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O estudo publicado recentemente na revista científica Science Direct avaliou as condições de neve em mais de mil áreas de montanhas em todo o mundo durante um período de 18 anos. Após quase duas décadas de pesquisas, o que se concluiu é que 78% das áreas analisadas tiveram uma redução significativa de 10% na quantidade de neve durante as diferentes estações do ano.

Conforme informado no estudo, liderado pela pesquisadora italiana Claudia Notarnicola, a coleta de dados foi feita a partir de imagens de satélite registradas entre o período de fevereiro de 2000 até setembro de 2018. Os pesquisadores não consideraram apenas a análise do cume das montanhas, mas, sim, uma área poligonal que inclui também a sua base.

O objetivo do estudo era analisar o declínio da incidência de neve em áreas de grande altitude para ter uma melhor noção do cenário global, visto que os dados referentes às montanhas do hemisfério sul e da região andina não necessariamente se refletem de forma semelhante no que tem ocorrido mais ao norte do planeta.

Segundo o relatório, 78% das áreas globais de montanha estão caracterizadas como tendo um declínio médio de 43 dias na duração do período nevado. Aliado a isso está uma redução de 13% na área coberta por neve. Os cientistas observaram aumento na incidência de neve em apenas 11% das áreas analisadas. Outro fator interessante nas análises é que as montanhas de até 4 mil metros de altitude são as que apresentam maior divergência em relação ao aumento ou redução da neve, sendo observado, inclusive cenários de melhora ambiental em algumas estações do ano. Nos picos acima desta altura, o cenário é sempre negativo, com perda de neve. Um dos destaques apontados pelo estudo é a região dos alpes europeus, que mesmo nos pontos de menor altitude tiveram declínio na incidência e período nevado.

A pesquisa destaca que a perda de neve se reflete na sociedade de diferentes formas. Essa variação ambiental pode ocasionar uma série de problemas no ecossistema da montanha, bem como uma cascata de impactos socioambientais, principalmente relacionados ao fornecimento de água tanto para o consumo das comunidades, como para a produção agrícola dessas regiões montanhosas. Assim, o impacto do derretimento precoce da neve tem uma série de reflexos em toda a sociedade.

Clique aqui para acessar o estudo completo.


Escrito por

Thaís Teisen

Jornalista, formada pela FIAM-FAAM, com especialização em Mídias Digitais pela Universidade Metodista de São Paulo. É apaixonada por esportes, natureza, música e faz parte do time The North Face de Conteúdo Digital.