Sentimos que o tempo tem passado de uma forma diferente nesse período de isolamento social. Às vezes parece estar passando rápido demais e, quando vamos ver, já passou muito tempo que estamos nessa situação. Outros dias parece que o tempo não passa, que as coisas não mudam com o tempo e sentimos falta da aventura, mas a verdade é que a aventura nunca termina.
Desde o nosso último post aqui, o Ale foi mais uma vez fazer backcountry ski. Estava um dia lindo de sol e ele foi com dois amigos para o Cerro Frias, uma montanha aqui em El Calafate. Foram mais de 4 horas de subida, com vista para o lago, a lua e as montanhas. No cume do Cerro Frias, dava para ver de um lado Torres del Paine e do outro o Fitz Roy.
Só tinha um probleminha, eles subiram até o cume da montanha para descer esquiando, mas a condição de neve estava muito ruim. Deu para fazer uma primeira descida de esqui, mas depois disso era muito mais gelo do que neve. A descida do Cerro Frias foi mais um esqui de segurança do que uma descida prazerosa na neve. Foi mais para chegar até a base da montanha mesmo.
Subir a montanha para descer esquiando e não ter neve: essa foi a aventura. Para nós, aventura é sair da nossa zona de conforto. Para se aventurar, basta estar vivo. Em breve todos nós vamos poder voltar a subir montanhas e encarar isso ou não como uma aventura é uma questão de atitude, perspectiva e de como você prefere enfrentar as experiências da vida.
A cidade em que estamos (El Calafate) teve um retrocesso em relação ao COVID recentemente, com o surgimento de alguns (poucos) casos novos de pessoas infectadas pelo vírus. Acabamos preferindo nos isolar durante esse período e, para nós, isso está sendo uma aventura. Cozinhar comidas que nunca fizemos, fazer práticas de yoga diferentes, treinar muito para a próxima trilha, ler livros que nos fazem viajar sem sair de casa. Tudo isso é se aventurar, só depende do ponto de vista.
