Inspiração

O mundo está cheio de lugares incríveis, muitos deles nos captam de forma intensa e profunda antes mesmo de termos a oportunidade de conhecê-los pessoalmente. Foi isso o que aconteceu com a Dani Garbiatti. Entre tantos destinos, ela foi captada pela Laguna Humantay. Por muito tempo ela via as fotos pela internet fascinada com a beleza deste lugar, sonhando com o momento em que poderia viver aquela paisagem e a aquela energia pessoalmente.

O momento de transformar sonhos em realidade chegou, mas ninguém disse que seria fácil. Fazer um trekking na altitude não é nada fácil, mas quando se tem muita vontade, os maiores desafios se tornam transponíveis. E nessa Memória de Montanha, a Dani provou que os limites existem para serem superados!

Confira abaixo o relato completo:

“Sempre que via as fotos na internet eu ficava encantada. Que lugar mágico!

E pensava: eu preciso ir até lá e ver essa maravilha com meus próprios olhos. Eis que o grande dia chegou.

A Laguna Humantay é uma das mais altas do mundo (localizada a aproximadamente 4.200 m acima do nível do mar). Ela está situada na base do nevado de Humantay, ao lado do famoso nevado de Saltkantay, na região de Cusco, mais especificamente na província de Anta, nas proximidades de Mollepata.

Essa incrível laguna é formada pelas águas do degelo do nevado de mesmo nome. Sua coloração em tons de turquesa (que variam de acordo com a luz), encantam e fascinam todos que têm a oportunidade de chegar até ela.

A Laguna Humantay está localizada a, aproximadamente, 4.200 metros de altitude. | Foto: Dani Garbiatti / Arquivo Pessoal

Talvez tenha sido sua cor que tenha me fascinado desde o início ou o fato de estar aos pés deste incrível nevado. Não sei dizer ao certo, mas eu precisava ir até lá, eu precisava respirar aquele ar, sentir aquele vento. Eu sabia que não seria fácil e, de fato, não foi!

Não tive problemas com o mal de altitude, mas o terreno irregular e íngreme exigiu muita atenção e um esforço físico gigantesco. Saímos em grupo rumo a laguna, mas aos poucos eu fui ficando para trás, pois precisava parar com muita frequência. As pernas doiam muito e eu não queria utilizar o cavalo (é muito triste ver o esforço que eles fazem para subir), eu precisava chegar lá com minhas próprias pernas.

A linda paisagem, o som do riacho que corre pertinho da trilha e o cheiro das plantas encontradas pelo caminho me motivavam a seguir. Eu estava quase lá, mas as pernas já não me obedeciam mais. Eu pensei em desistir, não tinha mais forças. Fiquei muito triste.

Foi então que eu olhei para baixo e percebi o tanto que eu já havia subido. Em poucos segundos, vi passar diante dos meus olhos um filme da minha vida inteira, com todas as dificuldades e barreiras que eu já havia enfrentado até aqui.

Foi difícil segurar a emoção. Chorei inconsolavelmente. Meu Deus, aquela montanha estava me ensinando tanto!

“O que vi na sequência, quando consegui finalmente chegar lá em cima, nenhuma foto e nenhuma palavra será capaz de definir.” | Foto: Dani Garbiatti / Arquivo Pessoal

Olhei novamente para cima e vi meus amigos me incentivando. Respirei fundo e segui adiante. O que vi na sequência, quando consegui finalmente chegar lá em cima, nenhuma foto e nenhuma palavra será capaz de definir. Eu consegui! Eu estava lá, vivendo de fato tudo aquilo. Como eu agradeci por isso. Como eu agradeci por estar viva para poder estar ali. Foi um misto de superação, gratidão e alegria. Que lugar! Que vibe! Que lição eu tive aquele dia! A montanha é viva e nos ensina, ensina muito. Nenhuma dor ou dificuldade é tão grande que não possamos superá-la! Jamais vou me esquecer disso.” – Dani Garbiatti


Escrito por

Thaís Teisen

Jornalista, formada pela FIAM-FAAM, com especialização em Mídias Digitais pela Universidade Metodista de São Paulo. É apaixonada por esportes, natureza, música e faz parte do time The North Face de Conteúdo Digital.