Já estávamos na Europa há quase cinco meses. Agora, nossa meta era ir de Istambul a Lisboa. Próximo a capital de Portugal está o Cabo da Roca, ponto mais ocidental da Europa continental. Esse era o nosso primeiro objetivo. Depois, teríamos que pensar um plano para seguir nossa jornada rumo ao continente africano.
Após explorar a histórica cidade de Istambul, era hora de começar a rumar para oeste. A ideia era entrar por terra na Grécia, de onde seguiríamos até Atenas. Estar nessa capital com o nosso carro do Brasil, com placa de São Paulo, tem todo um simbolismo para o Viajo logo Existo. É um daqueles momentos que você reflete sobre onde chegou. Por ali, fizemos uma rápida excursão de navio até Santorini e apesar de ser bonita, não nos impressionou muito. Em compensação, Mateora, cidade famosa pelos seus monastérios no topo das colinas rochosas, é incrível!
Seguimos para a costa, onde pegamos uma balsa de dezesseis horas até a Itália. O país era um dos nossos destinos mais esperados. A Chel pretendia fazer uma grande imersão a gastronomia italiana. Cruzamos de Bari até Napoli e começamos a subir. Passamos pela Costa Amalfitana, Roma, região da Toscana e o norte, em torno de Milão. Já regressamos oito vezes a Itália nos últimos anos e ainda continuamos com uma lista grande de lugares que queremos explorar!
Campeonato mundial de surf
Agora seguiríamos para Paris. O verão já havia acabado e o frio europeu começava a dar suas caras. Nosso objetivo na França era a costa oeste do país, onde aconteceria a etapa de Hossegor – campeonato mundial de surf. Foi nossa primeira oportunidade de fotografar os melhores surfistas do mundo, em um dos melhores beach breaks da Europa! A França possui uma linda costa no Atlântico, com boas ondas, dunas e uma vida tranquila que mais parece um filme.
Seguimos pelo norte da Espanha cruzando o país basco e suas belas cidades, até entrarmos em Portugal pelo norte. O clima chuvoso não animava muito para acampar. Alternávamos entre hospedagens baratas, campings públicos e casas de amigos. Foi também em Portugal que vimos de perto a etapa do campeonato de surf que rolou na praia de Super Tubos. Nesse ano, Gabriel Medina se consagrou campeão mundial, trazendo o título pela primeira vez para o Brasil. O campeonato foi marcado por excelentes ondas e o publico português lotou a praia torcendo por Medina. Foi uma experiência única em nossas vidas estarmos presentes no dia deste feito.
E assim, quase que do dia para a noite, cruzamos a Europa, de Istambul a Lisboa. Agora tínhamos que planejar nossa ida para a África! Decidimos que enviaríamos nosso carro para a África do Sul do porto de Londres, no Reino Unido. Ou seja, ainda teríamos uma longa jornada no continente.
Dezoito dias no Marrocos
Do extremo sul da Espanha existem balsas que conectam os dois países através de percursos diários. O Marrocos foi, até aquele momento da viagem, o destino mais complicado. Trata-se de uma cultura muito diferente do que acostumados. A vida é simples e tranquila por lá. Cruzamos várias cidades em quase três semanas pelo país e o destaque foi a noite que acampamos em nosso carro no Saara. Esse foi mais um daqueles dias que nos pegamos refletindo sobre onde havíamos chegado.
De Barcelona a Londres
Voltamos do Marrocos já no início do inverno europeu, que é também a época mais úmida do continente. Foi uma pena, porque passamos reto por dezenas de belas cidades do sul da Espanha. A Rachel tem uma grande amiga brasileira que vive em Barcelona. Foi a oportunidade perfeita para revê-la e nos aquecermos um pouco. Barcelona é uma cidade incrível, viva, pujante. Mesmo no frio as ruas estavam lotadas, as lojas abertas, a cidade iluminada. Adoramos!
Cruzamos o sul da França novamente com tempo chuvoso. Fizemos uma rápida visita a Monaco, mas os altos preços da região, nos fizeram fugir de lá o mais rápido possível. O mesmo aconteceu na Suíça, depois que pagamos seis dólares em uma lata de coca cola! Agora era uma linha reta para a Inglaterra, e aproveitamos a época do ano para conhecer alguns dos famosos mercados natalinos do leste francês. O tamanho é impressionante! Dezenas de barracas, lojinhas e comida boa.
Natal em casa
Chegamos em Londres na véspera do natal. Foi uma sensação estranha cruzar o rio Tamisa com o Big Ben todo iluminado, enquanto dirigíamos nosso carro. Uma loucura! Fomos recebidos por um brasileiro que vive na cidade e ficamos quase dois meses em sua casa. As temperaturas próximas de zero não nos animava muito para viver no carro e depois de quase dois anos de estrada, era preciso esticar um pouco as pernas no sofá.
Esse tempo vivendo “em casa” foi fundamental para recarregar nossas baterias e preparar os próximos passos para explorar a África. Ainda conseguimos um tempo para ir até a Irlanda, Irlanda do Norte e Escócia. Seguiríamos para a África com a sensação de dever cumprido.
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