Inspiração

Nós já falamos que a vida é curta e o tempo passa rápido demais para ficar esperando companhia para viajar. Às vezes, uma viagem é o grande sonho da vida e, por que não correr atrás deles agora? Não importa se isso acontecerá sozinha ou acompanhada. Foi assim com a Nathalia Raquel Oliveira. Uma das suas metas de vida era conhecer a Índia. Quando decidiu fazer isso sozinha, teve que lidar com julgamentos e pessoas que a desencorajavam, afinal, a Índia não é o país mais seguro do mundo, ainda mais para mulheres. Mas, isso não foi suficiente para que ela desistisse. A insistência valeu a pena e foi lá que ela viveu uma das experiências mais incríveis da vida:

“Eu ainda lembro do dia que comprei uma passagem e disse que iria pra Índia sozinha. As poucas pessoas que sabiam da viagem tentaram me fazer desistir porque acharam que eu estava ficando ‘pirada’. Eu, com 22 anos, sem falar meia dúzia de palavras em inglês, viajando sozinha pela primeira vez, para o outro lado do mundo. Mas, ‘com tanto lugar no mundo, por que a Índia?’ (e, vai por mim, eu ainda vivo recebendo esse tipo de pergunta).

Foto: Nathalia Raquel Oliveira / @nathyraquel

Era um plano que eu tinha para a vida, e, sinceramente, eu não achei que ele fosse acontecer tão cedo. Confesso que na primeira noite, fiquei olhando para o teto do hotel por hoooooras pensando se tinha sido a escolha correta e, logo no dia seguinte, eu já tinha a certeza de tudo aquilo.

Foto: Nathalia Raquel Oliveira / @nathyraquel

Conheci lugares e pessoas com uma energia indescritível. A Índia me provou que ainda existe MUITA bondade no mundo, mesmo em meio de todo caos e de toda pobreza… eu aprendi a ser mais paciente, tolerante, respeitosa e principalmente, aprendi a me olhar por dentro. Eu sempre tive a sensação que as pessoas me conheciam mais do que eu mesma, e, então, percebi que precisava de um tempo só ‘meu’.

Fiz coisas que eu jamais imaginaria… isso inclui entrar em um templo com milhares de ratos por toda parte, pechinchar cada rúpia possível (e perceber que no final eu estava horas discutindo por conta de dois reais), e dormir no deserto em cima da areia (olhando para o céu mais estrelado que já vi na vida).

Foto: Nathalia Raquel Oliveira / @nathyraquel

Em falar no céu mais estrelado que já vi na vida, eu considero aquele dia como o dia D da minha existência na terra. Eu estava no meio do deserto dormindo na fronteira com o Paquistão, e vi exatas cinco estrelas cadentes caindo sob meus próprios olhos. Fiz um pedido para cada uma das 4 primeiras e quando chegou na quinta estrela, percebi que nenhum dos pedidos foram para mim. Eu queria saúde, felicidade, amor… mas sempre para a minha família e amigos. E foi ali que dei por conta que eu não precisava de nada. Não consegui fazer o quinto pedido, pois eu não precisava de saúde, dinheiro, nem ao menos de algo material. Foi a primeira vez na vida que me senti completa comigo mesma. Sozinha.” –  Nathalia Raquel Oliveira – @nathyraquel

Foto: Nathalia Raquel Oliveira / @nathyraquel

Escrito por

Thaís Teisen

Jornalista, formada pela FIAM-FAAM, com especialização em Mídias Digitais pela Universidade Metodista de São Paulo. É apaixonada por esportes, natureza, música e faz parte do time The North Face de Conteúdo Digital.