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Apesar das grandes conquistas femininas nas últimas décadas, mulheres no mundo inteiro ainda precisam lutar diariamente para conseguirem seus espaços. O universo dos esportes, assim como os mais diversos setores da sociedade, ainda é dominado por homens. Na escalada não seria diferente. Ao conhecer este esporte e conviver mais de perto as tribos deste meio, a atriz Renata Calmon percebeu que essa grande incidência masculina e se inspirou para criar um filme documentário que mostrasse justamente como é a rotina de uma mulher escaladora, quais são as dificuldades em conciliar o esporte com o trabalho, a casa e a família. Assim surgia o: “Mulheres são Montanhas”.

Renata começou a escalar há pouco tempo, mas não demorou muito para se apaixonar e mergulhar de cabeça nesse esporte. “Eu comecei a escalar há um ano, depois de assistir ao documentário ‘Valley Uprising’. Achei tão incrível a história da escalada em Yosemite e o esporte tão instigante que logo que pude fui fazer uma aula na Casa de Pedra em São Paulo. Já na minha primeira aula conheci uma turma que me levou pra escalar no DIB, uma pedreira em São Paulo.” Depois disso, ela não parou mais.

Todo escalador que se preze não se contenta em ficar apenas escalando no ginásio, então, as viagens para escalar são muito comuns. Com Renata não seria diferente. “Assim que eu comecei a escalar fui fazendo pequenas viagens pra escalar vias tradicionais com alguns amigos meus, todos homens. A gente acampava, escalava, era uma diversão. Eu estava encantada e deslumbrada (ainda estou!) com todo aquele universo que estava se apresentando pra mim. Mas de repente eu comecei a me perguntar quem eram as outras mulheres que também praticavam o esporte.”

Mônica e Danielle são parceiras de escalada. – Foto: Reprodução

Essa indagação foi o início de tudo. Com o questionamento sobre a vida das outras escaladoras em mente, a atriz passou a perguntas mais profundas. “A escalada tradicional exige um desprendimento, uma ousadia, e um comprometimento com a via. Muitas coisas podem dar errado. E eu queria entender como era possível conciliar esses dois mundos aparentemente antagônicos”, relembra Renata.

O trabalho resultou no documentário “Mulheres são Montanhas”, um filme que está em fase final de edição e deve rodar os mais diversos festivais de cinema do Brasil e do mundo. O documentário foi dirigido pela própria Renata e conta a história de Mônica Filipini e Danielle Pinto, ambas escaladoras, mães e moradoras da região de São Bento do Sapucaí, no interior de São Paulo. Renata lembra que a escolha das personagens não foi por acaso: “Eu fiz uma pesquisa com várias escaladoras de São Paulo por indicação de amigos escaladores. Assim que eu conheci a Mônica Filipini, uma das protagonistas, soube que eu queria filmar com ela. Ela é mãe, bióloga, falante, escala há mais de vinte anos, vive em São Bento do Sapucaí. Ela me apresentou a Danielle Pinto, parceira de escalada dela, que também é outra escaladora super interessante e com um perfil muito parecido: jornalista, mãe da Alice, se vira nos trinta”.

O filme conta a história de Mônica Filipini e Danielle Pinto, ambas escaladoras, mães e moradoras da região de São Bento do Sapucaí, no interior de São Paulo. – Foto: Reprodução.

Para chegar ao público

Toda a produção foi filmada em 2017 e está em fase final de edição. O trabalho contou com o apoio de muitos voluntários e agora a equipe está em busca de apoio financeiro para terminar o documentário, lança-lo e também fazer as inscrições em diferentes festivais de cinema.

Para isso, eles lançaram uma campanha de financiamento coletivo. Se você tem interesse em saber mais informações e ajudar a viabilizar este projeto, clique aqui.

No vídeo abaixo é possível ver o trailer de “Mulheres são Montanhas” e ter um gostinho do que vem por aí:

 


Escrito por

Thaís Teisen

Jornalista, formada pela FIAM-FAAM, com especialização em Mídias Digitais pela Universidade Metodista de São Paulo. É apaixonada por esportes, natureza, música e faz parte do time The North Face de Conteúdo Digital.