Se você gosta de aventuras, certamente já ouviu falar no nome: Jimmy Chin. O norte-americano, filho de imigrantes chineses, é referência na produção de materiais audiovisuais nos locais mais extremos do mundo. Mas, todos esses registros em fotos e vídeos mostram que ele é muito mais do que um simples cinegrafista, ele é um dos maiores alpinistas e esquiadores do mundo, com um currículo cheio de recordes e conquistas tão grandes como integrar o primeiro grupo de norte-americanos a escalar o Everest e descer de lá esquiando.

Jimmy Chin integrou a equipe de atletas The North Face que em 2006 subiu o Everest e desceu esquiando.

Seu feito mais recente e talvez o que ficou mais famoso em todo o mundo foi o filme-documentário “Free Solo”. A produção, feita por ele, junto com a esposa Elizabeth Chai, mostra toda a trajetória do escalador Alex Honnold até a conquista do El Capitan sem o uso de equipamentos de segurança. O filme foi um sucesso global e resultou na conquista do Oscar de melhor documentário.

Outro filme de Jimmy Chin que conquistou festivais ao redor do mundo foi “Meru”. Diferente de “Free Solo”, em que toda a história gira em torno de outro atleta, “Meru” mostra uma das expedições mais difíceis da história da escalada em alta montanha, quando Jimmy Chin, Conrad Anker e Renan Ozturk, fizeram após uma tentativa frustrada e muito perigosa, a primeira ascensão da via Shark’s Fin, na Índia. Meru levou sete anos para ser produzido e mostra como o talento de Jimmy Chin vai muito além das fotos e vídeos. Ele tem uma capacidade absurda de registrar tudo isso e contar histórias enquanto está escalando ou desbravando os locais mais desafiadores do planeta, exposto a condições que apenas grandes atletas são capazes de superar e sobreviver.

Em 2017, Jimmy Chin e outros atletas The North Face conquistaram as montanhas inóspitas da Antártica.

Os esportes sempre fizeram parte da vida deste norte-americano com ascendência asiática. Desde muito pequeno ele já competia em modalidades como natação e taekwondo. Sua paixão pelas montanhas surgiu ainda criança, após uma viagem em família ao Glacier National Park. As aventuras, no entanto, ganharam um espaço maior em sua vida após a faculdade, quando Jimmy simplesmente pegou seu carro e embarcou em uma longa viagem para escalar os picos do oeste dos EUA.

Após uma foto, tirada com a câmera de um amigo, seu destino mudou. A imagem, feita em Yosemite, mostrou os talentos de Jimmy Chin para o mundo e foi o começo de uma série de convites para filmar e fotografar expedições para os mais diversos destinos, desde os parques norte-americanos até picos nunca conquistados na Antártica e Ásia. Suas fotos renderam capas na National Geographic, New York Times e as histórias contadas por Jimmy Chin inspiram atletas profissionais e amadores de diversas modalidades, incentivados a superar limites e continuar explorando os destinos mais remotos da Terra.

O que acontece quando você desconecta? Foi essa a pergunta que o pesquisador norte-americano Cal Newport quis responder quando propôs um experimento a todas as pessoas que faziam parte da sua rede de contatos. O resultado da experiência foi que quando as pessoas deixam o celular de lado, elas acabam tendo mais qualidade de vida e podem dedicar muito mais tempo a outras atividades prazerosas. Por mais óbvio que isso pareça, a quantidade de tempo perdida no celular é imperceptível para muitas pessoas.

Em um artigo publicado na Revista Outside, nos EUA, o professor explicou que o estudo foi inspirado na vida de pessoas que trocam a loucura das grandes cidades por uma vida mais calma no campo ou na praia. É muito comum que pessoas que passam por essa transição relatem ter mais tempo livre para se dedicar aos esportes, passar tempo na natureza ou simplesmente fazer nada, hábitos considerados quase impossíveis por qualquer pessoa que se divide entre horas de trabalho e trânsito nas metrópoles.

Pensando em uma solução mais simples, que não implicasse troca radical de endereço ou mudanças drásticas no trabalho, o pesquisador, que também é professor de Ciência da Computação, decidiu experimentar o que aconteceria com as pessoas se elas simplesmente se desconectassem de seus dispositivos eletrônicos por um tempo.

Para realizar o experimento, ele disparou um e-mail para toda a sua base de contatos, convidando as pessoas a passarem um período de 30 dias totalmente desconectadas de suas “tecnologias pessoais opcionais”. Isso significava que os participantes deveriam deixar de acessar redes sociais, vídeo games, programas de streaming (como o Netflix), usar a internet para fins pessoais e não acompanhar as notícias on-line também. A ideia era realmente colocar essas pessoas em situação de total abstinência tecnológica.

Como a tarefa não era simples, Cal acreditava que poucas pessoas retornariam com uma resposta positiva à sua solicitação. Para sua surpresa, ele recebeu 1.600 pessoas interessadas em participar do experimento e o resultado foi muito melhor do que eles esperavam.

Segundo Cal, outro fator interessante, além da enorme adesão, foi a diversidade do grupo, com estudantes, pais, executivos que vivem sobrecarregados de trabalho e aposentados de várias partes do mundo. O fator que todos tinham em comum era a insatisfação com o tempo de vida em que passam em frente a uma tela.

O combinado foi que os participantes lhe enviariam relatórios constantemente descrevendo como estavam se sentindo com a experiência. Em geral, segundo o pesquisador, foi necessário uma semana para que as pessoas começassem a se acostumar com a ideia de não consultar o celular várias vezes ao dia. Depois desse período, os dispositivos móveis já nem pareciam mais fazer tanta falta. Em compensação, esse tempo que antes era perdido no celular, se transformou em uma coisa muito mais importante: liberdade.

Os relatos eram de que as pessoas ficavam abismadas com a quantidade de tempo que passaram a ter quando deixaram de dar atenção aos aparatos tecnológicos. De início, os participantes ficavam até perdidos com tanto tempo livre, mas depois começaram a trocar a conexão digital por conexões pessoais, passando tempo com a família, dedicando-se mais à leitura, e, principalmente, realizando atividades ao ar livre, como passeios de bicicleta, caminhadas e muito mais.

Como aplicar isso?

Cal explica que é muito importante associar essa redução tecnológica e atividades planejadas, para que a mudança tenha realmente um propósito e se torne uma transformação real de hábitos. O pesquisador sugere que a pessoa separe um período do dia em que ficará totalmente desconectado do computador ou celular, livre das distrações digitais, e já planeje alternativas mais eficientes para usar esse tempo. Uma das melhores opções é aproveitar esse tempo para alcançar objetivos de vida, como praticar mais esportes, fazer meditação, passar tempo ao ar livre, caminhar no parque, entre outras atividades que reflitam em outros aspectos da vida. Para ficar ainda melhor, ele sugere que essas ações incluam desafios pessoais, para que as novas metas funcionem como um incentivo extra para manter os novos hábitos.

Quer saber mais sobre esse assunto? Cal Newport se aprofunda neste assunto em seu livro: Minimalismo Digital – Escolhendo uma vida focada em um mundo barulhento.  

O Parque Nacional Cavernas do Peruaçu é o destino perfeito para quem quer misturar aventura com muita história e cultura. Localizado em Minas Gerais, o Peruaçu possui 56.400 hectares por onde estão espalhadas muitas trilhas, mirantes, cavernas e sítios arqueológicos. O Parque tem atrativos e roteiros para os iniciantes e também para os aventureiros que estão em busca de trilhas mais intensas.

Administrado pelo ICMBio, o Peruaçu possui condutores treinados para garantir a segurança e compartilhar conhecimento sobre todos os fatos históricos e geológicos que a área reserva. Aliás, para aproveitar o parque é necessário fazer agendamento prévio e todos os grupos precisam ser acompanhados com um guia local.

O parque pode ser visitado durante todo o ano, mas a paisagem muda drasticamente de acordo com a estação. Durante os meses de novembro a abril, por exemplo, chove mais na região, por isso a paisagem fica bem verde. Já no período que vai de maio a outubro a floresta fica mais seca e paisagem muito mais cinza.

Foto: Fernando Tatagiba/ICMBio – Flickr/Creative Commons

Atrações

A Gruta do Janelão é o principal atrativo do Parque. A caverna recebe os visitantes com um enorme paredão rochoso. É lá também que está localizada a maior estalactite do mundo, conhecida como Perna da Bailarina. Para chegar até a Gruta do Janelão é preciso encarar uma trilha curta, de apenas 4,8km (ida e volta), mas de nível de dificuldade semipesado.

Outro ponto turístico importante é a Trilha do Arco do André. Este roteiro exige mais preparo físico. Apensar de ter 8km de distância (ida e volta), quem faz essa trilha se depara com terrenos bastante acidentados e trechos que exigem bom condicionamento físico. Mas, todo o esforço compensa. As rochas de calcário fazem com que os rios tenham água em um lindo tom verde esmeralda, sem contar com a imersão no bioma local e a possibilidade de encontrar diferentes animais na trilha, muitos deles ameaçados de extinção.

Para quem está em busca de aventuras mais leves, o Caminho da Lapa do Boquete é uma excelente oportunidade de se conectar com a história. É lá que está o sítio arqueológico mais estudado do parque. As pinturas rupestres estão em perfeito estado de conservação e ainda é possível visitas escavações arqueológicas e muito mais.

Foto: Fernando Tatagiba/ICMBio – Flickr/Creative Commons

Como chegar?

Para chegar ao Parque Nacional Cavernas do Peruaçu as duas opções são carro ou ônibus. Para quem vai de avião, o aeroporto mais próximo está na cidade de Montes Claros, MG. A sede do parque fica na Comunidade do Fabião 1, às margens da BR 135, mais precisamente na altura do quilômetro 155.

Quer saber mais sobre esse parque? Clique aqui.

Os feitos extraordinários de Karina Oliani no mundo do montanhismo são muito conhecidos e ela nunca cansa de surpreender. Entre outras coisas, a médica e montanhista foi a primeira sul-americana a alcançar o cume do Everest pelas duas faces e neste ano acrescentou mais uma conquista importante à sua já enorme lista: chegar ao topo do K2, uma das montanhas mais perigosas do mundo. A expedição, feita junto com Maximo Kausch, aconteceu em julho de 2019 e agora uma série de registros inéditos dessa viagem foram apresentados em uma reportagem veiculada no Esporte Espetacular.

O vídeo mostra todas as dificuldades do grupo em passar por estradas precárias no Paquistão, trilhas perigosas, tempestades de neve e muito mais.  A reportagem retrata bem os perigos que a segunda maior montanha do mundo oferece e como é necessário estar bem preparado física, técnica e emocionalmente para chegar ao cume de um local tão inóspito e selvagem quanto o K2.

Karina Oliani em ciclo de aclimatação. | Foto Arquivo Pessoal

O clima costuma ser o grande vilão no K2. A grande quantidade de neve acumulada e as tempestades imprevisíveis já impediram muitos montanhistas de chegar ao cume mesmo estando muito perto. Neste ano não foi diferente. Na primeira tentativa de ataque ao cume, todos os alpinistas que estavam na montanha foram obrigados a descer de volta ao Acampamento Base mesmo estando a menos de 600 metros do topo.

Devido a esse recuo, seguido de um acúmulo de neve, a maior parte dos montanhistas desistiu. Karina Oliani fez parte do seleto grupo de alpinistas que decidiram tentar novamente e conseguiram aproveitar o último dia da janela de cume. O risco que eles correram, principalmente por fazer a subida com o corpo desgastado, valeu a pena. No dia 25 de julho de 2019 ela conquistou o k2.

Clique aqui e assista à reportagem na íntegra.

Suíça, Estados Unidos e Canadá são alguns dos destinos de esqui mais famosos do hemisfério norte. Os grandes resorts e a excelente estrutura turística atraem visitantes do mundo inteiro. Mas, os três países não são os únicos a oferecerem conforto e muita aventura. A Itália também tem um verdadeiro paraíso para os amantes dos esportes na neve: Dolomites.

A cadeia de montanhas localizada próximo à fronteira entre a Itália e a Áustria possui uma beleza natural imensurável e as mais diversas opções de pistas e neve de qualidade excelente para quem quer sentir o vento no rosto enquanto desce as montanhas.

Para reforçar o que vocês já sabem, nós separamos 8 motivos que vão te deixar com vontade de fazer as malas agora e embarcar para Dolomites.

  1. Uma das maiores do mundo

A estância de esqui de Dolomites é uma das maiores do mundo. São 1.200 quilômetros de pistas, divididas em 12 áreas, com descidas para todos os níveis. O complexo ainda conta com uma estrutura altamente tecnológica, muitas opções de hotéis, eventos e diversas atrações turísticas.

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  1. Paisagem perfeita

A beleza natural de Domolites é tão impressionante, que a cadeia de montanhas foi denominada como Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco. Seja fazendo um esporte, em um passeio turístico pela região ou no próprio hotel, você sempre estará cercado por paisagens impressionantes, um céu normalmente azul e um pôr-do-sol de tirar o fôlego.

Foto: Reprodução/Facebook
Foto: Reprodução/Facebook

  1. Muitas opções de passes e pistas

Em Dolomites a estrutura turística é algo sério. Por isso, o complexo disponibiliza aos visitantes diversas opções de passes, para os mais diversos tipos de viagem, famílias e também bolsos. A opção mais completa, por exemplo, permite o acesso a todas as 12 áreas de esqui, são mais de 1.200 km de descidas e 30 parques.

  1. Além do Esqui

Dolomites oferece um entretenimento que vai muito além do esqui e do snowboard. Os visitantes podem vivenciar outros tipos de atividades de inverno, como esqui cross-country, passeios de trenó, caminhadas na neve, patinação no gelo, equitação e muito mais.

Foto: Reprodução/Facebook
Foto: Reprodução/Facebook

  1. Restaurantes, hotéis e lojas

O complexo de Dolomites é formado por diversas cidadezinhas por onde estão espalhados os mais diferentes tipos de acomodações. As opções vão desde resorts luxuosos até cabanas em fazendas. Além disso, a região oferece uma enorme gama de restaurantes, lojas, adegas e muito mais.

  1. Bem-estar e descanso

Como não dá pra viver só de esqui, quem vai à Dolomites também encontra excelentes estruturas em spa, para descansar, relaxar e se recuperar para aproveitar ao máximo as aventuras que a viagem oferece. É muito fácil encontrar academias, piscinas aquecidas, salas de massagem e muito mais.

  1. Gastronomia

Como não poderia ser diferente, estando na Itália, Dolomites oferece o melhor da culinária local, com pratos tradicionais e receitas reinventadas. Para se ter noção, lá é possível encontrar 14 restaurantes já premiados com estrelas Michelin, o maior reconhecimento gastronômico do mundo.

  1. Fácil aceso

Algumas estações de esqui pelo mundo são excelentes, mas estão em regiões muito isoladas ou de difícil acesso. Este não é o caso de Dolomites. O complexo está a apenas 90 minutos de carro do aeroporto de Innsbruck, na Áustria. Os aeroportos de Verona e Munique estão a 3 horas de distância e os aeroportos de Veneza e Milão estão a 4 horas. Portanto, não faltam opções.

Foto: Reprodução/Facebook
Foto: Reprodução/Facebook

O filme que mostra a ascensão ao cume do Lhotse e a descida histórica de ski realizada por Hilaree Nelson e Jim Morrison já está disponível na íntegra. O vídeo mostra os detalhes da expedição que durou 29 dias e se tornou um marco na história do montanhismo e esqui em alta montanha.

Escalar o Lhotse não é uma tarefa fácil. Para deixar a missão ainda mais complicada, Hilaree e Jim precisaram escalar durante o outono para que tivessem condições apropriadas para descer esquiando. No entanto, as janelas de ascensão na região, que engloba também o Everest e o Nuptse, costumam acontecer durante a primavera. Isso significa que a montanha estava vazia, as condições climáticas mais severas e toda a estrutura que os sherpas instalam durante a temporada simplesmente não existiam.

Hilaree se tornou a única mulher do mudo a descer esquiando mais de uma montanha com mais de oito mil metros de altitude. – Foto: Nick Kalisz

Para que fosse possível chegar ao cume do Lhotse, portanto, a equipe contou com o apoio importantíssimo de muitos sherpas e com uma série de “pequenos milagres” que fizeram com que todos os detalhes do caminho de encaixassem perfeitamente.

Hilaree e Jim optaram por realizar a expedição fora da temporada de escalada.

Todos os detalhes da expedição se tornaram um vídeo emocionante e inspirador que nos motiva a sair da zona de conforto e viver as maiores aventuras que o mundo tem a oferecer.

Confira o filme Lhotse no vídeo abaixo:

O Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade é uma síndrome muito comum em crianças. Estima-se que de 3 a 5% da população em idade escolar apresente sintomas do distúrbio. Em geral, os principais indícios são hiperatividade, desatenção, impulsividade, entre outros sintomas que afetam diretamente diversas áreas o desenvolvimento infantil. Existem terapias tradicionais e exercícios para amenizar esses efeitos e controlar a síndrome. Mas, um grupo de pesquisadores norte-americanos comprovou que uma ação muito simples já pode ajudar e muito e melhorar a atenção nessas crianças: passar tempo na natureza.

A equipe de cientistas da Universidade de Illinois fez um experimento com 17 crianças profissionalmente diagnosticadas com TDAH, em idades entre 7 e 14 anos. Durante algumas semanas, elas foram levadas a passeios em três tipos de ambientes diferentes, um deles era um parque e outros dois espaços massivamente urbanizados.

Passar tempo na natureza faz bem em todas as idades.

Após os passeios, que duravam apenas 20 minutos, as crianças passavam por testes para identificar os níveis de concentração e atenção após as atividades. O que os pesquisadores comprovaram nos comparativos é que sempre após estarem em contato direto com a natureza, as crianças apresentavam níveis muito mais elevados de concentração e também tinham comportamentos mais tranquilos.

Usar a natureza como terapia é barato e acessível.

Outras pesquisas já comprovaram os benefícios da natureza em tratamentos contra depressão, estresse e fadiga. Com esse estudo, os cientistas quiseram comprovar que passeios em ambientes naturais também pode ser usado por profissionais como parte do tratamento efetivo em crianças que sofrem de TDAH.

Além de ser uma opção fácil de ser colocada em prática, já que são necessários apenas 20 minutos de passeios para que os resultados já apareçam, essa é uma terapia com baixo custo e acessível a praticamente toda a população.

Clique aqui para acessar o estudo completo.

A Patagônia chilena foi o destino escolhido para receber a segunda edição do Summit Experience. A viagem de cinco dias contou com muitas aventuras e uma imersão total na natureza preservada do Parque Nacional de Torres del Paine. Além das belas paisagens e entre outras aventuras, os participantes fizeram as trilhas que compõem o tradicional trekking do Circuito W, um roteiro que passa por montanhas e encontra as tradicionais geleiras “patagônicas”.

Após uma longa viagem entre o Brasil e o Chile, o grupo de 26 pessoas que integrou essa edição do Summit Experience chegou à Patagônia já preparado para começar uma verdadeira maratona de explorações, cada uma delas com seus próprios atrativos e maravilhas.

Vista do Lago Pehoé. | Foto: Thais Teisen

Mirante del Condor

Chegar a esse mirante é razoavelmente fácil, por isso foi a primeira aventura da viagem, logo na chegada à Patagônia. São apenas 3,6 km de trilha e, apesar das subidas, o caminho não tem um terreno muito desafiador, o que facilita a caminhada e torna esse passeio acessível mesmo aos iniciantes. Este é um dos pontos com a vista mais incrível da região. Do alto do mirante é possível admirar a cadeia de montanhas que inclui as famosas Torres del Paine, o lago Pehoé e também uma série de montanhas menores que completam a paisagem local.

Mirante del Condor. | Foto: Thaís Teisen

Glaciar Grey

A Patagônia é conhecida por ser a região que mais concentra geleiras fora dos polos. Por isso, nada mais justo do que iniciar a sequência de trekkings com a trilha que contorna o Lago Grey e leva até o glaciar de mesmo nome, uma verdadeira imensidão de gelo, que nos faz perceber a grandiosidade da natureza.

Esta trilha tem nível técnico entre moderado a avançado. Para os menos experientes, é possível aproveitar a bela paisagem da região e admirar o glaciar sem fazer o caminho completo, já que os mirantes no meio do trajeto oferecem vistas incríveis do lago, dos icebergs e da geleira. No entanto, quem quer chegar até o gelo precisa encarar, em média, 25 km de trilha (ida e volta) com muitas subidas e rochas, o que deixa a expedição mais técnica e desafiadora. O Glaciar Grey faz parte do famoso Circuito W e foi a primeira das três grandes rotas percorridas pelo grupo.

Trecho final da trilha que leva ao Glaciar Grey. | Foto: Thaís Teisen

Base das Torres

O terceiro dia de expedições foi marcado pela trilha mais famosa de todo o Parque Nacional de Torres del Paine, o trekking que leva à Base das Torres e que também compõe o Circuito W. O percurso completo tem, em média, 23 km de extensão, conta com uma paisagem diversa e muitos desafios. Não são apenas as infindáveis subidas, mas também os trechos com grandes pedras, riachos e neve, que deixam essa aventura ainda mais emocionante.

Trekking entre os vales com destino à Base das Torres. | Foto: Thaís Teisen

A verdade é que, apesar das dificuldades, essa é uma trilha imperdível e, chegar à Base das Torres, traz uma avalanche de sentimentos e emoção. Se deparar com o lago azul e aquele conjunto de rochas exuberantes é a recompensa e o combustível que você precisa para encarar todos os quilômetros e dificuldades que esse trekking possui.

Vale do Francês

O Vale do Francês foi o percurso que fechou a expedição e o Circuito W. Cada uma das trilhas deste roteiro é diferente e tem suas próprias belezas e particularidades. Dos três trekkings que compõem o famoso W, este é o com menor nível de dificuldade. Apesar de ter, em média, 19 km de extensão, as trilhas pelo Vale possuem menor inclinação e terreno com poucas pedras e rochas, o que deixa a caminhada confortável do início ao fim.

Assim como no Lago Grey, essa rota também termina em uma geleira. Mas, neste caso, o último refúgio está na base de uma montanha nevada, em uma paisagem composta por um riacho e uma enorme cachoeira com água que corre direto do alto da montanha.

Explorar a Patagônia é a certeza de que o clima peculiar da região merece respeito e acrescenta um grau extra de dificuldade a qualquer atividade. Os guias locais costumam dizer que na Patagônia acontecem todas as estações do ano em um só dia, às vezes, o clima muda drasticamente em poucos minutos, indo do sol à neve em um piscar de olhos.

Vale do Francês. | Foto: Thaís Teisen

Por isso, além de se preparar fisicamente para aproveitar ao máximo essa região do planeta, é preciso também estar bem equipado e carregar na mochila sempre o essencial para se proteger dos fortes ventos, das chuvas e até da neve que pode surgir inesperadamente. Usar as roupas certas certamente define o sucesso ou o fracasso de uma aventura na Patagônia.

Reflexo no lago que leva ao Vale do Francês. | Foto: Thais Teisen

Não é à toa que o Circuito W é desejado por aventureiros do mundo inteiro. As trilhas dessa rota se completam e as diferentes paisagens se fundem para deixar a experiência inesquecível. Esta é apenas uma parte pequena na infinidade de aventuras que a Patagônia proporciona. A riqueza natural da região e a excelente estrutura turística fazem cada passo valer à pena!

O próximo Summit Experience já tem data marcada: abril/2020. Em breve divulgaremos o destino da vez. Fique de olho!

Nesta terça-feira (29), o nepalês Nirmal Purja fez o que o mundo inteiro achava ser impossível: ele escalou todas as 14 montanhas com mais de 8 mil metros de altitude em pouco mais de seis meses. No início do ano, o nepalês, ex-soldado das tropas de elite britânicas, anunciou o que ele chamou de “Project Possible”, cujo intuito era fazer todas as “8mil+” dentro de sete meses. A ideia atraiu olhares do mundo inteiro, gerou críticas e incredulidade, mas ao escalar o Shishapangma ele fez história e mostrou que sua “loucura” era realmente possível.

A temporada de escalada de Nirmal, ou Nims como é conhecido nas redes sociais, teve início em 23 de abril, no Annpurna. Em apenas um mês, ele já havia somado outros cinco cumes à sua lista: Dhaulagiri, Kanchenjunga, Everest, Lhotse e Makalu, finalizando a primeira fase do projeto.

Nirmal Purja escalando o Lhotse. – Foto: Nirmal Purja/Reprodução

A segunda etapa foi composta pelas montanhas do Paquistão: Nanga Parbat, Gasherbrum 1, Gasherbrum 2, K2 e Broad Peak. Todas essas ascensões foram realizadas em um período de apenas 23 dias. Os montanhistas brasileiros, Karina Oliani, Maximo Kausch e Moeses Fiamoncini, inclusive, tiveram a oportunidade de encontrar Nirmal e sua equipe durante os dias em que estiveram no K2 e comprovaram que o nepalês estava extremamente bem preparado física e mentalmente para completar o desafio a que se propôs.

Para finalizar o projeto faltavam apenas 3 montanhas: Cho You, Manaslu e Shisha Pangma, que apesar de ser a mais baixa entre as 14, foi a mais burocrática e difícil de ser acessada.

Mesmo tendo sido alvo de críticas, principalmente pelo fato de usar oxigênio complementar durante as escaladas, Nirmal bateu um recorde que dificilmente será quebrado novamente. Foram necessários apenas 6 meses e 6 dias para que todas as montanhas acima de 8 mil metros de altitude fossem conquistadas por ele. Antes do nepalês, o recorde registrado pertencia ao coreano Chang Ho Kim, que levou 7 anos e 10 meses para completar as 14 montanhas.

A Appalachian Trail é uma das trilhas de longa distância mais famosas dos EUA. São, em média, 3.500 quilômetros de extensão, passando por 14 estados norte-americanos. A trilha começou a ser planejada em 1921 e apenas em 1937 foi concluída. Desde então, todos os anos a trilha recebe milhões de aventureiros. Mas, a maior parte deles faz apenas alguns trechos da trilha. Completar a Appalachian Trail é uma missão que exige tempo, preparo físico e bastante experiência. Essas dificuldades acabam limitando a experiência a poucas pessoas. Mas, um aplicativo promete tornar a Appalachian Trail mais popular e acessível a pessoas em qualquer lugar do mundo.

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Foto: Jonathan Riley/Appalachian Trail Conservancy

Como contado na reportagem da Revista Outside, a ideia surgiu a partir de uma brincadeira no trabalho. Um grupo de amigos em Chicago começou a se questionar qual dos integrantes conseguiria finalizar primeiro uma viagem a pé entre Ann Arbor, no Michigan, e Chicago (Illinois). Como ninguém pegaria uma mochila e sairia andando do escritório por dias, a ideia era somar a quantidade de passos dados diariamente e fazer uma simulação com base na distância entre as duas cidades.

Com o desafio dado, uma das funcionárias resolveu pedir ao filho que criasse um aplicativo que tornasse a medição mais fácil. Esse foi, literalmente, o primeiro passo para que a brincadeira se transformasse em algo maior. John Zacconi era o filho em questão. Além do posto na família, ele também é programador e durante o período em que esteve na faculdade teve a oportunidade de fazer alguns trechos da Appalachian Trail. Assim, enquanto pensava na ferramenta que a mãe precisava, ele acabou associando a ideia do escritório às suas experiências outdoor. O resultado foi o “Walk The Distance”.

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Foto: Benjamin Hays/Appalachian Trail Conservancy

Ao invés de mensurar quanto tempo as pessoas levariam entre duas cidades, John aplicou a ideia à distância que os trilheiros que completam a Appalachian Trail precisam caminhar. Basicamente o que o aplicativo faz é utilizar a ferramenta de monitoramento de passos que já existe no celular e simular qual seria a distância percorrida pelo usuário caso ele estivesse se aventura.

O mais legal é que a experiência é interativa. Ao contabilizar a distância equivalente na trilha, os participantes têm acesso às informações sobre os percursos, se deparam com fotos sobre o locais onde estariam caso estivessem de verdade na trilha, conhecem os pontos de apoio e de descanso, entre outras coisas.

A expectativa é de que o aplicativo funcione para dois fins bem específico: estimular as pessoas a caminharem mais e mostrar a elas outras opções além das cidades. Através da ferramenta, a trilha fica mais conhecida e a chance de pessoas que a percorrem virtualmente terem vontade de expandir a experiência para o mundo real também é maior.

Segundo cálculos realizados por John, uma pessoa que anda, em média, dez mil passos por dia, levaria 440 dias para percorrer a Appalachian Trail completa, isso sem considerar os desafios dos terrenos e a inclinação. Mesmo assim, o aplicativo já proporciona uma experiência bem interessante entre os participantes e pode ser usado em grupos para motivar as pessoas a caminharem mais em disputas entre si.

Até o momento, o aplicativo conta com 2.000 inscritos. O número já é bem próximo da quantidade de trekkers que completam a trilha anualmente, uma média de 2.200 pessoas.

Por enquanto, o aplicativo está disponível apenas para iOs, mas o criador já está desenvolvendo uma versão para Android e também está pensando em outras trilhas que poderiam ser incluídas entre as opções do app. O próximo desafio é criar a trilha virtual para outro roteiro muito famoso em todo o mundo: a Pacific Crest Trail.

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Foto: Jeffrey Stylos / Appalachian Trail Conservancy

Clique aqui para saber mais e baixar o app.

Val Thorens está entre os principais destinos do mundo para a prática de esportes de neve. A estação, localizada na França, tem uma série de diferenciais que atraem desde os iniciantes até os esquiadores e snowboarders mais experientes. As belas paisagens, somadas à excelente estrutura formam o pacote perfeito para quem está em busca de uma experiência completa na neve e não é à toa que a estação já foi considerada a melhor estância de ski do mundo em mais de uma ocasião.

Aqui estão alguns motivos que vão te fazer querer embarcar rumo a Val Thorens agora mesmo:

1. Tamanho e neve perfeita

Val Thorens faz parte de um complexo de ski que compõe a maior área esquiável do mundo. Apenas em Val Thorens são 600 km de pistas com opções para todos os níveis de dificuldade e gostos. Oficialmente a estação conta com 318 pistas (7% Iniciante / 43% Intermediário / 37% Avançado/ 13% Expert) e 172 meios de elevação. Por estar localizada a mais de 2.000 metros de altitude, e ser a estação mais alta da Europa, a região tem neve de qualidade durante toda a temporada.

2. Opções para toda a família

Nem todas as famílias são unânimes quando o assunto é ski ou snowboard. Para quem tem integrantes da família que não são tão fãs dos esportes de neve, o complexo de Val Thorens oferece uma série de atividades alternativas, que garantem muita diversão além das pistas. No complexo esportivo interno é possível praticar vôlei, badminton, tênis, squash, natação, entre outras coisas.

As belas paisagens, somadas à excelente estrutura formam o pacote perfeito para quem está em busca de uma experiência completa na neve. | Foto: Snowonline / Val Thorens – Divulgação

3. Fácil de chegar

Val Thorens está muito bem localizada, com fácil acesso por dois grandes aeroportos da Europa: Genebra e Lyon. Para quem chega lá através da Suíça, são apenas 159 km de Genebra. Quem vai direto para a França e viaja a Val Thorens por Lyon anda um pouco mais, 183 km. A estação oferece traslado constante a partir desses dois aeroportos.

4. Boa comida e cultura

Não poderia ser diferente em uma estação localizada em solo francês. Assim como no restante do país, os turistas encontram uma variedade enorme de opções entre bares, restaurantes, bistrôs e festas onde tocam desde jazz até música eletrônica. A diversão não acaba no après-ski.

5. A vista

Esquiar em Val Thorens é garantia de ter como pano de fundo uma paisagem incrível. Afinal, não é em qualquer lugar do mundo que é possível subir o lifting apreciando a vista dos alpes.

Foto: Esquiar em Val Thorens é garantia de ter como pano de fundo uma paisagem incrível. | Foto: Snowonline / Val Thorens – Divulgação

Com informações de Snowonline.

Chegar ao cume de uma montanha com mais de 8 mil metros de altitude não é tarefa fácil. Lidar com o ar rarefeito e com as condições climáticas adversas é um desafio que costuma levar tempo. Nem sempre é possível fazer ciclos tradicionais de aclimatação para que o corpo se ajuste à montanha. Essa é uma realidade que atinge muitos profissionais e guias de montanha. Com a agenda apertada, passar muitos dias na mesma montanha, pode ser quase impossível em algumas ocasiões.

O guia Eduardo Sartor Filho acabou de passar por essa experiência logo na primeira vez em que subiu o Manaslu. Vindo de uma série de viagens, ele teve apenas 5 dias para chegar à montanha e já atacar o cume, pulando todos os ciclos de aclimatação. Mas, isso só foi possível por ter vindo de uma sequência de outras montanhas de altitude.

Foto: Grade 6

Ele explicou como foi a sua preparação e como é possível conciliar diferentes expedições como forma de aclimatar o corpo para tentar uma montanha mais alta.

Confira abaixo o depoimento e os conselhos do guia:

“Quando se escala uma montanha com altitude extrema, o principal, além do físico e emocional e que faz toda a diferença, é o fisiológico, que pode ser traduzido em uma palavra: aclimatação. A aclimatação pode ser feita de diversas maneiras, mas precisa ser bem-feita, para minimizar os efeitos da altitude em seu organismo durante a escalada.

A aclimatação pode ser dura de alguma maneira e afeta diferente cada pessoa, muitos sentem nos primeiros dias as consequências em seus organismos e levam tempo até chegar a uma adaptação fisiológica ideal para a subida definitiva ao topo da montanha.

Eduardo Sartor no Manaslu. | Foto: Grade 6

A maioria das pessoas faz sua aclimatação na própria montanha com vários ciclos de sobe e desce entre os acampamentos de diferentes altitudes, até que o corpo esteja adaptado e pronto para o ataque ao cume.

Outra possibilidade é fazer essa aclimatação em outras montanhas, em outras cordilheiras e, com isso, chegar na montanha de 8.000 m já aclimatado e adaptado.

Como sou guia de montanha e, por uma questão de calendário, acabei tendo que optar pela aclimatação fora do Manaslu, montanha de 8.156 m, que acabei de escalar.

A minha aclimatação ocorreu nessa sequência: Elbrus (5.642 m) na Rússia, Cotopaxi (5.897 m) no Equador e Sajama (6.560 m) na Bolívia. No meu planejamento, para a aclimatação final antes de seguir para o Nepal, eu deveria dormir 1 noite no cume do Sajama, mas devido ao clima ruim não foi possível, portanto, somente atingi o cume e desci.

Foram dez dias entre a saída da Bolívia até a chegada ao Campo Base do Manaslu (4.750 m). Lá eu me juntei ao Carlos Santalena, Chico Amaral e Henrique Franke, grupo da Grade6 que já estava no Manaslu há algum tempo e com o processo de aclimatação concluído.

Foto: Grade 6

Logo no dia seguinte à minha chegada ao Campo Base, a expedição saiu rumo ao cume, com a intensão de eu subir sem o uso do O2 suplementar.

Do Campo Base seguimos para o Campo 1 (5.500 m) onde pernoitamos. No dia seguinte paramos no Campo 2 (6.200 m) com pernoite, na sequência Campo 3 (6.800 m) e, pelo planejamento, o próximo seria o Campo 4 (7.400 m) antes de atacar o cume.

Cume do Manaslu. | Foto: Grade 6

Quando chegamos ao Campo 3, vimos que a previsão para aquela madrugada estava ótima, para o ataque ao cume e na data prevista e nos dias sequentes não estaria tão boa. Isso complicou um pouco a minha aclimatação, pois pularia 1 dia de exposição a 7.000 m, algo muito importante nesse processo. Porém, apesar desse contratempo, decidimos sair dali mesmo, indo dos 6.800 m direto para o cume. Sai sem O2, mas como ainda não tinha me provado em altitude tão extrema, tive que aos 7.550 m colocar O2, para continuar no ritmo de todos que estavam no grupo. Cheguei cansado ao topo, fiz uma ligação via telefone satelital ao meu pai no Brasil, informando que todos haviam chegado ao cume, depois de algumas fotos e vídeos, descemos de volta ao Campo 3, onde pernoitamos. Todo o processo de ataque e volta do cume totalizou 15 horas de caminhada. No dia seguinte descemos até o Campo Base, fechando a expedição de 8.000+, que pra mim durou apenas 5 dias.

A conclusão a que cheguei é que, sim, é possível fazer uma montanha de altitude em tão pouco tempo, desde que haja um bom planejamento!”

Foto: Grade 6