Você já ouviu falar em “banho de floresta”? Este é um conceito criado pelo médico japonês Dr. Qing Li, presidente da Sociedade Japonesa de Medicina da Floresta, após quase quatro décadas de estudos. Durante todo esse período, os pesquisadores analisaram a influência que a floresta pode ter na saúde das pessoas e os benefícios identificados foram muitos.
O conceito de “Banho de Floresta” vem da expressão japonesa “shinrin-yoku”, e simboliza uma imersão total na floresta, com toda a beleza e sensações que essa atmosfera pode oferecer. Após tanto tempo de estudos, o que se identificou é que essa prática é eficiente para reduzir os níveis de estresse, melhorar o humor, promover diversos benefícios à saúde mental, melhorar o vigor físico, reduz a fadiga e ajuda a combater doenças relacionadas ao medo.
Essa não é a primeira vez que estudos acadêmicos comprovam o poder da natureza sobre a saúde humana. No entanto, o que difere essa prática de outros tipos de contatos é a forma como ela deve ser feita. Quando falamos em “banho de floresta”, algumas regras precisam ser seguidas, pois é necessário que a pessoa esteja totalmente focada em sentir todos os elementos da natureza.
Dicas para tomar um banho de floresta:
Escolha um lugar com muitas árvores
Como o nome já diz, o ideal é ir em uma floresta e quanto mais densa for a vegetação, melhor será. No entanto, se você mora em uma área urbana e não consegue viajar com frequência, escolha um parque local e concentre-se nas áreas mais arborizadas.
Essa não é a primeira vez que estudos acadêmicos comprovam o poder da natureza sobre a saúde humana.
Desconecte-se
Para mergulhar de forma realmente eficiente na natureza não é permitido carregar nenhum tipo de eletrônico. Celulares ou aparelhos de som vão tirar a sua atenção dos elementos naturais e ainda podem interferir na biodiversidade local.
Vá com calma
Durante um banho de floresta é totalmente proibido correr, andar muito rápido ou fazer qualquer outra atividade que exija muito do corpo. Durante as práticas esportivas o corpo todo responde aos estímulos de maneira diferente e se existe um esforço, consequentemente existirá algum tipo de estresse, que é justamente o que o banho de floresta quer evitar. Então, faça caminhadas lentas, não se preocupe com o tempo ou com a distância.
Foque nos detalhes e aguce os sentidos
Se o ideal é não se preocupar com nada externo ou com a performance, melhor ainda é focar 100% da sua atenção aos detalhes da natureza. Ouça profundamente os cantos dos pássaros, o som das folhas balançando. Sinta o cheiro da terra e das plantas. Observe os detalhes das folhas ou dos bichos. Enfim, aproveite totalmente as maravilhas que estão ao seu redor.
Faça várias paradas e aproveite para meditar
Passadas lentas são perfeitas para meditar. Faça várias paradas, respire fundo e pratique a contemplação. Afinal, esse é o melhor remédio que existe.
Rosalia Camargo Guarischi. Esse é um nome bastante comum nas premiações brasileiras de corrida de montanha. A carioca, que divide seu tempo entre o trabalho, a família e os treinos, é uma das principais atletas nacionais da modalidade. Após inúmeros desafios e corridas por diferentes cantos do Brasil e do mundo, ela se prepara para lançar o seu primeiro livro: “Pelas Trilhas”.
A publicação traz imagens, histórias e muitas dicas da própria atleta a partir de experiências vividas em seis provas de distâncias diferentes, com distâncias entre 50 e 100km. Além de ser fonte de inspiração, o “Pelas Trilhas” é também um bom manual para as pessoas que estão começando a se aventurar no mundo do Trail Run.
O histórico de Rosalia por si só já inspira. O esporte sempre fez parte da sua vida. Desde muito nova, ela já gostava de surfar, correr e, principalmente, de competir. Após de ter feito 6 provas consecutivas de Ironman, ela resolveu se aventurar em uma maratona de trilha. Depois deste evento, em 2010, ela não parou nunca mais.
Rosalia começou a correr provas de Trail Run em 2010. – Foto: Daniel Franco
Em menos de um ano, Rosalia já estava correndo a sua primeira ultra maratona de trail run. A rotina de mãe, atleta e arquiteta não assusta essa carioca, que se desdobra para conciliar os treinos com os horários de trabalho. Para ela, todos os momentos são boas oportunidades para, literalmente, correr mais um pouquinho.
O “Pelas Trilhas” é apenas mais uma ferramenta para Rosalia continuar inspirando outros atletas e apaixonados por esportes.
Noite de autógrafos e lançamento do “Pelas Trilhas”
Local: The North Face – Shopping Leblon
Rua Afranio de Melo Franco, 290 – Loja 311
Data: 04/10/2018
Horário: 19h
Entrada gratuita
Conquistar a primeira montanha de altitude é um marco na vida de qualquer pessoa. Esse é o tipo de missão que coloca a vida realmente à prova e qualquer detalhe pode ser fatal. Toda essa dificuldade deixa as expedições de alta montanha ainda mais emocionantes e cheias de adrenalina.
O Bernardo Fonseca já tinha vivido muitas aventuras, já escalou montanhas em diversos locais do mundo, correu em trilhas extremamente desafiadoras, mas foi no Manaslu que ele chegou ao seu primeiro cume acima dos 8.000 metros de altitude.
Confira o relato que ele nos mandou contando os detalhes dessa conquista:
“Saímos do Acampamento Base, subimos para o camp 1 com a intenção de, após passar uma noite, ir direto para o camp 3 (6.800m), pulando o 2 (6.400m). Nosso plano seria na sequência ir para o acampamento 4 (7200m) e à noite atacar o cume.
Mudamos a nossa estratégia após perceber que tinha muita neve acumulada e precisávamos aguardar para que ela se consolidasse. Por isso, seguimos para o camp 2, onde ficamos uma noite e depois, na sequência, camp 3.
Neste momento tudo mudou. O Arnold e o Max, que estavam liderando a expedição, entenderam que deveríamos subir para o cume o quanto antes, porque existiam muitos outros escaladores que iriam tentar a mesma janela de cume que o nosso grupo e isso iria gerar uma fila gigantesca nas cordas fixas. O que certamente iria atrapalhar muito a nossa progressão.
Eu fui indo no embalo do grupo, ainda sem a certeza se iria ao cume com eles, afinal, cheguei atrasado e não consegui fazer os ciclos de aclimatação como eles, mas, diferente do grupo, eu era o melhor preparado fisicamente.
Posso dizer que sou “cria” do Maximo, o que ele fala, eu simplesmente cumpro. Comigo dá super certo. Eu tenho a disciplina de atleta e sigo à risca suas orientações. Ele entende bem como funciona meu organismo e, com isso, conseguimos bons resultados.
Foi o que aconteceu neste último momento. Ele achou que eu deveria tentar ir ao cume na mesma janela da turma. Estava bem hidratado, comendo bem, oxigenação boa, enfim… eu me aclimatei super rápido, levando em consideração que cheguei dia 12 na montanha e iríamos ao cume no dia 24
Confio demais nele. E, assim foi… parti para o cume no mesmo dia do grupo, só que tivemos uma grande mudança. O grupo todo iria atacar o cume a partir do camp 3. Confesso que fiquei assustado porque era incomum e longe do cume. Mas, o que foi colocado no momento foi que, com isso, não sofreríamos o desgaste de dormir no camp 4 (7.200m) e, saindo no dia anterior ao previsto, não teríamos ninguém no alto da montanha, ou seja, não teríamos filas nas cordas fixas, ” no traffic jam”, como diz o Arnold.
O Manaslu é a 8a maior montanha do mundo. – Foto: Bernardo Fonseca/Arquivo Pessoal
Saímos às 19h30 da noite, eu estava um pouco assustado, pois o Maximo está com a costela quebrada e não estava conosco e o Arnold, que era o líder do grupo, também disse que não iria para o cume, pois preferia ficar no camp 3 para qualquer imprevisto.
Cada integrante do grupo tinha um sherpa como parceiro. O meu se chamava Chhangwa Sherpa, 32 anos, super forte e já havia feito o Manaslu uma vez. Pena que ele não falava inglês, então trocávamos poucas palavras.
Partimos na escuridão da montanha. Eu, particularmente, gosto de escalar à noite, porque o tempo “passa” rápido. Foquei em tentar encontrar um ritmo com o Chhangwa, mas os sherpas da região do Manaslu são muito acelerados. Eles dão 8 a 10 passos super rápidos e ficam parados respirando. Durante horas, fui tentando convencê-lo a termos um ritmo mais constante. Até que, depois de umas 4 horas de montanha, conseguimos e foi ótimo. Eu seguia seus passos, literalmente.
Bernardo e Chhangwa Sherpa no cume do Manaslu. – Foto: Bernardo Fonseca/Arquivo Pessoal
Ao chegarmos no camp 4, sem querer, já havíamos nos distanciado muito do grupo. Nós olhávamos para trás e ninguém sequer próximos. Por um lado, isso era bom, mas também corríamos o risco de, com qualquer imprevisto, não termos ninguém por perto.
Foi bem o que aconteceu. Ao avançarmos, após o acampamento 4, nos deparamos com um glaciar enorme e, na sequência, uma parede para subir. Chhangwa, no inglês complexo dele, virou e disse:
– “We are lost”, estamos perdidos, não sei o caminho. Só estive aqui uma vez e agora, à noite, no escuro, não consigo achar.
Como estávamos na frente e apenas alguns sherpas haviam passado pela montanha na noite anterior para colocar as cordas fixas, não tínhamos rastros para seguir. Isso, a 7400m de alt, me pareceu alarmante. Chamei o Arnold no rádio:
– Arnold, do you copy.
– Yes, Go ahead Bernardo.
– Two problems! My oxigen mask lost one part.
– Bernardo, try to fixed! Nothing to do.
– Ok, other point, we are lost!
– What?
– Yes, Chhangwa can’t find the track.
– Ok, no problem, ask to Karma sherpa to show the right track.
– Ok, but Karma sherpa is two hours behind us!
– So…. Wait for them.
Em resumo, ficamos esperando parados quase uma hora no frio congelante. Sem sair do lugar, tudo começa a congelar. Nenhuma luz tinha aparecido ainda em nosso campo de visão e decidimos explorar, tentando achar um caminho. Até que encontramos uma possibilidade e, após algumas tentativas, encontramos uma corda fixa. Ou seja, achamos o caminho.
Foto: Bernardo Fonseca/Arquivo Pessoal
Nesta hora, já tínhamos a visão do grupo que estava mais próximo. Continuamos firmes, começamos a ver o cume, ainda distante, posso dizer, mas, eu já tinha colocado na cabeça que estava dominado e iria conseguir.
Sofremos muito na sequência, porque a neve estava fofa, afundando até o joelho. Estava super difícil progredir, mas aos poucos fomos avançando. Sempre preocupado em me hidratar e me alimentar com o que dava. Fui movido a Exceed gel, que funciona muito bem comigo porque tem cafeína.
Nós saímos às 19h30 e chegamos ao cume do Manaslu quase às 5h. Ainda escuro estava escuro. Ficamos quase uma hora no cume, tentando fazer fotos, vídeos e, ao mesmo tempo, aguardando amanhecer. Foi um parto fazer fotos com o Chhangwa. Ele não se entendeu bem com o celular e a Go Pro não aguentou, congelou total. Eu deveria ter pensado em algum compartimento para mantê-la aquecida. Erro meu total.
Para fazer fotos, eu tirava a luva toda hora. Então, fiquei com a mão congelada e agora estou sem sensibilidade em todos os dedos da mão. Algo até normal nas montanhas mais altas, em uns 2 meses tudo volta ao normal.
O visual era deslumbrante! Bate aquela euforia do cume, mas sempre lembro do Max falando:
– Guarde energia, o cume é apenas metade do caminho.
Nós decidimos descer. Encontramos nosso grupo subindo e fiquei feliz que estavam todos lá. A Claudia e o Pedro principalmente, brasileiros firmes e fortes. Eles ainda tinham que vencer um trecho da montanha, acredito que estavam há uns 45 min do cume e começou e ventar bastante.
Nós nos falamos rapidamente e baixei super rápido. Agora eu só conseguia pensar em descer com segurança.
Chhangwa gostava de fazer tudo rápido, nos demos super bem, porque eu também gosto de acelerar. Descemos umas 20 encordadas “rapelando” no estilo sherpa, sem ATC, freio 8 nem nada, somente com um mosquetão na mão fazendo pressão para frear de leve.
Sofremos na descida porque não tínhamos uma gota de água. Respirar com o oxigênio deixa a boca bem seca e eu estava louco para beber algo.
Foto: Bernardo Fonseca/Arquivo Pessoal
Mas, enfim chegamos ao acampamento 3. Dei um forte abraço no Arnold, chamei o Max no rádio e comemoramos! Max disse:
– Parabéns, Bernardo! Para quem estava na montanha somente há 12 dias, você se saiu super bem!
Nem eu acreditava. Foi um desafio incrível, mas agora já estava com minha primeira montanha acima do 8.000m. Valeu cada segundo!
Fiquei super feliz que todos do grupo fizeram cume. Cada um com sua história, cada um com seu desafio, mas todos com a missão cumprida.
Aproveitei que estava ainda com energia e decidi descer até o base camp (4.900m) para encontrar com o Max, comer bem etc. A melhor coisa na montanha é baixar. Saí de 8.163m para 4.900m numa tacada só. Quando cheguei ao Base Camp alguns integrantes ainda não haviam chegado no acampamento 3, alguns tiveram dificuldade para descer, a energia vai embora e recuperar na altitude é bem complexo.
Ao final, cada um completou seu ciclo e todos estavam relativamente bem. Teremos pequenos consertos pelos próximos meses, mas com histórias incríveis para contar!
Chega ao fim este relato no blog. Espero ter conseguido dividir com todos um pouco do desafio. Obrigado à The North Face por sempre estar comigo em todos os meus piores momentos (rs) ou, prefiro dizer, nos momentos mais difíceis. Sou prova viva de que equipamento faz muita diferença. Obrigado à turma do Gente de Montanha, que consegue construir uma jornada incrível, cuidando de todos os detalhes com muito carinho.”
Chegar ao cume de uma alta montanha, ainda mais quando o topo está a mais de 8 mil metros de altitude, é realmente uma missão que exige muito preparo, cuidado e até mesmo uma dose de sorte. Além de estar apto física e tecnicamente, ainda é preciso torcer para o clima colaborar. Os brasileiros que estão no Manaslu sentiram isso na pele. Prestes a tentar a ascensão ao cume, eles se depararam com uma enorme nevasca que atrasou os planos e acrescentou uma dose extra de emoção e dificuldade à expedição.
Confira os últimos relatos enviados a nós por Bernardo Fonseca:
A tempestade de neve – Sábado (22/09)
Estamos totalmente estagnados no base camp. As barracas estão completamente soterradas pela neve que, como previsto, caiu cerca de 50cm do lado de fora da barraca, tornando impossível fazermos qualquer coisa.
Todos estão nervosos e tensos com a situação, mas montanha é isso. Os planos mudam o tempo todo.
Nós havíamos planejado iniciar o nosso ataque ao cume dia 22, mas pelo visto, já passou para dia 23. Em adicional, tínhamos previsto ir do acampamento 1 direto para o 3, mas pelo jeito, iremos do camp 1 para o camp 2 para aguardar até que a neve seja compactada.
Foto: Bernardo Fonseca/Arquivo Pessoal
Soube que dois espanhóis já foram embora. Outras expedições estão se reunindo para planejar e buscar as melhores saídas.
O lado positivo é que a nossa equipe é a única que está com equipamentos no acampamento 3, as outras ainda precisam fazer esse transporte.
Soubemos que ontem os sherpas conseguiram colocar as cordas fixas até o 8000m, mas também soubemos que o grupo ficou completamente perdido. Eles passaram pelo que chamamos de white out, em que não se consegue enxergar 5 metros à frente. Um tempo depois eles se acharam e estão descendo.
Estamos checando o forescat o tempo todo.
Obrigado a todos pela torcida. Pode não parecer, mas ficar parado cansa demais.
Foto: Bernardo Fonseca/Arquivo Pessoal
O início da missão “cume” – Domingo (23/09)
Não temos saída. Ou vamos agora ou perdemos a janela.
Os últimos dias foram bombardeados por uma nevasca intensa. Soubemos pelos sherpas que os acampamentos 1 e 2 estão com tendas completamente submersas pela neve. Consequentemente, com o peso da neve, elas colapsaram e quebraram.
Nós havíamos previsto sair do camp 1, pular o 2 e ir direto para o acampamento 3. Mas, devido às condições da neve que, não está compactada, precisamos parar no acampamento 2. Vamos seguir o básico: 1,2,3,4 e cume.
O clima está tenso aqui. O Maximo infelizmente mal consegue andar devido à sua costela quebrada na avalanche. Estou bem triste por isso, afinal eu vim por ele, e não estaremos juntos.
O Pedro e a Claudia estão bem. Tensos pelo clima, mas confiantes na subida. Aqui, nos 4.900 metros, todos estão fortes e bem aclimatados. A saturação está ótima, com coração bom também!
Foto: Bernardo Fonseca/Arquivo Pessoal
Eu, particularmente, estou bem tranquilo, apenas preocupado em não estar com Maximo ao lado para lembrar dos pequenos detalhes. Mas, 8.000 é isso mesmo, precisamos ser independentes. Os detalhes fazem a diferença entre a vida e a morte aqui.
Foto: Bernardo Fonseca/Arquivo Pessoal
A previsão de cume é para dia 26 ou 27, vai depender se iremos ao cume direto do camp 3 ou passaremos pelo acampamento 4! Sabemos que quanto mais tempo na altitude, pior é. Por isso, gostaríamos de atacar direto do 3, mas é um longo caminho. São 8 horas com pouca água, pouca comida e uma falta de ar que precisa ser gerenciada.
Conto com a energia positiva de todos que estão nos acompanhando. Espero voltar para contar mais detalhes de toda essa experiência.
Forte abraço a todos.
Foto: Bernardo Fonseca/Arquivo Pessoal
Com o expertise de 8 anos de realização de filmes de montanha no México, o Freeman Film Festival desemberca no Brasil. Exibindo as principais produções de documentários de cultura de montanha em cinemas de rua, o festival tem o claro objetivo de preencher uma lacuna existente na cidade de São Paulo.
Na sua estréia no Brasil, Freeman Film Festival apresenta o mais premiado filme da temporada 2017/2018 “Dirtbag – A lenda de Fred Beckey” junto com três produções brasileiras. O evento está marcado para acontecer no dia 27 de setembro às 20h, no Cinesala (Rua Fradique Coutinho, 361 – Pinheiros, São Paulo – SP). Procurando apostar em um espírito mais saudosista dos cinemas de rua, o festival não terá lugares marcados, nem área VIP. Quem garantir os ingressos e chegar antecipadamente pode escolher o melhor lugar para sentar.
Desde o início da venda dos ingressos (que podem ser adquiridos aqui) a procura tem sido grande. Segundo os organizadores, 3/4 dos ingressos já foram vendidos. Os organizadores também anunciaram que possuem uma supresa a todos, que é o anúncio de um outro filme, aguardado com muita expectativa pela comunidade de montanhismo. O filme, segundo os organizadores, está estreando mundialmente e será exibido em duas cidades do Brasil.
Mulheres são montanhas é um filme brasileiro, dirigido por Renata Calmon. – Foto: Reprodução.
Programação:
“Dirtbag – A história de Fred Beckey”:Documentário sobre lendário escalador americano Fred Beckey, que dedicou toda a sua vida ao esporte, abdicando de todo conforto e convenções da sociedade. O filme foi amplamente premiado, tanto por juri quanto por público, em todos os festivais que participou: Banff Mountain Festival, Kendal Mountain Film, EXO, NAFF, Bansko Mountain Film, Bilbao Mendi Film Festival, entre muitos outros. A produção é a mais aguardada pela comunidade outdoor para o ano de 2018.
“Uma aventura como ela é”: As influências dos esportes e das atividades na natureza na vida de um jovem casal de brasileiros. Recém casados, seguem para a França na lua de mel, mas nada de ir para Paris. A road trip é regada a desafios e o cenário é o centro-sul da França.,
Um filme de aventura de Sua Casa é o Mundo,
Editado e dirigido por Edinho Ramon
Produzido por Bia Carvalho
Com imagens de ambos e de Gustavo Ferragut e Thais Cavichioli
Trilha Original de Vitor Budoia e contrabaixo de Dudu Dias
“Bonete – A conquista Brasileira”: Documentário sobre expedição brasileira que pela primeira vez conquistou o cume do Bonete Chico (6.759 m -La Rioja, Argentina), é a quarta mais alta do continente americano, depois do Aconcágua, Ojos del Salado e Monte Pissis. Foi a a última das 10 montanhas mais altas dos Andes a ser escalada.
Isolamento e as dificuldades impostas pelo clima da Puna do Atamaca, fizeram que o Bonete Chico fosse conquistado somente no ano de 1971 por uma expedição argentina.Mais do que um filme, é um documento histórico sobre o montanhismo brasileiro.
Um filme de: Paula Kapp
“Mulheres são Montanhas”:é um curta documental que retrata o cotidiano das escaladoras Mônica Filipini e Danielle Pinto. É uma janela para a vida delas na pacata cidade de São bento do Sapucaí, no interior de São Paulo, lidando com a maternidade, as atividades domésticas, e, curtindo a grande paixão delas: as montanhas. Com lirismo, esse filme dá visibilidade à escalada tradicional feminina brasileira (um esporte tradicionalmente masculino no país), e investiga as motivações dessas duas mulheres a se arriscarem escalando montanhas.
Um filme de Renata Calmon
Nós nunca cansamos de dizer que é impossível ir para a montanha, experimentar os prazeres da vida ao ar livre e voltar igual. A curitibana Luísa Mazarotto foi uma dessas pessoas “contaminadas pelo vírus da montanha”. Após passar a infância fugindo dos esportes, tudo mudou quando em um dia aleatório, quando os amigos a convidaram para uma trilha. Foi necessário apenas um dia para que tudo se transformasse.
Ela superou o medo, descobriu novas paixões, aprimorou talentos e hoje não vive sem uma boa dose de aventura e, é claro, montanha! O melhor é que todas essas vivências são transformadas em arte.
Confira abaixo essa história inspiradora:
O primeiro contato com a montanha
É impossível falar em inspiração sem pensar, primeiro, nas razões pelas quais subo (e desenho) montanhas. Durante toda a minha infância e parte da adolescência fui muito retraída, me sentia fraca e incapaz. Não me sentia apta a praticar esportes de nenhuma natureza e, na escola, fugia das aulas de educação física. Isso trouxe um efeito colateral: o sedentarismo.
Moro em Curitiba, uma cidade cercada por montanhas que eu só via pela janela do carro quando descia para o litoral. Eu era incapaz de apontá-las e dizer seus nomes ou sequer reconhecer sua importância. Um dia, a convite de alguns amigos, depois de alguma resistência, fui conhecer o Morro do Canal, uma pequena montanha nos arredores da cidade, e o que era para ser um passeio simples trouxe à tona outros medos, entre eles o medo de altura. Sem preparo, técnica, equipamentos apropriados e com muito medo, cheguei com dificuldade ao cume.
E o que era para ter se tornado uma experiência traumática se transformou em um desafio. Prometi voltar em melhores condições e, tempos depois, cumpri a promessa. E fui além.
Foto: Luisa Mazarotto/Arquivo Pessoal
Os primeiros rabiscos
Minha relação com o desenho vem da minha adolescência, quando comecei os primeiros experimentos de forma autodidata. Busquei formação na área e, em 2014, ingressei na Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Foi lá que descobri que havia sido “contaminada” pelas montanhas, que retratei usando várias técnicas diferentes.
No final de 2015, quando estava arrumando as malas para minha primeira viagem para a Patagônia Argentina, um amigo e respeitado escalador pediu para que eu desenhasse o Fitz Roy pessoalmente.
Foto: Luisa Mazarotto/Arquivo Pessoal
Os materiais mais fáceis de se carregar em uma mochila lotada de equipamentos, roupas e comida eram canetas nankin e um sketchbook. Foi então que em El Chaltén fiz o trabalho que deu início ao estilo que carrego até hoje. A situação foi a melhor possível: estava em uma barraca no camping Poincenot, longe da cidade, rodeada de montanhistas do mundo todo e com a melhor vista possível do maciço do Fitz Roy.
Fitz Roy por Luisa Mazarotto. – Foto: Arquivo Pessoal
A transformação pela montanha
Da menina que se sentia fraca e com medo, nada sobrou. Das caminhadas, segui para a escalada em rocha, grandes travessias de ataque e recentemente, para o trail running/sky running.
Aí talvez, sem medo de errar, dá para dizer que a inspiração vem exatamente delas, das montanhas, que me mostraram, ao mesmo tempo, minhas fraquezas e minha capacidade de superá-las. Foram elas que me ensinaram a ir em frente, de forma responsável, ética e pura.
Acredito que cada montanha que retrato carrega um pouco dessa trajetória. Muitas delas eram um sonho, um objetivo a ser conquistado. Hoje são memórias.
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Estar na montanha é estar sob pressão o tempo todo. É preciso estar atento, torcer para o clima cooperar, passar frio, sentir dor e ainda ter que conviver com as mesmas pessoas por vários dias, lembrando que elas também estão sob essa mesma pressão. No fim das contas, o que se sabe é que na montanha todos os dias reservam desafios diferentes.
Os brasileiros que estão na expedição Manaslu estão sentindo isso na pele e também já viram casos de outros montanhistas que não aguentaram a pressão e acabaram perdendo a cabeça. No relato mais recente de Bernardo Fonseca ele conta um episódio de briga na montanha e também fala sobre o cronograma da equipe para tentar chegar ao cume da 8ª montanha mais alta do mundo.
Brasileiros e estrangeiros no acampamento base do Manaslu. – Foto: Bernardo Fonseca
Confira o depoimento na íntegra:
“Cada dia por aqui é um aprendizado e ao mesmo tempo um monte de dúvidas! Nesta expedição, paciência tem sido um ingrediente constante na nossa rotina. Na minha, em especial, mesmo antes de chegar na montanha, lá em Katmandu, tive que me concentrar para não perder o foco, afinal foram sete dias de atraso em função da queda do helicóptero e do mau tempo.
Aqui na montanha estamos vivendo surpresas diariamente, mesmos parados no Acampamento Base, muita coisa acontece! Ontem, por incrível que pareça, aconteceu uma briga de 2 chineses em pleno acampamento 2, a 6.400 metros de altitude. Soubemos pelo rádio que um deles teve o peito atingido pelo crampon e poderia estar com pulmão perfurado. Ficamos de sobreaviso para ajudar, pois a expedição chinesa não tinha médico. Apesar da nossa também não ter, tínhamos mais conhecimentos e o Maximo Kausch estava com seu mega kit de primeiros socorros para auxiliar.
Os brasileiros ajudaram a socorrer o chinês acidentado. – Foto: Bernardo Fonseca/Arquivo Pessoal
Quando o alpinista chegou, tratamos a ferida, limpamos e bloqueamos para que ele pudesse ir ao hospital em Katmandu via helicóptero no dia seguinte. O medo era de que ele tivesse uma infecção ali, o que era praticamente certo. Então, tinha que tomar antibiótico o quanto antes.
Logo no primeiro horário de hoje, o helicóptero veio e levou o chinês. Em paralelo, uma briga na montanha é algo inadmissível. O agressor ainda se encontra no acampamento 2, mas o que escutamos por aqui é de que ele será preso assim que chegar ao base camp.
Ciclone à vista
Fato é que a montanha é quem manda. Sempre! Nosso forecast avisou que está vindo um ciclone da Índia. Nós não sabemos a que distância ele passará por nós, mas isso influenciará diretamente na quantidade de neve que será depositada no nosso caminho. A pior previsão diz que nesta sexta-feira (21) teremos 75cm de neve e a melhor diz 25cm. Tínhamos previsto fazer uma rotação, chegar a 6.800m e voltar para o base camp, mas com essa previsão de mau tempo, não tínhamos como subir e voltar antes da tempestade. Ou seja, teremos que, mais uma vez, exercer a paciência, ficar no base camp e aguardar passar. O fato positivo é que nossa equipe é a única que já está com equipamentos, oxigênio etc no campo 3.
Pelo cenário que está se desenhando, devemos tentar começar nosso ataque ao cume no dia 22 ou 23. Seguindo, acampamento 1, uma noite. Dia seguinte direto para o campo 3 a 6.800m, dormir uma noite e na sequência partir para o acampamento 4 e cume. Pelo cronograma, a chegada ao cume está prevista para o dia 25! O Arnold comentou que após o dia 27 ou 28, sempre chegam os jet streams, ventos fortíssimos e fim de temporada, aí a montanha não deixa mais subir. Logicamente sempre podem existir janelas, mas não queremos contar com isso.
Todos da equipe estão bem. Alguns fizeram 3 rotações, outros fizeram 2 e eu fiz uma, mas estou confiante na estratégia. Eu estou contando com a minha pré-temporada no Peru para me ajudar nessa missão. Foco! Viver sem risco é triunfar sem glória!”
O grupo brasileiro está esperando condições climáticas adequadas para tentar o ataque ao cume. – Foto: Bernardo Fonseca/Arquivo Pessoal
O XTerra Estrada Real de 2018 já está aí. Nos próximos dias 29 e 30 de setembro, o evento reunirá, em Tiradentes, Minas Gerais, cerca de 5 mil participantes competindo em provas desafiadoras e divertidas. As inscrições ainda estão abertas e podem ser feitas aqui.
Nessa etapa, a modalidade de Trail Run traz duas novidades, além do famoso XTerra Endurance 50k e da Night Run 10,5km. A Trail Run 21,5km tem horário de largada marcado para as 15h, diferente de 2017, em que os corredores se desafiaram na noite mineira. A outra novidade é a nova prova de Trail Run diurna com uma distância menor, de 8,5km, perfeita para aqueles que querem começar a se aventurar na montanha.
Essa etapa contará com o famoso Endurance 50K Night Run. – Foto: Divulgação
“Colocamos mais uma prova de Trail Run diurna com uma distância menor e não tão desafiadora, mas nem por isso ela ficou menos divertida! Os corredores que toparem a aventura vão encontrar um percurso repleto de elevação equilibrada em que o maior ganho de inclinação fica próximo ao km 4. Os atletas vão encontrar ponto de hidratação e apoio médico pelo caminho, além de uma sinalização bem clara durante todos os 8,5km. Não tem erro, é adrenalina pura!”, descreve Bruno Vicente, diretor técnico de percurso do XTerra.
As crianças também podem participar do XTerra. – Foto: Divulgação
Mas o XTerra Estrada Real, que é apresentado pelo SESI, não é composto apenas pelas corridas. O XTerra Duathlon, o MTB Cup Sport e MTB Cup Pro e a corrida Kids, especial para a criançada, também irão parar o fim de semana em Minas Gerais.
Nesta edição o XTerra conta com novas modalidades e distâncias também para iniciantes. – Foto: Divulgação
Se você já fez uma busca por produtos impermeáveis, certamente já se deparou com esses dois nomes: Gore-Tex e DryVent. Ambas são tecnologias que proporcionam impermeabilidade e garantem também proteção contra os ventos. Em roupas, calçados e acessórios desenvolvidos para atividades outdoor essas são algumas das tecnologias mais comuns e também mais importantes.
Nós separamos características de cada uma dessas tecnologias para que você entenda como elas funcionam e decida qual combina mais com a sua necessidade.
Uma rápida contextualização
Gore-Tex é uma tecnologia desenvolvida no final da década de 60 por Wilbert L. Gore e seu filho Robert W. Gore, fruto de um experimento acidental. A dupla trabalhava com um material chamado de politetrafluoretileno (PTFE) e durante um teste, ao invés de trabalhar a matéria prima lentamente com hastes aquecidas, eles simplesmente aplicaram uma enorme força acelerada para esticá-lo. O resultado foi uma estrutura que expandia em 800%, tão microporosa que chega a ter 70% de ar. Foram necessários muitos testes de aplicação, frustrações e polêmicas, para que dez anos após a descoberta, a tecnologia (politetrafluoretileno expandido – ePTFE) fosse patenteada com o nome Gore-Tex. Hoje essa é uma das tecnologias de impermeabilidade mais usadas entre diversas marcas no mundo outdoor.
A tecnologia DryVent, que também já foi conhecida como HyVent, foi desenvolvida por nós mesmos após muitos experimentos e com a aprovação dos nossos atletas, que se aventuram pelos lugares mais extremos e inóspitos do planeta. Ela é exclusiva The North Face e aplicada nas mais diversas peças de vestuário. Apesar das funções semelhantes ao Gore-Tex, a matéria-prima usada aqui é diferente: poliuretano (PU).
Enquanto a Gore-Tex também é aplicada em calçados, quando falamos de tecnologias exclusivas The North Face, nós temos a DryVent para roupas e HydroSel para calçados. Mas, para não estender tanto o assunto, vamos deixar essa outra tecnologia para um post diferente.
Como elas funcionam?
Ambas as tecnologias foram desenvolvidas para garantir 3 coisas: impermeabilidade, respirabilidade e proteção contra os ventos. Para que isso seja possível, as membranas precisam garantir que a água não ultrapasse o tecido, mas que o suor possa sair, deixando a pele respirar e garantindo o conforto durante as atividades físicas.
Isso só acontece porque as membranas são altamente porosas. A Gore-Tex, por exemplo, tem 9 bilhões de poros a cada 2,5 cm2. Cada um desses micro espaços é 20 mil vezes menor do que um pingo de água. Assim, as gotas da chuva não conseguem ultrapassar o tecido. No entanto, como o vapor de água é 700 vezes menor do que o tamanho dos poros, ele consegue passar entre as camadas e evaporar, para que o corpo fique sempre seco. Para que a eficiência seja ainda maior, é muito comum que os produtos feitos com tecnologia Gore-Tex ou DryVent também tenham acabamento com outra tecnologia, chamada de DWR (Durable Water Repellent), que repele a água.
Jaquetas impermeáveis são úteis em qualquer aventura. – Foto: Tim Kemple.
Quanto protege e em quais situações usar?
Independente da tecnologia aplicada, os produtos impermeáveis proporcionam diferentes níveis de proteção. Essa capacidade é medida em “colunas d’água” e varia de acordo com a quantidade de camadas que a membrana impermeável possui. Isso também define a respirabilidade do produto.
Na tecnologia DryVent, por exemplo, existem três tipos diferentes de camadas:
2L –> Duas camadas, indicada para os mais diversos produtos para o dia a dia ou para atividades outdoor de baixo impacto.
2.5L –> Duas camadas e meia, é ainda mais resistente e respirável, indicada para atividades mais técnicas ou intensas, que farão o corpo transpirar mais.
3L –> Três camadas, ideal para atividades de alta performance e também para situações extremas.
PackLite –> Leve e respirável, perfeita para o dia-a-dia.
Pro –> Resistente e muito respirável. Essa categoria é muito indicada para peças usadas em trekkings e hikings.
Active –> Altamente eficiente, respirável e com alto grau de impermeabilidade, pode ser usada em esportes intensos.
Pro Shell –> É o modelo de membrana Gore-Tex mais resistente, tanto em termos de impermeabilidade com em abrasão. Por isso, é bastante usada em calçados, luvas e outras roupas e acessórios usados em situações extremas.
Qual escolher?
Não existe uma tecnologia melhor do que a outra. Gore-Texe DryVenttêm funções muito parecidas e seus diferenciais são justamente o que pode lhe fazer optar por uma ou outra. Por ser feita em politetrafluoretileno expandido – ePTFE, o Gore-Tex tende a ser um pouco mais pesado. Mas, seu diferencial é a durabilidade. Já o DryVent pode ser extremamente leve e prático para o dia a dia.
Em ambos os casos, a capacidade de proteção vai variar de acordo com o tipo de membrana utilizado nos produtos. Portanto, antes de escolher a sua, veja quais são as indicações de uso e diferenciais de cada uma delas.
Os últimos 3 dias foram super intensos. Eu embalei com o grupo, saí do acampamento base a 4.900 metros de altitude e subi para o acampamento 1, 5800m. Nós saímos bem cedo, pois o trekking era longo e não queríamos pegar o sol no glaciar, porque sabíamos que seria um forno e realmente foi, pegamos 45 graus quando sol saiu. Meu grupo já havia feito duas incursões até o base camp 1. Então, a turma toda já estava aclimatada e conhecia o trajeto, exceto eu.
Chegando ao acampamento 1, meu corpo reagiu bem, mantive os batimentos cardíacos baixos e com boa saturação de oxigênio, em torno de 80%. Dormimos e no dia seguinte fomos para o acampamento 2, a 6.400 metros de altitude. Estava indo muito bem para quem havia chegado na montanha há somente 4 dias e saindo do zero para 6.400 metros.
A altitude já fazia seus efeitos, e eu me sentia com o dobro do meu peso. À noite checamos os sinais e estava com uma saturação bem baixa, cerca de 58%. O meu guia, Maximo Kausch ficou preocupado, pois apesar do batimento cardíaco estar baixo (imaginamos que seja pela minha condição de atleta), uma saturação como essa normalmente já é motivo para entubar o paciente. Tomei, então, um remédio chamado sidanifila, que previne a embolia pulmonar. Nós acordamos no dia seguinte e já havia uma melhora, passando para 63%, mas o correto era descer para o base camp para comer bem e me recuperar.
Estou agora escrevendo a 4.900 metros, feliz da vida com essa altitude. Com isso, automaticamente a minha saturação de oxigênio já subiu para 85%. Ufa! Estou firme e forte. Parte do time, a Claudia, o Max e o Pedro ficaram no acampamento 2 para aclimatar.
Amanhã o grupo também volta para o campo case continuando o ciclo de aclimatação!
O Manaslu é a 8a maior montanha do mundo. – Foto: Bernardo Fonseca/Arquivo Pessoal
Mais imprevistos
Avalanches aqui são muito comuns, mas sempre em áreas onde procuramos passar rápido ou não passar. A última grande tragédia aqui foi em 2013, que matou 13 pessoas. Na ocasião, uma grande avalanche iniciou próxima ao acampamento 3 e foi lavando tudo pela frente.
Hoje tomamos um mega susto. Escutamos pelo rádio que havia acontecido um acidente práximo ao camp 3, a cerca de 6.700 metros e que o Maximo estaria envolvido. Ele havia ido junto com os sherpas para deixar oxigênio por lá. O grupo, que contava com 6 sherpas e o Maximo, saiu do acampamento 2, a 6400m, para o 3, a 6.800m, quando uma placa de 30m x 30m com o Maximo e outro Sherpa, chamado Migma, se soltou com os 2 em cima. Ambos ficaram com metade do corpo soterrado. Maximo quebrou uma costela e o Sherpa Migma machucou o pé. Ambos ficarão alguns dias se recuperando no base camp.
Mais uma vez, Manaslu está mostrando sua força. Não existe nenhuma montanha acima de 8.000 metros de altitude que seja fácil.
O inverno no sul está acabando e já começa a contagem regressiva para a temporada de neve no Hemisfério Norte. A cidade norte-americana de Park City, em Utah, já está se preparando para receber turistas do mundo inteiro. Para isso, a região recebeu novas estruturas e atrações.
Se você nunca ouviu falar em Park City é lá que estão dois grandes resorts de Ski, o Park City Mountain Resort e Deer Valley Resort. Este é o destino de montanha de mais fácil acesso na América do Norte, localizado a apenas 35 minutos do aeroporto de Salt Lake City, no estado de Utah.
O Park City Mountain Resort
Detentor da maior área esquiável dos Estados Unidos, com mais de 2.954 hectares, o Park City Mountain Resort terá suas portas abertas de 21 de novembro a 7 de abril. São 41 meios de elevação e 348 pistas, sendo 50% delas destinadas aos experts no esporte, 42% para aqueles em nível intermediário e 8% dedicadas aos iniciantes. Para essa temporada, a estação promete remodelar alguns de seus restaurantes e seu meio de elevação High Meadow, como parte do projeto de criação da área familiar, dedicada a iniciantes, crianças e famílias. Para garantir a superfície de neve ideal, serão adicionadas máquinas de fabricação de neve artificial, o que permitirá que ele seja aberto mais cedo durante a temporada.
Park City tem atrações para toda a família. – Foto: Divulgação
Além disso, o Park City Mountain Resort fará mudanças em sua estrutura de acomodação e alimentação, como o aumento de mais de 60% da capacidade do restaurante Cloud Dine, um dos mais populares, e a reforma completa do icônico Mid-Mountain Lodge, a fim de criar uma atmosfera que ofereça uma experiência única na montanha, combinando requinte e conforto.
O Deer Valey Resort
Já o Deer Valley Resort, destinado exclusivamente a esquiadores e que conta com 820 hectares esquiáveis, 101 pistas e 21 meios de elevação, terá sua temporada de 8 de dezembro a 7 abril. A novidade é que a estação passou a integrar o IKON Pass, passe que permite que o usuário visite 35 destinos de neve – na América do Norte, Ásia e Austrália – por um preço especial, mais em conta do que o original.
Park City é o destino de montanha de mais fácil acesso na América do Norte. – Foto: Divulgação
As atrações especiais
Os visitantes da cidade de Park City também encontrarão diversos eventos e atrações. Um deles é o Campeonato Mundial de Snowboard, Freestyle e Freeski, organizado pela Federação Internacional de Esqui (FIS), entre os dias 1º e 10 de fevereiro. Detalhes e programação já estão disponíveis no sitedo evento.
Outra novidade é o tour de tirolesa do Parque Olímpico de Utah, com sete paradas e criado especialmente para os que buscam fortes emoções. A quase 50 metros de altura, os corajosos vão cruzar uma área de vistas espetaculares em uma velocidade de mais de 60 km/h.
Ainda durante a temporada de inverno, entre os dias de 24 de janeiro e 3 de fevereiro, acontecerá o Sundance Film Festival, maior e mais importante evento de cinema independente dos Estados Unidos, que une celebridades, cineastas, produtores e cinéfilos, e proporciona uma movimentação única de pré-estreias, tapetes vermelhos, festas e painéis de discussão.
A cidade é repleta de opções para o lazer, cultura e gastronomia. – Foto: Divulgação
Para completar, há mais de 100 opções de hospedagem para todos os gostos e bolsos, mais de 150 restaurantes e bares de diversas especialidades e duas destilarias. E para renovar as energias após tantas atividades também há muitos SPAs, que oferecem as mais variadas modalidades de tratamentos, massagens e aulas de ioga.
Elevação no Park City Mountain Resort. – Foto: Divulgação
Após muitas emoções, acidente de helicóptero e tempo ruim, finalmente o Bernardo Fonseca conseguiu voar para se encontrar com os outros brasileiros já no acampamento base do Manaslu.
Na última sexta-feira (14), ele conseguiu uma janela para voar de helicóptero e finalmente se juntou ao restante da equipe. Veja abaixo o relato dele:
“Finalmente conseguimos uma janela de tempo boa e vim de helicóptero para o Base Camp. Foi somente uma manhã e depois o tempo fechou completamente novamente. Minha equipe já estava aqui há 9 dias e já haviam feito o primeiro ciclo de aclimatação.
Estou me sentindo super bem. Saturação de oxigênio em 90%, coração bem baixo também. Hoje estou indo ao Camp 2, mas volto para dormir no Camp 1, a 5.800m de altura.
O Manaslu é a 8a maior montanha do mundo. – Foto: Bernardo Fonseca/Arquivo Pessoal
O Máximo Kausch ainda está avaliando qual será a minha estratégia de cume, já que não consegui fazer o primeiro ciclo junto com a turma.
A montanha é linda. Acontecem avalanches o dia inteiro, no começo eu ficava admirando, agora, ficou algo bem corriqueiro por aqui. Estou animado, feliz em estar na montanha. Ao mesmo tempo, quando olho para a montanha, me pergunto como que se consegue subir algo tão grande e imponente. Definitivamente, Manaslu é muito mais bonito do que eu imaginava!”
Relembre os dois primeiros capítulos dessa história: