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IR DE CARRO DO ATACAMA A CARTAGENA ERA NOSSO DESAFIO. CRUZARÍAMOS  PERU, EQUADOR E COLÔMBIA.APESAR DA EXPERIÊNCIA DE ALGUNS MESES NA ESTRADA, ESSA ERA UMA ETAPA COM MENOS INFRAESTRUTURA E MAIS ARRISCADA.

Tudo mudou assim que cruzamos a fronteira entre o Chile e Peru! O número de pessoas, carros e motos aumentaram consideravelmente. As estradas pioraram e os postos de gasolina bem estruturados já não existiam. Por outro lado, o cenário ficou mais vivo e colorido, as comidas ganharam temperos únicos e os preços baixaram. Essa é a graça de viajar: ver como o mundo é complexo e interessante.

Esse trecho do Deserto do Atacama a Cartagena das Índias, na Colômbia foi a nossa etapa final pela América do Sul.

Peru, nosso sexto país!

Chegamos no Peru, o sexto país do Viajo logo Existo. O plano inicial era visitar a região de Cusco e as famosas ruínas de Machu Picchu. Esse seria nosso primeiro contato com altitudes acima dos quatro, cinco mil metros. Sofremos bastante com a menor quantidade de oxigênio no ar. Lembro de chegarmos em Puno, no Lago Titicaca, sem apetite e com dor de cabeça. Nos restou tomar muito chá de coca e descansar.

No Peru as opções de campings são bem restritas, mas descobrimos que vários hotéis deixam montar acampamento em seu gramado. Isso foi ótimo! Tínhamos acesso ao banheiro e cozinha do lugar.

De carro, exploramos a charmosa cidade de Arequipa, a região de Nazca e suas misteriosas linhas. Fomos de lancha a Paracas e conhecemos o oásis de Huacachina. Ficamos quase duas semanas em Lima, capital do país, para colocar a nossa vida em ordem.

Sem muitos planos, seguimos para Huanchaco, uma cidade litorânea com excelentes ondas para o surf. Ficaríamos alguns dias, mas lá se foram mais duas semanas. Não havia motivos para correr. O clima era bom, as comidas deliciosas e os preços acessíveis. Os trinta dias inicialmente planejados transformaram-se em dois meses no Peru.

O Hemisfério Norte é Logo Ali

Depois de quase cinco horas na fronteira, estávamos liberados para entrar no Equador. Nosso plano original era enviar o carro de navio do Equador para o Panamá. Existia um receio de dirigir pela Colômbia, por conta das FARCs nas áreas mais rurais do país. Contudo, havíamos conhecido várias pessoas que nos disseram ser tranquilo, desde que não dirigíssemos a noite. Na verdade, já tínhamos adotado essa medida desde que fomos roubados no Chile (o fato aconteceu no dia que completamos dois meses de estrada).

O Equador é um país pequeno, e com o preço do diesel subsidiado, fica fácil dirigir por ele todo. Nossa primeira parada foi na cidade de Cuenca, patrimônio da humanidade da Unesco. Bela arquitetura e clima agradável. Em Quito, capital do país, ficamos hospedados pela primeira vez na casa de um seguidor do Viajo logo Existo. Diógenes entrou em contato e se ofereceu para nos receber.

Com ele, não só conhecemos os principais pontos turísticos da cidade, como visitamos um museu construído exatamente sobre a linha do Equador. O passeio é interessante e simbólico.

Uma agradável surpresa

A ideia de dirigir pela Colômbia nos assustava um pouco, mas felizmente não tivemos problemas. Logo na fronteira ficamos fascinados com o lindo santuário de Las Lajas. Seguimos direto para a cidade de Cali, que estava em festa com a classificação da seleção colombiana para a Copa do Mundo no Brasil.

A princípio iríamos só passar por Medelin. Por ser uma cidade grande, torna-se complicada para explorar no formato da viagem que estávamos fazendo. Por outro lado, tínhamos o convite para ficarmos hospedados na casa de uma brasileira e tudo fica sempre melhor com alguém que conhece bem a região.

Depois de uma semana, saímos de lá apaixonados pela cidade.

Atacama a Cartagena

Foram quase três meses dirigindo e mais de seis mil quilômetros rodados. Cartagena é uma cidade encantadora, mas muito quente. Era impossível ficar na rua, principalmente próximo do almoço. Saíamos a noite para caminhar no interior da cidade murada e parecia que estávamos em um filme de séculos atrás. Adoramos!

Apesar da Colômbia ser conectada por terra com o Panamá, não existe estrada ligando os dois países. Essa é uma região chamada estreito de Darien, praticamente intransponível, e por isso foi preciso colocar o nosso carro em um navio. Por sorte, conhecemos um casal mexicano que também estava na mesma missão e dividimos um container.

Atacama a Cartagena

O que foi imperdível nesse trecho?

#1 – No Peru está localizada uma das ondas mais conhecidas do mundo, Chicama. Famosa por sua extensão, com ondas que passam facilmente de um minuto, a região oferece uma experiência única para os surfistas.

#2 – Visite o Parque Nacional de Huaraz e se encante com a natureza intocada da região. No local existem várias trilhas para quem gosta de realmente se aventurar pela natureza.

#3 – A região de Baños, no Equador, localizada na parte central do país, é o destino perfeito para quem gosta de esportes de natureza. Com escaladas, trekking, canoagem, tirolesa, bungee jumping, ciclismo, rafting e muito mais. Tudo isso com um cenário pitoresco ao seu redor. Um lugar que surpreende.

A viagem tem que continuar

Agora a ideia era dirigir toda a América Central até os Estados Unidos. Onde vamos cruzar a América Central toda de carro, passaremos por praias, montanhas, vulcões e alguns apuros. Mas isso é assunto para o próximo post!

Chegou agora e não leu o começo da nossa volta ao mundo de carro? Antes de tudo clique aqui para ler o primeiro artigo.


Escrito por

viajologoexisto

Leo e Chel Spencer estão na estrada desde 2013, quando largaram tudo em São Paulo para dar uma volta ao mundo de carro. Já visitaram mais de 125 países, escreveram 4 livros e seguem explorando os lugares mais bonitos do mundo.