Nossos parceiros sempre trazem relatos emocionantes e cheios de inspiração quando voltam de uma grande expedição. Dessa vez, o Carlos Santalena fez diferente. Trouxe para nós o histórico de mensagens que escreveu durante toda sua jornada, rumo ao cume do Makalu. É de arrepiar!

“Este ano parti rumo ao Makalu, quinta montanha mais alta do mundo. Na minha primeira ida ao Nepal, em 2009, o avistei pela primeira vez do cume do Nagarjunpeak e seus 5050m (clássico pico de aclimatação para quem faz o campo base do Everest). Desde então, Makalu sempre esteve no meu imaginário.

Parti em expedição no dia 04 de abril, com o objetivo de conduzir um grupo até o campo base do Everest. Junto comigo estava Léo Pena. Aproveitamos esta trilha para fazer nossa aclimatação e então, seguirmos de helicóptero ao base do Makalu. De lá seguiríamos para o nosso grande desafio.

A trajetória ao campo base do Everest já é uma velha conhecida. Há 11 anos frequento a região, mas sempre enxergo o caminho como uma peregrinação, um trekking contemplativo e uma vivência cultural intensa. Nunca saímos do base da mesma maneira que entramos. Fazia parte do nosso grupo João Saci, que é um guerreiro nato! João que foi vítima de cinco cânceres e teve sua perna amputada, era exemplo para todo o time. A cada passo e a cada vilarejo ele nos dava uma lição de vida e transmitia uma energia sem igual.

Cumprida essa etapa de trekking do Everest e aclimatação, partimos em um voo emocionante que nos levou de Dingboche (4400m), no Vale do Khumbu, para o campo base avançado do Makalu (5695m).

 

22/04/22 – Voo Para Makalu

Meu amor, não sei quando receberá essa mensagem. Chegamos aqui no campo alto, depois de um voo alucinante. Saímos de Dingboche as 6h30 e começamos a sobrevoar o Vale do Khumbu, beirando Ama Dablam. O helicóptero mais parecia um fusca voador, nos sentimos totalmente vulneráveis ao cruzar o Amphu-lapsa e entrar no vale Makalu-Barun! O piloto dizia que o vento estava forte, mas que daria tudo certo. Ao chegar no passo, o helicóptero parou no ar com o motor no limite, cruzou e desceu de frente para o gigante Makalu (cena que nunca mais esquecerei). Pousamos por volta das 7h e fomos recebidos pelos staffs locais.  Somos os primeiros a chegar no acampamento. O restante do grupo deve chegar amanhã!

Ainda pela manhã, saímos para caminhar até o Grampom Point (5900m). A trilha já não existe mais. Caminhamos por cima de morainas gigantescas, nos apoiando em pedras que mais pareciam boulders. O terreno é difícil e inclinado, fácil de se machucar. Subimos até 5800m, quando encontramos algumas cordas para passar um trecho misto vertical de uns 15m. Passamos com tranquilidade, mas com atenção e estado de alerta o tempo todo! Ao chegar no pé da via ficamos desacreditados com a profundidade do vale e com as encostas mistas de rocha e gelo que se estendiam no horizonte até o céu. A rota se mostrou segura, porém longa e com variados trechos técnicos. A montanha mais parece um maciço de três grandes picos de tão admirável que se mostra. Nossos olhos não podem acreditar no que estamos vendo e imediatamente nos sentimos um nada diante da imensidão que estávamos inseridos.

Conseguimos voltar a tempo para o almoço. Comemos um macarrão e passamos a tarde descansando. O clima estava frio, nublado e com neve esparsa. Excelente para se enfiar dentro do saco de dormir -30 e iniciar a leitura ou a escrita rsrsrs!

Ficamos sabendo que a conexão será apenas satelital, o que me traz uma dificuldade pois amo falar com você e com Zeca sempre que posso. Mas sei que essa dificuldade me fará ainda mais forte após essa montanha, e que meu coração voltará cheio de amor para entregar à vocês. O lugar aqui é certamente um dos mais inóspitos e selvagens que já estive. A falta dessa comunicação e acesso extremamente difícil, cria um outro tipo de conexão diretamente ligada com nosso espírito e coração!

Tive uma noite boa e o foco está na montanha! Pela grandiosidade, ela não permitirá desatenção de nossa parte. Temos que estar focados e sentindo seus movimentos.

 

23/04/22 – Segunda Subida ao Crampon Point

Hoje, dia 23, fomos novamente ao Crampon Point em uma hora e quinze, mais rápido que ontem, pois já conhecíamos a rota. Levamos duas barracas comunitárias até lá. Voltamos, almoçamos tibetan Bread com atum e salada de vagem e feijão misturada com creme de leite ou maionese. Agora a tarde começou a chegar o restante do grupo. Os primeiros foram dois amigos italianos. Um deles completou os 14.8 mil no início dos anos 2000 e o outro vem realizando o projeto. Os do México, são um casal que também já escalaram alguns dos 8000 e estão na segunda tentativa do Makalu, que não parece ser uma montanha fácil de nenhuma maneira!

Minhas bagagens com os equipos chegaram. As do Léo ainda não, mas assim que estiverem aqui, tocaremos para cima do base, o C2. Passaremos duas noites lá e tentaremos chegar a quota dos 7000m – subir e aclimatar sem oxigênio. A motivação é alta e as sensações as melhores!  Seremos nós dois nesta empreitada!!

24/04 – Reflexão

Por aqui vivo cada dia em um ambiente que me sinto em casa e uma natureza que me acolhe. Tenho certeza do meu equilíbrio atual e da minha grande prioridade de voltar para você e Zeca! Ainda vamos construir muitas coisas juntos e as montanhas farão parte de nossas vidas. É muito bom ter alguém que me apoia e me faz crescer. Tenho certeza do meu amor e minha enorme vontade de estar todo tempo ao seu lado!

Hoje descansamos. Chegaram os equipos do Léo e amanhã partimos para fazer o que viemos fazer: observar o mundo dos seus pontos mais altos, nos sentindo pequenos e espiritualmente presentes!!! Siga seus treinos e sua vida que eu chegando já vamos armar a próxima!

26/04/22 – Ciclo de Aclimatação

Ontem subimos ao C2. A rota saindo do BC passa pela mesma moraina beirando paredes e cascatas de gelo do rio que corre por ali. Até o Crampon Point, já estávamos acostumados, mas desta vez saímos carregados: Léo com 10kg e eu com 20kg – basicamente todos os equipos individuais e eu ainda agreguei comida, suplementos, medicamentos e eletrônicos. A subida, que na visão dos Sherpas era rápida, nos tardou sete horas de descolamento e 1000 metros de desnível percorridos. Com isso, alcançamos os 6600m de altitude. Léo veio bem até os 6300. De lá para cima, resolvi solterá-lo de mim em alguns trechos por segurança e para começar a usar as piquetas, invés dos bastões. As últimas duas pendentes de mais ou menos 60 graus foram duras!!

Chegamos no acampamento e Léo sentia-se bastante cansado. Dormiu, se hidratou, tomou diamox, dipirona e remédio para pressão, fora o segundo tratamento de antibiótico que vem fazendo por conta da sinusite. Eu e Pasang tomamos café e contemplamos a imensidão. Jantamos por volta de 19h30.

Já estávamos todos dentro da barraca descansando e esperando a hora passar (dormir nessa altitude é uma tarefa complexa. Sonhos intermitentes, alucinações, sonos profundos de 15min que mais parecem durarem 15hs), quando o Leo que capotou a noite, acordou com uma tontura jamais percebida por ele! Tomamos a decisão de descer e descansar mais dois dias antes da próxima incursão. Viver cada dia para tomar as próximas decisões!!

O Makalu, dos 8000m que já estive, é certamente o mais duro. Pode não ser perigoso, não ser o mais alto, nem o mais técnico, mas nitidamente o mais duro!  É uma montanha para quem realmente está afim de se entregar a tamanho desgaste e para quem tem afinado seu autocontrole psico, emocional, espiritual e sexual.

A descida foi treta. Rapel nas cordas fixas, Léo sofrendo com as tonturas e controle no ritmo para que ele não piorasse.  Ah! Ontem falei com Zeca e embora seja apenas algumas palavras, ele sabe que penso nele e que estou com ele, mesmo com toda distância!

Quero dormir uma noite no C3. Isso me dará força e segurança na tirada final. Amanhã a equipe que fixa cordas deve chegar ao 4 e no dia seguinte, cume. Estou ansioso para subir, mas já percebi que se agir com ansiedade por aqui não dará certo!

 

*Após o segundo ciclo no C2, acabamos voltando ao campo base. O Léo ainda não se sentia bem, a tontura não amenizou com a descida. A noite foi crítica e como estávamos em uma montanha inóspita, resolvemos descê-lo até Kathmandu para que fizesse exames e entendesse o que estava acontecendo. Notem que o Léo já havia estado em grandes altitudes muitas vezes e essa foi a primeira vez que teve este sintoma. Eu nunca havia presenciado tal problemática! Pensava que era algum tipo de princípio de edema cerebral causado pela altitude ou até mesmo ataxia.
Em Kathmandu e após uma intervenção médica, Leo voltou às pressas para o Brasil. Passou por uma cirurgia por necrose de septo, causada pela bactéria que o acompanhava e que já se aproximava do cérebro.
Léo é um grande parceiro de escalada, daqueles que não reclama de nada. Está sempre disposto! Fisicamente muito bem treinado e uma consciência ampla sobre a vida. Neste dia, perdi um grande parceiro de cordada, o que certamente me abalou psicologicamente e emocionalmente.
Após o resgate e encaminhamento do Leo para o Brasil, descansei no campo base. Ajustei minha mente e parti ao último ciclo de aclimatação, que buscava tocar o C3 ou chegar o mais próximo possível ,sem a utilização de O2.

 

01/05 – Ciclo de Aclimatação

Mi amore! Este ciclo foi muito bom para minha aclimatação fisiológica! As duas noites a 6600m foram difíceis e ventosas, cabeça pensando muita coisa. No primeiro dia, subindo ao C2, não parava de pensar nas dificuldades de contato com Zeca.

Depois de uma noite tumultuada e nevada, acordei e sai determinado a tocar o C3! Pasang estava mais pesado que eu, e nos dispersamos logo no começo da subida. Tinha um alemão e um americano à minha frente, foquei em subir e quando eles começassem a descer eu também iniciaria minha descida para não ficar sozinho acima dos 7000m. O dia estava fechado, neve intermitente, pouca visibilidade. A subida é manhosa, trechos mistos de rocha aparente e gelo duro, exigindo movimentos desafiadores e a escolha da corda correta. Cheguei aos pés do C3 a 7260m! Quando vi os dois alpinistas descendo, cumpri o combinado comigo mesmo e comecei a descer também. Encontrei Pasang próximo ao acampamento me esperando! Percebi que tinha um parceiro e não apenas um Sherpa. Estamos em uma sintonia muito legal.

Passamos essa segunda noite no C2 e fomos informados do Puja! Às 8h430  já estávamos no BC para celebração. AÍ foi rezar primeiro, bebida e dança nepalesa depois! São 21h e me recosto novamente, não irei botar pressão para subir rápido a montanha, mas já me sinto muito bem preparado para uma tentativa segura e assertiva. Agora é contar com a janela!!!

 

07/05 – Organização

Por aqui tudo certo! Arrumando minhas coisas para sair amanhã com tudo organizado. O clima já está muito mais quente. Essa noite a temperatura era de -2 graus. Acredito que vamos ter boas chances e desta vez estarei sempre no mesmo campo que o grupo. Ou seja, movendo não na mesma velocidade, mas chegando ao mesmo destino. Me sinto bem de saúde, que é o principal. Focar nestes próximos quatro dias de ascensão e voltar para casa, te abraçar, beijar e estar com o Zeca todo tempo!

 

08/05 – Emoção

Estou abrindo os olhos e logo devo levantar para tomar um café e subir! Estarei com você a cada passo.

 

13/05 – O cume

Quantos sentimentos nessas últimas 24h!! O dia e a noite de ontem foram muito difíceis e demoraram infinitamente pra passar! Cochilava e acordava naturalmente a cada uma hora. Por mais que tente me manter muito otimista é dificílimo ficar aqui tão impotente! Quando deitei pra tentar dormir, fiquei um tempo visualizando mentalmente você na montanha e rezando para que todos os espíritos que sei que me protegem estivessem com você em cada momento!

*Fiz o cume dia 13 e no mesmo dia desci do campo 4 ao campo base chegando às 21h30 para o merecido descanso. Corpo exausto, mente ainda ativa e emoções a flor da pele. No dia de cume cai em uma greta a aproximadamente 8200m sem auxílio de oxigênio suplementar. O Sherpa que estava me acompanhando adoeceu antes do dia de cume e acabei subindo solitário. Estar dentro de uma greta por 15 minutos, sem oxigênio e sentindo um frio intenso , foi uma experiência traumática! O momento da queda não saiu da minha mente por um bom tempo, falar da queda não era comum e não me sentia bem. Certamente ganhei mais uma oportunidade de vida e consciência sobre uma subida em solo sem oxigênio.

 

14/05 – Dia Seguinte

A vida e a morte que temos conceituadas andam próximas o tempo inteiro. O medo ignorante de morrer é uma ilusão, tudo depende de como enxergamos sobretudo a morte! Meu sentimento é que demorarei para partir e poderei ainda realizar muito por aqui!”

 

 

O Get Out Side decidiu encarar novos desafios neste ultimo mês. A dupla que já tem uma bagagem imensa de destinos e vivências incríveis, partiu rumo a algo ainda maior. E coloca maior nisso! O objetivo era subir três montanhas acima de 6.000m em 10 dias! Confira o que os levou a encarar essa jornada e tudo que rolou durante essa aventura.

O mais alto que tínhamos chegado antes de encarar a nossa primeira experiência de alta montanha era 5.592 metros de altitude, em um vulcão muito conhecido e turístico no Deserto do Atacama, o Lascar. Como tiramos de letra esta subida, achavámos que estava na hora de encarar uma montanha mais alta e mais difícil. E essa montanha tinha nome. Era o Ojos del Salado e seus 6893 metros de altitude.

Ficamos um mês em preparação para o que seria a nossa primeira experiência de alta montanha. Alimentação saudável, muita hidratação e treinos no mais alto que conseguíamos estar (2.400m de altitude de San Pedro de Atacama). Acontece que Ojos del Salado não deu trégua. Não teve um dia sequer em que olhávamos a previsão do tempo e víamos uma janela minimamente estável que nos desse esperança de conseguir encarar essa aventura. Muito pelo contrário, o tempo só piorava, assim como nossa frustração da espera.

Percebemos que estava na hora de mudar os planos. Começamos a pesquisar outras montanhas, mas com a frustração da expedição do Ojos del Salado não ter ido adiante, poucas pareciam ser tão desafiadoras. Até que começamos a ler sobre o Nevado Sajama!

Sobre o Nevado Sajama

O Sajama é um vulcão inativo que, com seus 6.542m de altitude, é a montanha mais alta da Bolívia. O Nevado Sajama era considerado sagrado pelos habitantes das cidades próximas, o que na nossa opinião, faz dela ainda mais especial. Seu nome vem do aymara “Chak.jjaña”, que significa “Para o Oeste”.

A primeira tentativa de escalar o Sajama aconteceu em 1927, mas os escaladores apenas lograram êxito de alcançar o cume em 1939.

 

O vulcão está localizado no parque de mesmo nome – Parque Nacional Sajama. A vila que fica aos seus pés é bem pitoresca e charmosa. Um lugar onde o frio não dá trégua e se vê mais lhamas que pessoas. Mas saiba que ao encontrar uma pessoa, ela irá te cumprimentar com um grande sorriso e acolhimento no olhar. Tudo isso faz da experiência “Sajama” muito autêntica.

Só tinha um problema! Sajana não é indicada como primeira experiência em alta montanha por ter um nível técnico considerado alto. Não deixamos isso nos abalar e fizemos um plano: subir três montanhas acima de 6.000m em 10 dias, entre elas (e por último) o Nevado Sajama. Assim nos aclimataríamos melhor e quando chegasse sua vez já teríamos um pouco mais de “experiência”.

Acotango

O Acotango foi nosso primeiro desafio. A montanha possui 6.052m de altura e seu nível de dificuldade é considerado baixo por escaladores mais experientes.

Saímos da Vila de Sajama às 4h da manhã. Seguimos em um veículo 4×4 junto com um guia local até o ponto de partida da trilha, a 5.300m de altitude. Começamos a caminhada por volta das 5h45. Nessa primeira experiência percebemos que uma grande parte do êxito depende do seu psicológico. Faz muito frio, você só vê a lanterna apontando para o lugar onde deve dar o próximo passo e muitas vezes se pergunta “o que eu estou fazendo aqui?”. 

Uma montanha que é considerada “fácil” pelos montanhistas mais experientes, foi difícil para nós. No caminho, nos olhávamos e dizíamos “a gente subestimou tudo isso”.  Com paciência e determinação, um passo na frente do outro, chegamos ao cume do Acotango. Foi emocionante!

 

Alguns ajustes necessários!

Tentamos entender o que poderíamos ter feito de “errado” e o que poderíamos melhorar para encarar as próximas montanhas. O mais óbvio para nós, foi a alimentação. Na subida não comemos praticamente nada, a não ser uma barrinha de cereal. Conversando com outras pessoas que encaram desafios como este, vimos o quão amadores fomos. O ideal é comer alimentos altamente calóricos na subida. 

Outros dois pontos que poderíamos melhorar eram a hidratação e a aclimatação. Estávamos bebendo de três a quatro litros de água por dia e pesquisando, vimos que o ideal é um litro de água a cada metro de altura. Por isso, passamos a beber de seis a oito litros de água. Por fim, aproveitamos o tempo que tínhamos até a próxima escalada para fazer caminhadas na altitude para nos aclimatarmos melhor.

Parinacota

Saímos 1h da manhã da Vila Sajama para a nossa ascensão à segunda montanha da expedição. Mais uma vez, fomos com veículo 4×4, mas o ponto de partida foi a 5.100m de altura. Isso significa que a subida seria muito mais longa do que o Acotango, já que o cume do Parinacota fica a 6.380m de altitude. Certamente o desafio era muito maior.

A caminhada começou em um trecho arenoso. Passamos por uma parte com bastante pedras até chegar nas penitentes, que são formações de gelo pontiagudas encontradas em altitudes elevadas e muito comuns nas montanhas da região. O gelo forma pontas alongadas que podem ficar bem altas.

 

Foi nesse momento que percebemos uma grande diferença técnica entre o Acotango e o Parinacota. O desafio no Acotango estava muito relacionado com a altitude e o fato de não termos nos preparado devidamente para a aventura. Já no Parinacota, as penitentes, a exposição ao vento e ao frio faziam com que a subida fosse um pouco mais técnica.

De qualquer maneira, para nós, a ascensão ao Parinacota foi muito mais fácil do que o Acotango. Mesmo que o Parinacota fosse considerado uma montanha mais difícil do que o Acotango, chegamos no cume muito mais tranquilos, e isso tem muita relação com a preparação. Dessa vez, comemos chocolate e outros alimentos hipercalóricos durante toda a subida, no dia anterior havíamos bebido 7 litros de água e descansamos bastante.

Chegamos no topo felizes e um pouco mais esperançosos para a escalada ao Sajama.

 

Sajama

Antes de contar sobre escalada ao Sajama, vale dizer que essa montanha é um pouco diferente das outras. O nível técnico de dificuldade é considerado mais elevado. Enquanto nas outras montanhas dá para fazer um bate e volta no mesmo dia, no Sajama são pelo menos 2 dias de expedição com pernoite no acampamento alto.

O acampamento base do Sajama fica a 4.700m. Já o acampamento alto está a 5.700m e o cume a 6.542m. Nos acampamentos não há nenhum tipo de estrutura. O que significa que você deve levar barraca, saco de dormir, comida e tudo mais para a sua estadia. Até o campo alto tem carregadores da Vila que podem te ajudar com os equipamentos, o que facilita bastante para preservar as energias para o dia de cume.

Embora seja uma montanha emblemática, desde que chegamos a Vila não considerei o Nevado Sajama uma montanha muito convidativa. Enquanto o Acotango e o Parinacota estavam sempre abertos e sem nuvens, era difícil ver o Sajama com sol no cume e aparência amigável. É uma montanha que intimida pela sua formação, grandiosidade e principalmente pela quantidade de gelo.

De qualquer modo, lá estávamos nós. O sentimento era de que passados os 6.000m já era uma vitória, uma vez que o plano era fazer três montanhas acima de 6.000m de altura. Fomos com sangue doce, sabendo que aquela seria uma escalada mais desafiadora e entendendo que essa era a nossa experiência inaugural em alta montanha. Por isso, precisávamos saber a hora de parar.

 É possível chegar de carro até a altura do campo base e foi o que fizemos. De lá, começamos a subir até o campo alto, aproximadamente umas 10h da manhã. Embora haja um desnível de 1000m de altura, a subida de três horas até o campo alto foi relativamente tranquila. A maior parte do caminho era de areia, com alguns trechos de neve e gelo. 

Armamos as barracas e aproveitamos o fim de tarde para descansar, hidratar e nos alimentar. Dormir mesmo, que é bom, confesso que não conseguimos. Muito disso pela ansiedade e porque o nosso ataque ao cume começaria meia noite! Às 23h20 estávamos de pé para tomar “café da manhã” e nos preparar rumo ao cume.

A subida começou por um trecho bem curto de areia com pedra e logo em seguida, um trecho bem perigoso devido à inclinação. O lado bom de estar escuro é que só na volta vimos de fato o que estávamos encarando. Fizemos esse trecho com muita calma, até chegar na parte das penitentes de Sajama, que estavam muito mais altas do que no Parinacota. Isso dificultou um pouco mais a caminhada. 

Eis que quando chegamos a mais ou menos 6.200m de altura o vento e as nuvens começaram a atrapalhar bastante a subida. O tempo havia fechado totalmente, não dava para ver mais do que poucos metros à nossa frente. Os cílios, o cabelo e tudo o que estivesse exposto começou a congelar. Assim como as lágrimas que começaram a cair.

Dessa vez, conseguimos aproveitar! Por mais difícil que a escalada fosse, estávamos 100% presentes ali, realizados por poder subir, ou tentando subir, a montanha mais alta da Bolívia. No Acotango e no Parinacota a ansiedade tomava conta dos pensamentos, de como seria a próxima montanha. Já no Sajama, era só o Sajama, o que foi muito mais gratificante!

Só que o Sajama é psicologicamente desafiador.  Existem três falsos cumes pelo caminho. Você caminha, caminha, caminha, e, quando acha que chegou, vê o que ainda parece ser um “longo caminho” pela frente. Em 6.280m paramos! O Alê estava exausto e, preocupado com a volta. Por isso, decidiu retornar. Já tinha atingido a cota dos 6.000 pela terceira vez e, como todos sabem, o cume é só metade do caminho. Faltavam pouco mais de 200 metros de elevação para atingir o topo, mas qualquer metro nessa altitude é muito desgastante. Foi a decisão certa.

Já eu, Duda, segui  junto com meu guia e mais um colega. Uma hora depois chegamos ao cume da montanha mais alta da Bolívia. Desabei de emoção e felicidade, mesmo sem ver absolutamente nada do que provavelmente seria a vista mais incrível da minha vida. Nevava e as nuvens tapavam qualquer luz solar ou paisagem que podíamos ter.

Nesse momento pensei no quanto havíamos nos desfiado, testado e ido até o nosso limite nessa experiência. Estamos acostumados a fazer trilha e atividades ao ar livre, mas nada do que passamos até hoje se compara ao que a falta de oxigênio na altitude faz com o nosso corpo.

Justamente essa falta,  fez a gente lembrar a cada instante da subida, o quão milagroso e gratificante é viver. Geralmente situações como essa, em que saímos da nossa zona de conforto e nos desafiamos a dar um passo à frente (às vezes até mesmo sem enxergar muitos palmos adiante), nos ensinam muito sobre quem somos e até onde podemos chegar.

 

O inverno chegou com tudo esse ano. A notícia mais esperada por quem ama praticar ski ou snowboard é também a mais divulgada: tem muitaaa neve nos países vizinhos ao nosso!! Como falamos no post da abertura da temporada, diversas estações de ski prepararam atrações exclusivas ou preços especiais para receber os brasileiros em 2022.

Isso tem alavancado não só o turismo das regiões, como despertado a curiosidade de se praticar esportes ou até mesmo ter o contato com os flocos de neve.

Conheça um pouco mais do que a temporada do Hemisfério Sul tem para te oferecer.

Chile

Pucon

A cidade fica a 780km de distância da capital, Santiago. Para chegar lá, é necessário um voo doméstico com duração de uma hora, mais um transfer até o vilarejo. É possível fazer o trajeto totalmente via terrestre. E não se preocupe, a paisagem deslumbrante deixa o percurso interessante do começo ao fim.

Em Pucon você conhecerá o Vulcão Villa Rica e sua permanente fumaça. Dotada de muita natureza – araucárias, lagos de águas cristalinas, cachoeiras, montanhas, paredes rochosas e termas – o ecoturismo é o forte da região e atrai os mais diversos tipos de aventureiros.

É no Parque Nacional Villarica que está localizada a Ski Pucon. Neve de qualidade é garantida na estação que possui 20 pistas para a prática do ski ou snow. Não se engane por ser um pequeno vilarejo, a infraestrutura do local é excelente. Para os mais profissas, a Ski Pucon é muito conhecida por seus half-pipes naturais e descidas desafiadoras entre as árvores.

Chillán

Também em área vulcânica, Chillán combina a neve da Cordilheira com águas termais quentíssimas. A cidade que já sofreu muito com os terremotos e foi realocada duas vezes, hoje em dia está moderna e em constante crescimento. Por lá, há grandes redes hoteleiras que garantem experiências únicas e máximo conforto.

 

Considerado um dos centros de ski mais completos do país, o local de cenário estonteante, possui cerca de 10.000 hectares de superfície a serem desbravadas. Dentre suas pistas, 40% é de nível intermediário.

Outro grande ponto positivo dessa estação, é seu fácil acesso. É possível chegar em Chillán em viagens de trem que saem de Santiago ou transfers que saem de Concepción.

 

La Parva

Se você prefere uma hospedagem mais intimista ou quer curtir o inverno com a galera, La Parva é o lugar certo. Por não possuir hotéis, os turistas têm como opção locar casas/ apartamentos ou bangalôs completos, que podem ser confortáveis para até 12 pessoas.

 

Por sua proximidade com a capital Santiago (40km), La Parva tornou-se uma região de imóveis valorizados. Suas construções são mais bonitas e sofisticadas quando comparadas aos vizinhos Farallones e El Colorado.

As pistas por lá são mais tranquilas, mas se preferir agito, há conexões no alto das montanhas que levam ao Valle Nevado. Ah! Os dias são quase sempre azuis e a neve powder tem grande predominância.

Argentina

Villa La Angostura

Em meio a bosques e lagos cristalinos, está a Villa La Angostura. Considerada uma das mais bonitas do país, a cidade é dona de uma paisagem sem igual! Diante dessa atmosfera, o local é procurado principalmente por casais.

Para chegar no vilarejo, o melhor ponto de partida é o Aeroporto de Bariloche. De lá, são mais 80km que podem ser feitos até mesmo de taxi.

Villa La Angostura possui sua própria estação de ski, que fica a 09 quilômetros do centro e vem se modernizando ano após ano. Se você possui vasta experiência no ski ou snowboard, os trajetos fora de pista são de tirar o fôlego.

Justamente por atrair principalmente casais, o local possui grandes eventos gastronômicos na alta temporada e quase nada de filas, inclusive nos lifts! Para os chocólatras, o vilarejo é conhecido por produzir ótimos produtos à base de cacau.

Outra ideia bacana é incluir a Villa Angostura junto com sua viagem a Patagônia Argentina.

 

La Hoya

Localizada a cinco horas de Bariloche, a cidade de Esquel fica na Costa Oeste da Argentina e possui duas grandes atrações: o Parque Nacional Los Alerces e a estação de ski La Hoya.

Com boa infraestrutura, a estação possui 24 pistas e 10 skilifts, além de canhões de neve para garantir o melhor para seus visitantes. De bom custo benefício, suas diárias são acessíveis para todos os bolsos.

Os hotéis – que se concentram todos no centro da cidade- são simples, mas muito confortáveis. La Hoya é o lugar ideal para quem foge de lugares muito conhecidos. Desbravar novidades é sempre muito interessante.

 

Las Leñas

Conhecida por seus tradicionais prédios inclinados, Las Leñas fica em Mendoza. Mundialmente reconhecida, a estação preza muito pela qualidade dos serviços prestados aos turistas.

 

São 65km esquiáveis e 29 pistas, sem falar das luzes artificiais para quem prefere curtir a neve quando o sol vai embora.

Com hospedagens para todos os bolsos e gastronomia variada, lugares aconchegantes e com vistas maravilhosas, não faltam.

 

Está com dúvida para montar sua mala? Aqui você encontra tudo que precisa para aproveitar sua próxima viagem de neve sem perrengue.

 

Na última sexta-feira (08), aconteceu em Minas Gerais a Ultramaratona dos Anjos Internacional. Conhecida popularmente por UAI, a competição que uniu 800 atletas, possui sete categorias e exige grande preparo físico.

Com percurso realizado em estradas de terra, terreno irregular e tempo seco, nossa querida Rosalia Camargo venceu os 65k, categoria Easy da competição que chega a ter cerca de 6800m de altimetria acumulada!

Para o início da UAI, Rosalia optou por usar o Fleece Summit L2 vestido por cima da mochila, já que o dia começou bem gelado na região de Alagoa. Este modelo de fleece é leve, quente e tem boa troca de calor.

 

 

A prova foi uma preparação para a atleta, que vai encarar a Angeles Crest 100 Mile Endurance Run: “A ultra dos Anjos é uma prova ideal para treino, porque tem um perfil muito semelhante ao que vou encontrar na próxima prova em termos de clima, tipo de terreno e variação de altimetria”, explica.

A AC100 acontece anualmente na Califórnia, Estados Unidos. De grande beleza, o trajeto desta corrida extremamente árida, é marcado e preparado sempre por um grande grupo de voluntários. Neste ano traz a emoção do reencontro, uma vez que não foi possível sua realização no ano passado. O evento já tem data certa e será realizado no próximo dia 06 de agosto.

Toda sorte e energias boas para a conclusão de mais um super desafio, Rosália!

A temporada de montanha no Brasil está a todo vapor. A Luisa Mazarotto, junto com duas amigas enfrentou a Travessia Petrópolis > Teresópolis. O desafio trouxe visuais de tirar o fôlego! Confira o relato caprichado que ela preparou para o blog:

“As expectativas para esse trekking eram altas e foram superadas! Cheguei no Rio de Janeiro na quinta de tarde e encontrei as amigas Daniela Faria de Curitiba, e a Vanesa Ogliari que está morando no Rio. Iniciamos as compras de suprimentos para a travessia, planejamento de alimentação, organização das cargueiras e tudo mais. A tentativa de dormir cedo falhou miseravelmente, como qualquer noite que precede uma travessia.

24 de junho

Pegamos o primeiro ônibus da manhã de sexta-feira sentido Petrópolis e lá encontramos o amigo Marcos Terra, fotógrafo astrofísico, que nos deu uma carona até a portaria do PARNASO.

O primeiro dia é cruel nas subidas, praticamente sem trechos planos e a caminhada não tem visual em sua maior parte. Após quase 8k, meu relógio marcava 1100m de desnível positivo e então chegamos ao topo da primeira subida. Havia uma placa escrito “Graças a Deus” ali, eu ri demais!! Mas a gente só ri porque acabou, ou acha que acabou. Seguindo adiante por mais 1,6km entre subidas (não havia acabado) e descidas.  Chegamos aos Castelos do Açu, que são vários blocos de granito imensos e empilhados, onde escolhemos montar o camping.

Após um descanso de 1h, partimos para os Portais de Hércules, com o objetivo de assistir ao Pôr do Sol e para que o Terra pudesse fotografar a Via Láctea daquele ponto. Pra chegar lá, é necessário ir até o Morro do Marco e pegar uma variante, sentido Portais. QUE LUGAR! Aquelas paredes mudavam de cores a cada instante em que o Sol baixava. Ficamos cerca de 2h por lá e conseguimos avistar lanternas em alguns pontos, inclusive nas paredes e no cume do Garrafão.

Retornamos ao acampamento por volta de 20h30 e a Dani fez um belo Strogonoff de Pinhão para o jantar no nosso hotel de 5 milhões de estrelas.

25 de junho

Acordei e pratiquei 30 minutos de yoga e alongamento com uma vista incrível e depois retornei para nosso café da manhã. A Vane fez ovos mexidos com ovo em pó (fica igualzinho, por incrível que pareça) para comermos com pão sírio, além de Nutella com mix de castanhas e frutas secas. Guardamos tudo, nos despedimos do Terra e partimos para o segundo e mais lindo dia de trekking.

 

A caminhada é mais tranquila – alterna subidas e descidas – e tem visual na maior parte  do tempo. O primeiro cume do dia foi o Morro do Marco, apenas 1km de distância do Morro do Açu e após mais 1,5km chegamos ao Morro da Luva. De lá, já conseguíamos avistar o topo do Garrafão e da Pedra do Sino! Almoçamos no cume e partimos para o vale, que tem uma cachoeirinha e uma ponte de madeira. Após esse ponto, chegamos ao famoso Elevador, uma sequência longa de grampos presos ao granito, que funciona como uma espécie de escada. Para o montanhista paranaense é algo já habitual, mas quem tem problemas com altura pode precisar de equipamentos de segurança. A subida termina no Morro do Dinossauro, onde já podemos avistar o Vale das Antas. Seguimos e pudemos coletar uma água deliciosa e refrescante.

Voltamos a subir e chegamos ao lance mais famoso de toda a travessia, o Cavalinho. Ele já faz parte da subida da Pedra do Sino e a trilha ali é bastante exposta, pois caminhamos na companhia de um belo barranco na esquerda, hehe. O Cavalinho é temido por ser o trecho mais íngreme da subida, e por ser necessário escalar um bloco de pedra. Como eu, Vane e Dani somos escaladoras, foi tranquilo passar por ali, mas levamos uma corda para içar as cargueiras, por segurança. Essa subida é linda, linda! O visual incrível da Serra nesse ponto impressiona bastante! Logo acima, chegamos ao ponto que bifurca a trilha para o Abrigo 4 e o Cume da Pedra do Sino (2275m).

Seguimos para o cume de cargueira mesmo e, ainda bem! O vento lá no topo era absurdo e estava muito frio. Precisamos colocar fleece, jaqueta de pluma e anorak para aguentar o clima, já que a ideia era assistir a mais um Pôr do Sol. O espetáculo foi comemorado por todos que estavam por lá. Foi muito legal! O Sol baixou e corremos para baixo junto com ele, pois queríamos garantir um bom lugar no Abrigo 4. Montamos as barracas, fomos cozinhar e dormir.

26 de junho

Era 6h da manhã quando olhei o relógio. A tempestade estava reduzindo para uma chuva mais fraca, mas seguia densa e constante. O café da manhã foi dentro da barraca e estávamos com uma preguiça enorme de sair na chuva para desmontar acampamento.

O guarda-parque cedeu o hall de entrada do Abrigo para que os montanhistas pudessem organizar as mochilas, protegidos da chuva. Ali dentro conhecemos três escaladores que estavam no Garrafão. Eram as lanternas que vimos quando estávamos nos Portais de Hércules! Os escaladores Leoni Marcel, Leonel Rilo e Renan Gaspar Mendes fizeram o cume do Garrafão pela Via Crazy Muzungs em quatro dias de escalada em artificial – um feito bem complexo e para poucos. Pudemos ver as fotos em primeira mão e descer junto com eles, conversando sobre a escalada e tantas outras coisas que, às vezes, eu até esquecia da chuva.

Foram 12,5km de caminhada, a trilha parecia um rio em alguns trechos, não parou de chover um minuto sequer e, por incrível que pareça, meu pé se manteve sequinho e não tive bolhas, graças à bota Vectiv. Levei também meu anorak favorito, que me manteve seca e quente o tempo todo. Nesse dia, mal lembramos de registrar os momentos, pois tocamos direto até a saída do parque, só queríamos aquela pizza no final!”

A escolha correta de alguns equipamentos foi de extrema importância para o conforto durante os dias do trekking, confira:

– Mochila Cargueira: Terra 55 + capa de mochila tamanho M
– Bota Vectiv Exploris Mid Futurelight
– Anorak Venture 2 
– Fleece Summit L2
– Jaqueta Stretch Down 
– Luva Etip Recycled

 

Se animou para encarar esse desafio? Quer mais opções de trekkings? Então aproveite para ler também o texto 3 TREKKINGS INCRÍVEIS NO BRASIL PARA CURTIR A TEMPORADA DE MONTANHA

A lista de lugares que visitamos nesses nove anos de estrada é grande, mas o que foi fazer esses dois Brasileiros em Portugal?

É comum surgir a pergunta “Por que Portugal? O que viram aí que mexeu tanto com vocês?”.

Escolher um lugar para morar, viver full-time não é uma tarefa fácil. O processo fica ainda mais complicado depois de ter o privilégio de conhecer boa parte do mundo. Portugal não é perfeito, longe disso. Mas quando fazemos uma avaliação mais ampla, para nós, o país preenche muito dos requesitos que buscamos para o dia a dia.

E é sobre isso que falaremos hoje!

Vamos começar contando um pouco do clima e da natureza. Apesar de pequeno fisicamente – Portugal caberia dentro de Santa Catarina – o país surpreende na riqueza de paisagens.

Das falésias da Costa Vicentina as praias do Algarve. Dos vales da região do Douro as trilhas de Sintra.  Das praias da Arrábida as praias fluviais do Ribatejo… a lista  de grandes cenários é gigantesca. E tem mais! Tudo isso a cerca de duas ou três horas de carro de Lisboa, capital do país.

Ah, não poderíamos esquecer das montanhas (não muito altas) da Serra da Estrela. Destino perfeito para apreciar o friozinho do inverno europeu. Aliás, o frio por aqui é ameno comparado aos outros países do continente. São mais de 300 dias de sol por ano na região da capital.

Ou seja, clima ótimo, lugares lindos, excelente para viver a vida fora de casa – e isso é algo que tem muito valor para nós! Seja na praia, montanha ou campo, a ideia é estar sempre explorando.

Talvez isso explique por que há tantos Brasileiros em Portugal…

Brasileiros em Portugal

Um pouco sobre a culinária

O dia a dia aqui vai muito além do famoso bacalhau, principalmente quando o assunto são os frutos do mar. Algo muito comum de encontrar na região costeira do país, com preços acessíveis. Existem muitas semelhanças com o Brasil e isso sem dúvidas, é um ponto positivo.

O idioma

Apesar de falarmos bem o inglês, compartilhar da mesma língua é  um fator que facilita a vida aqui em Portugal.

A localização

Portugal está a oito horas de avião de São Paulo, com uma vasta gama de empresas aéreas que fazem esse trajeto. Parece estranho, mas nós consideramos isso perto. Ao mesmo tempo, estamos bem localizados para seguir explorando o mundo. Perto de muitos países da Europa, acesso direto a América do Norte, África e Oriente Médio. Para nós que vivemos na estrada, pingando de aeroporto em aeroporto, viver em um local mais central no mundo ajuda a economizar tempo e dinheiro.

Não podemos deixar de mencionar a segurança do país, os amigos que fizemos por meio do Viajo logo Existo e a tranquilidade como um todo, ainda mais para quem vivia na correria de São Paulo!

Mudar de país é algo muito pessoal. Acaba que na verdade cada um tem seu motivo, o seu drive, a força matriz que faz você deixar amigos e família para trás em busca de mais qualidade de vida.

Brasileiros em Portugal, o que fazer?

Para você que vem à Portugal e quer conhecer mais das belezas do país, fizemos uma pequena lista de lugares que mais nos impressionaram por aqui. Lugares que todos os turistas Brasileiros em Portugal deveriam conhecer!

Trilha da praia da Ursa

Localizada próximo ao Cabo da Roca, em Sintra, o ponto mais ocidental da Europa continental, essa trilha de nível fácil é perfeita para um belo final de tarde.

Praias do Algarve

Famosa entre os europeus que buscam o clima seco e quente da região. Fuja dos destinos mais turístico e procure as praias mais isoladas. As praias são de fácil acesso e a região oferece excelente infraestrutura.

Região do Douro

Perfeito para a meia estação, alugar um challet, tomar um bom vinho e desfrutar dos belos cenários que a região do Douro oferece.

Praias fluviais de Abrantes

Esse é um destino que não entra em 99% dos roteiros turísticos. Aqui você pode curtir um banho de rio (água quentinha), comer bem, fazer esportes aquáticos, perfeito para se refrescar do intenso calor da região.

Nazare - Brasileiros em Portugal

Ondas gigantes de Nazare

Não é sempre que as ondas estão grandes e perfeitas em Nazare, mas durante o inverno as chances são maiores e essa é uma experiência bacana de viver uma vez na vida.

Dica para brasileiros em Portugal não passar frio…

Apesar de fazer parte da Europa, o inverno por aqui não é como o que pegamos no norte da Escandinávia. Se prepare para pegar muito vento, algo bem comum por aqui. Traga uma boa jaqueta corta vento para ter sempre à mão. E por fim, mesmo no verão, próximo da região costeira, as temperaturas caem um pouco ao anoitecer. Então, fica a dica de ter um fleece ou uma jaqueta meio estação para manter-se aquecido.

 

O Brasil, com toda a sua imensidão, é famoso entre os amantes de ecoturismo por ser um ótimo lugar para fazer trekkings. Esse é o post certo para você que já encara grandes desafios e quer aproveitar a temporada de montanha.

3 trekkings incríveis no Brasil

Pico Paraná

A Montanha mais alta do sul do Brasil está no Paraná e tem 1877m de altura. O Pico Paraná fica a cerca de uma hora de carro de Curitiba, mais precisamente em Antonina.

Considerado um dos mais difíceis e desafiadores do país, o trekking do Pico Paraná definitivamente exige preparo e condicionamento físico. Estamos falando de nove quilometros super desafiadores!

Mas por que esse trekking é tão complicado? A resposta se deve à variação do terreno: arenoso, lamacento, mata fechada, penhascos perigosos e troncos de árvores. Além disso, é também uma trilha longa. O ideal é que se durma na montanha, para poder fazer o trajeto com calma, além de curtir cada instante pernoitando na montanha.

Para chegar lá, pegue a BR 116 sentido Curitiba – São Paulo. Passe o pedágio e fique atento no km 46, exatamente no início da ponte que passa pelo Rio Tucum. Em uma entrada sem sinalização e de estrada de terra prepare-se para os cinco quilometros que vem por aí, rumo à fazenda. Nessa estrada de chão, observe as placas que levam até a entrada da trilha. Na segunda bifurcação você deverá virar à esquerda, sentido mercadinho e logo chegará. Estacione o carro, respire fundo e alongue-se. A aventura começa agora!!

Travessia Petrópolis x Teresópolis

A Travessia Petrópolis x Teresópolis é uma das mais famosas do Brasil e isso não é à toa. Podendo ser feita em dois ou três dias, fica dentro do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro. Tem cerca de 30km de extensão e, de fato, é preciso estar preparado para fazê-la. Isso porque conta com trechos acidentados, elevador, cavalinho e escalaminhada.

O roteiro em três dias é o ideal, pois desgasta menos e exige menor tempo por dia.

Sugere-se ir de Petrópolis para Teresópolis, e não o contrário. Quando feito no sentido inverso, a dificuldade de trechos complicados tende a ser ainda maior, como é o caso do elevador e do cavalinho. Já a vista no sentido sugerido é bem mais bonita do que saindo de Teresópolis, pois as montanhas ficam exatamente de frente para o trilheiro. No inverso, elas ficam nas costas.

É da rodoviária do Rio de Janeiro que saem os ônibus rumo a Petrópolis. Chegando na cidade, informe-se sobre a entrada do Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Lembre-se que é preciso chegar cedo para começar o trekking, e que talvez passar uma noite na cidade seja uma boa alternativa. Do centro até o início da trilha dá cerca de R$50 de Uber, mas você pode também ir de ônibus a partir do Terminal de Corrêas. As linhas 611 e 616 seguem trajeto Bonfim, sendo que a segunda te deixa mais perto da entrada do parque.

Você pode ler mais detalhes do relato da Travessia Petrópolis x Teresópolis feito pela Luisa Galiza, do Leve na Viagem.

Serra Fina

Também com aproximadamente trinta quilômetros de extensão, a Travessia da Serra Fina fica na Serra da Mantiqueira, tríplice divisa dos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. O início da trilha é na cidade de Passa Quatro, em Minas Gerais. O recomendado é que essa trilha seja feita em quatro dias, pois têm muitos desníveis ao longo do percurso. Como as outras, exige muito preparo físico e familiaridade com a prática de longas caminhadas.

Um dos aspectos que dificultam a realização dessa trilha é a neblina. O paredão que marca a divisa dos três estados forma uma espécie de barreira para as nuvens que se acumulam, diminuindo a visibilidade do trajeto. Trilhas desafiadoras necessitam e muito de um guia.

A Travessia da Serra Fina, que recebe esse nome por ter trechos estreitos, abriga três dos picos mais conhecidos entre os montanhistas: Pico do Capim Amarelo (2.491 m de altitude), Pedra da Mina (2.798 m de altitude) e o Pico dos Três Estados (2.656 m de altitude).

Para chegar a Passa Quatro, tudo depende da sua localização, podendo ser qualquer um dos três estados (SP, BH ou RJ). Por isso, o ideal é que se faça uma busca de qual logística fica mais agradável para você. É, de fato, um trekking indispensável para quem ama a prática.

O que levar para esses trekkings incríveis?

Para essas três aventuras nos picos irados do Brasil, o ideal é que tenha vestimentas de qualidade para te proteger do frio da montanha e do microclima que pode envolver muita chuva. O sistema de 3 camadas é espetacular (e necessário) para essas ocasiões. Ele funciona assim:

 

  1. A segunda pele, para manter a temperatura do seu corpo, é o que chamamos de primeira camada. Fica a sugestão da segunda pele calça e segunda pele blusa.
  2. Como segunda camada, o fleece entra com o objetivo de aquecer o corpo. O Fleece Canyolands por exemplo, exerce muito bem sua função.
  3. O anorak é uma jaqueta corta vento e impermeável que protege contra chuva e te mantém seco. Essa terceira camada é essencial em qualquer montanha. Minha sugestão é o modelo Resolve que é leve e bastante eficiente.

 

Lembre-se que você consegue 10% off em TUDO da The North Face com o cupom levenaviagem! E serve tanto para compra online quanto para a loja física 🙂

 

Dá para aprender snowboarding adulto?

Sempre gostei da ideia de aprender snowboarding, mas depois de adulto passei a ter receio de me machucar. Em 2018, deixei o medo de lado e hoje em dia não vejo a hora de voltar para a montanha!

Não sei você, mas a ideia de descer a montanha, seja de ski nos pés ou de snowboarding, sempre me fascinou e assustou. Ao mesmo tempo que imaginava o vento no rosto, aquela vibe de neve, eu também ficava preocupado com a ideia de me acidentar. Cresci em São Paulo, andei de skate na adolescência e surfo até hoje, mas só tive o primeiro contato com uma pista de snowboarding em 2018.

Vamos a Andorra

A oportunidade de aprender snowboarding surgiu em uma viagem para Andorra, localizada entre Espanha e França. Esse pequeno país que atrai turistas atrás de neve e clima de montanha, possui mais de 200 pistas para todos os níveis. Eu e Chel, estávamos apenas a passeio, mas acabamos conhecendo um brasileiro disposto a nos ensinar o básico sobre esportes na neve. Foi ele quem nos levou pela primeira vez em uma pista de ski e deu algumas dicas para aprendermos o snowboarding. Como primeira vez foi legal, mas não chegamos a subir muito, fizemos nossa prática inicial ali, na parte plana da montanha.

Snowboarding na Austria

No final de 2018, um grupo de amigos da escola planejou uma viagem para os Alpes Austríacos. O objetivo era um só: passar o máximo de tempo possível na montanha. Essa seria a minha oportunidade de aprender mais sobre o snowboarding, mesmo depois de adulto. Nesta aventura a Chel não me acompanhou.

A primeira coisa que fiz foi ir atrás das roupas adequadas. Mas afinal, quais seriam os produtos certos para aproveitar ao máximo os dias que vinham pela frente? Aí vem a dica! Roupas impermeáveis, mas que tenham máxima respirabilidade, além claro, das outras camadas de sempre (segunda pele + fleece). Apesar do frio, durante a prática do esporte, seja no ski ou snowboarding, o corpo sua bastante e produtos respiráveis faz toda diferença, seja para a performance ou troca de calor/ regulagem da temperatura corpórea. Já os equipamentos mais técnicos, como prancha, bota e capacete, consegui locar online.

Chegamos em Sankt Anton am Arlberg no começo de março de 2019. Essa é uma das melhores estações de esportes de montanha da Áustria! Belos hotéis, diversos níveis de pistas, clima excelente. Lugar perfeito para aprender snowboarding e curtir os Alpes Europeus.

Hora da verdade…

O primeiro dia estava com neblina e confesso que fiquei com medo de me perder no meio das pistas. Sabia como ficar em pé e como frear a prancha, mas tinha zero controle como um todo. Meus amigos foram parceiros e tentaram me dar algumas dicas, mas não tem jeito. O verdadeiro aprendizado vem de você estar ali, descer, cair, tentar de novo…

Neste mesmo dia a galera já me levou para a pista preta. De verdade, ela parece mais assustadora vista de baixo do que lá de cima. Como eu sabia frear, descia parecendo uma pena, indo de um lado para o outro, o que era divertido, mas acabava com as minhas pernas.

Foi só no quarto e último dia que o tempo abriu e o céu azul contrastou com o branco da neve. Do alto a vista era espetacular. Agora mais confiante, depois de horas e horas tentando decifrar a melhor maneira de manter velocidade e equilíbrio, consegui finalmente curtir a montanha! Consigo lembrar a emoção de sentir a prancha deslizando na neve fofa, indo de um lado e para o outro. Nessa viagem tive a certeza que é possível se divertir, mesmo tendo muito a evoluir, e isso, para mim, é o mais importante.

Onde aprender snowboarding perto do Brasil?

Próximo ao Brasil existem vários destinos onde é possível praticar esportes de neve. Abaixo listamos TRÊS destinos bacanas para você aprender snowboarding ou ski sem ir muito longe de casa.

Valle Nevado – Chile

Um dos resorts de inverno mais conhecidos da América do Sul, fica próximo a Santiago e oferece infraestrutura completa para todos os níveis.

Bariloche – Argentina

Famosa entre os brasileiros, a estação de ski de Bariloche é a mais conhecida da Argentina. Cerro Catedral, nome oficial da estação, conta com hotéis, restaurantes, lojas, uma pequena galeria e até um shopping.

Ushuaia – Argentina

O Cerro Castor é a estação de esqui mais austral da América do Sul. A cada nova temporada, atrai turistas e praticantes de esportes de neve de vários lugares do mundo. Não é tão grande como as demais citadas acima, mas oferece uma oportunidade legal para visitar o Ushuaia, o fim do mundo!

Peças que fazem a diferença

Jaqueta Triclimate

Camiseta Segunda Pele

Fleece

Calça Freedom

Calça Segunda Pele

Gorro

Luva Impermeável

Meias

O mês de junho sempre chega abastecido de tudo que a gente adora. Os termômetros caem por aqui e a neve domina os países vizinhos.

No mesmo período, no ano passado, as restrições para viajar ainda estavam rolando e os brasileiros não puderam descer as pistas ao lado dos Hermanos.

O reencontro promete muitas novidades. Confira as atrações que as principais estações de ski do Hemisfério Sul prepararam para este ano.

Argentina

Bariloche

fonte: 3em3

Cerro Catedral ou mais popularmente conhecida como Bariloche, tem pistas disputadíssimas por ser porta de entrada para quem está começando a se aventurar nos esportes de neve. Este ano a temporada começou dia 17 de Junho e terminará no final de Setembro.

A cidade tem novos restaurantes de alta gastronomia, ao mesmo tempo em que investiu pesado na montanha. Duas novas pistas serão inauguradas junto com um teleférico quádruplo. A neve fica garantida através de um sistema de fabricação que aumentará o volume em 25%.

Ushuaia

fonte: brasileirosemushuaia

A Tierra Del Fuego abriga Cerro Castor, uma pequena estação de ski com tudo que realmente é necessário para aproveitar dias incríveis na montanha. A dona da temporada de neve mais longa da América do Sul (Junho a Outubro), investiu em novas pistas black, com alto nível de dificuldade. Já o novo teleférico promete maior conforto para seus visitantes.

 

Chile

Portillo

fonte: viator

Estação de ski mais “raiz”, tem foco totalmente nos esportes de neve. Logo, não espere por grandes centros gastronômicos ou variedade de lojas. A pioneira do Hemisfério Sul, teve sua temporada antecipada do dia 25 de Junho para o dia 18, graças as fortes nevascas na região. Após dois anos, o famoso hotel amarelo preferiu atrair o turista através de benefícios e grandes promoções para seus hóspedes.

Valle Nevado

fonte: santiago do chile

O maior resort de ski da América do Sul conta com 40 pistas e 16 teleféricos. Para os iniciantes que pretendem fazer aulas, professores que falam português estão prontos poderão auxilia-los. Os hotéis da região também preferiram trabalhar com descontos do que com novidades. A temporada também se estenderá até Setembro.

 

Agora chegou a hora de matar a saudade das montanhas! Ansiosos?

Muito em breve o inverno chega ao Brasil, e com ele a possibilidade de aproveitar destinos diferentes! Viagens para a serra são excelentes para esse período, pois o frio proporciona atividades aconchegantes e paisagens de tirar o fôlego. Confira, a seguir, 5 destinos brasileiros lindos para você curtir no inverno!

Destinos de inverno: 5 lugares imperdíveis

Monte Verde/MG

Pertinho de São Paulo, o distrito de Monte Verde fica a cerca de 130km de Campos do Jordão e a 480km de Belo Horizonte.

Reprodução: Flickr/Rafael Vianna

O distrito é serrano e, por isso, as temperaturas baixas já são características do lugar. Como esse período é de seca, a chance de pegar chuva é quase inexistente, o que permite maior flexibilidade para planejar passeios. No entanto, é importante ter cuidado para separar as roupas que levará, para não passar frio.

Dica: a Jaqueta Feminina Thermoball Eco 2.0 é uma ótima opção de vestuário. Isso porque, além de estilosa, ela protege bem dos ventos e é bem confortável por ser acolchoada.

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O que fazer em Monte Verde?

Monte Verde é uma viagem de inverno bem versátil. Tem trilhas, lojinhas, pousadas, fábricas… De fato, bastante completa e pode agradar a todos os gostos.

Se você é do tipo que adora uma aventura, a Trilha da Pedra da Onça é uma ótima pedida. Com 2.000m de altitude, pode ser percorrida em até 2h30min. Tem um caminho lindo, cruzando com riachos, pinguelas, trechos íngremes e escorregadios. Por isso, é interessante ir com itens de trekking que garantam maior segurança e conforto. A Trilha do Caçador já é mais complexa, podendo levar até dois dias para ser percorrida, e exigindo um nível maior de preparação.

Já se você prefere só dar alguns passeios e ficar em algo mais ameno, Monte Verde tem fábricas de chocolate, como a Gressoney, a primeira da cidade, inaugurada em 1978. Além disso, há também a produção local de cervejas artesanais, como a Cervejaria Fritz, que além de produzir 40 mil litros por mês, oferece uma visita guiada de aproximadamente 50 minutos com direito a degustação de chopp.

Por fim, se o frio da serra não for suficiente, o IceBar é uma opção diferente e bastante atrativa. É, literalmente, um bar de gelo. A entrada é paga e dá direito a permanecer por 40 minutos, escolher um drink do cardápio e degustar um open bar de cachaças mineiras. Além disso, você recebe toda uma proteção de roupas de frio para conseguir ficar no local.

O blog Leve na Viagem fala mais sobre Monte Verde, caso queira mais informações sobre o lugar.

Petrópolis/RJ

Muito além de um destino de inverno, Petrópolis é uma das principais cidades históricas do país. Descoberta quando da criação do novo caminho da Estrada Real, foi fundada pelo imperador Dom Pedro II, que se encantou pela região e decidiu comprar uma propriedade no lugar.

Os diversos atrativos da Cidade Imperial

A segunda cidade a ser planejada no Brasil tem muitas opções de atrações e atividades, como o Museu e o Palácio Imperial, ou o Palácio Quitandinha, maior do país. Aliás, há, por ali, diversos palácios, mas o que de fato chama a atenção é a natureza da cidade, de um ar bucólico e que remete à antiguidade. Isso significa que você pode ir pra descansar, conhecer a cidade ou se aventurar. Existem, na cidade, diversas trilhas, dos mais variados níveis, para curtir mesmo no inverno. A trilha da Pedra do Quitandinha, por exemplo, é curtinha, leva apenas uns 20 minutos, e tem um visual arrebatador do Palácio Quitandinha. Se o dia estiver claro e aberto, é possível ver, ao longe, a Serra dos Órgãos.

Petrópolis também é palco de um dos trekkings mais deslumbrantes do Brasil: a travessia Petrópolis x Teresópolis. De dificuldade moderada a difícil, é uma aventura desafiadora, com muitas subidas, escalaminhada, exige preparo físico para atravessar seus 30km de extensão, que podem se tornar  um pouco mais difíceis em dias de neblina. As belezas e a experiência do trajeto são absurdamente recompensadoras.

Por fim, uma alternativa um pouco diferente e que tem um nível moderado é a trilha da Pedra do Bonet, que proporciona um dos mais lindos visuais de Petrópolis e leva, em média, 50 minutos para ser feita.

É o destino ideal para quem quer se aventurar na temporada de montanha!

 

Dica: a Jaqueta Feminina Carto Triclimate é ideal para levar para Petrópolis, visto que tem isolamento térmico, corta vento e é impermeável. Assim, protege dos fortes ventos e das possíveis chuvas da serra carioca, especialmente se for se aventurar pelas trilhas da região.

Campos do Jordão/SP

Localizada em São Paulo, na Serra da Mantiqueira, a cidade de Campos do Jordão já é um clássico quando se fala em viagens serranas. Influenciada pela cultura europeia, é super charmosa, acolhedora, tem paisagens lindíssimas e, não suficiente, ainda proporciona diversas opções de lazer. A cidade por si só é um atrativo lindo, com o charme arquitetônico que possui. No entanto, por ser cercada de montanhas, tem muitas possibilidades para quem ama se aventurar na natureza.

Foto: Governo do Estado de São Paulo

Dicas de trilha em Campos do Jordão

O Horto Florestal, nome popular do Parque Estadual de Campos do Jordão, possui 5 trilhas em seu território. Algumas das mais conhecidas são a Trilha da Cachoeira da Galharada, que tem uma extensão total de aproximadamente 5km e é fácil, boa para quem não tem experiência, e também a Trilha das Quatro Pontes, que só dura 30 minutinhos, é super fácil e atravessa quatro pontes, sendo duas delas suspensas, proporcionando um visual muito bonito.

Uma trilha de respeito e aventura, no entanto, é a Trilha Zig Zag, que tem cerca de 15km de extensão e um nível de dificuldade de médio a alto. Costuma ser feita por mountain bikers, mas também pode ser feita a pé, o que é ainda mais desafiador. Sai do portal de Campos do Jordão e segue até a Cachoeira do Lajeado, em Santo Antônio do Pinhal.

Dica: combinando com um fleece para esquentar, a Jaqueta Venture 2 é uma escolha acertada, já que é corta vento e impermeável.

São Joaquim/SC

O mais frio dos destinos de inverno desta lista sem dúvida é São Joaquim. No sul do Brasil, a 165km de Florianópolis e palco de uma das temperaturas mais baixas da história do país (-17ºC), a graça da cidade é a natureza, junto com o frio. Para quem gosta mais da cidade, a Vinícola Villa Francioni oferece um passeio de 1h30min em suas dependências, com direito a uma auto degustação ao final. No entanto, as atrações da cidade são poucas, o que dá voz ao ecoturismo.

Parque Nacional de São Joaquim

Aventuras de São Joaquim

No Parque Nacional de São Joaquim foi criado com o intuito de proteger a remanescente natureza de Matas de Araucárias, bem como as formações rochosas vulcânicas que datam de mais de 130 milhões de anos. O Parque oferece muitas trilhas, dos mais diversos níveis, tendo como principal atração a Pedra Furada, uma formação rochosa com um buraco no meio, a 1.300m de altitude. A trilha de acesso à Pedra é considerada pesada, com cerca de 7km de extensão total e terreno irregular, de muito declive. A contratação de guia é obrigatória, mas o visual vale a pena no fim. O Circuito de Trilhas do Recanto Santa Bárbara também está no Parque, na parte central, com 5 trilhas que percorrem diferentes estilos, havendo mata araucária, morros, rios e quedas d’água.

Fora do parque, é possível ir ao Snow Valley, um lugar que tem uma inspiração Norte Americana e proporciona atividades de aventura como tirolesa, arvorismo e trilha sensorial. Além disso, tem também uma imersão em língua inglesa, com acampamentos de inverno interessantes para quem quer desenvolver melhor a fluência no idioma.

 

Dica: para aguentar o frio do sul do Brasil com estilo e sem preocupação, escolha a Parka Downtown. É quentinha, impermeável, corta vento e tem isolamento térmico.

Guaramiranga/CE

Contrapondo o destino anterior, Guaramiranga é o lugar onde o frio é menos intenso. Considerada a Suíça Cearense, o município fica a aproximadamente 100km de Fortaleza, na serra cearense. É um lugar charmoso, com muitas atrações naturais que chamam a atenção de quem resolve viajar para lá.

Pico Alto

Ecoturismo em baixas temperaturas no Ceará

Sabia que o segundo lugar mais alto do Estado fica em Guaramiranga? É o Pico Alto, a 1.115 metros de altitude. Dá pra chegar de carro, mas por ser uma subida bem íngreme e sem infraestrutura, até um pouco perigosa, o mais indicado é fazer a trilha que leva até lá. Não é uma trilha fácil, mas vale a pena pois a vista panorâmica é lindíssima.

Perto do centrinho da cidade está o Parque das Trilhas, que contém 114 hectares de extensão pela Mata Atlântica, com opções de trilhas, saltos, tirolesa, bicas d’água, cachoeira.. Muita diversidade. O interessante dali é que quem não tem tanta prática com ecoturismo se depara com bastante infraestrutura, então é mais fácil se adaptar. O diferencial, no entanto, é a oferta de trilhas noturnas, podendo ser ecoterapêutica ou exploratória. A terapêutica não usa nenhuma iluminação artificial, entrando na mata somente sob a luz do luar e das estrelas para fazer bom uso dos sentidos, enquanto a exploratória usa de lanternas para observar a vida noturna na Mata Atlântica.

 

Dica: já que o frio ali é mais ameno, a Jaqueta Resolve 2 cai como uma luva para a ocasião. É corta vento, ou seja, frio você não sente, e também não se molha, já que é impermeável. Para quem é mais sensível ao frio, a combinação com um fleece pode vir a calhar.

 

Para adquirir os produtos desse post ou ainda outros da The North Face, use o cupom levenaviagem e garanta 10% de desconto em suas compras, valendo para o site ou para lojas físicas também (exceto outlet).

Fayson Merege

A Travessia dos Refúgios Frey x Jacob, em Bariloche é um dos mais clássicos roteiros de trekking da região norte da Patagônia Argentina. O trajeto, que leva cerca de três dias, percorre as mais altas cadeias montanhosas do Parque Nacional Nahuel Huapi, composta por vales, bosques e filos rochosos.

Os pernoites acontecem nos clássicos refúgios que levam exatamente o mesmo nome “Travessia dos Refúgios Frey x Jacob”. Fica a sua escolha acampar ou dormir no próprio refúgio. Se decidir acampar, não é necessário nenhum pagamento. Já para dormir no refúgio, os valores variam de R$150 a R$350 reais, podendo incluir jantar e café da manhã. O uso do saco de dormir é indispensável, assim como fazer a reserva do espaço através dos sites abaixo:

Frey: http://www.refugiofreybariloche.com/

Jakob: https://www.refugiojakob.com.ar/

Cerro Catedral x Frey

O trekking começa na estação de ski Cerro Catedral, adentrando por lindos bosques de lengas. Era final de março e o outono já dava as caras. Por isso, essa vegetação típica da Patagônia mudava de cor durante todo trajeto – do verde para o amarelo, do amarelo para o laranja, do laranja para o vermelho e do vermelho para o roxo. Sem dúvidas, todo esse colorido deixou o cenário ainda mais encantador.

Os sete quilômetros iniciais da trilha são bem tranquilos, com trechos mais planos e visual espetacular. É nos três quilômetros finais que o “bicho pega”! Aos poucos a subida fica mais e mais íngreme, com muitas pedras e parece não ter fim! Quando é possível retomar o fôlego e sair do bosque, as montanhas e as “Agujas del Frey” são avistadas. Mais alguns passos e o som do riacho formado pela Laguna Tonchek já pode ser escutado. Alguns metros à frente e o inesperado acontece. O Refúgio Frey aparece no meio da paisagem! Ufa! É hora de achar um lugar na área de camping e montar a barraca.

O refúgio fornece água quente em troca de levar algumas garrafas e latas para baixo, uma boa opção para economizar gás. Algun itens para venda como pizzas, vinhos e cervejas, tem um preço justo, considerando a localização. Tudo o que está ali chegou nas costas de alguém. Há um banheiro com pias e vasos sanitários, só não se esqueça de levar o papel higiênico. Duchas não existem. A única opção para banho é o lago, porém apenas nos dias mais quentes é possível mergulhar em suas águas extremamente frias.

Fayson Merege

Frey x Jakob

Na manhã seguinte, hora de preparar o café e apreciar o sol nascendo para iluminar as “Agujas del Frey”. A luz dourada ganha vida e começa a aquecer a manhã gélida de 3ºC. Café tomado, barraca desmontada, mochila pronta. É hora de partir. O próximo trecho possui 10 quilômetros de extensão, é sinuoso e técnico, com escalaminhadas pelo percurso.

Fayson Merege

Deixando o Refúgio para trás, a trilha começa lado a lado com a Laguna Tonchek indo em direção a “Aguja Piramidal” e lá, iniciar em caracol a subida até a Laguna Schmoll rumo ao mirante (bifurcação), que dá acesso à trilha do Refúgio Jakob e à trilha até o Cerro Catedral Norte. Nesse passo montanhoso com cerca de 2.000m de altitude, a caminhada segue em direção a Laguna Jacob, baixando para o Valle del Rucaco.

Ao passo de montanha do outro lado avista-se a Laguna Jakob e o charmoso refúgio San Martín ao lado. É hora de enfrentar a temida e perigosa decida pelas pedras escorregadias. A dica é descer com calma, em “s”, como se estivesse esquiando. Todo cuidado aqui é essencial. A descida é cansativa e lenta, exigindo muito dos joelhos. A famosa frase “um passo de cada vez” aqui faz total sentido.

Logo encontra-se a placa “Refúgio Jakob” à esquerda e basta mais alguns passos para chegar, achar um lugar no bosque, montar a barraca e apreciar a vista impressionante.

 

CUIDADO! O vento patagônico é realmente muito forte e o clima varia muito, então achar um bom lugar para armar a barraca e reforça-la com amarrações e pedras é imprescindível

Resumo do trekking

  • País: Argentina
  • Cidade: Bariloche
  • Início: Base Cerro Catedral
  • Fim: Bariloche
  • Distância total: 35 km
  • Duração: 3 dias / 2 noites
  • Subida acumulada: 2510 metros
  • Descida acumulada: 2570 metros
  • Altitude máxima: 2040 metros
  • Período do trekking: final de março de 2022
  • Dificuldade: Moderada/Difícil
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Um mês abaixo de zero 

Para embarcar rumo ao frio do extremo norte da Europa, você precisa estar atento a roupa certa, viver um mês abaixo de zero n˜sao

Por mais de quatro semanas seguidas os termômetros nunca marcaram acima de zero. Manter-se aquecido passou a ser uma tarefa complicada, principalmente para quem cresceu em um país tropical, acostumado com o frio “soft” do inverno paulistano. Sabíamos que o sucesso da nossa aventura estava diretamente relacionado a escolha da roupa certa para o frio da região – principalmente durante as longas noites em busca da Aurora Boreal – com temperaturas abaixo de -20 graus.

Rachel Spencer no meio de uma nevasca na Noruega

Iniciamos nossa aventura de viver um mês abaixo de zero, na remota Tromso, localizada ao norte da Noruega. A cidade é uma das principais portas de entrada para a região da Lapônia, que fica também no norte da Escandinávia e era nosso principal destino.

Mal descemos do avião e nossos gorros já estavam brancos da fina neve que caía junto com a temperatura. Fomos recebidos com 4 graus negativos. Alugamos um carro e ficamos surpresos com a infraestrutura: as estradas estavam limpas, sem neve alguma! No ar rolava uma certa ansiedade. Como seriam os próximos dias? Como a Rachel lidaria com o frio? Afinal, esse sempre foi um de seus maiores desafios viajando o mundo nos últimos sete anos.

No dia da chegada, vestíamos calça impermeável, botas para neve e meias 100% lã merino. Já na parte de cima, camiseta de algodão, fleece e uma boa jaqueta impermeável, junto com gorro e luvas simples. Não era necessário vestirmos mais camadas, uma vez que a maior parte do tempo estávamos fechados no aeroporto, no carro, no hotel ou no mercado.

 

A hora da verdade

Conforme nos afastávamos da costa e seguíamos a Lapônia Finlandesa, a temperatura caia a cada novo quilometro percorrido. As paisagens começavam a mudar e agora o branco da neve tomava conta de tudo.  A boa notícia é que as estradas seguiam em ótimas condições, com caminhões limpando constantemente a neve que não parava de cair.

 

Com os termômetros estacionados sempre abaixo de -12 graus durante o dia, tivemos que dar um upgrade na forma como nos vestíamos. Agora, já não era mais opcional o uso das roupas térmicas (também conhecidas como segunda pele ou baselayer). Se estávamos fora do chalet, tínhamos que estar prontos para o clima gelado.

A rotina nesses dias consistia em dirigir sem destino pela região, algo que sempre gostamos muito de fazer. Explorar sem muito compromisso, deixar o acaso fazer a sua magia. Pelo percurso via-se rios congelados, florestas cobertas de neve fresca, vilarejos isolados, alguns carros e diversos bandos de renas, muito famosas nessa parte do mundo.

Nosso uniforme passou a ser botas com solado bem grosso e impermeáveis mais as meias de lã merino. Nas pernas, usávamos a segunda pele junto com a calça impermeável. Em cima, a segunda pele vinha seguida de uma blusa fleece, colete de Thermoball ou  jaqueta de pluma de ganso e gorro. Dependendo do tempo que ficássemos fora do carro, adicionávamos mais uma jaqueta impermeável, luva estilo “mittens” e pescoceira. Aliás, era também essa indumentária toda que vestíamos durante as noites caçando a Aurora Boreal. E foi assim que chegamos a pegar -33 graus! Frio cortante, que mesmo muito bem-vestido, castiga o corpo.

Memórias geladas

Ao longo de quatro semanas vivemos momentos inesquecíveis no norte da Escandinávia. Das intermináveis noites de Aurora, da beleza ímpar dos fiordes, do silêncio de estar longe de tudo. A Lapônia oferece o cenário perfeito para quem está em busca de uma experiência única nos confins da Europa. Com certeza com a roupa certa para viver um mês abaixo de zero, tudo fica mais fácil e ainda mais bonito.

6 peças que fizeram a diferença

1 – Parka Feminina Gotham

2 – Meia Trekking Heavy Crew

3 – Segunda pele

4 – Jaqueta Stretch Down

5 – Jaqueta Impermeável Venture

6 – Colete Thermoball

Nosso produto preferido?

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