Inspiração

Viver uma grande aventura pode ser um divisor de águas na vida de qualquer pessoa, especialmente para uma mulher. Infelizmente, por diversos motivos, que vão desde planejamento financeiro até a própria família, muitas mulheres acabam deixando isso de lado e passam boa parte da vida no automático, apenas vislumbrando sonhos que poderiam se realizar, mas continuam na gaveta. Este não é o caso da catarinense Gabriela Facchini Lee (@dra.gabrielalee). Ela decidiu que sua paixão pelo mundo outdoor seria uma de suas prioridades e, nem carreira, família ou falta de companhia a impediriam de viver seus sonhos.

Fitz Roy, na Argentina. |Foto: Gabriela Lee / Arquivo Pessoal

A primeira experiência “solo” de Gabriela foi muito mais do que uma viagem, começou numa mudança, quando ela saiu de Santa Catarina para morar em São Paulo. Chegar em uma cidade nova já é um desafio, encontrar pessoas que gostem de fazer trilhas morando em uma megalópole é ainda mais difícil. Como ela ainda não tinha amigos que compartilhavam do mesmo gosto pelas aventuras, ela foi atrás sozinha.

Durante as buscas, a catarinense encontrou um grupo que havia programado uma trilha ao Morro do Saboo, em São Roque. Gabriela não se intimidou por ir sozinha, fez as malas e foi. Ela chegou lá sozinha, mas saiu com muitos amigos. “Sem conhecer ninguém acabei fazendo uma trilha em que me superei e fiz amizades que tenho até hoje! Foi um sentimento de autossuficiência e autorrealização muito grande. Desde então, me reúno com esses amigos 1 vez ao mês para alguma atividade outdoor”, relembra.

Trilha do Morro do Saboo, em São Roque. | Foto: Gabriela Lee / Arquivo Pessoal

Essa não foi a única experiência dessa catarinense em viagens sozinhas. Mas, quando pensa sobre esse assunto, principalmente quando indagada sobre as mulheres que fazem isso, ela se depara com questionamentos ainda maiores e muito importantes: muitas mulheres não são totalmente realizadas com o rumo que a vida tomou.

“Certas questões sempre me colocaram em ‘alerta’ e me fizeram refletir: uma série de mulheres que conheço tem uma infelicidade muito grande no rumo que suas vidas tomaram. Não sei se por decisão própria ou pela FALTA de decisão. Muitas ‘culpam’ inclusive o fato de terem filhos e constituir família como se fossem eles que vetassem seus sonhos individuais. Sabemos que isso pode ser diferente, vemos exemplos de tantas mães que conseguiram unir maternidade e realizar seus sonhos como indivíduos ‘individuais’, digamos assim, que somos.

Pedra do Baú, em São Bento do Sapucaí – SP. | Foto: Gabriela Lee / Arquivo Pessoal

Uma questão complexa que não sei se às vezes o que falta é coragem e poder de decisão, poder de dizer NÃO para algumas coisas. Enfim… quando ‘briguei’ com uma série de questões e fui teimosa sobre o estilo de vida que queria ter e, principalmente, quando consigo realizar um sonho legal: de uma viagem, de uma aventura… felizmente espero que tenha mais admiração e inspiração. Queria deixar bem claro pra essas mulheres que elas PODEM ser donas da sua própria história.

Desejo que todas as mulheres possam viver o êxtase e a glória de uma aventura como eu escolhi viver. Que tenham o discernimento de entender sobre o poder de decisão da própria vida.

Que entendam que felicidade não se terceiriza e que precisamos nos bastar, pois, não é egoísmo que nossos sonhos que são tão NOSSOS possam ser realizados. A vida é curta para viver ‘nos bastidores’ ou na sombra de alguém. Seja dona da sua própria história!” – Gabriela Facchini Lee

El Chaltén, na Argentina. | Foto: Gabriela Lee / Arquivo Pessoal

Escrito por

Thaís Teisen

Jornalista, formada pela FIAM-FAAM, com especialização em Mídias Digitais pela Universidade Metodista de São Paulo. É apaixonada por esportes, natureza, música e faz parte do time The North Face de Conteúdo Digital.