É muito comum ouvir de pais e mães a frase: “Ah, a vida muda muito depois dos filhos”. Não tem como negar. Realmente, depois dos filhos tudo fica diferente. Mas, isso não quer dizer que seja necessário parar a vida ou deixar de desbravar esse mundão. Pelo contrário, nós já contamos histórias de famílias que passaram a se aventurar ainda mais depois que os filhos nasceram (relembre aqui o depoimento da Família Rosinato. Eles se aventuram de carro desde que a filha nasceu!). Também existem as pessoas que, por conta do trabalho, não conseguem levar os filhos em todas as aventuras, como é o caso da Flavia Vitorino, repórter de viagens na Go Outside. Mas, que nem por isso deixam de se aventurar e de inspirar os filhotes a seguirem pelo mesmo caminho.
Ela nos contou como é conciliar a maternidade com essa vida corrida de quem, literalmente, vive na estrada:
“Eu sempre tive muito medo da minha ausência (por conta das viagens) com as minhas filhas. Sempre tive medo do que essa ausência ia causar nelas, por questão de segurança e tudo o mais. E eu fui percebendo que, conforme elas foram crescendo, elas foram entendendo que eu ia e voltava. E elas começaram a me ver como essa pessoa, além de mãe. Tanto que elas falam que a minha profissão é ser aventureira.
O que me move muito é o orgulho delas, toda vez que eu vou viajar hoje em dia, elas me estimulam, me ligam pedindo fotos e vídeos e elas falam na escola: ‘Ah, a minha mãe é aventureira. Ela desceu a cachoeira remando, subiu um vulcão, ela fez uma trilha de mountain bike’. Elas levam as fotos na escola. Então, pra mim, cada viagem é um estímulo para eu trazer história para contar.
Assim, o meu medo da ausência foi substituído por esse estímulo de trazer histórias para elas. Eu sempre falei para as minhas filhas que quando eu ficar velhinha eu quero ter histórias para contar. E elas amam isso! Elas amam as minhas histórias de aventura.
Agora, sempre que eu vou fazer uma viagem, eu tenho o desafio de fazer uma coisa incrível, de vencer algum desafio pra que eu possa trazer essa história para casa, contar pra elas e que elas tenham orgulho e queira contar para as amiguinhas.”