, 6 horas, dependendo do nível e da quantidade de paradas que o grupo decidir fazer no caminho.

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Cânion do Itaimbezinho. – Foto: Douglas Scortegagna/Flickr

Travessia da Serra do Cipó

Entre as três opções, essa é a com menor nível de dificuldade. Sendo assim, é a mais indicada para quem quer começar a se aventurar agora nos trekkings. O Parque Nacional da Serra do Cipó está localizado em Minas Gerais e a sugestão para os iniciantes é fazer o trekking até Lapinha da Serra.

O roteiro possui 22 km e é concluído em três dias. Um atrativo interessante é que mesmo tendo nível de dificuldade moderado, quem faz essa trilha consegue chegar ao ponto mais alto da Serra do Cipó, para desfrutar de uma vista incrível. Além disso, o passeio passa por diversas cachoeiras e muita área de natureza intocada. Ainda falando sobre as vantagens, o início do trekking está a apenas 75 km do aeroporto de Confins, em MG.

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Parque Nacional da Serra do Cipó. – Foto: A. Duarte/Flickr

 

O Dia dos Pais está chegando e nós queremos aproveitar essa data especial para relembrar as grandes aventuras que pais e filhos já viveram juntos. A Ayesha e o Renato Zangaro, por exemplo, decidiram mergulhar de cabeça em um projeto para escalar os 7 cumes. Oito anos depois da ideia ser lançada, pai e filha estão a apenas uma montanha de realizar esse feito.

A história de Ayesha e Renato é cheia de sonhos e superação. No meio do caminho entre todas essas montanhas, eles derrubaram algumas lágrimas, mas também colecionaram muitos sorrisos. O mais interessante é que os dois são pessoas comuns, realizando feitos incríveis a partir do sonho de uma criança.

Foi Ayesha quem teve a ideia de escalar os 7 cumes com o pai quando ela tinha apenas 15 anos e nem sequer tinha noção real do que isso significava. O pai abraçou a ideia, eles começaram a se preparar e acabaram de voltar da 6a montanha, que é nada mais, nada menos do que o Everest.

Essa história é muito inspiradora. Tem feitos quase inacreditáveis. Mas, o mais importante é que pai e filha usaram a aventura para reforçar os seus laços e fortalecer ainda mais a família.

Sinta um gostinho dessa aventura no vídeo abaixo.

Campanha #MeuPaiAventureiro

Você também já viveu alguma aventura com o seu pai ou com os seus filhos e isso marcou a sua família para sempre?

Compartilhe a sua história em foto ou vídeo no Instagram ou Facebook, usando #MeuPaiAventureiro e concorra a um kit The North Face com um par de moletons ou de fleece de presente, um deles para o pai e outro para o filho 🙂

As 3 melhores histórias, postadas até o dia 10/08, serão premiadas e ainda aparecerão em nossas redes sociais!

Vale lembrar que o seu perfil precisa ser público, para que possamos acessar a publicação através da hashtag.

Algumas dicas:

– Faça o vídeo na horizontal e escolha um lugar bem bonito para gravar.

– Se quiser, inclua seus pais ou filhos no vídeo. Quanto mais fofo, mais sucesso o vídeo fará!

– Contem histórias que realmente marcaram vocês, falem sobre os momentos e os aprendizados que vieram com ele.

– Se você optar pela foto, capriche muito na legenda, contando boas histórias e fazendo aquela homenagem de respeito!

– Vale ser pai de cachorro também. O mais importante é que vocês tenham vivido aventuras juntos.

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Estar em contato com a natureza é uma das coisas mais prazerosas e gratificantes da vida. Mesmo quem não teve essa vivência na infância e cresceu explorando novas trilhas e acampamento pode descobrir todas essas sensações durante a vida adulta. Esse, aliás, é praticamente um caminho sem volta, afinal, quanto mais contato com as belezas naturais você tem, mais você quer.

Se você é um desses estreantes em trilhas, nós temos 7 dicas que vão te ajudar a fazer bonito e não passar perrengue na sua aventura.

1 – Respeite o seu limite

Respeitar o seu limite começa muito antes de você iniciar a trilha. Seja verdadeiro consigo ao avaliar o seu preparo físico e escolha um percurso condizente com a sua capacidade. Existem aplicativos, como o Wikiloc, que indicam trilhas e mostram informações como altimetria e dificuldade do percurso. Como todo estreante, a nossa sugestão é que você comece por trilhas simples e vá evoluindo gradativamente em distância e dificuldade.

2 – Confira a previsão climática

Antes de sair para qualquer aventura, mesmo que ela seja curta, confira qual é a previsão climática. Depois que você está na trilha não dá mais tempo de voltar em cada para colocar uma bota ou jaqueta impermeável ou pegar mais um fleece. Então, veja se o clima estará estável, quente ou frio. Para quem está começando, uma sugestão é fazer trilhas durante o outono, quando as temperaturas já estão mais amenas e as chances de chuva também são baixas.

3 – Mantenha pessoas informadas sobre o seu cronograma

Nem sempre é possível ter sinal de telefone no meio da trilha. Portanto, é essencial e vital que você mantenha alguém informado sobre o seu paradeiro, previsão de saída, chegada e até o seu cronograma durante a aventura. Esse é um detalhe simples, mas que pode fazer toda a diferença e até salvar a sua vida caso alguma emergência aconteça.

4 – Tenha os 10 itens essenciais na mala

Nós já falamos sobre os “10 essentials”. Essa lista inclui 10 itens extremamente necessários em uma trilha e vão desde um protetor solar até um abrigo de emergência. Confira todos os detalhes dessa lista aqui.

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Trekking em Chamonix, França. -Foto: Tim Kemple.

5 –  Use roupas e acessórios funcionais

Por mais que seja legal estar na moda, essa não é a prioridade em uma trilha. É muito importante usar calçados apropriados, roupas com tecidos tecnológicos de secagem rápida e acessórios que agregam em conforto e proteção. Meias para trekking feitas em lã merino, por exemplo, ajudam a evitar o suor e as bolhas. As botas corretas vão proteger os seus pés, tornozelos, joelhos e coluna. A mochila para trekking vai te ajudar a equilibrar melhor o peso e a forçar menos os ombros e as costas. Por aí vai. Pense em todas as funções e utilidade de cada peça que você está vestindo ou carregando.

6 – Hidrate-se e coma bem

Água e comida são fatores que determinam a nossa existência. Na trilha eles são ainda mais importantes. Crie o hábito de beber água pontualmente, mesmo que você ainda não esteja sentindo sede. Aliás, a própria sede já é um sinal de desidratação e ninguém quer passar mal no meio do caminho. A comida também. Alimente-se bem antes de ir e faça o cálculo de calorias e nutrientes necessários e que devem ser consumidos ao longo do dia. Pense em opções práticas e não perecíveis, pois facilitarão toda a dinâmica na floresta.

7 – Deixe apenas pegadas

Essa é uma regra básica em qualquer lugar do mundo, seja na cidade ou na montanha: não deixe o seu rastro para trás, deixe apenas as suas pegadas. Leve sacolas extras para armazenar o seu próprio lixo e depois descarte-o em um local adequado. Jamais deixe resíduos na natureza, essa é a principal regra de etiqueta da trilha.

O termo “Ten Essentials” (Dez Essenciais) foi criado na década de 1930 por uma associação de montanhismo em Seattle, nos Estados Unidos. Desde então, essa lista tem ajudado montanhistas e aventureiros de todo o mundo a terem todos os equipamentos necessários para curtirem as trilhas e campings sempre em segurança.

Como o nome já diz, todos os itens desta lista são essenciais e imprescindíveis. No entanto, raramente nós nos damos conta disso até que algo fora do normal aconteça e eles sejam necessários. Então, anote tudo e confira se a mala está completa antes de embarcar para o próximo trekking.

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.1 Navegação

Existem diversas ferramentas úteis para a navegação. Para quem gosta das aventuras “raiz”, tenha sempre às mãos uma bússola e um mapa. Já para os mais modernos, existem diversos GPS e aplicativos que funcionam on-line ou não e que podem te ajudar na localização. O importante é ter controle e saber exatamente onde você está indo. Ter um celular com carregador solar também é uma opção interessante e que pode te salvar de muitos perrengues e facilitar muito o contato com a família e órgãos de segurança.

.2 Proteção solar

Quando falamos de proteção solar, não estamos limitando os itens essenciais às loções. Existem roupas e acessórios que possuem tecnologia de proteção contra os raios solares em sua composição e vão te garantir mais segurança e conforto, principalmente durante as longas caminhadas em que você sua e permanece exposto ao sol por um extenso período de tempo. Óculos de sol também fazer parte deste item e são imprescindíveis até mesmo quando as caminhadas serão sobre a neve.

.3 Aquecimento e roupa reserva

Antes de preparar as malas, confira qual é a previsão do tempo. Se existir a possibilidade de passar a noite na mata, lembre-se de ter roupas impermeáveis/corta-vento e opções com isolamento térmico. Se o trekking inclui acampamento, leve o saco de dormir e não se esqueça do isolante térmico, pois é justamente ele que vai garantir a sua proteção durante toda a noite. Mas, vale lembrar que isso vai depender da previsão do tempo. Em alguns locais basta ter uma roupa reserva de calor.

.4 Iluminação

Headlamps são essenciais, não só para a caminhada, mas também para o acampamento. As lanternas de mão e de camping também são sempre muito bem-vindas.

.5 Kit de primeiros socorros

Infelizmente alguns pequenos acidentes podem acontecer na trilha. Não é difícil ter um ralado, torção ou pequenos cortes. Por isso, tenha sempre um kit básico de primeiros socorros. Alguns itens interessantes para ter são: faixa, gaze, antisséptico, soro, band-aid, esparadrapo, álcool e tesoura.

.6 Pederneira ou isqueiro

Além de aquecer, a fogueira também ajuda a manter o acampamento protegido de vários bichos. Isso sem contar o fato de que em casos de resgate, é justamente a fumaça que auxilia na localização. Apesar de ser possível fazer fogo sem o uso desses acessórios, é um processo mais complicado e que exige muita técnica e paciência. Portanto, tem uma pederneira ou um isqueiro vai facilitar e muito a vida na trilha.

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Acampamento em Hueco Tanks, Texas

.7 Kit de reparos

Em alguns momentos tudo o que você precisa é ter uma faca, seja para abrir a embalagem de comida liofilizada, fazer um reparo ou para realizar algum procedimento de primeiros-socorros. Existem kits de reparos que já vêm com uma faca e algumas outras ferramentas úteis na trilha. Outra opção são os canivetes multifunções. Se couber na mala, leve também uma fita silver tape, ela consegue consertar quase tudo.

.8 Comida

Planeje bem os alimentos que farão parte da sua aventura, porque procurar comida na mata é uma tarefa difícil e você não vai querer ter que correr esse risco. Separe os alimentos de acordo com as refeições e se controle para ficar dentro do planejado, principalmente se você estiver fazendo uma trilha de vários dias e muito longe da “civilização”. A comida liofilizada é uma ótima opção, mas o que não falta são bons alimentos, práticos e leves o suficiente para serem perfeitos para as trilhas. Sempre tenha uma quantidade extra de comida. Ninguém quer carregar peso a mais, mas se algo der errado ou se o planejamento mudar, você estará abastecido.

.9 Hidratação

Água é palavra de ordem para sobreviver em qualquer lugar. Este, inclusive, deveria ser o item número 1 nessa lista, tamanha é a sua importância. Além de levar a sua própria garrafa com água, verifique se no caminho existem postos de abastecimento ou fontes naturais potáveis, neste caso é bom ter um purificador de água ou pastilhas de cloro. Não é porque a água parece limpa que ela é própria para o consumo!

.10 Tenha um abrigo de emergência

Se você não quiser carregar uma barraca na trilha, tenha ao menos um saco de bivak na bolsa. Passar a noite ao relento pode ser a pior experiência da sua vida. O bom é que resolver este problema é muito simples. Os sacos de bivak são extremamente leves e compressíveis. Eles não ocupam muito espaço na mala e não representam um peso muito considerável na mochila.  

A Unesco escolheu novos patrimônios naturais e culturais da humanidade. No total, 19 locais foram incluídos, 13 deles se enquadram entre os patrimônios culturais, três destinos foram identificados como patrimônios naturais e outros três são considerados mistura entre natural e cultural.

Com essa novidade, a lista de patrimônios culturais e naturais da humanidade agora soma 1092 locais espalhados por 167 países. Veja quais são os novatos entre os patrimônios naturais e já os inclua na lista de viagens 😉

Barberton Makhonjwa Mountains – África do Sul

Situado no nordeste da África do Sul, este local compreende 40% do cinturão verde de Barbeton, onde está uma das estruturas geológicas mais antigas do mundo. De acordo com a Unesco, as Montanhas Barbeton Makhinjwa são a sucessão de rochas vulcânicas e sedimentares mais bem preservadas do mundo. A cadeia de montanhas data de 3,6 a 3,25 bilhões de anos e possui fendas causadas pelo impacto de meteoros que atingiram a Terra há mais de 4 bilhões de anos.

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Barberton Makhonjwa Mountains concentra uma das estruturas geológicas mais antigas do mundo. – Foto: Billandkent/Flickr – Creative Commons

Chaîne des Puys – França

É o local perfeito para entender como as placas tectônicas funcionam. O Chaîne des Puys está localizado no centro da França, em uma área onde é possível encontrar a falha tectônica de Limagne, os alinhamentos dos vulcões Chaîne des Puys e o relevo invertido da Montanha da Serra. O local é um ponto emblemático da Europa Ocidental com características geológicas únicas, que mostram como a crosta do continente se rompe e colapsa, permitindo que o magma profundo suba e cause elevação na superfície. Este é o local perfeito para visualizar com clareza o desmembramento dos continentes através do deslocamento das placas tectônicas.

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Chaîne des Puys é o local perfeito para entender como as placas tectônicas funcionam. – Foto: Pierre Soissons/Unesco

Fanjingshan – China

Localizado na cordilheira de Wuling, Fnajingshan é uma espécie de refúgio em rocha. Ela possui 500 metros de altura e está a 2.570 metros acima do nível do mar. Por estar em uma região praticamente intocada e ter características tão únicas, essa rocha se tornou o lar de espécies milenares. De acordo com a Unesco, lá é possível encontrar espécies de plantas e animais originárias do período terciário, muitas delas já ameaçadas de extinção, como a salamandra gigante, o faisão de Reeve, entre outros.

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Fanjingshan é um verdadeiro refúgio chinês. – Foto: Office of the Leading Group for World Heritage Application of Tongren City/Unesco

Clique aqui e veja a lista completa com os novos Patrimônios Culturais e Naturais da Unesco.

 

As meias podem parecer apenas um detalhe. Mas, a verdade é que elas podem definir o sucesso ou o fracasso de uma aventura. Ninguém quer ter bolhas, passar frio, calor ou sentir desconforto a cada passo. Por isso, saber escolher a meia certa para uma trilha, seja um trekking, hiking ou corrida, é fator essencial. Afinal, meia não é apenas um detalhe! Por isso, nós separamos algumas dicas que vão te ajudar a fazer a escolha certa e evitar muitos perrengues na montanha.

O material

O setor têxtil utiliza diversas matérias-primas na fabricação de roupas e acessórios. Alguns materiais bem comuns são: algodão, poliéster (e outras fibras sintéticas como a poliamida) e lã. No caso das meias, nós vamos nos concentrar nesses três tipos de fabricação.

– Algodão: Não é indicado para atividades físicas em geral. Apesar de ser muito confortável e gostoso de usar, o algodão absorve muita umidade e suor e não evapora rapidamente. A combinação entre calçado fechado, umidade e caminhada não é nada interessante. Os pés ficam superaquecidos, suam mais e logo as bolhas aparecem para acabar com toda a experiência.

– Sintético: Acrílico, elastano, poliamida e poliéster são só alguns dos materiais sintéticos usados na fabricação de roupas e isso inclui as meias. Uma grande vantagem dos materiais sintéticos é que eles não retêm em si a umidade do corpo, o que faz com que sequem muito mais rápido do que o algodão. No caso das meias, as matérias-primas mais comuns são o poliéster e a poliamida. Entre eles, a poliamida tem o melhor desempenho. Além de ser mais respirável, ela também tem o toque mais suave. A desvantagem dos tecidos sintéticos é que eles são mais suscetíveis aos odores. Em uma trilha de longa duração, em que qualquer peso a mais na mochila faz uma enorme diferença, contar com só dois pares de meia pode ser um problema que resulta naquele famoso “chulé”.

– Lã de Merino: Entre todas as opções, a Lã de Merino é a mais eficiente. Esta é uma fibra natural, produzida pelos carneiros da raça Merino, e um material que se adapta perfeitamente aos climas frios e quentes. Assim como os tecidos sintéticos, a lã merino também é capaz de absorver a umidade do corpo e enviá-la à parte externa, para maximizar a evaporação. A fibra de merino é capaz de reter até 30% de seu próprio peso em umidade e, ainda assim, manter o toque seco. Para se ter ideia, nos tecidos sintéticos esta capacidade é de, em média, 7%. Outra vantagem que faz uma diferença absurda é o fato de a lã merino ser extremamente resistente aos odores, através do controle de bactérias. É possível utilizar peças feitas com esse material por dias, suar muito, não lavar e ainda assim continuar sem cheiro. (Clique aqui e veja meias Smartwool, feitas em lã de merino)

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Entre todas as opções, a Lã de Merino é a mais eficiente. – Foto: Smartwool

O tamanho

Depois de escolher a matéria-prima, é preciso decidir sobre o tamanho da meia. Existem modelos invisíveis, cano baixo, médio e cano alto. Essa escolha pode ser feita tanto por preferências pessoais ou estilo, como por necessidade. Por exemplo, se você fará um trekking em áreas de mata fechada ou com vegetação rasteira, as meias de cano alto ou até os modelos que vão até os joelhos são bastante indicados, pois proporcionarão mais proteção.

É bem importante lembrar que as meias devem sempre ficar acima do cano das botas, para evitar o atrito da pele com o calçado e as possíveis bolhas que isso causa.

Nunca use meias largas para os seus pés. Algumas marcas possuem modelos específicos para homens e mulheres. Mas, em geral, isso não é um grande problema. O mais importante é ter as meias adequadas para o tamanho do seu pé. Ela deve ficar justa no pé, para que o calçado vista melhor e os atritos também sejam reduzidos, para, novamente, evitar as bolhas.

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Nunca use meias largas para os seus pés. – Foto: Smartwool

Amortecimento

Assim como existem variações na altura das meias, também existem diferentes opções quando o assunto é amortecimento. Em geral, as opções são: sem amortecimento, leve, médio e pesado. Algumas meias possuem áreas almofadadas, principalmente na região do calcanhar, onde ocorre o maior impacto durante as passadas. É justamente a densidade disso que define o nível de amortecimento de uma meia. As meias mais grossas e com amortecimento pesado são indicadas, principalmente, para os longos trekkings em que você caminhará por dias com uma mochila pesada nas costas. Mas, isso não é uma regra. Se você fica confortável com uma meia desses para caminhadas curtas, fique à vontade para utilizá-las. Mas, lembre-se: meias grossas também ocupam mais espaço dentro do calçado. Então, experimente e as meias e o calçado juntos para não ter nenhuma surpresa.

Confira aqui as meias Smartwool.

O inverno é uma das melhores estações do ano para fazer trekking e acampar. Apesar do frio, a temporada tem poucas chuvas, o que facilita o planejamento e permite que as mais diversas atividades outdoor sejam colocadas em prática. Basta estar bem equipado e preparado, que o frio se torna apenas mais um detalhe que pode tornar tudo mais divertido.

O André Mourgues é um desses aventureiros que ficam de olho na previsão do tempo, só esperando as temperaturas caírem. Na última semana, ele pegou sua barraca Assault 2 e foi até o Cânion Espraiado, em Urubici – SC, atrás de neve.

Ele contou os detalhes dessa aventura pra gente:

“Venho há alguns meses acompanhando as previsões climáticas da Serra catarinense, e me deparei com uma possibilidade de encontrar neve em território nacional (Urubici). Se existe algum lugar no Brasil que conseguimos chegar o mais próximo desse fenômeno com certa ”facilidade’’, certamente é lá.

Conversei com meu amigo e montanhista @marcelofruit sobre a possibilidade de conseguir temperaturas negativas no Cânion Espraiado, e não é que consegui convencê-lo a ir junto, foi uma tarefa muito fácil diga-se de passagem.

Arrumamos as cargueiras, eu em Florianópolis/SC, e ele em Jaraguá do Sul/SC, rumamos para a Serra, chegamos na base do cânion próximo das 21h, eu Marcelo e a Dana, sua Husky, que gosta mais de frio que a gente.

Ali temperaturas beiravam a casa dos 0 graus, que ao longo da caminhada criou aquele ditado ‘Bota casaco, tira casaco. Esquenta esfria, respira e vai’. Tudo isso ao longo dos 9 km de subida que nos leva até uns dos locais mais altos e belos do estado de Santa Catarina, o Cânion do Espraiado.

Ao chegar no Cânion, montamos os equipamentos e fomos descansar, uma garoa fina caia sobre os campos do Cânion naquele momento, faltava realmente muito, muito pouco para a chuva se cristalizar, dormimos com a esperança de acordar com uma geada daquelas.

Para nosso azar, acordamos sem qualquer tipo de fenômeno climático, mas frio, muito frio. Não nos abatemos já que a segunda noite prometia ser ainda mais fria com mínimas de aproximadamente -4ºC.

No dia seguinte, ao acordarmos, fomos presenteados com as imagens que seguem, não vimos neve, mas com aquela sensação de dever cumprido e a vontade de retornar novamente ao Espraiado.”

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Fotos: Arquivo Pessoal/André Mourgues

A Patagônia é um verdadeiro paraíso para quem está em busca de aventura na América do Sul. Localizada entre a Argentina e o Chile, ela oferece os mais diferentes atrativos, paisagens incríveis e opções de passeios para todos os gostos e níveis de dificuldade.

Pelo lado argentino, um dos principais atrativos é o glaciar de Perito Moreno, com seus majestosos 250 km2 de superfície, uma área semelhante à de Buenos Aires. Para os apaixonados por trilhas e escalada, a região de El Chaltén é a melhor parte. Lá é possível fazer diferentes trekkings ou tentar escalar os picos Fitz Roy e Cerro Torre, famosos no mundo inteiro por sua dificuldade.

Patagônia – Foto: WlDuncan/Flickr

Já no Chile, o Parque Nacional de Torres Del Paine e Ushuaia são os principais cartões de visita. As enormes montanhas de granito, os lagos, campings e, principalmente, os circuitos no entorno das montanhas são um prato cheio para quem está querendo uma imersão total na natureza.

O Ushuaia é outo espetáculo à parte. Também conhecido como “Terra do Fogo”, esta é a cidade mais austral do mundo. Lá é possível praticar diferentes esportes de aventura e de neve, ciclismo, trekking, canoagem, ski e snowboard são apenas alguns da lista. Isso sem contar a enorme quantidade de animais polares que habitam a região.

Uma curiosidade é o fato de a Patagônia ser a área com mais geleiras no mundo fora das zonas polares. Em consequência disso, lá é sempre frio. No inverno os termômetros chegam facilmente a -20ºC e no verão eles não costumam ultrapassar os 10ºC. Para quem quer se aventurar nas trilhas ou em escaladas, o mais indicado é viajar durante o verão, quando a neve já está mais derretida, a vegetação ganha mais cor, os glaciares ficam em mais evidência e o frio fica bem mais suportável para as trilhas e acampamentos. Para quem quer aproveitar a neve, o inverno é a estação perfeita.

Finalizar uma via, independente da dificuldade, é motivo de alegria para qualquer escalador. Mas, encadenar a via “Excusómetro”, em Segovia (Espanha) teve um gosto ainda mais especial para Iván Germán. O escalador, que teve uma das pernas amputadas aos 23 anos em consequência de um acidente automobilístico, entrou para o seleto grupo de paratletas de escalada que já completaram uma via de dificuldade 8bFr – 10bBr.

O feito aconteceu no final de junho e foi o resultado de um longo período de treinamentos visando especificamente esta via. Em entrevista ao jornal local “El Confidencial”, o atleta ressaltou que a conquista foi um feito de toda a comunidade de atletas da paraescalada e não apenas uma vitória pessoal.

Em entrevista ao jornal, Andrea Cartas, responsável pela equipe técnica de Escalada Esportiva da Federação Madrilenha e treinadora de Iván, explicou que pouquíssimos escaladores conseguem atingir o mesmo feito do espanhol. “Menos de 2% dos escaladores sem limitações físicas conseguem fazer uma via 8a, depois disso ainda vêm a 8a+ e só então a 8b”.

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O escalador Iván Gérman teve uma das pernas amputadas aos 23 anos, após um acidente de carro. – Foto: Reprodução

A treinadora ainda explicou que, devido à limitação e pelo fato de só ter uma das pernas, Iván não trabalhava muito a parte inferior do corpo durante as escaladas, sobrecarregando os braços e dedos. Mas, com um trabalho mais cuidadoso, Andrea inclui no programa de treinamentos exercícios específicos para fortalecimento inferior e trabalhos técnicos para que ele usasse melhor a perna na hora de escalar.

O trabalho deu tão certo, que Iván levou 25 minutos para superar os 24 metros de uma via extremamente técnica e difícil.

Conheça um pouco mais desse atleta incrível no vídeo abaixo:

 

A Casa de Pedra está fazendo 20 anos e, para comemorar o aniversário em grande estilo, o ginásio oferecerá um dia inteiro de escalada grátis. O “Casa Aberta” acontecerá no dia 15 de julho nas duas unidades da Casa de Pedra (Moema e Perdizes). Para participar é necessário de inscrever com antecedência, pois as vagas são limitadas e os grupos serão divididos em turnos de 2 horas.

Se você nunca escalou, não tem problema. A Casa de Pedra vai disponibilizar uma equipe de instrutores pronta para orientar nos primeiros passos e tornar a experiência inesquecível. Além disso, os equipamentos de segurança também serão cortesia no dia do evento.

Como participar?

Envie um e-mail para 20anos@casadepedra.com.br com seu nome completo, data de nascimento, CPF, telefone e qual unidade quer conhecer (Moema ou Perdizes). Se você vier com amigos, mande as informações de todos no grupo no mesmo e-mail, para garantir o mesmo horário. Sua reserva só estará confirmada após o recebimento da confirmação com o horário e regras da visita.

O dia vai ser dividido em períodos fechados de 2 horas, das 10h às 18h, com 50 participantes em cada horário. Esse sistema vai garantir mais conforto e segurança na sua escalada.

A ação acontecerá nas duas unidades da Casa de Pedra: em Moema por todo o espaço de boulder e paredes exclusivas para as crianças. Em Perdizes, a ação estará restrita ao mezanino, onde encontram-se as vias mais indicadas aos iniciantes.

Dicas:

Chegue com, pelo menos, 15 minutos de antecedência para garantir o seu horário. Ah, a Casa de Pedra também está arrecadando agasalhos. Então, aproveite para fazer a sua doação 😉

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A Casa de Pedra é o maior ginásio de escalada de São Paulo. – Foto: Divulgação