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Imagem – Gabriel Tarso

Para conquistar grandes montanhas, a preparação do corpo e mente, é fundamental. O excesso de altitude, o frio e o ar rarefeito pedem o que chamamos de aclimatação. O processo é indispensável para conquistar o cume de maneira segura.

Quanto maior a altitude que o corpo humano é exposto, menor a pressão atmosférica, por consequência, a quantidade de moléculas de oxigênio produzida terá uma grande baixa. O processo de aclimatação existe, justamente, para suprir essa escassez. As mudanças mais perceptivas nestas circunstancias são o aumento da frequência respiratória, tanto em repouso quanto em movimento e a grande dificuldade para dormir.

Para o topo do mundo, a aclimatação é intensa. Anos atrás, conquistar o Everest era ainda mais desafiador, já que o processo era composto por três ciclos na própria montanha. Isso significa, que muitas eram as vezes que se transitava pela cascata de gelo – primeira e extremamente perigosa parte do percurso rumo ao cume. Nos dias de hoje, a aclimatação é feita através de montanhas adjacentes como a Loeche Pic e seus 6119 metros de altitude.

Imagem – Gabriel Tarso

Carlos Santalena, montanhista experiente, que neste ano tentará conquistar o topo do Everest pela quarta vez, explica: “Seguimos as regras da UIA, que consistem em ascender 400m por dia e a cada 1000m parar duas noites naquela altitude. Esse um processo usado durante a aproximação ao Campo Base, mas também nas subidas rumo aos acampamentos de altura”. O princípio é conhecido como “climb high, sleep low”. Desta maneira, o corpo, aos poucos, vai vivendo o processo necessário de adaptabilidade.

Carlos ainda faz um alerta: “Muito se vê, na atualidade, pessoas menos preparadas, usando o oxigênio suplementar em altitudes menores que seis mil metros. Isso é completamente errado! O uso correto se faz a partir dos oito mil, quando é chegada a zona da morte. Oxigênio suplementar fora de hora, torna a expedição muito mais perigosa. Caso o equipamento falhe, não haverá reserva para a descida, sem contar que o corpo não estará devidamente aclimatado”.

Com burocracia agilizada e expedições que duram em média 40 dias, Sherpas mais focados em esporte e menos em religião e transportes práticos e rápidos por todo território do Nepal, a alta montanha ficou relativamente mais acessível. Mas é importante lembrar que respeitar processos, seu corpo e claro, a montanha, é importantíssimo.

 

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Escrito por

Rachel Magalhães

Jornalista, formada pela FIAM-FAAM. Apaixonada por aventuras, ama viajar, conhecer novos lugares e estar em contato com a natureza. Faz parte do time da The North Face há nove anos.