Inspiração

Correr uma maratona já não é uma missão fácil. Permanecer em movimento durante 42 quilômetros é um desafio para os fortes. Mas, imagine fazer isso estando nos lugares mais extremos do mundo. É esse o desafio que o curitibano Marcelo Alves leva para a vida. Quando começou a correr, ele não se contentou em apenas fazer provas no asfalto. Seu objetivo era correr as maratonas mais extremas do mundo. A lista inclui locais como a Antártica e o Everest. Ele já correu uma maratona por dia em cada um dos continentes e, em 2017, foi ao Atacama pela segunda vez para encarar uma maratona de altitude no deserto mais árido do mundo.

A missão foi cumprida com êxito e hoje, dois anos após a experiência, o desafio ganhou a forma de um vídeo inspirador. Em que Marcelo retrata seu retorno ao deserto e sua vontade de derrotar os obstáculos com ainda mais propriedade do que fez em sua primeira disputa no Atacama.

Confira abaixo o vídeo e a entrevista que fizemos com Marcelo Alves.

The North Face Brasil: Você já correu em diversos locais extremos, principalmente, destinos muito frios. Como foi a escolha por participar da maratona no deserto mais árido do mundo, o Atacama?

Realmente como eu já havia me desafiado no frio, resolvi encarar o deserto! O Atacama é o deserto mais árido do mundo e a Volcano Marathon acontece entre 10 vulcões com altimetria média de 4.000m (além de árido, 40% menos oxigênio)

The North Face Brasil: Você fez algum tipo de preparação especial antes da prova?

Durante a preparação treinei muito em montanhas e na areia, para tentar simular os ajustes que seriam necessário para a escolha dos equipamentos.

The North Face Brasil: Teve um processo de aclimatação na região?

Na primeira tentativa, eu só tive tempo de me aclimatar por 2 dias e isso quase não adianta nada. Isso, com certeza, foi um erro crucial.

The North Face Brasil: Qual foi o maior desafio na primeira tentativa?

O maior desafio foi a falta de ar com o a aridez, a hidratação e muito importante, mas para você ter uma ideia, alguns minutos depois de você beber água a língua já gruda no céu da boca, é horrível.

The North Face Brasil: Você sofreu bastante na primeira tentativa, mas, mesmo assim, concluiu a prova. Por que você decidiu correr a mesma maratona de novo?

Cada prova temos um aprendizado, e nesta ficou claro, eu sabia que tinha errado na aclimatação! E quando você reconhece um erro, é uma ótima oportunidade para refazer o planejamento e concertar os erros! Eu sabia que precisava voltar e tentar fazer o meu melhor.

Foto: Marcelo Alves/Arquivo Pessoal

The North Face Brasil: O que você fez diferente para a segunda tentativa?

Na segunda tentativa caprichei mais na parte física e principalmente consegui me aclimatar com mais tempo, cheguei antes e fiz alguns treinos em San Pedro.

The North Face Brasil: Você sempre corre por uma causa, como a conscientização em relação à doação de medula óssea. Essa ainda é a bandeira que você leva ou com o projeto The Hardest Run o foco mudou?

O projeto The Hardest Run está crescendo muito, isto está muito legal! Em maio fizemos a maior corrida da história de Curitiba, foram 10 mil pessoas, o resultado foi a doação de um milhão de reais para a construção de um hospital oncopediátrico. O objetivo principal do instituto The Hardest Run e levar a atenção da sociedade para causas que necessitam de visibilidade.

The North Face Brasil: Qual será o seu próximo desafio?

Meu próximo desafio será em fevereiro, vou correr a maratona do Mar Morto, metade da prova acontece abaixo do nível do mar. Será incrível!


Escrito por

Thaís Teisen

Jornalista, formada pela FIAM-FAAM, com especialização em Mídias Digitais pela Universidade Metodista de São Paulo. É apaixonada por esportes, natureza, música e faz parte do time The North Face de Conteúdo Digital.