Os melhores atletas de escalada do mundo estão reunidos em Innsbruck, Áustria, na disputa pelo Campeonato Mundial de Escalada. O evento, que teve início na última semana, está perto do final, mas ainda reserva muitas emoções. Nesta quarta-feira (12), por exemplo, estão acontecendo as semi-finais masculinas na modalidade Boulder, então, muita coisa ainda vai rolar!

As finais da modalidade Lead aconteceram no último final de semana. Entre as mulheres, quem faturou o título de campeã mundial foi a austríaca Jessica Pilz, seguida de Janja Garnbret (Slovênia) e Jain Kim (Coreia do Sul). A norte-americana Ashima Shiraishi ficou com a 5ª colocação.

Definitivamente entre as mulheres os grandes destaques dessa edição são Jessica Pilz e Janja Garnbret. Não é à toa que elas as duas melhores escaladoras do mundo. Mesmo já garantindo um título, Jessica foi bem nas classificatórias do Boulder e conquistou uma vaga na final. A eslovena Janja Garnbret mostrou que não estava lá para brincadeiras e foi a única competidora de seu grupo a concluir os 5 problemas. Ambas disputarão o título da modalidade nesta sexta-feira (14).

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Janja Garnbret foi a única competidora de seu grupo a concluir os 5 problemas. – Foto: Divulgação/IFSC

Entre os homens a disputa do Lead também rendeu fortes emoções. O atual campeão mundial Adam Ondra estava com todas as chances a seu favor para manter o título, até que uma falha na última agarra o colocou em posição desfavorável. O austríaco Jakob Schubert, número 1 do mundo, aproveitou o erro do oponente e conquistou o 1º lugar, deixando Adam com a segunda posição e Alexander Megos em terceiro.

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Os melhores atletas de escalada do mundo estão reunidos em Innsbruck, Áustria, na disputa pelo Campeonato Mundial de Escalada. – Foto: Divulgação/IFSC

As classificatórias masculinas no Boulder acontecem hoje, têm brasileiros na disputa e estão sendo transmitidas em tempo real.

Acompanhe tudo no vídeo abaixo.

 

 

A Ultra Trail du Mont-Blanc é uma das corridas de montanha mais desejadas do mundo. Correr na fronteira entre a França, Itália e Suíça, em paisagens que parecem ser pintadas à mão e com uma energia que só essa prova tem é realmente o sonho de quase todos os corredores de trail. Mas, poucos têm o índice ou a oportunidade de viver essa experiência incrível.

Na edição deste ano, a nossa atleta Rosalia Camargo pôde voltar à essa prova e viver pela segunda vez todos os encantos e desafios dos 170 km do UTMB. Dessa vez, além de aproveitar a corrida, ela ainda pôde contar com a companhia da família, que não foi até lá apenas para torcer por ela. O marido, André Guarischi e a filha Maria, no auge de seus 3 anos de idade, também correram em outras provas, deram muito apoio à mamãe atleta e tiveram as suas próprias conquistas.

Foto: Divulgação/UTMB

Pouco mais de uma semana após a prova e de volta ao Brasil, Rosalia fez um depoimento muito legal contando os detalhes dessa experiência. Confira o relato dela na íntegra:

“Eu poderia dizer que completei mais um UTMB, mas a verdade é que essa viagem foi muito mais do que a minha corrida. Foi a realização de um sonho, que era estar em Chamonix com a minha família. Era mostrar para a minha filha o espírito mágico das montanhas e a energia que envolve esse esporte incrível chamado trail run.

E eu consegui quando vi a Maria em Argentière gritando ‘Allez Allez’ enquanto os atletas passavam do MCC. ‘Cadê papai?’ Ela não tirava os olhos da montanha, esperando ansiosamente o papai aparecer.

A Maria curtiu cada instante. Correu com André e vibrou ao cruzar a linha de chegada em Chamonix de mãos dadas com seu ‘papai herói’.

E chegou o grande dia! Não… não é o UTMB. É o mini YCC. Lá estava a dinda Carol e o tio Dave para verem a Maria correr sua prova de 400m. A corrida reservada para crianças de 3 anos foi uma festa e, quando deu a partida, lá foi Maria disparada. O terreno era de grama com um suave aclive, em um percurso semi-circular. Com 300m ela parou – ‘Tô cansada, mamãe’ – E, com cara de choro disse: ‘vou parar’. Eu segurei a mão dela e mostrei a linha de chegada. ‘Falta pouco! Vamos juntas!’, eu disse. Ela sorriu e acelerou. Passou pelo pórtico e festejamos com a família toda e muito sorvete!

À noite eu perguntei o que ela mais gostou no dia dela. A resposta foi: ‘passar a linha de chegada’. Eu sorri feliz.

Só faltava eu correr… E admito que tinha esquecido como era difícil esse tal de Ultra Trail Mont Blanc. Talvez a prova fosse até mais fácil mesmo em 2014, já que ocorreram algumas mudanças no percurso, que atualmente chega a mais de 170km, ao invés dos 160km que havia corrido.

Foto: Divulgação/UTMB

Enfim, eu poderia escrever horas e horas sobre a minha saga nesse UTMB frio e chuvoso, mas de forma resumida posso dizer que fiz o meu melhor. Corri feliz e me sentindo plena. Nesse ano eu curti cada segundo nesse ambiente incrível. Infelizmente, torci o pé na descida já a caminho de Trient, quando pisei em uma pequena raiz e, a partir desse ponto, reduzi muito a velocidade para descer.

Perdi firmeza na perna esquerda. Continuei alegre, mas ciente de que o sonho das 30 horas estava morto. Segui, então, com o plano B que era chegar. E assim foi. Com 35 horas eu estava de volta à Chamonix, com uma sensação de felicidade plena e a certeza de que definitivamente correr ultras é algo que me encanta com todos seus desafios, dificuldades e surpresas.

Essa corrida me lembrou que é preciso nunca desistir, é preciso ter paciência com as subidas intermináveis, resistência ao frio incomum, cuidado com a alimentação e o mais importante: saber aproveitar cada instante e agradecer pela saúde e oportunidade de estar ali vivendo tudo isso.  

Foto: Divulgação/UTMB

A expedição brasileira rumo ao cume do Manaslu está só no começo, mas já está cheia de emoções. Através dos relatos que o empresário Bernardo Fonseca tem nos enviado, é possível sentir toda a adrenalina dessa aventura. Pouco tempo após a chegada a Katmandu, ele já se deparou com uma tragédia: o helicóptero que ele ia pegar para chegar ao Acampamento Base do Manaslu caiu, deixando 6 mortos.

Confira abaixo o relato diário de Bernardo:

Dia 2 – Acidente e queda do helicóptero

Acordei às 5h da manhã, reforcei minha hidratação, fiz uma checagem de equipamentos, separei a mala que fica na cidade, tomei café as 5h30 e estava tudo pronto para partir.

Eu me alimentei como se fosse última refeição dos próximos 30 dias. Meu café da manhã se transformou em um mega almoço!

O dia estava fluindo, eu estava feliz porque conseguiria adiantar em 1 dia meu plano de ir para o base camp. Então, me juntei a 2 romenos que também estão indo para o Manaslu, fizemos pesagem de malas, planejamos o balanceamento na aeronave, o tempo estava bom, com boa visibilidade, ou seja, estava tudo certo.

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Bernardo na companhia dos romenos, que também estão em uma expedição rumo ao Manaslu. – Foto: Bernardo Fonseca/Arquivo Pessoal

Após 1 hora de espera, o responsável pela logística nos avisou para ficarmos prontos, que em 30 minutos estaríamos decolando. Até que veio a notícia.

“O helicóptero de vocês caiu. Infelizmente com 6 pessoas dentro.”

Instaurou-se o caos. Todos foram rumo ao resgate.

A montanha ainda nem começou e já mostra que não será fácil.

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Centro comercial da Katmandu. – Foto: Bernardo Fonseca/Arquivo Pessoal

Dia 4 – Os efeitos de um contratempo

Ainda estou em Katmandu. Com a queda do helicóptero tudo complicou por aqui.

Por segurança, o governo está restringindo a altitude dos voos, o que no meu caso, infelizmente, inviabiliza o voo. Imagino que seja passageiro, somente enquanto ainda estão trabalhando na área do acidente.

Hoje havia uma esperança de voar, mas por conta do funeral do piloto ser hoje, em comum acordo, todas as aeronaves ficaram em solo em homenagem ao comandante. [O acidente resultou na morte de 6 pessoas e apenas 1 sobrevivente.]

Não tenho o que fazer enquanto espero. Por isso, preciso me ocupar para manter corpo e mente em dia. Por sorte, descobri uma parede de escalada artificial a duas quadras do meu hotel. Estou indo todos os dias até lá para me manter ativo. Também achei uma academia para correr e fugir da poluição da cidade, que inviabiliza qualquer exercício ao ar livre.

Por enquanto, estou sem muitas novidades, apenas com uma crescente vontade de ir para a montanha.

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Manaslu é a oitava montanha mais alta do mundo. – Foto: Pratapgrg/Creative Commons

O Brasil não tem montanhas de altitude, mas, existem muitos brasileiros se aventurando em alta montanha por esse mundão. Nesta quinta-feira, o empresário carioca Bernardo Fonseca embarcou em um voo para o Nepal, para participar da primeira expedição brasileira em busca do cume da montanha Manaslu.

Localizada na cadeia do Himalaia, esse é um pico que está localizado a mais de 8.000 metros de altitude e é a oitava montanha mais alta do mundo. A missão é difícil, mas o grupo de brasileiros estão com uma equipe muito experiente, que inclui os guias Maximo Kausch e Pedro Hauck.

O Bernardo Fonseca decidiu compartilhar os detalhes dessa expedição com a gente em uma série de textos. No primeiro, ele conta como foi a preparação, quais equipamentos levou e o que está esperando nessa aventura.

Confira o relato dele na íntegra:

Minha história

Hoje, com 40 anos, sou pai do João Paulo de 9 anos e da Maria Eduarda de 8. Tenho um dia a dia bem comum. Sou um empresário, workaholic total! Adoro o meu trabalho e sou extremamente participativo. Hoje sou CEO da X3m sports business, uma agência de marketing esportivo que executa mais de 60 projetos por ano no Brasil.

Sempre tive uma cabeça muito forte, o que me fez encarar muitos desafios! Também sou muito ativo no esporte, já fiz de tudo. Corro bastante, fiz diversas ultramaratonas, salto de paraquedas, pedalo, jogo vôlei de praia, faço Crossfit, escalo e nos últimos tempos, posso dizer que subo montanhas altas!

O preparo para a alta montanha

Meus 40 anos de esporte extremo me cobraram um preço alto. Nos últimos 12 meses operei uma hérnia ignal. Ela me obrigou a ficar de molho por 3 meses. Logo na sequência, operei meu joelho esquerdo, ele estava destruído. Ligamento cruzado anterior, sinovite, menisco, tive o que fazer o famoso toilet articular. Por causa dessa operação, eu ainda estou no processo de recuperação, fazendo fisioterapia 2 vezes por semana, com meu amigo Rafael Jacob. Em adicional a essa manutenção toda, sempre encontro tempo para manter um volume de treinos razoáveis. Nada comparado aos treinos de ultraironmans, xterras ou qualquer outra prova de alta performance. Fui aprendendo que preparado físico ajuda, mas não é nem de longe o que define se você chegará ao cume da sua montanha.

Foto: Bernardo Fonseca/Arquivo Pessoal

Aprendi na prática que existem 3 pilares que parecem muito simples, mas quando colocados nas condições extremas das montanhas, se tornam bem complexos: beber, comer e dormir. Simples assim!

Aclimatação é tudo! Eu quase morri no Kilimanjaro, minha primeira montanha. De forma resumida, subi muito rápido, bebi pouco, o que me gerou falta de apetite, e a altura não me deixava dormir, ou seja, quase empacotei. Cheguei a ter alucinação, tonturas, estava já no estágio complicado do mal da montanha que leva a embolia pulmonar entre outras coisas que matam muita gente nas alturas.

Em função do trabalho, eu já estou enfrentando um outro desafio antes mesmo de chegar no Nepal. Minhas datas não batiam com o resto da expedição. Eu precisava buscar uma forma de encontrar o meu grupo, que já está no caminho há 10 dias, um pouco mais à frente. Eu sei que essa é a receita perfeita para dar errado: não aclimatar corretamente é o erro clássico. Para uma montanha acima de 8.000, isso é mais que vital! Não é brincadeira, morre muita gente por isso.

Em busca desta aclimatação, decidi fazer uma temporada de escalada no Peru um pouco antes. Nosso corpo costuma manter a aclimatação adquirida por umas duas semanas. Logicamente isso depende de cada um, mas estou na torcida para que o meu seja assim. Veremos!

Fiquei 25 dias escalando montanhas de 6.000m. Ishinca, Urus, Quitaraju e Huascaran, todas lindas! A Quitaraju em especial foi mega técnica, escalada em gelo bem vertical. Já a Huascaran, minha última montanha, tinha o objetivo de só dormir nas alturas para o meu corpo se acostumar à altitude.

Foto: Bernardo Fonseca/Arquivo Pessoal

Rumo a Manaslu

Voltei para o Brasil para produzir um evento, foram duas semanas mega intensas no trabalho e agora estou dentro do avião indo pra Dubai, depois na sequência voo para Katmandu, coração das expedições no Nepal.

Vai ser bem complexo. Chegando em Katmandu pegarei um helicóptero e encontrarei a minha turma em Sama, base do Manaslu. Eles já estão há 10 dias caminhando e se aclimatando. Eu estou tenso com isso, porque não tenho certeza de como será a reação do meu corpo ao encontrar com eles já acima de 5000m.

Terei pela frente cerca de 25 dias gelados, uma logística complexa, perigosas avalanches, mas visuais magníficos, que espero abastecerem ainda mais minha cabeça e meu corpo para ir em busca deste cume.

Estou doido para encontrar a turma. O Maximo Kausch é o líder da minha expedição. Ele é muito experiente e deixo minha vida nas mãos dele.

Foto: Bernardo Fonseca/Arquivo Pessoal

Os equipas

É sempre um grande desafio estar equipamento corretamente. Costumo dizer que não existe passar frio, mas sim estar mal vestido. O contrário também acontece. Afinal, roupa demais, faz você suar e desidratar.

Para uma montanha de 8.000m, os pequenos detalhes fazem a diferença que podem salvar sua vida. Quando vou separar minhas roupas e acessórios, agrupo por setor.

Pés: meias, botas, overboot, crampons, e por aí vai, depende da altitude que estarei.

Mãos: são cerca de 8 pares de luvas diferentes para usos específicos!

Roupas: sou bem básico. Nas pernas eu uso um baselayer que esquenta e absorve o suor, de preferência com a tecnologia FlashDry, e mais uma camada leve, pois não sinto muito frio. Para a parte superior aprendi que algodão não deve ser usado nunca. Mesmo que esteja por baixo de um casaco de plumas ou um corta ventos parrudo. Na parte superior, então, após o baselayer, eu uso um casaco que realmente me esquenta pra valer, gosto de um modelo que foi desenvolvido para quem trabalha com resgates, pilotos de helicóptero etc. se chama pro project, são plumas com 900 fill down. Após isso, até uns 7.000 metros, eu coloco por cima um cortar o vento. São 3 camadas que quando estou em movimento, gerencio perfeitamente ali na casa dos -20ºC. Quando a altitude aumenta, as coisas mudam um pouco. Então, eu tiro o pro shell e aí não tem jeito, tem que colocar o hymalain suit, uma espécie de macacão feito e pensado para salvar vidas em condições extremas. Não tem como fazer uma montanha de 8.000 sem um desses.

Cabeça: essa é uma área super importante, por isso levo uns 3 gorros diferentes.  Lembrando que por cima disso ainda vem capacete, lanterna, go pro etc.

Detalhe importante é que na mochila vão somente os itens de emergência. Não dá para carregar muita coisa. Uso os bolsos dos casacos para colocar a comida e na mochila vão somente itens reservas, como óculos, rastreador, gorro, luvas, remédios e hidratação extra.

Se você quiser acompanhar toda a minha expedição em tempo real, clique aqui.

 

Uma das grandes dúvidas dos aventureiros na hora de comprar uma barraca é sobre em qual tipo investir: se em uma barraca de 3 ou 4 estações. Para uma rápida contextualização, enquanto a barraca de 4 estações é projetada, principalmente para a alta montanha, para resistir a ventos fortes (20-50 MPH), suportar nevascas e grande quantidade de neve caindo em cima dela, além de ser utilizada para os ambientes alpinos com temperaturas mais severas, a barraca de 3 estações possui características diferentes, pensadas para aventuras em países tropicas ou locais com temperaturas mais amenas.

Para se ter uma ideia da aplicação desses dois tipos de barracas, uma tenda considerada 4 estações pode ser usada para expedições extremas, como um acampamento no Everest e em qualquer outro dos 7 cumes, por exemplo. Elas suportam grandes rajadas de vento e neve. Por isso, acabam sendo um pouco mais pesadas e menos respiráveis do que as barracas 3 estações, que são perfeitas para trekkings, travessias e campings em locais como o Brasil, que tem, em grande parte de sua extensão, clima tropical e estações com variações térmicas menores. Uma grande vantagem deste tipo de barraca é o seu peso, o que a torna mais fácil de ser transportada na trilha e carregada durante as longas caminhadas de um trekking ou travessia.

Para te ajudar no momento da escolha e não restar mais dúvidas, a equipe The North Face elaborou um questionário que vai te ajudar a entender qual barraca atende melhor às suas necessidades. Se você responder “não” para as questões abaixo, uma barraca 3 estações é o suficiente para sua jornada:

1- Você subirá em terreno alpino elevado durante o inverno?
2- Você acampará em condições de nevasca?
3- Você acampará acima da linha das árvores durante o inverno?

Agora, se você responder “sim” para alguma das questões abaixo, aposte sem medo em uma barraca 4 estações.

1- Você quer começar a acampar no ambiente de inverno, mas não é um alpinista técnico?
2- Você planeja acampar com um pouco de neve no chão, mesmo que a previsão do tempo não inclua nevasca?
3- Você vai acampar em locais com 1.500 – 1.600 metros de altitude ou mais durante o inverno?

As 4 Estações

Atualmente nós temos três modelos de barracas 4 estações no Brasil: VE 25, Mountain 25 e Assault. As três opções são ideais para ambientes extremos e têm capacidade para abrigar de duas a quatro pessoas. Elas possuem estacas que dão estabilidade, têm entradas de ventilação e portas duplas. Todas essas barracas fazem parte da linha Summit Series e foram desenvolvida com a ajuda de atletas que viajam pelos ambientes mais desafiadores do mundo, para garantirem exatamente o que os aventureiros precisam. Isso não significa que elas não possam ser usadas em locais menos frios. As tendas 4 estações são perfeitas para alta montanha, mas se você precisa de uma opção mais versátil, elas também podem ser usadas de forma eficiente em diversos outros destinos.

Foto: Blake Paul

As 3 Estações

Se você vai acampar apenas no Brasil, provavelmente uma das nossas barracas três estações já darão conta do recado muito bem. Atualmente, nós temos dois modelos principais à disposição: Stormbreak e Triarch. Todas essas barracas são muito leves e perfeitas para serem carregadas nas trilhas. Além disso, elas têm capacidade para abrigar confortavelmente de uma até três pessoas. Diferente das 4 estações, que podem ser usadas em locais extremos ou não, as tendas 3 estações não devem ser usadas em acampamentos em áreas com muita neve e ventos

Foto: Ian Momsen.

Para quem teve em sua infância a oportunidade de brincar ao ar livre, basta fazer um pequeno exercício de memória para perceber o quanto essas vivências deixaram marcas preciosas. São lembranças que parecem ter a capacidade de expandir os pulmões, relaxar os músculos e fazer brilhar os olhos com uma alegria serena. Elas nos deixaram uma memória afetiva com a natureza.

Para a pesquisadora e educadora Maria Amélia Pereira, “ao brincar com a água, a terra e o ar, as crianças estão entrando em contato com símbolos fortes que acompanham o imaginário da humanidade desde sempre. Brincar com os elementos é fundamentalmente criar raízes com a Terra, é vincular-se à natureza compartilhando de um acolhimento mútuo, vivido entre dois entes misteriosos – o Homem e o Universo”.

Em um estilo de vida urbano e contemporâneo, às vezes nem nos damos conta da falta que essas experiências fazem para a saúde física e emocional. Quanto mais para as crianças, que estão em um ponto do seu desenvolvimento no qual o contato com a natureza é indispensável.

O escritor americano Richard Louv criou o termo “transtorno de déficit de natureza” para chamar a atenção para o conjunto de problemas físicos e mentais derivados de uma vida desconectada do mundo natural. Segundo o escritor, doses de natureza são fundamentais para compensar os efeitos mentais e físicos de nossa imersão tecnológica.

Ele sugere que qualquer espaço verde oferece benefícios para o bem-estar físico e mental das crianças. “À medida que as crianças passam menos tempo em áreas naturais, seus sentidos ficam limitados, no sentido fisiológico e psicológico. Acrescente a isso uma infância exageradamente organizada e a desvalorização das brincadeiras espontâneas. Isso tem enormes consequências para as capacidades da criança se autorregular. Isso reduz a riqueza das experiências humanas e contribui para uma condição que chamo de transtorno de déficit de natureza”.

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Espaços ao ar livre estimulam brincadeiras criativas, melhoram a interação positiva com adultos e reduzem os sintomas de síndromes relativas ao déficit de atenção. – Foto: Claudney Neves

Várias pesquisas relacionam a experiência na natureza com a redução dos sintomas de síndrome de déficit de atenção. Alguns dos trabalhos mais importantes nessa área foram feitos no Laboratório de Pesquisa de Humanos e Ambiente da Universidade de Illinois por Andrea Faber Taylor, Ming Kuo e William Sullivan. Em uma série de estudos, eles descobriram que espaços ao ar livre estimulam brincadeiras criativas, melhoram a interação positiva com adultos e reduzem os sintomas de síndromes relativas ao déficit de atenção. “Quanto mais verde for o ambiente, maior o benefício”, como eles escreveram na revista científica Environment and Behavior, “atividades ao ar livre em geral ajudam, mas atividades em ambientes naturais têm maiores chances de melhorar o foco e a concentração das crianças”. O estudo mais recente de Taylor e Kuo mostra que o grau de atenção de crianças era mais alto depois de uma caminhada de 20 minutos num parque com cenário natural do que depois de um passeio numa área urbana. Outros estudos na Suécia e nos Estados Unidos reforçam essas descobertas. Alguns pediatras americanos mapearam as áreas naturais, como parques urbanos, e passaram a receitar doses de natureza para os pacientes.

Colocando a teoria na prática

Seguindo essa tendência a CRUX ECO, minha empresa de turismo de aventura no Rio de Janeiro, criou um segmento para as crianças com atividades como caminhadas, escaladas, arvorismo, slackline entre outros, chamado de Cruxinhos.

Oferecemos experiências lúdicas e esportivas na natureza, pensadas especialmente para os pequenos. Assim eles aproveitam os espaços naturais para desenvolverem usas habilidades motoras e sociais e se divertirem com a família.

Hoje em dia, crianças e adultos que trabalham e estudam num mundo cada vez mais dominado pelo ambiente digital gastam grande energia bloqueando muitos dos sentidos humanos, inclusive alguns que nem sabemos que temos. Mas a questão aqui não é ser contra a tecnologia, que nos oferece muitos benefícios, e sim encontrar um equilíbrio. Precisamos oferecer a nós e a nossas crianças uma vida e um futuro rico em natureza. Uma abordagem é usar os habitats naturais como cenário para várias atividades e brincadeiras, como fazem os Cruxinhos. E também, criar novos ambientes naturais no interior e no entorno de nossas casas, escolas, bairros, centros comerciais e cidades.

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Qualquer espaço verde oferece benefícios para o bem-estar físico e mental das crianças. – Foto: Claudney Neves

Essas pesquisas sugerem que o contato com a natureza é elemento fundamental para nossa habilidade de pensar e criar. Precisamos da natureza como antídoto para alguns dos efeitos negativos da tecnologia. Quanto mais hi-tech nossa vida fica, de mais natureza precisamos.

Se fizermos isso, as crianças ficarão bem. A natureza é inclusiva. Todos são igualmente bem-vindos. Ela oferece uma linguagem universal que qualquer pessoa no planeta compreende e ainda tem a capacidade de fazer nossos problemas pessoais encolherem para uma dimensão realista.

É preciso explicar o verdadeiro significado da palavra “natureza” e fazer a criança se sentir parte dela para aprender a cuidar e amar. O desafio não é fácil, mas é possível e pode ser feito de uma forma mais simples do que se imagina.

Se você já fez o Caminho de Santiago ou conhece alguém que já se jogou nessa aventura, sabe que é impossível terminar essa jornada do mesmo jeito que começou. Os vários quilômetros feitos à pé ou de bicicleta, as belas paisagens, pessoas de diferentes lugares do mundo e uma enorme paz exterior provocam reflexões e instigam uma série de pensamentos sobre o mundo e sobre nós mesmos.

Com o Joy Oda (@Joy.Oda) não poderia ser diferente. Ele é bancário e quando estava prestes a completar 40 anos tirou um tempo da loucura do trabalho e de São Paulo para viver o Caminho. Joy começou o caminho no norte da França e foi até Santiago de Compostela. Durante os 800 km de caminhada, ele relembrou fases da vida, chorou, aprendeu, sorriu, passou por alguns perrengues, conheceu muitas pessoas especiais, ouviu histórias e finalizou o caminho com muita saudade, mais perguntas e uma certeza: a vida nunca mais será a mesma.

Leia o depoimento dele na íntegra e inspire-se nessa história:

“Eu poderia contar sobre como caminhar 800 quilômetros atravessando todo o Norte da Espanha desde a França sem nenhuma dor ou bolha nos pés. Eu poderia falar sobre o que eu levei em pouco mais de 5kg na minha mochila ou sobre a minha incrível e confortável bota Ultra FastPack II Mid GTX da The North Face, mas eu ignoraria a parte mais importante de toda a caminhada, eu ignoraria a grande viagem que fiz para dentro de mim mesmo.

Foto: Joy Oda/Arquivo Pessoal

Pode parecer tolice eu falar sobre esta incrível viagem de autoconhecimento e confesso que em alguns momentos eu realmente achei que era um exagero este papo de conhecer a si mesmo. Mas, tantas e tantas vezes eu me fiz perguntas caminhando que eu simplesmente não sabia responder de maneira direta, de maneira definitiva e sem deixar dúvidas. Isso prova algo que eu achava que compreendia muito bem, mas que eu estava completamente enganado:

Eu não me conheço tão bem quanto eu pensava que me conhecia antes de realmente me conhecer um pouco melhor.

Não saber como responder o que mais me irrita e por quê? Ou o que não gosto e por quê? Ou então: o que me deixa completamente satisfeito e por quê?

Parece fácil, não é mesmo? Tente.

Se a sua resposta for: ‘várias coisas me irritam’, bem, você já não conseguiu a primeira pergunta.

Existem coisas mal resolvidas na sua vida? Você já confrontou isso de maneira livre e integral? Já chorou por carregar esta mágoa, já se livrou das culpas, dos julgamentos e do sentimento de injustiça do mundo?

Eu tenho vários assuntos pendentes. Todo mundo tem suas pendências, assunto não terminados, assuntos não iniciados e posso falar sobre um deles com vocês.

Meu pai se separou da minha mãe muito cedo, quando eu ainda tinha 5 anos. Ele morreu de um câncer muito agressivo quando eu tinha 8 anos. Pouco antes de morrer, viajou para o Japão numa última tentativa para se tratar, mas não havia mais tempo. Morreu longe dos filhos, não me deixou quase nada de memórias ou exemplo de como ser um bom pai ou de pelo menos como ser pai, certo ou errado, simplesmente ser pai.

Hoje, sou pai de 4 filhos e tenho certeza absoluta que não sou o melhor pai do mundo, mas tento ser pai. Simplesmente tento ser pai, do meu modo, do meu jeito sem jeito, errando mais do que acertando, pedindo mais desculpas a mim mesmo do que me orgulhando de ser pai de 4 filhos maravilhosos e que só me trazem alegria.

Pude xingar meu pai por ele não estar aqui, por não estar nem aí. Pude resolver algumas pendências dos meus sentimentos, pude compreender que eu não aprendi como deveria fazer e também pude enxergar um pouco do que eu não devo fazer. Se vou colocar em prática, eu não sei, mas hoje reconheço coisas que até então eu não enxergaria.

Caminhar por 27 dias, conhecer gente dos mais diversos lugares do mundo, das mais diversas criações, culturas e conhecimentos. Simplesmente acordar, caminhar, comer, tomar banho, lavar roupa e descansar. Rotina que se repetia diariamente, mas que se bem organizado, sobrava tempo para passear, conhecer os locais, não fazer nada ou simplesmente interagir com outras pessoas.Planejamentos de anos e anos não se realizam constantemente e sim sonhos ou melhor, realizações.

Foto: Joy Oda/Arquivo Pessoal

Planejei caminhar 32 dias, chegar em Santiago no dia do meu aniversário, mas quis o Caminho que eu fosse um pouco mais rápido, ou que eu caminhasse mais um pouco em alguns dias para resolver assuntos sobre mim mesmo que estavam em pauta.

Sonhei ver campos de girassóis floridos, enormes e infinitos campos de trigo, aquelas paisagens das fotos dos livros, ver aquele tanto de gente com mochilas nas costas, jantar e almoçar com gente desconhecida, ver estrelas cadentes, ver o Sol Nascer lindo no Alto do Cebreiro, vencer o calor, a dor, as bolhas. Sonhos. Sonhos de quem planejou muito o Caminho.

Só quem caminha o Caminho, sabe das dores, das delícias e das emoções que se vive a cada fase dele. O hospitaleiro do Albergue Municipal de Reliegos me disse algo que vou guardar para sempre:

‘O Caminho é dividido em 3 partes :

1 – de Saint Jean Pied de Port a Burgos: o Caminho Físico

2 – de Burgos a León: o Caminho Mental

3 – de León a Santiago de Compostela: o Caminho Espiritual

No meu caso, diria que o Caminho foi completamente espiritual, um pouco mental e quase nada físico.

Eu não estava nada preparado para chorar quase todos os dias. A coisa virou tão costumeira que nas últimas 10 etapas eu já caminhava chorando e já nem me importava mais com quem me via chorar. Não estava preparado para ter altos papos cabeças comigo mesmo ou com outras pessoas desconhecidas e em Espanhol (que se tornou fluente ao longo do Caminho). Também não imaginava assistir tantas e tantas missas e me emocionar tanto em algumas delas, já que não sou dos mais religiosos.

Foto: Joy Oda/Arquivo Pessoal

Me rever, me reaprender, me reconhecer, me reinventar e me refazer faziam parte do que eu imaginava para mim desde o início, o que tive foi muito além disso. Descobri que preciso antes de tudo isso, ter o básico que é ao menos saber um pouco mais de mim mesmo, porque no final das contas, descobri que sei muito pouco, quando eu imaginava que já sabia de tudo.

Pela parte mental, eu estava muito bem preparado. Desde as escolhas para ter uma mochila leve com somente aquilo que era necessário (ou que eu imaginava ser necessário, porque ainda daria para esvaziar ainda mais) até a aceitar as mudanças dos planos diariamente, ou acordar mais cedo que o previsto e dormir menos para fugir do Sol. Ou de ter preguiça somente em um dos dias que não queria ter levantado da cama para caminhar, mas tive que ir. Mentalmente eu estava bem forte, de cabeça aberta, peito aberto e muito disposto a ouvir as pessoas e avaliar se não haviam outras opiniões e ideias melhores que a minha.

E fisicamente, bem, estou surpreso até agora. Nenhuma dor, nenhuma bolha, nenhum sofrimento. Diria que o Caminho para mim, fisicamente, foi um delicioso passeio que desfrutei do início ao fim. Tomei diversos cuidados, como tirar botas e meias por 30 minutos a cada 3 horas de caminhada para manter os pés secos e também secar as meias no sol. A partir do sétimo dia, comecei a utilizar vaselina nos pés, presente de um peregrino que acabou sua jornada em Puente la Reina, já que pulou as etapas entre Pamplona e Puente por conta de bolhas no pé e para chegar dentro do tempo previsto teve que pegar um ônibus e pular estas etapas. Voltou apenas para caminhar 40k e me deu a vaselina que foi importante demais para mim e para os meus pés.

Foto: Joy Oda/Arquivo Pessoal

Não fiquei doente, não me senti mal, não tive dores de cabeça. Estava me sentindo um Touro de tão forte e tão incrível que eu estava fisicamente.

E ao final desta jornada, fica aquela confusão de sentimentos:

Por um lado, a ansiedade aumenta com a proximidade de Santiago de Compostela, a saudade da família, dos amigos, de casa, tudo toma proporções gigantescas, há uma euforia por estar próximo de conquistar uma verdadeira façanha. Claro! Façanha mesmo. Quantas pessoas você conhece pessoalmente que caminharam 800k em uma determinada quantidade de dias? Quantas? E, verdadeiramente, me orgulho muito disso, por chegar ao final e perceber que ainda poderia caminhar muitos e muitos quilômetros a mais.

Foto: Joy Oda/Arquivo Pessoal

Por outro lado, existe a tristeza do fim da jornada, de não levantar e ter que colocar a mochila nas costas e simplesmente caminhar sem maiores preocupações na vida. De não cruzar com outros peregrinos e desejar/ouvir: Buen Camino! De não ficar mais à toa olhando o horizonte sem se preocupar com o tempo, porque no caminho fazemos o nosso próprio tempo (pagamos e aceitamos a consequência disso – na minha penúltima etapa, eu quis ser um peregrino paz e amor e caminhar com outras pessoas, papear, parar 60 vezes e quando cheguei ao meu destino – já tarde – fiquei sem albergue para dormir e dormi na rua. Tristeza de não estar mais no Caminho.

Para mim, não estar mais no Caminho me trouxe um grande ‘bode’. Nos últimos dias, eu realmente fiquei triste. E demorou um pouco para eu entender que o fim é necessário.

Compreendi que eu não estou mais no Caminho, mas que agora eu também sou o Caminho, porque agora ele faz parte de mim e eu faço parte dele.”

 

O Everest não é apenas a montanha mais alta do mundo, ela é também um dos maiores símbolos do Homem desafiando a natureza. Ao longo de décadas, escaladores e montanhistas das mais diversas partes do mundo têm enfrentado o frio, o ar rarefeito e vários outros desafios para alcançar o cume do Everest. Para entender como esse esforço e essas condições influenciam o corpo humano, o geneticista Christopher Mason, do centro de medicina de Weill Cornell, em Nova York, está fazendo uma análise genética detalhada em dois montanhistas experientes.

Para o estudo, o especialista contou com o trabalho voluntário da dupla de escaladores Matt Moniz e Willie Benegas e seus respectivos irmãos gêmeos. O intuito da pesquisa é entender como as células são afetadas e se adaptam às condições extremas a que os atletas são expostos quando escalam altas montanhas.

A notícia sobre a pesquisa foi publicada na revista científica Science Mag e, mais recentemente, na revista Outside. Nas publicações o médico geneticista explica que as análises são bastante semelhantes a outro experimento feito por ele com astronautas da Nasa. A escolha de voluntários que tenham irmãos gêmeos não é à toa. Essa é uma das formas de conseguir acompanhar como os organismos com cargas genéticas praticamente idênticas reagem a situações tão diversas.

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Karina Oliani e Pemba Sherpa no cume do Everest. – Foto: Arquivo Pessoal/Karina Oliani

A coleta dos dados para o estudo foi realizada em maio deste ano, quando Moniz e Benegas estavam escalando o Everest. Ao mesmo tempo, seus respectivos irmãos gêmeos também passavam por coletas genéticas diárias enquanto estavam tocando suas vidas normalmente na altura do nível do mar. Com os dados sanguíneos, raspagem de pele e também coletas de fezes, a equipe médica pretende fazer um censo microbiológico e mapear quais são as mudanças genéticas sentidas no organismo em circunstâncias extremas.

Além de já ter realizado um estudo semelhante com astronautas, o Dr. Christopher Mason, espera que os resultados ajudem a decifrar e entender melhor a própria capacidade dos Sherpas, que, segundo ele, vai muito além da fisiologia do esporte. “Os Sherpas têm um genoma otimizado que evoluiu ao longo de milhares de anos, criando mais células vermelhas para melhorar a metabolização do oxigênio em altitudes extremamente elevadas”. O pesquisador acredita que, cruzando as informações dos montanhistas com as obtidas junto aos seus irmãos gêmeos, seja possível começar a desenhar alternativas e planejar novas estratégias para ajudar os montanhistas a evoluírem no que diz respeito à adaptação e sobrevivência em grandes altitudes.

Os resultados do estudo ainda não foram revelados.

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O Everest é a montanha mais alta do mundo, são 8.844 metros de altitude. Foto: Karina Oliani

 

É sempre legal receber uma mensagem de alguém querido. Melhor ainda se ela chega exatamente na hora que você precisa ouvir algo especial. Imagine estar correndo uma das provas de montanha mais famosas e difíceis do mundo e no meio da corrida receber um vídeo de incentivo de um amigo ou familiar? Acredite se quiser: isso acontece!

Em alguns dias atletas do mundo inteiro vão disputar o Ultra Trail du Mont-Blanc. Graças a uma tecnologia desenvolvida pela empresa Crosscall, especialista em tecnologia mobile outdoor, os inscritos contarão com um incentivo extra, para dar aquele gás necessário para superar as incontáveis subidas e finalizar essa prova incrível: vídeos feitos por amigos ou pela família.

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Os inscritos no UTMB contarão com um incentivo extra durante a prova. – Foto: Divulgação

Mas, como eles vão receber isso?

Todos os postos de abastecimento e descanso ao longo da prova são equipados com televisões que passarão os vídeos enquanto os corredores estão recuperando as energias.

De acordo com a organização, neste ano será dada uma atenção especial para que os vídeos rodem na televisão exatamente no mesmo momento em que o corredor a que ele é direcionado está lá. Nas outras edições, os vídeos ficavam passando aleatoriamente e nem sempre a mensagem chegava a quem deveria, realmente.

Como o material chega até a prova?

Qualquer pessoa pode enviar vídeos aos corredores, basta seguir algumas regrinhas:

– O vídeo deve ser gravado em formato de paisagem e ter, no máximo, 30 segundos.

– O material precisa ser enviado pela plataforma da Crosscall até 24 horas antes da prova. (clique aqui para acessar)

 

É impossível ir para a montanha e não voltar diferente. A experiência que o Matheus Kager viveu mostra bem isso. Ele é um dos nossos colaboradores e, apesar de curtir muito aventura, ainda não era muito familiarizado com o montanhismo em si. Tudo mudou depois que ele decidiu aceitar o convite de um grupo de amigos e ir conhecer a Serra da Mantiqueira.

Foi necessário apenas uma viagem e alguns perrengues, para que ele se apaixonasse por esse universo e decidisse repetir o feito. Se na primeira vez ele era apenas um iniciante, agora ele já tem muita experiência e dicas para compartilhar.

Foto: Matheus Kager

Veja abaixo o relato dele na íntegra e se inspire nessa história!

“Quarta feira, 10 de maio de 2017: Aprendizado!

O Pico dos Marins, na Serra da Mantiqueira, é uma das primeiras montanhas da grande maioria dos aventureiros da região sudeste do país. Muitos subestimam esse destino, mas a trilha que leva ao cume é bem puxada e vai pôr à prova a sua vontade de ser montanhista, comigo não foi diferente.

Aproximadamente um ano atrás fiz a trilha pela primeira vez, totalmente despreparado. Não tinha muito conhecimento sobre o que levar, não tinha preparo físico, fui no embalo da galera e nossa… foi sofrido! A subida foi muito mais desafiadora do que eu esperava, levamos mais tempo do que o planejado para chegar ao cume e tivemos que terminar a trilha à noite (nem lanterna eu tinha). Ao chegarmos ao cume, surpresa! O tempo virou e, ao contrário do que a previsão do tempo dizia, começou a chover. A barraca que eu tinha era inapropriada para montanha, era uma barraca de camping que não possuía aerodinâmica alguma e era muito grande, não consegui esticá-la como deveria, pois os nichos do cume onde é possível acampar são estreitos. Resultado, eu que nunca havia dormido numa barraca antes, passei a noite praticamente em claro de tanto que a barraca tremia. No dia seguinte, dei graças a Deus quando amanheceu e descemos a montanha. A descida foi exaustiva e a noite mal dormida contribuiu para o cansaço acumulado.

Fiquei com aquele dia na cabeça desde então, e depois de me recuperar fisicamente, decidi que um dia voltaria mais bem preparado.

Um ano depois…

Foto: Matheus Kager

Quarta-feira, 15 de agosto de 2018: A Revanche.

Dessa vez fui mais preparado do que nunca, após adquirir algum conhecimento e um pouco de prática em outras montanhas que eu conheci de lá pra cá. Investi em equipamentos de qualidade e, como o esperado, não me resta dúvidas de que estar bem equipado faz total diferença!

Subi o Pico dos Marins equipado de uma barraca Triarch 2, os bolsos internos facilitam muito na hora de organizar o acampamento, aerodinâmica sem igual, segurou super o vento! Muito fácil de montar e muito leve de carregar. Usei uma mochila cargueira Fovero 85 mega prática, cheia de compartimentos e uma das mais leves da categoria (pesquisei bastante).

Foto: Matheus Kager

O espaço extra veio super a calhar quando minha parceira de aventuras e companheira de vida começou a sentir cólicas durante a subida, eu e um amigo dividimos os equipamentos que ela carregava para aliviar o peso de sua mochila. Tudo certo, seguimos em direção ao cume! Dessa vez eu havia me preparado para encarar aquela subida que, como eu bem lembrava, é exigente. Todo o tempo gasto na academia foi recompensado nesse momento.

Chegando ao cume, montamos acampamento e nos preparamos para o que quer que fosse vir durante a noite, mas dessa vez, a previsão do tempo não podia estar mais certa! Céu aberto, um visual deslumbrante sem igual, bastante frio (não pode faltar) e nessa hora meu sleeping bag Green Kazoo fez toda a diferença. Eu, que sempre passei frio durante as noites nas montanhas, dessa vez passei calor! Incrível! Já fiz tudo que foi tática pra não passar frio dentro do sleeping, mas nada surtiu tanto efeito quanto comprar um bom sleeping bag.

Dormi como uma pedra a noite toda, acordamos bem cedo na expectativa de vislumbrar o nascer do Sol do mais esplêndido ponto de vista: o cume de uma montanha. Pontualmente, lá estava ele, majestoso! E, para completar o espetáculo, formou-se um tapete de nuvens abaixo do cume onde acampamos (o mais alto da cadeia, com incríveis 2430m de altitude). Glorioso! Incrível! Espetacular! Indescritível!

Foto: Matheus Kager

Convido a todos os aventureiros de plantão a conhecerem o Pico dos Marins. Se prepare, equipe-se com materiais de qualidade, vale a pena! Apesar de a trilha ser bem demarcada, não é fácil chegar ao cume, mas posso te garantir que a vista lá de cima é tão exaustiva quanto mágica!”

Clique aqui para saber mais sobre a Serra da Mantiqueira.

Na próxima quarta-feira (29) quem estiver em São Paulo terá a oportunidade de aproveitar uma palestra que reúne duas das nossas coisas preferidas: fotografia e Everest. Com o apoio da OneLapse Expedições Fotográficas e da Pé na Trilha, nós temos o prazer de anunciar uma palestra inédita sobre fotografia em duas das principais trilhas do Himalaia: Acampamento Base do Everest e Annapurna.

O fotógrafo e montanhista Edson Vandeira, que será o palestrante no evento, é um super especialista em fotografia de aventura. Durante a palestra, ele dará dicas de fotografia, equipamentos, contará como funcionam as expedições fotográficas, falará sobre as viagens que liderará em 2019 e ainda compartilhará os detalhes e fotos de sua última ida ao Himalaia.

As expedições fotográficas ao Himalaia conta com duas trilhas principais: Acampamento Base do Everest e Annapurna. – Foto: Edson Vandeira

O evento é gratuito e acontecerá na Pé na Trilha unidade Perdizes, que fica dentro da Casa de Pedra, o maior ginásio de escalada indoor do Brasil. Apesar de ter entrada grátis, nós pedimos que os participantes levem 1kg de alimento não perecível para doarmos ao projeto Caravanas do Amor.

As vagas são limitadas, por isso é necessário se inscrever com antecedência pelo e-mail: contato@onelapse.com.br ou pelo evento no Facebook.

Serviço:

Expedições fotográficas Himalaia

Palestrante: Edson Vandeira

Data: 29/08

Hora: 19h30

Local:  Pé na Trilha – Perdizes: Rua Venâncio Aires, 31

 

Seja por causa da chuva ou pelo próprio suor, a umidade pode estragar qualquer aventura. Por isso, é essencial ter alguns cuidados e seguir algumas dicas para ficar sempre seco e confortável nas trilhas.

1 – Tenha sempre uma impermeável

As jaquetas impermeáveis podem ser as suas melhores amigas em uma trilha. A verdade é que elas são úteis nas mais diversas ocasiões, mas no meio de um trekking, uma jaqueta pode realmente salvar a sua vida. Opte por modelos leves, como a Venture, para reduzir o peso e o espaço da mochila e ainda proporcionar maior respirabilidade ao corpo.

Além disso, um diferencial é escolher jaquetas que tenham zíper nas axilas, pois durante os momentos de esforço intenso, essas aberturas ajudam a aumentar a ventilação e a regular a temperatura corporal.

Além de proteger o corpo da chuva, as jaquetas impermeáveis também são corta-vento. Portanto, podem ser usadas mesmo nos dias secos, mas com muito vento e frio.

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Tenha sempre uma jaqueta impermeável na mochila.

2 – Cuidado com a mala

Apesar de não serem impermeáveis, as mochilas cargueiras também podem ficar protegidas das chuvas, basta incluir uma capa de chuva na bagagem. Algumas mochilas, inclusive, já têm a capa inclusa. Se este não for o seu caso, é possível comprar separadamente por um valor bem baixo.

Como ninguém quer ficar com a bagagem molhada ou correr o risco de perder equipamentos ou comida, o melhor é também manter os itens separados em sacos plásticos. Assim, mesmo que a água ultrapassa a proteção externa da mochila, seus pertences ainda estarão protegidos.

3 – Use roupas com tecnologia de secagem rápida

Nós já falamos sobre isso outras vezes, mas é sempre bom reforçar. Atividades de alta intensidade ou exercícios que vão te fazer suar exigem roupas que sequem rapidamente. O algodão, por exemplo, é um material que deve ser evitado, tanto na escolha das roupas, como das meias. Essa matéria-prima absorve muito a umidade e leva tempo demais para secar, deixando o corpo molhado e mais sensíveis a problemas como a formação de bolhas e até mesmo hipotermia.

Por isso, escolha roupas feitas com tecidos sintéticos e tecnológicos, como o FlashDry, ou as fibras naturais de Lã Merino. Essas duas opções funcionam de maneira semelhante, absorvendo a umidade da pele e a direcionando para a camada externa do tecido. Assim a água ou o suor evaporam mais rapidamente e a pele fica sempre seca.

4 – Lembre-se das camadas

Aqui em cima nós já falamos sobre as jaquetas impermeáveis e sobre a escolha da matéria-prima das peças que vão em contato direto com a pele. Essas são a terceira e segunda camadas de proteção. Para completar esse conjunto falta algo para promover isolamento térmico. Essa escolha dependerá do clima da aventura, mas se o assunto aqui é se manter sempre seco, essas peças também precisam ser leves e tecnológicas. Duas opções interessantes são os fleeces ou as jaquetas térmicas feitas com a tecnologia Thermoball.

Quando falamos em camadas, não estamos falando apenas de proteção, mas também de praticidade. Se você optar por um softshell (jaqueta impermeável com isolamento térmico), pode ser que você fique aquecido demais e tenha a sua performance prejudicada por ter que se proteger da chuva, ao mesmo tempo em que fica superaquecido e por suar. Portanto, com as camadas você ganha mais liberdade para controlar o seu nível se isolamento térmico de acordo com a necessidade do momento.

5 – Escolha o calçado certo

Os calçados impermeáveis, sejam eles botas ou tênis, são sempre as melhores opções para as trilhas em dias chuvosos. Eles normalmente possuem uma membrana tecnologia que impede a entrada da água e mantém o pé totalmente protegido. Para as corridas e até mesmo para as trilhas mais longas, os próprios tênis de trail run são excelentes opções. Por serem muito mais leves do que as botas, eles também são mais respiráveis e versáteis.

6 – Cuidados na barraca

Nós já fizemos um post especial apenas com dicas para evitar umidade na barraca (clique aqui para acessar). É impossível falar sobre se manter seco na trilha sem tocar nesse assunto. Não é preciso estar chovendo lá fora para que a barraca fique molhada por dentro. Para evitar o acúmulo de umidade dentro da sua tenda, mantenha todas as aberturas para ventilação abertas, evite acampar embaixo de árvores e nunca deixe roupas e equipamentos molhados dentro da barraca.

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Além de proteger o corpo da chuva, as jaquetas impermeáveis também são corta-vento.